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OLIVEIRA, F. L. & ERICKSSON, W. Geologia e tipos de solos da bacia amazônica... 
GEOLOGIA E TIPOS DE SOLOS DA BACIA AMAZÔNICA1
Wagner Scaunichi Barbosa2
1 Artigo apresentado a Fundação Universidade Federal de Rondônia, Departamento de Agronomia – Rolim de Moura - RO, como requisito parcial de nota na disciplina de Morfogênese e Classificação de Solos
2 Discente de Agronomia, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Departamento de Agronomia – Rolim de Moura – RO. E-mail: wagnerscaunichi@gmail.com 
RESUMO: Os solos são conhecidos como substrato das plantas e espécies vegetias, porém sua gênese e formação vai muito além disso. Este trabalho evidencia as trasnformações geomorfológicas ocorridas desde o ínicio da era arqueozóica, passando pela era paleozóica, onde foram iniciadas as deposições sedimentares, sendo pilares para a formação de todo o cráton amazônico, predominantemente a bacia amazônica. As formações cristalinas e sedimentares decorrentes desses intemperísmos e transformações deram origem aos solos amazônicos que se conhece hoje, em manchas ao longo da bacia, com as suas características intrínsecas e únicas, sendo outros mais comuns os Latossolos e os Argissolos.
Palavras-chave: Gênese, geomorfológicas, transformações, sedimentares.
INTRODUÇÃO
A região amazônica está situada na parte norte da América do Sul com cerca de 6 milhões de km², com uma população de 23.596.953 habitantes e ocupando todos os Estados da Região Norte, mais o estado de Mato Grosso, o oeste do Maranhão e cinco municípios de Goiás. Não é totalmente constituída de florestas. O Bioma Amazônia é uma extensa região apresentando elevada diversidade geológicas, geomorfológicas, edáficas, climáticas e de vegetação – Assemelhando-se a uma colcha de retalho.
Quanto ao relevo, constitui-se numa região extremamente aplainada, com predomínio de superfícies aplainadas e depressões, seguidas de planícies fluviais e fluvio-marinhas, recortando essas superfícies surgem relevos residuais (Serras) altos planaltos e planaltos rebaixados. A vegetação amazônica é bastante diversificada, onde as mudanças climáticas durante o pleistoceno promoveram significativas alterações. Atualmente, a Amazônia apresenta fitofisionomias variando desde savanas, cerrados, com domínio das florestas nas suas mais variadas fitofisionomias e intimamente associadas ao clima e ao solo. 
Climaticamente, a Amazônia é uma região úmida, ou seja, tropical chuvoso em sua maioria, cujas variações vai desde Af, Am até Aw segundo a classificação climática de Köppen. No extremo Norte da Amazônia verifica-se um clima do tipo Aw, pertencente ao domínio de clima Tropical Chuvoso, quente e úmido, apresentando período seco e chuvoso bem definido, após sofrer alternados períodos secos e úmidos no passado. A temperatura média é da ordem de 25°C e a precipitação pluviométrica anual é distribuída de modo irregular, registrando em torno de 2.900 mm na porção central, e na fronteira com a Venezuela precipitações atingindo em torno de 1.100mm e período seco mais prolongado, assemelhando-se ao semiárido do Brasil. 
Portanto, associado a esses fatores, em especial, material de origem, o relevo e o clima, os solos formados apresentam as seguintes características: extrema pobreza em fósforo; acidez elevada; saturação por alumínio alta; baixa CTC; pobreza em macro e micronutrientes; reduzida fixação de fósforo; lençol freático elevado na grande maioria dos solos; densidade do solo elevada e adensamento e susceptibilidade à compactação. (VALE JUNIOR, 2011).
Contudo, o objetivo desse trabalho é evidenciar desde as primeiras formações geológicas, o estabelecimento da Bacia Amazônica e apresentar as características dos seus principais tipos de solos decorrentes desses processos.
