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planejamento e controle de produçao unidade 1

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Planejamento e 
Controle da Produção
Sistemas da Produção
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Antonio Marcos Crivelaro
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
5
•	Introdução
•	Atividades do Planejamento e Controle 
da Produção;
•	Sistemas de Produção
Nesta unidade, serão apresentados os objetivos do planejamento e controle da produção – 
PCP, bem como suas principais atividades nas etapas de planejamento e programação dos 
recursos e do controle do processo. São apresentados, também, os sistemas de produção dos 
processos de conversão (manufatura) e de transferência (serviços).
Para melhor aprendizado, é muito importante que você leia e estude o material teórico 
da unidade e a bibliografia recomendada. Também é fundamental que você participe das 
atividades propostas para a unidade.
Compreender a importância do planejamento e do controle 
da produção, seus objetivos e atividades componentes como 
ferramentas do processo produtivo de bens e serviços, na 
apropriação e otimização de recursos de produção.
Identificar e compreender os sistemas de produção em 
manufatura. 
Sistemas da Produção
6
Unidade: Sistemas da Produção
Contextualização
Aspectos do dia a dia de nossa vida pessoal ocorrem também nas atividades profissionais. 
Exemplo disso é a necessidade da formulação de planos e do estabelecimento de objetivos a 
serem alcançados, algo que ocorre também nas indústrias e empresas prestadoras de serviços. 
Toda vez que são formulados objetivos é necessário formular planos de como atingi-los. Nesse 
planejamento, é necessário definir e organizar instalações, equipamentos, recursos humanos e 
as quantias monetárias necessárias para a implantação de determinadas ações. No âmbito da 
administração da produção, esse processo é realizado pela função do Planejamento e Controle da 
Produção, que fornece informações necessárias para o dia a dia do sistema produtivo, reduzindo 
os conflitos existentes entre os vários departamentos da empresa (por exemplo: estoques e vendas).
Exemplificando com fatos do cotidiano, o que é necessário para realizar um churrasco 
entre amigos utilizando a churrasqueira a carvão do condomínio? Para que ocorra um correto 
dimensionamento nas quantidades de carnes, pães, vinagrete, saladas, bebidas e sobremesas 
(sem esquecer-se do carvão!), é necessário saber quantos convidados estarão presentes e qual é 
o consumo médio de cada item citado. Tendo essas informações, estabelecem-se as quantidades 
de cada produto e os equipamentos necessários (espetos, grelhas, facas etc.). Quantas pessoas 
ficarão na churrasqueira manuseando as carnes e quantas ficarão no apoio servindo os amigos? 
Todas essas preocupações são consideradas quando se contrata uma empresa especializada em 
fazer churrascos em condomínios.
Uma empresa especializada na realização de eventos se preocupa, porém, com mais itens, por 
exemplo: a manutenção das churrasqueiras portáteis (caso necessite utilizar no local do evento), 
a utilização de espetos e grelhas profissionais que ofereçam maior produtividade e facilidade 
de limpeza, a previsão de uma reserva de segurança na quantidade de carne e o carvão a ser 
comprado. E a carne é macia? De nada adianta todas essas preocupações se ocorrer a seleção 
de produtos com baixa qualidade.
Após conhecer vários aspectos dessa empresa, falta saber o preço desse churrasco. Para conseguir 
um bom preço, é necessário efetuar cotação com no mínimo três empresas de porte similar.
Imaginando agora que a empresa já foi contratada e chegou o momento de começar a colocar 
as carnes para assar, pergunta-se: qual a melhor estratégia de produção de churrasco? Assar 
antecipadamente 25% das carnes para que no momento de pico todos os participantes sejam 
atendidos prontamente? Ou assar apenas o que for solicitado? E se a demanda for superior à 
planejada, existe a possibilidade de trazer mais carnes para o churrasco? 
A experiência da equipe também é importante para saber oferecer a carne no ponto desejado 
pelo cliente (mal passada, ao ponto ou muito assada), no manuseio da maior quantidade de 
carne possível na área disponível da churrasqueira, na distribuição com agilidade das carnes 
fatiadas a todos os participantes e na limpeza dos ambientes da churrasqueira e da área de 
alimentação ao término do evento.
