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EDNEA BARBOSA DE ALMEIDA EDUARDO RODRIGUES DA SILVA GABRIEL TONETTI DE BULHÕES LAILA MEIRA RODRIGUES CONDUTIVIDADE ELÉTRICA E SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS QUÍMICOS Relatório apresentado à disciplina de Química I, do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental do Instituto Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para avaliação. Orientador: Prof. Alex dos Santos Borges. Vitória 2016 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 1.1 LIGAÇÕES QUÍMICAS .................................................................................. 3 1.2 SOLUBILIDADE ............................................................................................. 4 1.3 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA ....................................................................... 4 2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 6 3 MATERIAIS E REAGENTES ................................................................................... 7 3.1 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA (PARTE 1) ......................................................... 7 3.2 SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS QUÍMICOS (PARTE 2) ............................. 7 4 PROCEDIMENTOS .................................................................................................. 8 4.1 PROCEDIMENTOS NA PRÁTICA DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA .............. 8 4.2 PROCEDIMENTOS NA PRÁTICA DE SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS QUÍMICOS ............................................................................................................... 8 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................. 9 5.1 RESULTADOS OBTIDOS NO EXPERIMENTO DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA ............................................................................................................... 9 5.2 RESULTADOS OBTIDOS NO TESTE DE SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS QUÍMICOS ............................................................................................................. 12 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 13 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 14 3 1 INTRODUÇÃO 1.1 LIGAÇÕES QUÍMICAS O grande número de substâncias na natureza, deve-se à capacidade dos átomos de se combinarem uns com os outros. “Ligações químicas são forças que unem átomos formando moléculas, agrupamento de átomos ou sólidos iônicos” (RUSSELL, 1994, p. 342). Há diferentes maneiras pelas quais os átomos podem se combinar, como por exemplo, mediante o ganho ou a perda de elétrons, ou pelo compartilhamento de elétrons na camada de valência. A ligação iônica consiste numa atração eletrostática entre íons de cargas opostas (RUSSELL, 1994). Para que essa ligação ocorra é necessário que um dos átomos participantes da ligação possua a tendência de perder elétrons e o outro de receber elétrons. O tipo de ligação entre os átomos e a geometria da molécula formada interferem profundamente nas propriedades de um composto. Segundo Russell (1994, p. 395): Uma molécula não-polar é aquela em que a posição média de todas as cargas positivas na molécula, chamada de centro das cargas positivas, coincide com a posição média de todas as cargas negativas, o centro das cargas negativas. Numa molécula polar, existe uma separação de cargas, ou seja, os dois centros não coincidem. Em uma ligação iônica, ocorre a transferência definitiva de elétrons, portanto há a formação de íons positivos (cátions) e íons negativos (ânions), originando compostos iônicos. Dessa forma, toda ligação iônica dá origem a compostos polares. Outro tipo de ligação que ocorre entre os átomos é a ligação covalente. Nela, os átomos envolvidos têm a mesma tendência de ganhar e perder elétrons (RUSSELL, 1994). Com isso, não há transferência total de elétrons, mas sim um compartilhamento. Em alguns casos, cada um dos elétrons de um par compartilhado provém de átomos diferentes, quando isso ocorre, a ligação é chamada de ligação covalente normal. 