GEOLOGIA E FORMAÇÃO DOS SOLOS DA BACIA AMAZÔNICA
A geologia e formação dos solos no âmbito que se tem hoje foi formado por eras e milhões de anos de intensa divisão e alocação pedológica. Para se chegar a geologia dos solos da bacia amazônica, é necessário que se tenha base das formações no mundo e no Brasil através dos tempos. Essa geologia se dividiu basicamente em cinco grandes eras que trouxeram consigo seus principais acontecimentos:
As eras arqueozoicas (aproximadamente 4 bilhões de anos) e proteozoica (aproximadamente 2,5 bilhões de anos), conhecido como período pré-cambriano são caracterizadas, respectivamente, pela formação dos escudos cristalinos (brasileiro e guiano) e as rochas magmáticas, nos quais encontra-se as mais antigas formações de relevo e a formação das jazidas minerais (Fe, Mn). A era paleozoica prevaleceu de 550 a 250 milhões de anos atrás, e se caracteriza pela ocorrência de rochas sedimentares e metamórficas. A era mezozóica ocorreu entre aproximadamente 250 a 65 milhões de anos e traz consigo a formação do petróleo e as formações das bacias sedimentares. A era cenozoica está dividida em dois períodos: Terciário (aproximadamente 60 milhões de anos atrás) e Quaternário (1 milhão de anos atrás até os dias atuais) e traz geologicamente as formações das bacias terciárias e quaternárias (Pantanal, Amazônia, etc.) (LEINZ & AMARAL, 1995).
O cráton amazônico foi definido ainda no período pré-cambriano e é um dos maiores crátons do mundo, composto de dois escudos pré-cambrianos chamados Guaporé e Guiana, é cercado por cinturões orogênicos do Neo-proterozoico. Está localizado ao norte da América do Sul, englobando toda a costa norte de Belém – PA até a Guiana Francesa. Está divido em 6 províncias geocronológicas principais: Amazônia Central; Maroni-Itacaiúnas; Ventuari-Tapajós; Rio Negro-Juruena; Rondonian-San Ignácio; Sunsás. Estas províncias possuem grande variação em sua história geológica e composição metamórfica (COLOMBO, 1999).
Este cráton é a fonte da maioria dos sedimentos intra - e pericratônico das bacias sedimentares, e sedimentos cratônicos tem frequentemente uma impressão digital de proveniência específica (Andes). Os padrões atuais e passados do relevo e das drenagens no cráton amazônico não somente refletem eventos de soerguimento e declive, mas também mostram eventos que vão de intemperismo à erosão. O entendimento da história do Cráton amazônico é dificultado por muitos fatores. Como a dificuldade de acesso à densa floresta tropical e a influência negativa do intemperismo. O cráton amazônico consiste essencialmente em três maiores grupos de terrenos basais: (i) cinturões greenstones, (ii) cinturões metamórficos, (iii) rochas acidas e graníticas metavulcânicas. Existem poucas evidências de fósseis do período pré-cambriano no cráton amazônico, e, portanto, a reconstituição da sua história tectônica depende completamente da geocronologia de isótopos (SALOMON & EMOND, 2010)
Petri & Faúlfaro (1983) evidenciaram no Brasil as grandes unidades estruturais formadas nestes períodos, conhecidas também como coberturas fanerozoicas, são áreas que recebem ou receberam depósitos de materiais:
Fig. Brasil e as grandes unidades estruturais (Petri & Faúlfaro, 1983)
O surgimento das Bacias sedimentares é pautado em hipóteses baseadas nas formações das unidades estruturais básicas. Estudos geológicos apontam que o início dessas bacias sedimentares ocorreu na era paleozoica e se estende até os dias atuais, pois a bacia amazônica ainda recebe enorme carga de sedimentos que descem dos Andes, pela ação das águas. Nessa mesma era, entre os períodos Devoniano e Carbonífero, o cráton amazônico sofreu um processo de rebaixamento chamado subsidência e o mar invadiu a Bacia Amazônica, fenômeno denominado Transgressão Marinha. (HOORN & WESSELINGH, 2010) 