Assim, com esse exemplo simples de nosso cotidiano, lembramos que a empresas pode 
apresentar situações muito mais complexas em seu dia a dia. 
Cabe ao engenheiro de produção identificar os processos de produção envolvidos, suas 
características e fatores intervenientes.
7
Introdução
O Planejamento e Controle da Produção, também denominado pela sigla PCP, consiste em 
um processo utilizado no gerenciamento das atividades de produção. 
Inicialmente é importante conhecer algumas definições básicas:
Produto – é tudo o que pode ser comercializado, sendo dividido em Bens e Serviços;
Bens – são os produtos dos quais se tem propriedade. Eles podem ser tangíveis, ou seja, 
podem ser tocados – como um aparelho de telefone –, ou intangíveis, que não podem ser 
tocados – como as ideias, os projetos e as fórmulas;
Serviços – são os produtos dos quais não se tem propriedade. Eles são inerentes a quem 
presta os serviços. Por exemplo: os serviços de consultoria, de vigilância ou de limpeza;
Matérias primas – são os materiais básicos empregados para a execução de um produto. 
A matéria-prima é o material base de um produto, sendo a ele agregada. Por exemplo: o 
plástico é matéria-prima na produção do acabamento dos automóveis;
Insumos – são todos os tipos de produtos necessários para a fabricação de outros, mas que 
não fazem parte desses. Por exemplo: máquinas, água e energia elétrica;
Produtividade – é a capacidade de se produzir mais utilizando cada vez menos recursos 
e em menos tempo. O foco da produtividade é a redução de custos da produção para a 
melhoria competitiva no mercado. Por exemplo: a variação da produtividade de um setor 
entre os períodos diurno e noturno; 
Produção – é uma medida que avalia os resultados de uma atividade. Por exemplo: quantas 
peças foram produzidas por hora;
Eficiência – medida de desempenho que relaciona o consumo e o disponível. Por exemplo: 
a comparação entre o consumo de energia elétrica de duas máquinas similares;
Eficácia – medida de desempenho que relaciona as ações realizadas em relação às 
propostas. Por exemplo: um aumento ou redução da produção realizada em relação à 
produção planejada;
Cliente – é quem paga pelo produto;
Consumidor – é quem utiliza o produto;
Manufatura – sistema produtivo com a utilização de máquinas;
O PCP é um processo que tem seu início no planejamento dos produtos que serão produzidos 
(bens) ou realizados (serviços), passando pela programação dos recursos necessários para 
sua produção/realização (financeiros, materiais e humanos) nos diversos horizontes de tempo 
(curto, médio e longo prazos), concluindo com a etapa de controle do processo, que consiste 
no monitoramento e na correção de eventuais desvios da produção planejada, possibilitando a 
diminuição de seus custos operacionais. 
8
Unidade: Sistemas da Produção
A definição numérica dos horizontes de planejamento:
- Curto prazo: de 3 meses a 12 meses;
- Médio prazo: de 12 meses a 36 meses;
- Longo prazo: de 36 meses a 60 meses.
Planejamento de longo prazo é algo que você começa hoje para terminar daqui algum tempo, 
digamos, quatro anos depois, num cenário sem mudanças que alterem sua decisão – uma obra, 
um curso, um programa, um governo, etc. Planejamentos de longo prazo viraram quase uma 
lenda nas empresas. Podem até existir, mas a maior parte dos profissionais nunca viu.
“Drucker1 repetia sempre que ‘O planejamento estratégico não trata de decisões 
futuras. Trata do que haverá no futuro com base nas decisõesdo presente’. 
Estratégico é um futuro incerto e que os elementos e indicações do presente 
permitem que se especule, se desenhem cenários, se faça previsões. Em relação 
ao futuro e se atue em função disso, operacionalmente naquela direção. E no 
caminho se mantenha, corrija, ou se ajuste o cenário projetado. O estratégico é 
o incerto, sobre o qual se quer antecipar. É a mobilização de todos os recursos 
da empresa no âmbito global visando atingir objetivos definidos previamente. É 
uma metodologia gerencial que permite estabelecer o caminho a ser seguido pela 
empresa, visando elevar o grau de interações com os ambientes interno e externo.
