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Roteiro do ponto 3.O CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO.

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FACULDADE DE DIREITO DA FUNDAÇÃO ESCOLA SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
CREDENCIADA PELA PORTARIA MEC N.º 3.640, DE 17/10/2005 – DUO DE 20/10/2005 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
AUTORIIZADDO PELA PORTARIA MECN.º846, DE 4 DE ABRIL DE 2006 – DUO DE 05/04/2006 
 
 
PORTO ALEGRE - RS 1 
 
Roteiro do Ponto 
3. O CONSTITUCIONALISMO. 
1) Principais características e diferenças entre o constitucionalismo clássico ou moderno e o 
constitucionalismo contemporâneo 
O Constitucionalismo ou Movimento Constitucional é definido por André Hourrieu por um 
movimento de origem nacional pelo qual um povo se esforça por limitar o poder arbitrário que lhe 
dirige, reivindicando “liberdade política”, isto é, o direito de os cidadãos participarem no governo e 
mesmo fornecem governantes, ao mesmo tempo que “liberdades individuais”, isto é, o 
reconhecimento oficial de uma esfera de autonomia própria a cada indivíduo. Inicia-se num contexto 
do século XVI (Estado Nação) na forma do Absolutismo, porém, com o passar do tempo e as reformas 
do estado, esse vai se transformando num Estado Democrático. Podemos dizer que o 
Constitucionalismo equivale a Revolução Democrática. A sua origem vem do movimento nacional ou 
movimentos populares, os quais combatem as monarquias absolutistas. Aqui abrem-se as portas para 
a possibilidade de não somente a aristocracia governar e sim representantes da burguesia. Com a 
derrota da monarquia absolutista desencadeadas pelas revoluções democráticas burguesas surge a 
democracia moderna (modernização); coincide essa época com a afirmação dos direitos individuais e 
políticos, os quais correspondem aos direitos da primeira dimensão ou geração. Inicia-se a necessidade 
de constituições escritas com o objetivo de firmar os direitos e controlar o poder. Surge uma política de 
discriminação positiva, a qual começa a dar apoio aos pólos hiposuficientes, ou seja, a tentativa de 
equilibras os pólos hipersuficientes e os pólos hiposuficientes, gerando um equilíbrio entre empresários 
e empregadores, diminuindo assim a diferença material; também pode ser chamado essa política de 
direito compensatório. Os déspotas esclarecidos (modernos) é o conjunto dos monarcas com filósofos, 
os quais outorgam uma constituição limitada (de cima para baixo) que não é nem democrata e nem 
absolutista. Exemplos de déspotas: Prússia – Frederico II; Áustria – José II; Rússia – Catarina A Grande, 
entre outros. O Constitucionalismo é um evoluir e não tem um resultado final. Lasalle diz que o pseudo-
constitucionalismo não era uma conquista do povo e sim um triunfo do absolutismo, vigorava na época 
o Pacto Constitucional conhecido como Parlamento Aristocrático 
Aponta-se a Magna Carta inglesa, pacto celebrado em 1215 pelo rei João Sem Terra e os Barões 
feudais explicitando os limites das ações do monarca, como a fonte formal histórica da ideia de que a 
Constituição é uma norma que está acima das demais. Além, da carta Magna existe a petição de direitos 
(petition of Rights, 1628), que os comuns impuseram a Carlos I, obrigando-o a respeitar os hábitos, usos 
e costumes imemoriais seguidos na Grã-Bretanha. Com a independência das 13 colônias, que 
posteriormente formaram os Estados Unidos da América, e a Revolução Francesa, triunfou a tese 
segundo a qual o Estado deve ser organizado por leis fundamentais que se impõem aos próprios 
governantes. É denominado Estado de Direito. Constitucionalismo é o movimento político e jurídico 
que visa estabelecer regimes constitucionais, ou seja, um sistema no qual o governo tem seus 
limites traçados em Constituições escritas. É antítese do absolutismo, do despotismo, nos quais 
prevalece a vontade do governante. 
FACULDADE DE DIREITO DA FUNDAÇÃO ESCOLA SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
CREDENCIADA PELA PORTARIA MEC N.º 3.640, DE 17/10/2005 – DUO DE 20/10/2005 
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PORTO ALEGRE - RS 2 
 
