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A Medicina Legal caracteriza-se por um conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos que no âmbito do Direito concorrem para a elaboração, interpretação e execução das leis existentes e ainda permite através da pesquisa científica o seu aperfeiçoamento. HISTÓRIA DA Medicina Legal no Mundo Período Antigo : Período Antigo: 1.700 a.c. -primeiros achados históricos - até aprox. 44 a.c. A legislação de Moisés, o Código de Hamurabi, as práticas egípcias e os Livros Santos proclamavam a pena da Talião. Traços da Medicina Judiciária, relativos à virgindade, à violação, ao homicídio, às lesões corporais e aos problemas de ordem moral. Lei participava da religião. B) Período Romano Período Romano: 44 a.c. até 400 d.c. Lei atribuída à Numa Pompílio prescrevia a histerectomia na morte da mulher grávida. Antístio, médico, examinou o cadáver de Júlio César.(Primeira Citação) 23 golpes, sendo um mortal. C) Idade Média: 400 até 1.200 d.c. Nesse período houve uma contribuição mais direta do médico ao Direito. Foi marcado, pelos capitulares de Carlos Magno, que estabelece que os julgamentos devem apoiar-se no parecer dos médicos. (começam a ouvir os médicos nos tribunais) D) Período Canônico: 1200 a 1600 1247: “Xi Yuan Ji Li” – primeiro registro – Compilação de casos resolvidos; China – lesões antes e depois da morte; 1374: Até aqui as necropsias eram clandestinas 1521: Primeira necropsia oficial – Papa Leão XIII; 1532: Código Criminal Carolino – Carlos V: determinava o exame médico da vítima e do agente. O primeiro documento organizado da Medicina Judiciária. Pai da Medicina Legal: Ambroise Paré 1575: Primeiro Tratado sobre Medicina Legal “A arte de fazer relatórios em juízo” E) Período Moderno ou Científico a partir de 1600 1602: Palermo na Itália, a publicação de Fortunato Fidélis. 1621: Paulo Zacchias publica o verdadeiro tratado da disciplina: "Questiones Médico Legales" (1200 págs. 3 vols.). SÉCULO XIX: FRANÇA Complexo tríplice: médico, jurídico e social. ÁUSTRIA 1818 PRIMEIRO IML “O perito deve atuar com a ciência do médico, a veracidade da testemunha e a equanimidade do juiz; é necessário abrir os olhos e fechar os ouvidos; deve-se seguir o método cartesiano; pensar com clareza para esclarecer com precisão.” HISTÓRIA DA MEDICINA LEGAL NO BRASIL Primeiro registro médico-legal: RJ: 1814: natureza impugnativa “Impugnação analítica ao Exame Feito pelos Clínicos Antônio Pedro de Souza e Manuel Quintão da Silva” 1835: primeira necropsia Dividida em 3 fases: Fase Estrangeira – até 1877 Na época colonial, a Medicina Legal Nacional foi decisivamente influenciada pelos franceses. A base primordial nesta fase era a Toxicologia. 1830: primeiro código penal brasileiro 1832: perícia profissional Fase de Transição – 1877 até 1895 1891: Rui Barbosa Aprova decreto criando a Cátedra de Medicina Legal e de Higiene nas Faculdades de Direito de todo país Fase de Nacionalização- a partir de 1895 Raymundo Nina Rodrigues criou uma escola original na Bahia e que se seguiriam outras escolas no Rio de Janeiro, São Paulo, etc., onde surgiram vários nomes: Oscar Freira (BA para SP), Afrânio Peixoto (RJ), Virgílio Damásio (BA) Como estamos hoje em todo país: Atividade oficial e pública Alguns estados está ligada com a polícia e outros órgão independente. Objetivo:Desvinculação dos IMLs e da Perícia Criminal dos órgãos de policia repressiva. Ao jurista é necessário seu estudo afim de que saiba avaliar os laudos, como e quando solicitá-los. Perícia: É toda a atuação de técnicos (peritos das mais diversas áreas), promovida por uma autoridade competente, com a finalidade de esclarecer a justiça sobre um fato de natureza permanente ou