Num mundo como o de hoje, onde a inovação se dá a qualquer momento e 
em qualquer campo e onde a obsolescência não tem prazo, chegar na frente 
é ser mais competitivo que os demais. Nesse sentido pensar estrategicamente 
é o diferencial. O conhecimento da organização, da sua arquitetura, de seus 
processos e a organização como um sistema gerador de bens e serviços, 
fornecerá a base para o planejamento”.
Fonte: http://www.partnerconsulting.com.br/artigos_det.asp?artigo=95&pagina=2
Na etapa de planejamento, devem ser determinadas as quantidades dos bens que serão 
produzidos ou dos serviços que serão realizados, bem como definidas o melhor arranjo 
físico para o processo de produção, com o objetivo de realizar o melhor aproveitamento do 
fluxo de insumos. 
O PCP tem a função principal de auxiliar os gestores no gerenciamento da produção e 
oferecer suporte a suas tomadas de decisões, porque as metas de produção a serem atingidas 
são de sua responsabilidade.
A empresa que não possuir um PCP bem configurado terá dificuldades em alcançar os índices 
de produtividade e qualidade que o mercado exige e não conseguirá gerenciar suas ações de 
maneira mais objetiva, dinâmica e eficaz.
Uma das maiores dificuldades para o bom desempenho da função PCP refere-se aos 
relacionamentos. Por administrar informações de diversas áreas, o PCP está em constante 
processo de negociação com os diferentes agentes dentro do processo produtivo. 
1 Peter Drucker (1909-2005), professor austríaco considerado um dos maiores pensadores da administração moderna.
9
A figura 1 apresenta alguns dos possíveis questionamentos que o gerente de produção mantém 
com os gerentes de vendas, marketing, suprimentos e logística, por exemplo; as respostas devem 
ser obtidas por meio da colaboração de todas as áreas envolvidas.
Problemas pertinentes ao sistema produtivo: 
- Como manter níveis de produção estáveis se a demanda é totalmente instável? 
- É possível a produção atender ao planejamento, otimizando ao máximo os recursos existentes 
sem deixar de atender aos clientes?
- Como evitar a falta de diferentes materiais, nas diferentes quantidades, em prazos distintos, 
com fornecedores variados e evitando uma demanda instável que inviabilize o plano de 
produção e de vendas?
- Qual é o nível de estoque mais baixo possível de cada matéria-prima, insumo ou produto acabado, 
levando em consideração não imobilizar demasiadamente os recursos financeiros da empresa?
Neste início de século 21, em um mundo globalizado que deseja automatizar ao máximo 
as etapas de cada processo de manufatura, deve-se decidir qual mão de obra será utilizada – 
humana ou mecânica – para a transformação das matérias primas e dos insumos em produtos 
ou serviços finais. 
A figura 2 apresenta um robô com uma garra para pegar objetos e a figura 3 apresenta uma 
mulher trabalhado em uma linha de montagem de motores à combustão.
Domínio Público The Library of Congress
Figura 2 - Robô pegando uma lata de refrigerante. Figura 3 - Operária de uma fábrica de motores.
 
 Explore
A importância do PCP: https://www.youtube.com/watch?v=JV43F5Upr6M
10
Unidade: Sistemas da Produção
Atividades do Planejamento e Controle da Produção
O PCP envolve diversas atividades, destacam-se:
- Previsão da demanda: os gerentes de produção buscam dimensioná-la e os 
respectivos recursos materiais e humanos necessários por meio da utilização de métodos 
estatísticos ou subjetivos de previsão. A previsão da demanda é a principal informação 
empregada pelo PCP e afeta de forma direta o desempenho esperado das funções de 
planejamento e controle do sistema produtivo. A previsão de demanda assume um 
papel ainda mais importante quando a empresa adota uma estratégia de produção para 
estoque. Essas previsões são usadas em dois momentos distintos: longo prazo (bens/
serviços, instalações, equipamentos) e curto prazo (planos de produção, armazenagem 
e compras, sequenciamento de etapas de produção). A figura 4 apresenta uma 
prateleira de supermercado contendo produtos de higiene e beleza. Esses produtos 
não apresentam períodos de sazonalidade de vendas porque são utilizados diariamente 
pelos seus consumidores. A figura 5 é uma planta de apartamento localizado em uma 
cidade litorânea. Imóveis desse tipo apresentam maior procura para compra e aluguel 
nos meses com as temperaturas mais altas no ano.