Constitucionalismo clássico ou moderno: o marco inicial é a Declaração de Independência dos EUA 
(1776) e o marco final é o término da 1⁰ Guerra Mundial (1918). Nesse período colocamos As Grandes 
Declarações do séc.XVII que antecede a Declaração de Independência dos EUA, o qual essa seria 
somente uma data simbólica. É caracterizado por um ciclo Revolucionário pela metade do séc.XIX com 
a derrota dos Bourbons ao trono franc6es há um retrocesso ao conservadorismo, porém, não é a volta 
do antigo regime, e sim a idéia de uma monarquia limitad, sendo sua referência a Constituição francesa 
de 1824; as prerrogativas dos Monarcas e a Constituição Francesa foram fortalecidas; no Brasil, o nosso 
constitucionalismo se inspirou nesse conservadorismo; já na segunda metade do século XIX e início do 
século XX vai ocorrer uma evolução dos sistemas constitucionais gerando uma constituição de prática 
parlamentarista, fortalecendo pouco a pouco esse sistema através dessas práticas constitucionais; a 
necessidade de uma constituição escrita para firmar os direitos e controlar o poder se faz necessária; 
De acordo com o art.16 da Declaração dos Direitos Humanos: A sociedade em que não esteja assegurada 
a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição, ou seja, surgem 
os direitos de primeira dimensão ou geração (direitos individuais e políticos) e a separação dos poderes. 
Complementando... Foi o movimento ocorrido na Revolução Francesa de 1789, cuja maior marca é a 
proteção dos direitos individuais contra a interferência do Estado. O fenômeno explica-se a partir do 
final do século XV, com a política unificadora ocorrida na Europa, os diversos Estados que até então se 
apresentavam como divisão espacial e política bastante fragmentária, assumiram compleição distinta, 
máxime em virtude da centralização do poder político nas mãos do monarca, que se posicionou como 
exclusiva fonte irradiadora de decisões. Nesta época, também conhecida como a “Era das 
Descobertas”, houve o soerguimento dos Estados nacionais, a instalação de modelo econômico 
voltado à acumulação de ouro e prata, a busca obsessiva pelo equilíbrio monetário, ou seja, uma política 
e economia mercantilista. Enquanto os Estados Nacionais (especial Portugal e Espanha) se 
agigantavam, o caminho inverso se fazia em termos de garantia dos direitos dos indivíduos. Pouca ou 
nenhuma liberdade de expressão ou participação política; exações fiscais extorsivas e impostas ao 
alvedrio do suserano. Não havia, em suma, exercício de liberdade e o Estado absolutista monárquico 
parecia ser a única alternativa para a sociedade medieval. Todavia, esboçava-se o aparecimento de 
ideário que pregava rigorosamente o contrário dos postulados do Absolutismo Monárquico: o 
Iluminismo. Tratava-se de movimento filosófico que toma lugar na França, Alemanha e Inglaterra no 
século XVIII, cuja característica era a defesa da racionalidade crítica contra a fé, a superstição e os 
dogmas religiosos. Na França, essas ideias se inseriram no contexto político e assim surgiu a 
racionalização do poder, que significava a necessidade de consolidação dos direitos individuais e da 
tripartição das funções estatais das constituições. Por conseguinte, a gênese do constitucionalismo 
clássico está atrelada ao irrefreável ímpeto quanto à positivação de direitos e garantias aptos à 
salvaguarda dos indivíduos quanto à intromissão ou arbítrio praticados pelo Estado. O lema da 
Revolução Francesa serviu de esteio à configuração de Estado não-interventor dos negócios 
individuais. Sociedade política mera espectadora do que se sucedia no torvelinho das relações sociais. 