4 Quando ambos os elétrons do par são provenientes de apenas um dos átomos da ligação, ela é denominada ligação coordenada. Ligações covalentes podem dar origem tanto a moléculas polares quando a apolares. Ligação metálica é o tipo de interação que ocorre entre dois metais. Quando muitos desses átomos estão juntos num cristal metálico, estes perdem seus elétrons da camada. Forma-se, então, uma rede ordenada de íons positivos, envolvidos por uma “nuvem” de elétrons que são dotados de certo movimento, e por isso chamados elétrons livres. A tabela 1 resume as ligações químicas e suas características relevantes. Tabela 1 – Ligações químicas Ligação química Características Elementos Iônica transferência de elétrons metal hidrogênio semimetal ametal Covalente compartilhamento de pares eletrônicos ametal hidrogênio hidrogênio semimetal ametal Metálica cátions de elementos metálicos envoltos em uma núvem de elétrons metal metal 1.2 SOLUBILIDADE A solubilidade de uma determinada substância está relacionada com a sua polaridade e obedece à seguinte regra: semelhante dissolve semelhante. Assim, compostos inorgânicos como ácidos, sais e bases (polares), dissolvem-se na água, que também é polar. Em contrapartida, os compostos orgânicos, normalmente apolares, se dissolvem em solventes orgânicos, que em geral são apolares. 1.3 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA A condutividade elétrica é a capacidade característica que os materiais tem de transportar cargas elétricas, devido aos elétrons livres presentes nestes materiais. 5 Bons condutores, permitem que os elétrons se desloquem facilmente. O contrário se dá com os mau condutores ou isolantes. Os metais em geral são ótimos condutores de eletricidade. Existem tipos de soluções aquosas que também conduzem corrente elétrica. Porém, para que isso ocorra é necessária a presença de elétrons livres, e os compostos iônicos no estado sólido não conduzem corrente elétrica pelo fato de que nesta fase os elétrons estão intensamente ligados uns aos outros. Porém, esses mesmos compostos conduzem corrente elétrica no estado liquido ou em solução aquosa, devido a maior mobilidade dos elétrons. Solução iônica é considerada uma solução eletrolítica, pois possui íons e por isso conduzem eletricidade. Já a solução molecular é aquela não contém íons e, portanto, não conduz corrente elétrica, sendo denominada como solução não- eletrolítica. As substâncias que, quando dissolvidas em água, produzem uma solução condutora de corrente elétrica são chamadas de eletrólitos (PERUZZO, 2002). Podemos observar a condutividade de uma determinada substância em solução aquosa ou líquida, utilizando um aparato, ilustrado na figura 1. Se ao colocar os fios na solução, observa-se que a lâmpada acendeu, pode-se afirmar que a solução conduz eletricidade. Isso acontece porque há uma dissociação de átomos em íons. Quando os cátions presentes recebem elétrons, sofrem redução, e os ânions liberam elétrons sofrendo oxidação. Podemos afirmar que por este motivo as soluções aquosas ácidas, básicas e salinas conduzem corrente elétrica. Figura 1 – Aparato verificador da passagem de corrente elétrica Fonte: http://pir2.forumeiros.com/t71734-neutralizacao-de-acidos-e-bases 62 OBJETIVOS Testar a condutividade elétrica de algumas soluções e classifica-las em soluções iônicas ou moleculares; Testar a solubilidade de compostos químicos e fazer inferências sobre a polaridade destes. 7 3 MATERIAIS E REAGENTES 3.1 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA (PARTE 1) A tabela 2 apresenta os materiais e reagentes utilizados na verificação da condutividade elétrica de algumas soluções. Tabela 2 – Materiais e reagentes utilizados na parte 1 2 béqueres (150 ml) vinagre 3 béqueres (140 ml) ácido clorídrico (hcl)* 3 béqueres (80 ml) água + nacl* 1 béquer (50 ml) hidróxido de cálcio (ca(oh)2) * hidróxido de sódio (naoh)* água de torneira hidróxido de amônio (nh4oh) * bastão de vidro água + açúcar* aparato verificador de corrente elétrica água destilada* papel toalha (*) foi utilizado aproximadamente 30 mL. 3.2 SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS QUÍMICOS (PARTE 2) A tabela 3 apresenta os materiais utilizados na verificação de solubilidade de compostos químicos. Tabela 3 - Materiais e reagentes utilizados na parte 2 11 tubos de ensaios amostra de gasolina* água destilada* permanganato de potássio (kmno4) iodo sólido (i2)** álcool* éter* pipeta de pasteur espátula bastão de vidro (*) foi utilizado aproximadamente 3 mL. (**) foi utilizado aproximadamente uma ponta de espátula. 