Domínio Público Imobiliária THÁ - Terrasse Noveau
Figura 4 - Venda de produtos de higiene e beleza. Figura 5 - Apartamento localizado em cidade praiana.
The Library of Congress
Figura 6 - Transporte de madeira em caminhão excedendo o peso.- Planejamento da capacidade de 
produção: a partir da previsão de 
demanda para datas futuras e da análise 
da capacidade real atualmente instalada, 
determina-se a necessidade de adequação 
(aumento ou redução) da capacidade de 
produção para melhor atender a demanda 
a médio e longo prazo. A mudança da 
capacidade se baseia, dessa forma, na 
previsão da demanda. Há duas estratégias 
básicas para decidir sobre a alteração da 
capacidade: a antecipação à demanda e o acompanhamento da demanda. Frequentemente, 
os sistemas operacionais são projetados para serem operados abaixo da capacidade, 
11
o que se denomina como folgas ou ociosidades. Contudo, existem casos em que, quando 
um sistema opera com filas de espera, a capacidade está sendo usada ao máximo, ou seja, 
100% de sua capacidade. Existem ainda casos em que o sistema opera muito acima da 
capacidade, por exemplo: quando um caminhão transporta excesso de peso configurando 
situação de risco. A figura 6 apresenta uma situação de excesso de peso no transporte de 
madeira a ser utilizada na indústria de papéis.
Petr Vins/Freeimages.com
Figura 7 - Garrafas de cerveja.- Planejamento agregado da produção 
(PAP): o principal objetivo do PAP é 
elaborar um plano de produção que 
atenda a demanda futura pelo menor 
custo possível. Tem como foco obter a 
estratégia de produção mais adequada 
para a empresa, determinando níveis 
de produção, de força de trabalho e de 
estoques para atender a uma demanda 
flutuante. Existem outros fatores que devem 
ser levados em conta no PAP: múltiplas 
localidades produtivas e de distribuição com custos diferenciados; custos de transporte e 
de impostos diferentes de acordo com a origem e o destino do produto; sazonalidade dos 
custos de produção; e múltiplos estágios de produção. Consta do PAP as decisões sobre 
os volumes de produção e estoque mensais, a contratação de pessoas, o uso de horas 
extras e os contratos de fornecimento e serviços logísticos. A indústria cervejeira (figura 
7) necessita de um PAP muito bem elaborado porque possui vários pontos de fabricação, 
uma quantidade muito maior de locais de armazenamento e uma distribuição varejista de 
dimensões nacionais – além desses aspectos, também influenciam os custos logísticos e a 
escolha geográfica da fonte de água que abastece a cervejaria, por exemplo.
Gavin Fordham/Freeimages.com
Figura 8 - Barras de aço – matéria-prima.- Programação mestra da produção 
(PMP): trata-se da operacionalização 
dos planos de produção no curto prazo 
por meio de uma integração plena com 
o planejamentoestratégico da empresa. 
Na PMP, são analisados e direcionados 
os recursos (máquinas, pessoas, matérias 
primas, insumos) no tempo certo para a 
determinação do programa de produção dos 
vários produtos que a empresa fabrica. Nessa 
etapa, temos uma definição mais precisa dos 
itens e das quantidades de produção e de estoque, com um grau de detalhamento maior que 
o utilizado no planejamento agregado, incluindo não apenas previsões de demanda, como 
também pedidos efetivados. A PMP tem a função de balancear e coordenar suprimentos e 
demanda dos produtos acabados, decidir a necessidade de uso de horas extras e subcontratações, 
variar os tempos de entrega e recusar pedidos que não possam ser entregues na data solicitada. 