A par disso, a racionalização do poder induzia à incorporação dos direitos individuais clássicos àsconstituições moderna, fato determinante de sua inclusão no artigo 16 da Declaração Francesa de 1791. 
Dentre os caracteres desse Estado, habitualmente chamado “liberal”, pode ser destacada a passividade 
no trato das desigualdades sociais que grassavam, ao ponto de isonomia então assegurada a ser apenas 
a de contextura formal. 
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Constitucionalismo Contemporâneo: teve como marco inicial o término da 1⁰ Guerra Mundial e o seu 
final fica em aberto; Marcado por uma época de crescimento da classe trabalhadora, operários, partidos 
(socialistas e comunistas) e o questionamento do capitalismo que continua a vigorar, porém diante de 
um Pacto Social Democrático entre empresários e trabalhadores, onde este concedia Direitos Sociais 
aos trabalhadores, mas em troca o capitalismo continuava; esse conjunto de fatores propiciaram o 
surgimento da 2⁰dimensão ou geração, concedendo Direitos Sociais e Econômicos; como exemplo 
temos as fronteira de Paris (1919), as quais são modificadas com a revolução e criam-se organizações 
internas de trabalho esboçando a idéia de direito social e econômico; a primeira constituição a firmar 
os Direitos econômicos e sociais foi a Alemanha em 1919 com a Constituição de Weimar, já no Brasil foi 
a Constituição de 1934; O constitucionalismo contemporâneo é marcado por 2 ciclos sociais 
democráticos, sendo o primeiro reafirmando os direitos individuais e políticos (1⁰ geração) e 
incorporando os direitos econômicos e sociais (2⁰ geração), além da constituição passar a ser também 
teórica parlamentarista e não somente prática parlamentarista; esse ciclo social democrático é 
interrompido pelo ciclo do constitucionalismo soviético com a Revolução Russa de 1917, dando esse 
ciclo ênfase nos direitos econômicos e sociais em detrimento dos direitos individuais e políticos; o 
exército vermelho toma conta da metade da Alemanha e outros países influenciando e ampliando sua 
constituição a esses países conquistados (esse ciclo ainda perdura em alguns países, como exemplo 
temos a Coréia do Norte, China, Cuba, Vietnã); outro ciclo que interrompe tamb’m o ciclo social 
democrático é o ciclo do nazi-fascismo onde os direitos individuais políticos eram relativizados, quando 
não revogados; Surge o 4⁰Ciclo ou o 2⁰Ciclo social democrático com a crise do capitalismo e o 
surgimento de classes de trabalhadores, sindicatos, operários, partidos comunistas e socialistas 
favorece-se a renovação do Pacto Social Democrático , surgindo aqui a 3⁰ dimensão, com a 
consolidação do parlamento, a reafirmação dos Direitos individuais, políticos e sociais, o fortalecimento 
da constitucionalidade das Leis; suas Constituições referências são a de Portugal de 1976, a da Espanha 
de 1978 e a do Brasil de 1988. 
Complementado... Foi o advento do primeiro pós-guerra marca uma profunda alteração na concepção 
do constitucionalismo liberal: as Constituições de sintéticas passam a analíticas, consagrando nos seus 
textos os chamados direitos econômicos e sociais; a democracia liberal-econômica dá lugar à 
democracia social, mediante a intervenção do Estado na ordem econômica e social, sendo exemplo 
desse fenômeno as Constituições do México (1917), a de Weimar (1919) e a do Brasil (1934). As 
Constituições da segunda pós-guerra (1945) prosseguiram na linha das anteriores, porém surgiu uma 
terceira geração de direitos, no âmbito dos direitos fundamentais do homem, caracterizada pela 
previsão, nas declarações internacionais e até mesmo nos textos constitucionais, do direito à paz, ao 
meio ambiente, à co-propriedade do patrimônio comum do gênero humano. 
 