duradoura, ou seja, visível, palpável, material. Objetivos: Buscar a prova por meio da materialidade do fato; Perpetuar o visum, repertum et interpretandum; Apresentar a dinâmica do evento; Responder ao questionamento básico da investigação: onde, o quê, como, quando, porquê, por quantos e por quem. “Juiz forma sua convicção pela livre apreciação da prova.” (art. 157 CPP) “Juiz não fica adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em partes.” (art. 182 CPP) Elemento da veracidade do evento Objetivo: convencer o juiz. Avaliação da prova: 1- Sistema legal ou tarifado; 2- Sistema da livre convicção; 3- Sistema da persuasão racional Meios de Prova 1- Depoimento pessoal (art. 342 a 347 CPP) 2- Confissão (art. 348 a 354 CPP) 3- Exibição de documentos (at. 355 a 363 CPP) 4- Prova documental (art. 363 a 391 CPP) 5- Prova testemunhal (art. 400 a 419 CPP) 6- Prova pericial (art. 420 a 439 CPP) 7- Inspeção judicial (art. 440 a 443 CPP) Quem pode solicitar exames periciais? Competência das autoridades: # policiais # judiciárias Ministério Público Corpo de delito: Conjunto de elementos sensíveis denunciadores do fato criminoso. Não podemos confundir corpo de delito com corpo da vítima. Corpo de delito pode ser: -vivo -cadáver-esqueleto-animais-objetos; “...os peritos para elaborarem os laudos ou autos de corpo de delito , devem imperiosamente examinar o paciente, constatando as lesões existentes e analisando com critérios a quantidade e qualidade do dano... Por isso não podem eles se valer exclusivamente de cópias de prontuários ou relatórios hospitalares...” Documentos médicos legais: Notificações; Atestados Médicos; Prontuário Médico; Declaração de óbito e Laudo Médico-legal. Atestados Médicos: Idôneo Gracioso Imprudente Falso Declaração: Relato de testemunho Atestado: Fé de ofício, prova, reprova ou comprova. Morte presumida: Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida. Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não foi encontrado até dois anos após o término da guerra. Morte: Natural Violenta (crime, suicídio ou acidente) Suspeita 3 vias Branca – serviço de bioestatistica - IBGE Amarela – cartório registro civil – certidão – guia de sepultamento ou cremação. Rosa – estabelecimento de saúde Numeradas TANATOLOGIA Julgamento filosófico Médico-juridico: morte, morrer, morto “Entendendo-se que a existência da pessoa natural termina com a morte, tem-se que admitir que morto não é pessoa e sim coisa” CAro DAta VERmibus Em que ponto do processo destrutivo deve-se afirmar que a perda se concretizou e não há mais retorno do processo... Se o indivíduo não estava a respirar por si, nem seu coração bombeava seu sangue, preenchia critérios de morte... Em 1981, EUA, presidente Reagan Uniform Determination of Death Act “Um indivíduo que tenha sofrido parada cardiorrespiratória irreversível ou parada irreversível de todas as funções do cérebro, incluindo o tronco cerebral, está morto.” Morte Encefálica Conselho Federal de Medicina: Dois exames clínicos com intervalos: 7 dias a 2 meses: 48 horas 2 meses a 1 ano: 24 horas 1 ano a 2 anos: 12 horasa Maiores de 2 anos: 6 horas Comprovar: Ausência de atividade motora supra-espinal e apneia, Testes Morte de Tronco Encefálico Critério Brasileiro 1- pupilas paralisadas 2- arreatividade supra-medular 3- ausencia reflexo corneo palpebral 4- ausencia reflexo oculo vestibular 5- apneia ventilar o pctes com FO2 100% desconectar ventilador instalação de cateter traqueal observar movimentos respiratórios por 10 minutos Morte Aparente Estado de profundo embotamento das funções vitais em que se torna muito dificil escutar os batimentos cardíacos, por muito débeis e pouco frequentes, ou perceber os movimentos respiratórios. Distanasia: