Buscar

A FEDERAÇÃO BRASILEIRA

Prévia do material em texto

A FEDERAÇÃO BRASILEIRA
O Brasil adotou o federalismo desde a proclamação da República em 1889. Estado federado é forma de Estado soberano, com personalidade jurídica de Direito Público Internacional e com capacidade para a autoderminação. É um todo formado pela união dos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Cada um desses entes é autônomo entre si, com governo próprio e diplomas legais específicos (Constituições Estaduais, Lei Orgânica do Distrito Federal e Leis Orgânicas Municipais) de acordo com as competências definidas pela Constituição Federal (CF) de 88.
União: é entidade federativa autônoma em relação aos Estados-membros e municípios, e não se confunde com Estado Federal. Como pessoa jurídica de Direito Público Interno pode agir em nome próprio ou em nome de toda a federação, uma vez que lhe cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro.
Estados-membros: são entes da federação, pessoas jurídicas de Direito Público Interno e têm capacidade para auto-organização própria (Constituições Estaduais e Lei Orgânica do Distrito Federal) auto-governo e auto-administração.
Distrito Federal: É vedada a possibilidade de se subdividir em municípios. Tem a mesma natureza federativa dos Estados-Membros e Municípios. Acumula as competências legais destinadas aos Estados e Municípios.
Municípios: Foram erigidos a ente autônomo da federação em 1988, pessoas de Direito Público Interno com capacidade também para a auto-organização própria (Leis Orgânicas Municipais) auto-governo e auto-administração.
O art.1° estabelece os fundamentos do Estado Federado
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
O art.19 da CF relaciona as proibições a todos os entes federativos:
“Art. 19 É vedado à união, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II- recusar fé aos documentos públicos;
III- criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.”
Competências dos entes da Federação
União – as competências estão relacionadas nos artigos 21 e 22 da CF. Ressaltam-se aquelas relacionadas aos direitos humanos:
- manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
- declarar a guerra e celebrar a paz;
- assegurar a defesa nacional;
- permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
- decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
Município - A competência privativa do município está enumerada no art.30 da CF, entre as quais:
– legislar sobre assuntos de interesse local;
– suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
– instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
– criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
– organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
– manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
– prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
- promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
– promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Estados-membros – Os Estados possuem competência concorrente com a União, cabendo a esta legislar sobre normas gerais e a estes sobre normas específicas. Essa competência está prevista no art.24 da CF.
“Art.24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II – orçamento;
III – juntas comerciais;
IV – custas dos serviços forenses;
V – produção e consumo;
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII –responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IX – educação, cultura, ensino e desporto;
X– criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI – procedimento em matéria processual;
XII –previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII –assistência jurídica e defensoria;
XIV – proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV – proteção à infância e à juventude;
XVI – organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§1° No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§2° A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§3° Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§4° A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.”
O Distrito Federal acumula as competências reservadas aos municípios e estados-membros.
Competência Comum
Diz respeito às obrigações impostas aos três entes da Federação (União, Estados e Municípios), cabendo a cada um procurar atender às atribuições relacionadas. Está prevista no art. 23 da CF.
“Art.23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiências;
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico e cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.”
A Federação consiste na união de dois ou mais Estados, na qual cada um conserva a autonomia interna e transfere a soberania externa a um organismo central. É uma organização formada sob a base de uma divisão de poderes entre o Estado Federal e as unidades federativas,de modo que aquele tenha soberania em relação a quaisquer outros poderes, seja no plano interno ou externo, enquanto que estas são entidades providas de autonomia política.
O Estado Federal, em oposição à forma unitária de Estado, apresenta uma divisão espacial do Poder, ou seja, dentro do mesmo território há mais de uma entidade governamental. Daí decorre a idéia de que a descentralização não é meramente administrativa, mas também política.
Na Federação, os Estados-Membros abdicam de sua soberania. Isto porque, apenas o Estado Federal, órgão central que representa a União dos Estados autônomos sob a égide da Constituição Federal, é dotado de soberania – poder de autodeterminação plena não condicionada a nenhum outro poder interno ou externo.
No entanto, os entes federativos gozam de autonomia político-administrativa, uma vez que o Estado Federal confere-lhes poderes a fim de que possam se autodeterminar dentro de suas respectivas esferas de competências, exercendo internamente funções legislativas, executivas e judiciárias.
Além da descentralização política e da repartição de competências, outras características essenciais da forma federativa de Estado, segundo o modelo norte-americano, merecem ser salientadas, a saber:
a) A existência de Constituição Federal: é a base jurídica da Federação, dando unidade à ordem jurídica do Estado Federal.
b) A limitação das Constituições dos Estados Federados, pois estas devem ser compatíveis com a Constituição Federal
c) A Indissolubilidade: os entes federativos não possuem direito de secessão, sobe pena de sofrerem intervenção federal