2) Constitucionalismo liberal e constitucionalismo social: como entender e diferenciar 
Estes modelos de Direito Constitucional distingue-se no constitucionalismo dos países 
ocidentais de forma sucessiva. 
 
Constitucionalismo Liberal: Caracterizado pela 1⁰dimensão a qual enfatiza os direitos 
individuais e políticos, além do controle do poder. Dentre as características desse Estado, chamado de 
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liberal ou abstencionista pode ser destacada a passividade no trato das desigualdades sociais da época, 
ao ponto de a isonomia ser apenas de contexto formal, ou seja, não se investigava a respeito de 
desequiparações entre indivíduos que impusessem atuação do Estado no sentido de eliminá-las. A 
racionalização do poder induzia à incorporação dos direitos individuais clássicos às constituições 
modernas, fato determinante de sua inclusão no art.16 da Declaração Francesa de 1791. 
1º - Direito Constitucional do Estado Liberal: Direito Constitucional de geração originária, que 
se ocupava da salvaguarda das liberdades humanas, e nasceu em sua rigidez formal na Europa, 
depois de “banhar-se” de sangue no decurso das grandes tempestades e comoções 
revolucionárias do continente, sobretudo durante a Revolução Francesa. 
 
Constitucionalismo Social: Caracterizado pela 2ª dimensão a qual se acrescem os direitos econômicos 
e sociais, além dos direitos da 3ª dimensão, os quais reafirmam os direitos individuais, políticos e sociais, 
fortalecem a constitucionalidade das Leis; aqui há a consolidação do Parlamento. 
Para compreendermos o constitucionalismo social devemos ter em mente ser a constituição não 
apenas a norma que se posiciona no ponto mais elevado do sistema jurídico de um país, mas a interação 
de fatores de ordem social, política e econômica. Os direitos sociais são direitos públicos subjetivos 
dirigidos contra o Estado, a determinar a exigibilidade de prestação a educação, saúde, trabalho, lazer, 
segurança e previdência social. O constitucionalismo social está fundamentalmente vinculado ao 
Princípio da não neutralidade, isto é, comprometimento da filosofia constitucional com os 
desfavorecidos, organizando taxativamente os direitos sociais. 
2º - Direito Constitucional do Estado Social: Direito Constitucional de segunda e terceira 
geração, nascido depois dos abalos não menos traumáticos dos movimentos revolucionários e 
sociais ocorridos no México, na União Soviética e na República de Weimar. Ocorreu uma 
modificação na postura do Estado em face dos indivíduos, já, agora, amparado no principio da 
não-neutralidade, e destinado a intervir no domínio econômico em ordem à consecução de 
sociedade menos desigual. 
 
 
 