Supõe-se que até 130 milhões de anos atrás a nascente do antigo Amazonas estaria localizada na África, no nordeste do atual Tchad. Esse supercontinente de Gondwana abrangia então a África, a Índia, a América do Sul, a Austrália e a Antártica. O antigo Amazonas corria na direção inversa, ou seja, de leste para oeste, e desaguava no Pacífico. Quando o supercontinente se partiu, as plataformas se moveram em direções diferentes,separando o Amazonas da sua nascente. Quando então a plataforma sulamericana se chocou com a do Pacífico, a violência do impacto fez surgir a gigantesca Cordilheira dos Andes. Este imenso mar permaneceu durante um longo intervalo de tempo, recebendo sedimentos e dando continuidade ao processo de deposição sedimentar (RODDAZ et. al., 2010) e por esse motivo grande parte dos solos da bacia amazônica são formados por solos sedimentares, as quais são a areia (arenitos), o silte (siltitos), a argila (argilitos), os folhelhos e o calcário (PRESS et. al., 2006).
Geologicamente, a Amazônia é uma bacia sedimentar predominante, representada por formações cristalinas e sedimentares (Bacia paleozoico do Amazonas), com origem do Arqueano até o Holoceno. Essas formações sedimentares estão assentadas sobre o craton amazônico, na porção central, destacando-se as formações Içá e Alter do Chão, no extremo Norte a Formação Boa Vista e na porção oeste, merece destaque a Formação Solimões, pela forte influência sofrida pelo soerguimento dos Andes, onde os sedimentos depositados são responsáveis pela pedologia extremamente contrastante com o resto da Amazônia (Solos Eutróficos com Argila Ta). Dentre as Formações Cristalinas vale destacar Granitos e Gnaisses, relacionados ao embassamento cristalino Brasileiro e no extremo Norte as Formações Apoteri, associada a afloramentos de rochas vulcânicas básicas, representada por Basalto e Diabásio, datadas do juro-cretáceo e a Formação Surumu, associada aos afloramentos de rochas vulcânicas ácidas (Riolitos e Riodacitos). Essas duas geologias são responsáveis pela gênese de solos no extremo norte, atípicos para os padrões da região amazônica (Solos afetados por sódio) (VALE JUNIOR, 2007a).
TIPOS DE SOLOS DA BACIA AMAZÔNICA
O solo é um componente ambiental complexo, suas variações, no que se refere às propriedades físicas, químicas e biológicas são definidoras de padrões ecológicos e do próprio uso da terra, cujo potencial, a humanidade busca aproveitar para erguer as bases da sobrevivência, mas nem sempre de forma sustentável. O solo, como recurso para produção agrícola e pecuária, pressupõe, no mínimo, uma visão global de suas características, principais limitações, susceptibilidade à erosão e áreas de ocorrências (MOREIRA; VASCONCELOS, 2007).
É verificado que as classes de solos se distribuem conforme as condições dos fatores de formação mencionados, seguindo-se em ordem decrescente de área ocupada na Bacia amazônica: os Latossolos, Argissolos, Plintossolos e Espodossolos, predominando o caráter distrófico. Com exceção dos Luvissolos e Cambissolos eutróficos mapeados no estado do Acre, as pequenas manchas de solos eutróficos (Nitossolos, Chenossolos, Luvivossolos) mapeadas em outros estados são pequenas inclusões. No restante da Amazônia, essas classes de solos se repetem e de forma mais homogênea. Quando se sobrepõe as terras indígenas da Amazônia Legal sobre o mapa de solos, verifica-se que as etnias se distribuíram sobre as melhores manchas de solos (VALE JUNIOR, 2007b).
