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Roteiro do Ponto 1.DIREITO CONSTITUCIONAL, TEORIA GERAL DO ESTADO E CIÊNCIA POLÍTICA#

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FACULDADE DE DIREITO DA FUNDAÇÃO ESCOLA SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO
CREDENCIADA PELA PORTARIA MEC N.º 3.640, DE 17/10/2005 – DUO DE 20/10/2005
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
AUTORIIZADDO PELA PORTARIA MECN.º846, DE 4 DE ABRIL DE 2006 – DUO DE 05/04/2006
Roteiro do Ponto 
1. DIREITO CONSTITUCIONAL, TEORIA GERAL DO ESTADO E CIÊNCIA POLÍTICA
Definições de direito constitucional: examina e compara.
Celso Ribeiro Bastos “DC tem por objeto o estudo da Constituição”. Enfatiza (por usar o singular), o estudo da Constituição vigente. 
Pinto Ferreira “O DC é a ciência positiva das Constituições”. DC comparado entre as diversas edições e países. Então este ganha em relação à (a). O termo positiva apenas demarca a diferença entre a ciência metafísica da especulativa. 
André Hauriou “Pode-se num sentido amplo definir o objeto do DC: o enquadramento 
(a regulamentação/organização à disciplina) jurídico dos fenômenos Políticos.” Enfatiza que o DC tem características normativas. Devido a está ressalva, ela se torna a opção mais abrangente e, portanto ganha em relação às outras. 
Entre as questões o objeto (texto constitucional escrito) é o mesmo e percebe-se isso de forma explícita, porém o interessante é a análise das diferenças, o que se torna implícito. 
Nas definições de Bastos e Ferreira o Direito Constitucional estuda a Constituição (texto constitucional escrito) no sentido formal. Onde as palavras “estudo” e “ciência” representam respectivamente uma expressão vaga e uma expressão de pretensão científica. As constituições não raro inserem matéria de aparência constitucional. Assim se designa exclusivamente por haver sido introduzida na Constituição, enxertada no seu corpo normativo e não porque se refira aos elementos básicos ou institucionais da organização política. Entra essa matéria, pois a gozar da garantia e do valor superior que lhe confere o texto constitucional. Sendo os fenômenos e instituições Políticas juridicamente enquadradas e assim, possibilita que o estudo do Direito Constitucional vá além da norma constitucional. 
Celso Ribeiro Bastos apresenta uma definição mais vaga. Pinto Ferreira apresenta uma definição mais metodológica, sistemática, mais completa e exata que o estudo; ela enfatiza a pretensão política. A ciência positiva estuda um Direito comparado e histórico, diferenciando-se assim da definição de Celso. Ambas estão num sentido formal. Celso e Pinto se equivalem por ter como objeto a Constituição. 
Já na definição de Hauriou nota-se que o estudo da Constituição, também na forma de texto escrito, porém a diferença está no sentido material. Do ponto de vista material, a Constituição é o conjunto de normas pertinentes à organização do poder, à distribuição da competência, ao exercício da autoridade, à forma de governo, aos direitos da pessoa humana, tanto individuais como sociais. Em suma, a Constituição, em seu aspecto material, diz respeito ao conteúdo, mas tão somente ao conteúdo das determinações mais importantes, únicas merecedoras, segundo o entendimento dominante, de serem designadas rigorosamente como matéria constitucional.
André Houriou torna-se a definição mais abrangente, por não ser no sentido Formal (escrita), mas sim no Material (conjunto de regras materialmente constitucionais, pertençam ou não à Constituição escrita): ou seja, as instituições jurídicas, desde que enquadradas juridicamente. Possibilita textos de Lei serem vistos também; ela não nega a natureza normativa da Constituição.
FORMAL: é aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de um documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário.
MATERIAL: é o conjunto de regras materialmente constitucionais, estejam ou não codificadas em um único documento.
J.J. Canotilho, constitucionalista portugês, em sua obra Direito Constitucional, entende a constituição como o “estatuto jurídico do político”, político aqui no sentido de esfera pública, de instituições políticas. Discorra sobre uma conceituação do Direito Constitucional, bem de como suas relações com outras disciplinas, a partir desse entendimento.