3) Os desafios do Constitucionalismo contemporâneo 
O Constitucionalismo Contemporâneo tem sido marcado por um totalitarismo constitucional, no 
sentido da existência de textos constitucionais amplos, extensos e analíticos, que encarecem temas 
próprios da legislação ordinária. Há um acentuado conteúdo social, a caracterizar a denominada 
constituição dirigente, repositório de promessas e programas a serem cumpridas pelos Poderes 
Legislativo, Executivo e Judiciário, o que muitas vezes acarreta o desprestígio e a desvalorização da 
própria Constituição, pelas falsas expectativas criadas. 
O constitucionalismo do futuro sem dúvida terá de consolidar os chamados direitos humanos de 
terceira dimensão, incorporados à ideia de constitucionalismo social os valores do constitucionalismo 
fraternal e de solidariedade, avançando e estabelecendo um equilíbrio entre constitucionalismomoderno e alguns excessos do contemporâneo. 
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Por isso, o futuro do constitucionalismo deve estar influenciado até identificar-se com a verdade, 
a solidariedade, o consenso, a continuidade, a participação, a integração e a universalidade. Trata-se 
da constituição do “por vir”, com os seguintes valores: 
- Verdade: a constituição não pode mais gerar falsas expectativas; o constituinte só poderá 
prometer o que for viável cumprir, devendo ser transparente e ético. 
- Solidariedade: trata-se de uma nova perspectiva de igualdade, sedimentada na solidariedade 
dos povos, na dignidade da pessoa humana e na justiça social. 
- Consenso: a constituição do futuro deverá ser fruto do consenso democrático. 
- Continuidade: ao se reformar a constituição, a ruptura não pode deixar de levar em conta os 
avanços já conquistados. 
- Participação: refere-se à efetiva participação dos corpos intermediários da sociedade, 
consagrando-se a ideia de democracia participativa e de Estado de Direito Democrático. 
- Integração: trata-se da previsão de órgãos supranacionais para a implementação de uma 
integração espiritual, moral, ética e institucional entre os povos. 
- Universalização: refere-se à consagração dos direitos fundamentais internacionais nas 
constituições futuras, fazendo prevalecer o princípio da dignidade da pessoa de maneira 
universal e afastando, assim, qualquer forma de desumanização. 
 