12
Unidade: Sistemas da Produção
Assim, a PMP tem a finalidade de definir o que a empresa planeja produzir – indicando 
configuração, quantidades e datas específicas – de modo que atenda a demanda identificada 
e compatível com a capacidade produtiva da empresa. As decisões tomadas por meio do 
planejamento de capacidade afetam os seguintes aspectos de desempenho da empresa: receita 
(decisão de produção para estoques e para a antecipação da demanda), qualidade dos serviços 
(grandes flutuações de capacidade), velocidade de resposta à demanda (uso de capacidade 
excedente) e confiabilidade (proximidade dos níveis de demanda e de capacidade produtiva). 
A figura 8 apresenta barras de aço que são matéria-prima na confecção de peças mecânicas.
Alaasafei/Freeimages.com
Figura 9 - Painel de máquinas de conformação mecânica.- Programação detalhada da produção 
(PDP): é a operacionalização propriamente 
dita do “chão da fábrica”, definindo as 
atividades de administração de materiais, 
sequenciamento as ordens de produção 
e a emissão e liberação dessas ordens. 
Algumas medidas de desempenho podem 
ser avaliadas para verificar os custos e 
o tempo de fabricação, sabendo assim 
como está a eficácia do detalhamento 
da programação: tempo de fluxo das 
ordens (intervalo entre a liberação e a conclusão da ordem de produção), tempo total 
de processamento de um grupo de tarefas, atraso total em relação aos prazos de entrega 
acordados e estoque em processo (quantidade de ordens de produção abertas). 
- Controle da produção: é a última etapa do PCP e consiste no acompanhamento dos 
processos produtivos, tem a finalidade de verificar o andamento da produção conforme o 
planejado. As fases do controle da produção são:
- Estabelecimento de padrões: quantidade (volume de produção e quantidade de estoque), 
qualidade (matéria-prima e especificações de produto), tempo (tempo padrão ou médio 
para produzir um determinado produto) e custo (de produção, de venda e de estocagem);
- Avaliação do desempenho: monitoramento das atividades e comparação com os padrões 
estabelecidos. Os métodos mais utilizados são os controles visual e por amostragem;
- Ação corretiva: correção de falhas no processo produtivo.
A figura 10 apresenta uma peça mecânica de precisão contendo roscas, parafusos e partes 
destinadas a acoplamento. A confecção de rosca em peças gera o aparecimento de uma grande 
quantidade de cavacos metálicos (figura 11).
Damian Searles/Freeimages.com
Figura 10 - Peça mecânica de precisão.
Piotr Menducki/Freeimages.com
Figura 11 - Cavacos metálicos.
13
Domínio Público
Figura 12 - Caçamba com resíduos a serem reciclados.No plano da gestão ambiental, o problema básico 
da indústria brasileira é o elevado volume de resíduos 
derivados da atividade produtiva, causado pelo alto 
índice de perdas de matérias-primas no processo 
produtivo. Outro agravante é a variação da composição 
dos materiais que formam o produto.
O descarte de lixo industrial deve ser feito com base 
nas leis ambientais e buscando a prática da reciclagem. 
A figura 12 apresenta uma caçamba metálica repleta de 
resíduos com destino à reciclagem.
Revisão
. PCP - Planejamento e Controle da Produção.
. PAP - Planejamento Agregado da Produção.
. PMP - Programação Mestra da Produção.
. PDP - Programação Detalhada da Produção.
Sistemas de Produção
Sistemas de produção podem ser definidos como tipos de processos utilizados em manufatura 
de bens e execução de serviços. É a maneira pela qual organiza-se a produção de bens e serviços 
com características diferentes de volume e variedade.
Os processos de conversão estão relacionados à manufatura (mudança no formato da 
matéria-prima e mudança da composição do produto) e os processos de transferência aos 
serviços (transferência de conhecimentos e/ou tecnologia).
Os tipos de sistema de manufatura são: tradicional, cruzada de Schroeder e produção enxuta. 
No sistema tradicional, há três tipos de processos diferentes: contínuo (produção em massa), por 
lotes (produção por encomenda) e de grandes projetos (produção sem repetição). 
Luiz Baltar/Freeimages.com
Figura 13 - Extração de petróleo.
No sistema de manufatura tradicional, 
tipo produção contínua, ocorrem grandes 
volumes e pouca variedade. Os produtos 
são padronizados, não flexíveis e as etapas de 
produção fluem numa sequência prevista de 
um posto de trabalho para outro. A extração 
de petróleo e o seu refinamento é um exemplo 
de produção continua (figura 13).