Os fenômenos Políticos são os poderes, liberdades públicas, direitos, partidos, instituições, entre outros. O Direito Constitucional abrange os fenômenos Políticos. As instituições políticas são vistas no sentido material, desde que enquadradas juridicamente. É mais normativa; possibilita texto de Lei serem vistos também. Portanto, o Direito Constitucional refere-se à estruturação do poder político, seus contornos jurídicos, limites de sua atuação, e aos direitos humanos fundamentais. Então, ele não existe sem o poder, pressuposto da existência do político. Trata-se, contudo, do poder juridicamente vinculado ao Direito o que dá sentido e constitui objeto do Direito Constitucional. Por isso é que o estudo do Direito Constitucional envolve o conhecimento do Estado Democrático de Direito, seus paradigmas e problemas.
As Constituições clássicas continham somente princípios relativos ao governo e às garantias individuais: hoje em dia as leis fundamentais assinalam as bases primárias de toda organização jurídica do Estado e daí suas múltiplas e importantes relações com outros ramos do Direito. Divide-se o Direito Público em duas partes fundamentais: o Direito Público externo (Direito Internacional) e o Direito Público Interno. O primeiro regula relações entre Estados, o segundo marca a extensão da ordem jurídica relativamente a um determinado Estado. A disciplina básica do Direito Público interno é o Direito Constitucional, que fixa normas fundamentais da organização jurídica e condiciona, debaixo de seus princípios, os demais ramos do Direito Público, com os quais se relaciona. 
DC e Direito Administrativo: Relação bastante próxima, com laços íntimos q causam dificuldade em estabelecer distinção entre eles. O DC cuida da estrutura, da anatomia do Poder, o Direito Administrativo volta-se para o exame da fisiologia do Estado, estudando seus órgãos e suas funções. 
DC e Direito Financeiro e Tributário: O Direito Constitucional se faz presente com suas normas básicas de administração das finanças e distribuição da competência tributária no organismo estatal. 
DC e Direito Processual: Podem-se identificar nas Constituições vários princípios aplicáveis ao processo civil e penal, especialmente na Constituição Brasileira de 1988. Como por exemplo, no Direito Judiciário Civil, a assistência judiciária aos necessitados. No Direito Penal essa relação é manifestada quando a Constituição protege a liberdade individual contra o abuso do poder.
DC e o Direito Penal: Com o Direito Penal, no caso da Constituição Brasileira, a relação manifesta-se diante das garantias de natureza constitucional que se estendem no artigo 5º do Capítulo I, sobre direitos e deveres individuais e coletivos.
DC e o Direito do Trabalho: Estreitas relações se estabelecem e são numerosos os dispositivos constitucionais que inserem princípios de proteção aos trabalhadores, consagrando admiráveis conquistas sociais da classe obreira. 
DC e o Direito Internacional: A importância, no mundo contemporâneo, do Direito Internacional, especialmente no âmbito dos direitos humanos, implica na ocorrência de estreitas relações com o DC, que se internacionaliza através da adoção, pelas Constituições, de normas internacionais declaratórias desses direitos. Também se verifica a constitucionalização do DI, pela tendência de implantação de uma comunidade mundial de Estados, segundo um modelo de organizatório semelhante ao da estrutura das Constituições.
DC e o Direito Privado: As relações do DC com o DP decorreram fundamentalmente da circunstância de que interesses considerados exclusivamente privados passaram a ter repercussão social, sendo abrangidos pelas normas constitucionais, isto sem se esquecer de que o DP, da mesma forma que o D Público retira seu fundamento de validade da Constituição.
DC e a Ciência Política: No sentido estreito, a Ciência Política é a ciência do século XX, embora com raízesem Aristóteles, descritiva, neutral, e não normativa (estuda o ordenamento jurídico como um fato). Na CP dá-se ênfase ao poder, estruturas sociais e econômicas e ao processo político (grupos de pressão, partidos políticos), com vistas à construção de sistemas políticos.