Complementando... As raízes do constitucionalismo contemporâneo remontam a história dos EUA e 
da França, principalmente. Foi no contexto de desejo pela liberdade (seja em relação à metrópole ou à 
nobreza) e autonomia surgiram, após a independência dos EUA e a Revolução Francesa, fatores que 
corroboraram para o desenvolvimento do constitucionalismo moderno, caracterizado pela 
constituição escrita e pela afirmação de direitos de 1⁰dimensão (individuais e políticos) 
Esse Constitucionalismo vivenciou diversos fatos ao longo da história (as grandes guerras, os 
regimes totalitários) que o fizeram evoluir ou para adaptar-se a uma realidade existente, como a 
reivindicação de novas dimensões do direito (direitos sociais e econômicos e posteriormente, direito 
das minorias, difusas, ambiental), ou para evitar uma realidade já experimentada e indesejável, como 
os modelos de regime nazifascistas pós-segunda guerra. 
Mesmo com essa busca pelo aperfeiçoamento, é impossível a inexistência de lacunas, sendo que 
um dos desafios enfrentados pelo constitucionalismo contemporâneo nos Estados desenvolvidos é o 
aparecimento de mega estruturas. Anteriormente a preocupação focava-se em conflitos entre 
indivíduos, pois essas estruturas administrativas inexistiam. Agora, os embates são essencialmente 
entre grupos, o cidadão torna-se hipossuficiente. Diante dessa situação, o constitucionalismo se vê na 
tarefa de regulamentar a criação, manutenção de limites desses grandes grupos (sindicatos, greves, 
etc...). 
Os países periféricos também possuem seus desafios, porém, diferem muito dos anteriormente 
citados. Houve 2 momentos principais que marcaram uma apropriação pelos países periféricos do 
constitucionalismo dos países centrais: um foi no contexto do colonialismo e o outro do 
neocolonialismo. Não há essencialmente, muitas diferenças entre esses momentos em termos de que 
os desafios que eles representam para o constitucionalismo, apenas seu contexto histórico-social. 
Ambos demonstram uma absorção prematura dos ideais constitucionais dos “países-berço”, pois esses 
ideais não se encontravam em ressonância com o contexto social e político em que se encontravam 
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esses novos países. Sendo assim, aqueles princípios acabavam por ser deturpados, ou por sua própria 
descontextualização, ou pelo modo como eram empregados. Por exemplo, na França a 
“Independência” deu-se pela superação da burguesia e do povo sobre a nobreza, no Brasil, ela deu-se 
pelas próprias oligarquias, inclusive dando poder excessivo a um monarca. Na África e Ásia também 
não foi muito dispare, a miserabilidade e alta segregação da população (regime de castas indianos, 
como exemplo) representam a ineficácia de seu constitucionalismo. 
Por fim, depara-se com o desafio do constitucionalismo em relação à Globalização: não é possível 
tomar certas medidas sem levar em conta o contexto internacional. Muitas vezes as eleições regionais, 
estaduais ou até mesmo as nacionais no Brasil são ofuscadas por outros acontecimentos a nível global, 
como a eleição de Barack Obama. O constitucionalismo passa a necessitar de autoconhecimento de 
seus limites e também até onde deve permitir ser “invadido”. 
O Brasil atual é uma terra de extremos, ou seja, enfrenta tanto os desafios de nações 
desenvolvidas (pois já encara a existência de mega estruturas, quanto de países periféricos (pois ainda 
permanece uma nação marcada por desigualdade). 
São 3 os desafios do constitucionalismo contemporâneo sendo eles em face da realidade das 
sociedades sub-desenvolvidas, super-desenvolvidas, da globalização ou da mundialização. 
- Sociedades sub-desenvolvidas: é um Constitucionalismo incompleto ainda, pois essas 
sociedades terão que passar ainda pelos 2 períodos até chegar no 3⁰período, o da globalização ou 
mundialização , ou seja, terão esses países enfrentarem o surgimento de mega estruturas empresariais 
características de sociedades super desenvolvidas até o fenômeno da globalização ou mundialização 
- Sociedades super-desenvolvidas: o constitucionalismo do séc.XVIII-XIX na Europa e EUA está 
em desenvolvimento ou também sendo constituídos pela sociedade média; já em meados do séc. XX 
começa a dar início o surgimento da sociedade super-desenvolvida com avanços tecnológicos, 
indústria, informática compondo mega estruturas empresariais, estatais, sindicais fazendo com que as 
hiposuficientes necessitem se agregarem umas as outras para que possam enfrentar essa nova 
estrutura jurídica; aqui se predomina as associações e não mais o individualismo. 
- Globalização: Podemos diferenciar a situação dos Estados da maneira esquematizada assim: 
Antigamente eram Polis, cidade estado com população reduzida; Modernamente era a Nação e 
Futuramente um estado Global ou em Escala Planetária e com inúmeros desafios como a opinião 
mundial (meio ambiente, direitos humanos, energia, saúde,...); outro desafio seria a Institucionalidade 
na Globalização, ou seja, órgãos como a OMC (Org, mundial do comércio), FMI (Fundo Monetário 
Intern.) e o Banco Mundial (BIRD) são hegemonizados por países centrais (EUA, Europa...), sendo que 
os países emergentes estão iniciando seu ingresso (Brasil, Índia, África....); porém, aqui tem que se 
tomar cuidado para não retornarmos ao Absolutismo, onde tem-se países centrais hegemonizando as 
Instituições e tendo a carência de Instituições democráticas; a Globalização traz grandes definições a 
nível internacional e não mais nacionais, como o surgimento de sociedades no plano internacional 
como as ONGS (Greenpeace, WWF, Anistia Internacional, OMS, Médicos sem Fronteiras...) 
- Mundialização: Trata-se de uma expressão mais neutra; sugere a integração de sistemas 
econômicos, culturais, sociais, jurídicos,ou seja, é uma expressão que deixa em aberto seu significado 
e abrangência; essa integração entre sistemas gera desafios como diálogo intercultural 
 
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Artigo Carrion – Segundo a Ingerência Humanitária necessitamos de uma Comunidade Mundial 
responsável no que se relaciona a matéria de Direitos Humanos, ou melhor, na garantia dos mesmos. 
O contexto é de Globalização a respeito da saúde, meio ambiente, segurança, energia e tantos outros, 
não cabe mais a soberania de algumas nações com seus interesses, ainda mais num mundo em que há 
questões de revoltas de populações governadas por regimes autoritários e corruptos, uma juventude 
que não se enquadra na política tradicional, a opinião pública nestes contextos; todos esses fatores 
necessitam da implantação, desenvolvimento de uma Ingerência Humanitária para que não corram 
genocídios como na Alemanha, crimes bárbaros de guerra e tantos outros. 
 