A classe dos Latossolos compreende solos minerais, não hidromórficos, que apresentam normalmente uma sequência de horizontes A, Bw [horizonte mineral bastante intemperizado, evidenciado por completa ou quase completa ausência (> 4%) de minerais primários facilmente intemperizáveis; apresentam estrutura forte muito pequena ou pequena granular, ou em blocos subangulares, bem como textura franco-arenosa ou mais fina e reduzidos teores de silte] (latossólico) e C, com pouca diferenciação entre os horizontes Bw e, em geral, com transição entre os horizontes plana e difusa (EMBRAPA, 2006c). 
Na Bacia amazônica, predominam o mineral de argila (1:1) caulinita e óxidos de ferro (goethita e hematita). A fração areia é dominada por minerais altamente resistentes ao intemperismo, principalmente o quartzo (COELHO et al., 2002) e alguns poucos fragmentos feldspáticos. Os Latossolos são profundos ou muito profundos, com espessuras quase sempre superiores a 2 m (MARQUES et al., 2004). Os Latossolos no Amazonas apresentam predominantemente caráter distrófico ou álico. Os valores predominantes de pH indicam solos de reação extremamente a moderadamente ácidos. São, predominantemente, Latossolos Amarelos; entretanto, há ocorrência, em menor escala, de Latossolos Vermelho- -Amarelos e Latossolos Vermelhos (SHINZATO et al., 2005).
Essa classe compreende solos minerais, não hidromórficos, que apresentam horizonte B textural (Bt) [horizonte mineral subsuperficial com textura franco-arenosa ou mais fina, onde houve incremento de argila; em geral, ou apresentam elevado gradiente textural ou há pouca expressão do gradiente, desde que o horizonte B seja bem estruturado e manifeste forte cerosidade na superfície de seus agregados estruturais], com perfis bem desenvolvidos, profundos e medianamente profundos, bem a moderadamente drenados. Distinguem-se dos Latossolos pela acentuada diferenciação de classe de textura entre os horizontes A e B, sendo os horizontes superficiais mais arenosos que os horizontes subsuperficiais (EMBRAPA, 2006c).
As características químicas dos Argissolos são muito variáveis. Nas partes centrais da bacia Amazônica são desenvolvidos a partir de sedimentos dos períodos Cretáceo/ Terciário, sendo predominantemente distróficos (menos de 50% do complexo de troca e cátions são saturados por bases trocáveis) e mesmo álicos (mais de 50% do complexo de troca de cátions são saturados pelo íon alumínio) (EMBRAPA, 1982).
Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006f), os Plintossolos são solos minerais que apresentam horizonte plíntico [horizonte mineral de espessura igual ou maior que 15 cm, caracterizado pela presença de plintita em quantidade igual ou superior a 15% por volume de solo; a plintita se refere a um material rico em óxidos de ferro, ou de ferro e alumínio, com a propriedade de endurecer irreversivelmente (petroplintita), sob efeito de ciclos alternados de umedecimento e secagem], petroplíntico ou litoplíntico. Na Amazonia predominam os caracteres distróficos ou álicos e são os solos predominantes em grandes áreas sob a vegetação de cerrados ou campos (MACEDO e TEIXEIRA, 2009).
Os Espodossolos são solos predominantemente arenosos, com acúmulo de matéria orgânica e compostos de ferro e/ou alumínio em profundidade. Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (EMBRAPA, 2006b), os Espodossolos são solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte diagnóstico subsuperficial B espódico (Bh) [horizonte mineral subsuperficial que apresenta acumulação iluvial de matéria orgânica e compostos de alumínio, com presença ou não de ferro iluvial; em geral, a estrutura do horizonte B espódico é maciça e pode se apresentar sob forma consolidada e de consistência extremamente dura; nesse caso, é denominado “orstein”]. 