8 4 PROCEDIMENTOS 4.1 PROCEDIMENTOS NA PRÁTICA DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA Distribuiu-se aproximadamente 30 mL de cada substâncias em béqueres, identificando-os de acordo com o seu conteúdo; Preparou-se soluções aquosas das amostras sólidas (sal e açúcar) utilizando aproximadamente 30 ml de água destilada para cada uma; Conectou-se o aparato de verificação de condutividade à energia; Testou-se o circuito elétrico para verificar seu funcionamento; Colocou-se os eletrodos imersos nas soluções, uma por vez, (limpando-os com água destilada e secando-os com toalha de papel nas trocas das amostras) cautelosamente, de forma a mantê-los afastados por uma distância uniforme e evitando-se o contato entre as extremidades dos fios. Testou-se a condutividade das amostras (conectando-se o aparato à rede de energia elétrica); Verificou-se o comportamento da lâmpada durante a realização dos procedimentos, bem como a intensidade luminosa emitida, caso ela acendesse. 4.2 PROCEDIMENTOS NA PRÁTICA DE SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS QUÍMICOS Transferiu-se aproximadamente 3 mL das substâncias líquidas (água destilada, gasolina, permanganato de potássio, álcool e éter) para os tubos de ensaio e para o iodo (sólido) utilizou-se aproximadamente uma ponta de espátula. Distribuídos conforme mostra a tabela 4. Agitou-se cada tubo de ensaio para observar a solubilidade de cada mistura; 9 Tabela 4 – Tubos de ensaio e suas respectivas soluções Tubo de ensaio Soluções 1 água + éter 2 água + iodo 3 água + permanganato de potássio 4 gasolina + éter 5 gasolina + iodo 6 gasolina + permanganato de potássio 7 água + gasolina 8 água + gasolina+ iodo 9 água + gasolina+ permanganato de potássio 10 água + álcool 11 gasolina + álcool 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 RESULTADOS OBTIDOS NO EXPERIMENTO DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA A tabela 5 traz os resultados obtidos no experimento de teste de condutividade elétrica de algumas soluções. 10 Tabela 5 – Resultados obtidos no teste de condutividade elétrica Soluções químicas Condução de corrente elétrica Intensidade da lâmpada Tipo de ligação química Classificação Vinagre sim baixa covalente eletrólito Hidróxido de Sódio (NaOH) sim alta iônica eletrolítica Ácido clorídrico (HCl) sim alta covalente eletrólito Hidróxido de amônio (NH4OH) não - covalente não- eletrolítica Água + NaCl sim alta iônica eletrolítico Água + açúcar não - covalente não- eletrolítico Hidróxido de Cálcio (Ca(OH)2) não - iônica eletrolítico Água destilada não - covalente não- eletrolítico Água da torneira não - - - Uma determinada substância pode conduzir corrente elétrica, desde que existam cargas elétricas livres para se movimentar. Quando uma substância iônica se dissolve em água, ocorre a separação dos íons nela presentes, processo chamado de dissociação iônica. Esse processo ocorre em algumas das substâncias utilizadas no experimento: NaCl e NaOH. Pode-se tomar por exemplo o NaCl, que quando dissolvido em água, os íons presentes no seu retículo cristalino são separados pela ação da água (dissociação iônica): 11 No caso do Ca(OH)2, onde teoricamente deveria haver condução de corrente elétrica, isso não foi constatado. Foi observado, junto aos eletrodos, a formação de pequenas bolhas em movimento, que pode ter sido fruto da ocorrência de eletrólise. Quando algumas substâncias moleculares são dissolvidas em água, produzem solução aquosa que não conduzem corrente elétrica, como por exemplo agua+ açúcar, hidróxido de amônio e água destilada. Algumas substâncias moleculares, quando dissolvidas em água, produzem solução aquosa que conduz corrente elétrica, pois ocorre o processo de ionização, que consiste na formação de íons. No experimento em questão, as substâncias