d) A Intervenção federal: é o mecanismo garantidor do equilíbrio federativo.
e) A aliança de Estados para formar um novo Estado: Os Estados federados se unem para constituir o Estado Federal. Porém, somente este último goza de supremacia interna e externa. Os Estados-Membros são apenas autônomos. Sendo que, a capacidade de autodeterminação dos entes da Federação é dimensionada conforme o círculo de competências e limitações traçado pelo Poder soberano no texto da Constituição Federal.
f) Composição bicameral do Poder Legislativo: Câmara e Senado.
g) Sistema Judiciarista: órgão de equilíbrio federativo e de segurança Constitucional. No Brasil, este órgão corresponde ao Supremo Tribunal Federal, guardião da Lei Maior do Estado.
A intervenção federal na Constituição Federal
DA INTERVENÇÃO
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII;
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV - de provimento, pelo Superior Tribunal de Justiça, de representação do Procurador-Geral da República, no caso de recusa à execução de lei federal. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
ESTADO DE DEFESA (art. 136 CF/88)
É uma situação em que se organizam medidas que se destinam a vencer ameaças contra a ordem pública ou à paz social, disposto no art. 136 CF/88. É uma medida mais branda onde para a sua decretação se faz necessária a autorização do Congresso Nacional.
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçada por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
O Presidente da República não é obrigado a obedecer a opinião apresentada pelo Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, podendo não agir em concordância com a opinião destes. Essas opiniões possuem apenas natureza consultiva e não tem efeito vinculativo à opinião do Presidente da República.
O Poder Executivo consubstancia sua decisão em um decreto, que especificará o prazo, a abrangência e as condições de execução da medida. Com o decreto, será enviada também a sua justificativa para que os componentes do congresso saibam as razões pelas quais foi necessário a decretação do estado de defesa.
O estado de defesa será decretado pelo Presidente da República com o estabelecimento de todas as medidas imediatas, e posteriormente o Congresso Nacional que por maioria absoluta pode confirmá-lo ou manter ou não a sua vigência.Se o Congresso Nacional rejeitar o decreto imediatamente cessar-se-á o estado de defesa.
A sua duração será de 30 dias no máximo, podendo ainda haver uma única prorrogação por igual período ou se os motivos que levaram à sua decretação ainda persistirem (art. 136, parágrafo 2º da CF). Durante a vigência das medidas excepcionais, o Congresso Nacional permanecerá em funcionamento, afim de que possa fiscalizar a sua implementação.
MOTIVOS PARA A INSTALAR O ESTADO DE DEFESA
Os motivos que ensejam a decretação do estado de defesa são os seguintes (art. 136, caput, da CF):
§ Preservar ou restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçada por grave e iminente instabilidade institucional;
§ Preservar ou restabelecer as áreas atingidas por calamidades da natureza de grandes proporções.
§ A instabilidade institucional grave e imediata;
§ Calamidades de grandes proporções na natureza.
As consequências durante o estado de defesa podem ser:
§ Restrição aos direitos de reunião, sigilo de correspondência e comunicação telegráfica e telefônica;
§ Ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos (somente na hipótese de calamidade pública);
§ Prisão por crime contra o Estado, determinada diretamente pelo executor do estado de defesa.
O estado de defesa tanto pode ser preventivo, na condição da ocorrência desses fatos, como pode ser repressivo, concretizando-se após os acontecimentos previstos. Configura-se no meio adequado para enfrentar instabilidades sociais que ocorram em partes determinadas e restritas do território da nação. Se houver uma grave ofensa ao País inteiro, o meio mais indicado será o estado de sítio.
MEDIDAS DO ESTADO DE DEFESA
As medidas que podem ser tomadas no estado de defesa tem um caráter menos intenso do que as necessárias para o estado de sítio, já que no estado de sítio as ameaças são mais gravosas.
ESTADO DE SÍTIO (art. 137 CF/88)
É uma medida provisória de proteção ao Estado quando o mesmo se encontrar, parcial ou totalmente, sobre ameaça de guerra ou calamidade pública. O Presidente da República é quem depois de ouvido pelo Conselho de Defesa Nacional e pelo Conselho da República pode decretar estado de sítio se o Congresso Nacional autorizar o decreto.
Na Constituição Federal de 1988, o estado de sítio está disposto no arts. 137, 138, 139.
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.
§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
MOTIVOS PARA DECRETAR O ESTADO DE SÍTIO
§ Comoção grave de repercussão nacional;
Ineficácia da medida tomada durante o estado de defesa;
Declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira.
§ De acordo com o art. 139 CF/88 no estado de sítio decretado por comoção grave ou ineficácia do estado de defesa às consequências serão as seguintes:
Obrigação de permanência em localidade determinada;
Detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
Restrições relativas à inviolabilidade de correspondência, ao sigilo de comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão;
Suspensão da liberdade de reunião;
Busca e apreensão em domicílio;
Intervenção nas empresas de serviços públicos;
Requisição de bens.
§ Enquanto no estado de sítio decretado no estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira todas as garantias constitucionais poderão ser suspensas.
FOI DECRETADO ESTADO DE SÍTIO NO BRASIL EM:
§ Em 1925 no governo de Arthur Bernardes; diante de uma crise gerada a partir do descontentamento do povo para com seu governo, surgiu a “coluna prestes (movimento político, contrário ao governo da República Velha do café-com-leite e às elites agrárias; movimento liderado por Luís Carlos Prestes) no período em que vigorava a CF/1891, o então presidente decretou estado de sítio para defender seu governo.
§ Em 1935 no governo de Getúlio Vargas; diante da divisão das forças revolucionárias que tinham chance de vitória gerou o chamado “perigo vermelho”, sob alegação do perigo vermelho o presidente Vargas decretou estado de sítio no fim de 1935, quando estava em vigor a CF/1934.

Continue navegando