Os Luvissolos compreendem solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural com argila de atividade alta e saturação por bases alta, imediatamente abaixo de horizonte A ou horizonte E. Estes solos variam de bem a imperfeitamente drenados, sendo normalmente pouco profundos (60 a 120cm), com seqüência de horizontes A, Bt e C, e nítida diferenciação entre os horizontes A e Bt, devido ao contraste de textura, cor e/ou estrutura entre eles. A transição para o horizonte B textural é clara ou abrupta, e grande parte dos solos desta classe possui mudança textural abrupta. Podem ou não apresentar pedregosidade na parte superficial e o caráter solódico ou sódico, na parte subsuperficial (EMBRAPA, 2006d).
Os Chernossolos compreendem solos constituídos por material mineral, com horizonte B incipiente subjacente a qualquer tipo de horizonte superficial, desde que em qualquer dos casos não satisfaçam os requisitos estabelecidos para serem enquadrados nas classes Vertissolos, Chernossolos, Plintossolos, Organossolos (EMBRAPA, 2006a).
Os Nitossolos compreendem solos constituídos por material mineral, com horizonte B nítico, textura argilosa ou muitoargilosa (teores de argila maiores que 350g/kg de solo a partir do horizonte A), estrutura em blocos subangulares ou angulares, ou prismática, de grau moderado ou forte, com cerosidade expressiva nas superfícies dos agregados. (EMBRAPA, 2006e).
As Terras Pretas de Índio (TPI) são áreas encontradas principalmente na Amazônia, cujos solos apresentam horizontes superficiais escuros e férteis (epieutróficos). As cores escuras desses horizontes superficiais são devidas à elevada concentração de algumas formas aromáticas de carbono (black carbon), de origem predominantemente pirogênica (GLASER, 2007), muito estáveis e de alto poder pigmentante. Adicionalmente, apresentam grande densidade de cargas negativas, que confere a esses horizontes elevada capacidade de troca de cátions (CTC) (LIANG et al., 2006). Essas áreas são também caracterizadas por elevadas concentrações dos cátions: cálcio, magnésio, zinco e manganês (GLASER, 2007). Os solos que apresentam os horizontes típicos das TPIs não têm uma classificação específica no sistema brasileiro de classificação de solos, sendo caracterizados nos levantamentos como solos com horizonte A antrópico, de Argissolos e Latossolos e, menos frequentemente, da classe dos Plintossolos e Espodossolos (TEIXEIRA et al., 2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se verificar que os solos como são hoje, a partir das suas formações geológicas primárias e seus processos intempéricos, são resultados de um processo que durou milhões de anos e ainda está ocorrendo diariamente, transformando rocha em solos. Os solos na verdade se modifica sempre e suas propriedades não são estáveis, podendo distinguir-se geomorficamente ou quimicamente. Isso se vê frequentemente nos solos amazônicos, que perdem ou agregam propriedades com o relevo, o clima e as precipitações.
Embora os solos amazônicos, serem em sua maioria, coberto por águas de rios, florestas e áreas protegidas, apresentam boa formação, mesmo que quimicamente pobres. Em sua maioria são solos bem intemperizados e profundos e oferecem boas quantidades de argila, sendo bons para a agricultura. Mesmo que isolados, algumas formações de solos amazônicos não classificados, como a Terra preta de índio, são exemplos de transformação antrópica favorável aos solos, decorrente da deposição de matéria orgânica.
Por fim, saber como os solos foram formados, geologicamente e historicamente, é base para atribuir sua qualidade de usos nos dias atuais pode inferir de maneira mais precisa onde estão os solos destinados a cada tipo de atividade que se queira praticar neles.
REFERENCIAS BILBIOGRÁFICAS
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EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos: Latossolos. 2. ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA, 2006c. 161 p.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos: Luvissolos. 2. ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA, 2006d. 177 p.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos: Nitossolos. 2. ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA, 2006e. 193 p.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos: Plintossolos. 2. ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA, 2006f. 215 p.
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