14
Unidade: Sistemas da Produção
Joe Zlomek/Freeimages.com
Figura 14 - Fabricação de doces.No sistema de manufatura tradicional, 
tipo produção por lotes, cada categoria de 
produto tem o seu processo e, ao fim de cada 
lote, os produtos podem ser diversificados. 
Há famílias de produtos com pouca variação. 
A programação da produção deve ser do 
conhecimento de todos antes do início do 
processo. O controle de estoques deve ser 
perfeito. A figura 14 apresenta a confecção de 
um lote de doces.
No sistema de manufatura tradicional, 
tipo produção de grandes projetos, 
os volumes são baixos e possuem grande 
variedade. É um processo de longa duração 
e com início e fim bem definidos. As tarefas 
possuem pouca ou nenhuma repetitividade. 
A construção de pontes e estradas de ferro 
se enquadram nessa categoria. A figura 15 
apresenta uma ponte histórica.
O sistema de manufatura cruzada de Schroeder considera duas dimensões: de um lado, 
a dimensão tipo de fluxo de produto, que tem maneira semelhante à classificação tradicional; 
de outro, a dimensão tipo de atendimento ao consumidor. O sistema de produção cruzada de 
Schroeder considera as seguintes dimensões de atendimento ao consumidor:
- Sistemas orientados para estoque: buscam oferecer atendimento rápido e previsão de 
demanda (gestão de estoque e planejamento da capacidade);
- Sistemas orientados para encomendas: discussão de prazo de entrega e preço e oferta de 
produtos adequados à necessidade dos clientes;
Figura 16 - Sistema de Produção Cruzada de Schroeder.
O sistema de manufatura da produção enxuta é também conhecido como TPS (Toyota 
Production System ou, em português, Sistema Toyota de Produção), Lean Manufacturing e 
Produção Lean. A adoção de conceitos ligados à produção enxuta auxilia a manutenção da 
competitividade da empresa porque busca maior qualidade e eficiência a menor custo.
Gosiakkk/Freeimages.com
Figura 15 - Ponte antiga na cidade de Florença (Itália).
15
Produção Enxuta: 
Um conjunto de princípios, práticas e ferramentas usadas para criar um valor 
preciso ao consumidor – sendo estes um produto ou serviço com melhor 
qualidade e poucos defeitos – com menos esforços humanos, menos espaço, 
menos capital e menos tempo do que os sistemas tradicionais de produção em 
massa (LEAN ENTERPRISE INSTITUTE, 2007).
Atualmente, raros são os exemplos onde é possível desassociar a produção de bens e a 
prestação de serviços. A administração de serviços externos (para o público externo às empresas) 
ganhou atenção geral por se apresentar como grande diferencial competitivo em ummundo no 
qual há muita semelhança entre os bens, a maioria com certificados de qualidade padronizados. 
A administração de serviços interna (para o público interno das empresas) ganhou destaque 
por causa da enorme quantidade de atividades de produção que existe dentro de um sistema 
composto por subsistemas, pois vários desses subsistemas são compostos por serviços que dão 
suporte à atividade de manufatura da empresa (administração financeira, administração de 
recursos humanos, etc.).
A prestação de serviço é fortemente influenciada pela mão de obra e pelos desejos do cliente. 
O contato da mão de obra prestadora dos serviços com os clientes e o aspecto subjetivo de 
atuação do profissional são exemplos da dificuldade de gerenciamento de serviços. 
Os sistemas de prestação de serviços são:
Serviços profissionais – a prestação de serviços especializados com alta customização. 
Suas características são:
. Alto contato com os clientes, adaptável para atender às necessidades individuais deles;
. Baseados em pessoas, ênfase no processo (como o serviço é prestado);
. Cada projeto é diferente e há alta customização (atendimento personalizado).
Exemplos: consultoria de gestão, advogados, arquitetos, engenheiros, médicos, cirurgiões, 
auditores, etc.
Serviços de massa – a prestação de serviços gerais com baixa customização. Suas 
características são:
. Lidam com muitas transações de clientes;
. Baseados em equipamentos, ênfase no produto (o que é fornecido);
. Pessoal, em geral não especializado, com tarefas precisamente definidas e rotinas 
preestabelecidas;
. Baixa customização.