Manutenção do suporte aos pacientes com lesão irreversível EUTANÁSIA Quanto ao tipo de ação: Eutanásia ativa: o ato deliberado de provocar a morte sem sofrimento do paciente, por fins misericordiosos. Eutanásia passiva ou indireta: a morte do paciente ocorre, dentro de uma situação de terminalidade, ou porque não se inicia uma ação médica ou pela interrupção de uma medida extraordinária, com o objetivo de minorar o sofrimento. (não entubar) Eutanásia de duplo efeito: quando a morte é acelerada como uma conseqüencia indireta das ações médicas que são executadas visando o alívio do sofrimento de um paciente terminal. (retirar o respirador) Quanto ao consentimento do paciente: Eutanásia voluntária: quando a morte é provocada atendendo a uma vontade do paciente. Eutanásia involuntária: quando a morte é provocada contra a vontade do paciente. Eutanásia não voluntária: quando a morte é provocada sem que o paciente tivesse manifestado sua posição em relação a ela. mORTE: O diagnóstico de morte deve ser feito com base na parada irreversível da respiração e da circulação, a não ser em casos excepcionais em que o paciente esteja ocupando um leiro de CTI e seja necessário fazer o diagnóstico de morte encefálica Sinais de morte: Ausência de Funções cerebrais: Imobilidade Flacidez muscular difusa Insensibilidade Ausência de Circulação Testes: torniquete, éter na conjuntiva Ausência de Respiração: -Ausculta pulmonar Transplantes: Doações entre vivos: Órgãos duplos e tecidos regeneráveis Doação Post Mortem Lesões produzidas algum tempo antes da morte: Reação inflamatória Processo de reparação Processo de regeneração Lesões produzidas no período de incerteza de Tourdes: Hemorragias; Coagulação do sangue; Retração das bordas de uma ferida; Sinais especiais: afogados Fenômenos de ordem física: 1- Desidratação: Depende de: Baixa umidade Temperatura elevada Boa ventilação Superfície ampla Causa: Perda de peso Apergaminhamento da pele Dessecamento de mucosas Fenômenos oculares 2- Resfriamento do Corpo: Equilíbrio térmico com o meio ambiente Temperatura pode aumentar logo após a morte Teoria do cilindro O que interfere: Posição do corpo Estado de nutrição Vestuário Idade Fatores ambientais (chuva, vento...) 3- Livores de Hipostase: Petéquias - 30 min a 4 horas após a morte, tem seu pico em 12 horas e persistem até a putrefação Fenômenos de ordem química: 1- Autólise: Destruição das células pela ação descontrolada das enzimas Células mais afetadas são as que tem mais proteínas e enzimas 2- Rigidez Muscular: Variante da contração muscular provocada pela escassez de oxigênio nos tecidos. Complexos actina-miosina não se desfazem. Músculo fica enrijecido na posição em que estava no momento da morte. Depende da massa muscular do indivíduo. Evolui de forma descendente (Regra de Nysten). Depois do pico se for desfeita não se refaz. 3- Putrefação: Metano, gás sulfidrico, gás carbônico, amônia e mercaptanos Dependente do Clima 24 a 36 horas Fase de Coloração: verão: 18 a 24 horas inverno: 36 a 48 horas Começa com a mancha verde abdominal Sulfoemoglobina Fase de Enfisema: 2 a 3 dias Fase de Coliquação: 3 semanas Fauna cadaverica Fase de Esqueletização 5- Maceração: Feto que morre a partir do quinto mês no útero e não é expelido Três a 5 dias no líquido amniótico 6- Saponificação Condições ambientais Locais de difícil acesso ao ar, baixa oxigenação e calor úmido; Três meses Flutuação dos corpos afundados Mais frequentes em corpos gordos Conservador do cadáver 7- Mumificação: Evaporação rápida Temperatura elevada, seco e muito bem ventilados Mais comum crianças, mais fácil para evaporar a água Peso e volume reduzidos INSTRUMENTOS
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