que sofreram ionização foram vinagre e o ácido clorídrico. Segundo afirma Peruzzo (1994, p. 96): O cloreto de sódio é uma substância molecular. Os químicos concluíram que, quando ele se dissolve em água, suas moléculas não são apenas separadas e de se dispersam na água, mas também “quebradas” sob a ação desse líquido. Nessa quebra, ambos os elétrons da ligação covalente entre H e Cl permanecem com o cloro; nenhum fica com o hidrogênio, assim ocorre a formação do cátion H + e do ânion Cl - . Esse acontecimento é denominado ionização. O vinagre é uma mistura homogênea entre o ácido acético e a água. O ácido acético tem grau de ionização baixo, ou seja, quando em solução, a produção de íons é baixa, tornando-se um ácido fraco, assim a condução da corrente elétrica acontece, porém baixa. No caso da água da torneira, constatou-se através do experimento que não houve condução de corrente elétrica. Mas de acordo com Peruzzo (1994, p. 98): A água da torneira não é agua pura. Ela contém várias substâncias dissolvidas, principalmente sais minerais e produtos usados no tratamento municipal de água. Muitas dessas substâncias são iônicas e, quando dissolvidas em água tem seus íons dissociados. Assim sendo, a água da torneira é condutora de corrente elétrica. Possivelmente, a concentração dos aditivos químicos e sais minerais utilizados no tratamento da água usada nesse experimento não tenha sido suficiente para que houvesse a condução da corrente elétrica. 12 5.2 RESULTADOS OBTIDOS NO TESTE DE SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS QUÍMICOS A tabela 6 apresenta os resultados obtidos no experimento de solubilidade de compostos químicos. Tabela 6 – Resultados obtidos no teste de solubilidade Substâncias Polaridades Tipo de mistura Número de fases A B C A B C - - água éter - polar apolar - heterogênea 2 gasolina éter - apolar apolar - homogênea 1 água gasolina - polar apolar - heterogênea 2 água gasolina iodo polar apolar apolar heterogênea 2 água iodo - polar apolar - heterogênea 2 gasolina iodo- apolar apolar - homogênea 1 água permanganato de potássio - polar polar - Homogênea 1 gasolina permanganato de potássio - apolar polar - heterogênea 2 gasolina Permanganato de potássio água apolar polar polar heterogênea 2 água álcool - polar polar - homogênea 1 gasolina álcool - apolar polar - homogênea 1 13 De acordo com os dados dispostos acima, percebe-se que todas as soluções obedecem à regra de solubilidade - que diz que uma substância polar dissolve outra substância polar e o mesmo acontece entre substâncias apolares - porém, verifica- se uma exceção, na solução gasolina + álcool. O álcool etílico (C2H5OH), é uma substância que possui na molécula uma parte polar e outra parte apolar. O grupo etila (C2H5) é apolar e interage com as moléculas de gasolina, também apolares. Já o grupo hidroxila (OH) do álcool é polar e faz com que o álcool seja solúvel em água (H2O). 6 CONCLUSÃO De acordo com o relatado, as substâncias iônicas sofrem dissociação iônica ao se dissolverem em água e produzem soluções com íons, conduzindo eletricidade. Porém, quanto às substâncias moleculares há dois caminhos possíveis: ionizam-se em água, produzindo uma solução que possui íons, portanto condutora elétrica; ou não sofrem ionização, não conduzindo corrente elétrica. Como exemplos de substâncias moleculares que conduzem corrente elétrica quando dissolvidos em água, podemos citar os ácidos inorgânicos e a amônia, os ácidos carboxílicos, os fenóis e as aminas. Como tendência geral, duas substâncias podem se dissolver uma na outra quando suas partículas estiverem atraídas por forças semelhantes. Uma frase comum entre os químicos traduz muito bem esse fenômeno: semelhante dissolve semelhante. Acontece que o álcool apresenta uma estrutura que o permite dissolver-se tanto na água (composto polar) como na gasolina (composto apolar). 14 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PERUZZO, Tito Miragaia; CANTO, Eduardo Leite do. Química: na abordagem do cotidiano. São Paulo: Moderna, 1994. RUSSELL, John B.; Química Geral v.1, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994
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