4) Tratando-se das gerações de Direitos, uma nova geração substitui à anterior. 
Não. Uma nova geração vai complementar e redimensionar a geração anterior de direitos e não 
substituir outra. Para que uma sociedade possa passar para outra dimensão ela necessita das 
conquistas da dimensão anterior, pois os direitos conquistados são imprescindíveis para a evolução da 
sociedade em questão. 
 
5) A referência aos parâmetros constitucionais das sociedades desenvolvidas tem 
possibilitado a emergência da experiência democrática em sociedades periféricas. 
Depende, pois usar Somente essa referência aos parâmetros constitucionais das sociedades 
desenvolvidas não basta para emergir a experiência democrática em sociedades periféricas, pois esses 
parâmetros podem ser frustrados. Para melhor explicar vamos nos reportar ao Ciclo paralelo que 
corresponde a realidade constitucional como, por exemplo, na China, Vietnã, Coréia do Norte, Cuba, 
onde em nome do socialismo esses países criaram uma atmosfera de governo rígido e 
autoritário.Ocorrendo a destruição dos modelos sociais e na perda de expansão de seus valores. 
Porém, esses parâmetros podem ajudar uma experiência democrática nas sociedades 
subdesenvolvidas, porém, a reprodução do constitucionalismo (Americano ou Europeu) sofre uma 
descaracterização quando colocado em prática. Ao se utilizar parâmetros constitucionais de 
sociedades desenvolvidas em sociedades periféricas, tem-se que ter a ideia de adaptação. Pois, a 
realidade nas sociedades periféricas é muito diferente da encontrada nas sociedades desenvolvidas e 
assim, ocorre uma descaracterização, em grande parte, da constituição que vigora ou vigorou na 
sociedade desenvolvida. 
 
6) Os parâmetros constitucionais tradicionais habilitam a sociedade contemporânea a 
enfrentar seus desafios. 
Se o constitucionalismo tem sido marcado pela limitação do poder, opondo-se ao governo 
arbitrário, o seu conteúdo mostra-se variável, desde as suas origens. Uma nova era histórico-
constitucional surge no alvorecer do século XXI, com a perspectiva de que ao constitucionalismo social 
seja incorporado o constitucionalismo fraternal e de solidariedade. Então, os parâmetros tradicionais 
não possibilitam a sociedade contemporânea enfrentar as sociedades super desenvolvidas e a 
globalização. Os parâmetros tradicionais que faziam parte do Constitucionalismo não vão de encontro 
aos desafios da 3⁰ dimensão, pois esses desafios necessitam de uma sociedade super desenvolvida, com 
mega estruturas políticas, econômicas, de energia, comunicação e que interajam entre si para que 
possam enfrentar a nova estrutura jurídica contemporânea. 
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7) Os direitos de 2ª e 3ª geração/dimensões substituíram-se aos anteriores, superando o 
individualismo característico do período clássico do constitucionalismo. 
Os direitos de 1ª geração, como o individualismo, foi mantido quando se passou para a 2ª e 3ª 
geração. Porém, o que aconteceu, na realidade, é que ao passar de uma geração à outra, outros valores 
são agregados e se busca assim uma nova realidade, mas fundada na anterior. Na busca de novos 
direitos encontramos a ênfase da 2ª geração nos direito sociais e econômicos. Na 3ª geração a ênfase 
está na reafirmação dos direitos individuais e no conceito fraternidade. Logo, os direitos da 1ª geração 
não foram substituíram e sim complementados. Os direitos individuais não foram revogados, devido 
ao fato de ser uma grande conquista, acontecendo então, uma incorporação dos novos valores.

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