Ex.: supermercados, aeroportos, livrarias, emissoras de televisão, polícia, serviços públicos, etc.
Lojas de serviço – a prestação de serviços com customização por segmentação de mercado. 
Suas características são: 
. Posicionado entre os extremos dos dois tipos anteriores: níveis de contato com o 
cliente, customização, volume de clientes e liberdade de decisão do pessoal que 
atende/presta o serviço;
16
Unidade: Sistemas da Produção
. Envolve pessoas e equipamentos;
. Ênfase no produto e nos processos.
Ex.: bancos, lojas, restaurantes, operadoras de turismo e lazer, escolas, hotéis, etc.
Você Sabia ?
O pensamento enxuto criado pelo Sistema Toyota de Produção tem como base cinco princípios:
1) Valor: o cliente é quem deve definir o valor e cabe às empresas determinarem qual é essa 
necessidade, procurar satisfazê-la e cobrar por isso um preço específico;
2) Fluxo de Valor: dissecar a cadeia produtiva e a eliminação dos processos que não agregam valor;
3) Fluxo Contínuo: o feito imediato da criação de fluxos contínuos pode ser sentido na redução 
dos tempos de concepção de produtos, de processamento de pedidos e de estocagem;
4) Produção Puxada: o consumidor passa a “puxar” o fluxo de valor, reduzindo a necessidade 
de estoque e valorizando o produto;
5) Perfeição: a busca do aperfeiçoamento contínuo em direção a um estado ideal deve nortear 
todos os esforços da empresa com processos transparentes a todos os membros da cadeia.
Trocando Ideias
Qual o sistema de produção mais adequado para a produção de alimentos congelados?
Resposta: Ao manusear a embalagem de um alimento congelado, devem ser verificadas as datas 
de fabricação, de vencimento da validade para consumo e o número do lote. Essas informações 
permitem auxiliar a empresa no rastreamento do produto e, também, fica claro que na produção 
de alimentos congelados é utilizado o sistema de manufatura tradicional tipo produção por lotes. 
Grande quantidade de produtos congelados é primeiramente fabricada para, depois, utilizando-se 
de campanhas de marketing, ser vendida.
Ideias-chave
O PCP é um processo, cujas fases são:
Planejamento dos produtos – o que, quanto e quando será produzido (bens) ou realizado (serviços);
Programação dos recursos – quanto e quando os recursos (financeiros, materiais e humanos) 
são necessários;
Controle do processo – como e quando fazer o monitoramento do processo.
17
Material Complementar
•	 YAMAUTE, Nilton M.; CHAVES, Carlos Alberto; CARDOSO, Álvaro Azevedo. Princípios de 
Gestão da Produção Enxuta: a arma da Toyota para destronar a GM. Disponível em: 
<http://www.aedb.br/seget/artigos07/1059_Artigo_STP_Nilton_%20SEGeT%20FINAL.pdf>.
•	 WALTER, Alexandre. Um método de modelagem de sistemas de produção de 
serviços baseado no mecanismo da função produção. Disponível em: <http://www.
producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/Alexandre%20Walter.PDF>. 
•	 LAZARIN, Daniel França. Estratégia de produção e a abordagem da manufatura 
enxuta: estudos de caso no setor de autopeças brasileiro. Disponível em: <http://
www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6321>. 
18
Unidade: Sistemas da Produção
Referências
ANTUNES FILHO, J. A. V. e outros. Sistemas de Produção – conceitos e práticas para 
projeto e gestão da produção enxuta. Porto Alegre: Bookman, 2008.
CORRÊA, H.L.; GIANESI, I.G.N.; CAON, M. Planejamento, programação e controle da 
produção. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
COSTA NETO, P.L.O. Qualidade e competência nas decisões. São Paulo: Editora Blücher, 
2007.
FERNANDES, F.C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e Controle da Produção – dos 
fundamentos ao essencial. São Paulo: Atlas, 2010.
HENRIQUE, L.C.; CARLOS, A.C. Administração de produção e operações. São Paulo: 
Atlas, 2004.
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