D C e a Teoria Geral do Estado: A Teoria Geral do Estado é a ciência teórica, especulativa, que propõe a estudar o Estado em si mesmo, no que tem de essencial e permanente no tempo. Seu objetivo, portanto, é o de conhecer o Estado como uma conexão real que atua no mundo históric-social, investigando a sua função na realidade social concreta. Ela compreende os aspectos social, jurídido e político. 
Sociologia Política e Constitucional: ocupa-se do estudo do fenômeno político considerado como manifesto social. Dedica-se a conhecer as ações recíprocas entre Estado e outras manifestações da vida social, pretende conhecer a ação e a reação que existe entre fenômeno político e os demais fenômenos sociais.
História Constitucional: visa, sob uma perspectiva histórica, estudar a orientação, a evolução, o desenvolvimento e a influência das Constituições, valendo-se de elementos sociológicos, geográficos, políticos entre outros. Preocupa-se, em geral, com os ordenamentos jurídicos já superados, não mais existentes, ou seja, que deixaram de ter validade formal.
Direito Constitucional e Ciência Política: delimita e diferencia.
O Direito Constitucional é uma ciência jurídica que considera a sociedade política através de normas que se lhe dirigem. Ela debruça-se sobre a ordem da sociedade e não sobre a sociedade enquanto tal, ou seja, tem por objeto a realidade das normas e ocupa-se principalmente da regularidade e da validade da ação do poder como ciência normativa. Ou seja, abrange mais os aspectos normativos, os quais são essenciais; é uma disciplina jurídica.
A Ciência Política não é uma ciência jurídica e nem normativa, mas sim descritiva, e que tem por objeto a realidade dos fatos. Ela procura ordenar, sistematizar e dar a conhecer a realidade política estudando os fenômenos políticos em si próprios; as estruturas governativas; as estruturas de participação política e o os sistemas de poder. Ela se volta para os fatos no seu desenrolar empírico e funcional, tendo por objeto o Estado como sistema de relações, forças e comportamentos, o poder ou a interferência do poder, sendo que se ocupa principalmente da efetividade da ação do poder. Ou seja, a Ciência Política não abrange os aspectos normativos como o DC, para a CP esses são secundários; aborda mais um exame sociológico do que normativo; é uma disciplina sociológica; a CP surge a partir do DC (sua origem); porém não se equivalem em todos os aspectos, exceto pelo seu objeto que são os fenômenos políticos.
O Direito Constitucional diferencia-se da Ciência Política pelo objeto de estudo.
O objeto de estudo dos dois é o mesmo, ou seja, os fenômenos políticos; porém a abordagem é diferenciada: DC aborda mais o aspecto normativo, enquanto a CP aborda mais o aspecto sociológico. Sendo o fenômeno político o objeto em comum entre essas ciências, entendemos que a Ciência Política se sobrepõe o seu âmbito ao Direito Constitucional, já que estuda as estruturas políticas do Estado. Ela diz-nos como é na realidade, já o DC diz-nos como deve ser. As análises feitas pela Ciência Política ajudam a compreender a realidade política, cuja ordenação fundamental é estabelecida pela constituição do Estado. O estudo dessa ciência é indispensável ao estudo do DC que sem ele se alhearia às questões políticas dos regimes, das ideologias e dos conflitos políticos. 
A Ciência Política diferencia-se do Direito Constitucional pelo fato de estar ausente qualquer preocupação de natureza normativa. 
Na Ciência Política não é inexistente a preocupação de natureza normativa. O que ocorre é uma preocupação subsidiária quanto aos aspectos normativos; diferentemente o Direito Constitucional que considera essencial esse aspecto.
	DIREITO CONSTITUCIONAL 
= como deve ser
	CIÊNCIA POLÍTICA
 = como é na realidade
	Disciplina Normativa.
Os aspectos normativos são prioritários.
Limitada. Trata apensa da face dourada do regime político, não revelando toda a verdade, pois é normativa.
	Disciplina Sociológica.
Não tem foco normativo, porém serve de subsídio inicial, nunca sendo este o foco de ação. Como disciplina acadêmica originou-se do DC e tornou-se independente com a criação das faculdades de Sociologia.
Direito Constitucional e Ciência Política se equiparam. 
Eles se equivalem por terem o mesmo objeto de estudo, que é a Constituição; porém o DC aborda os aspectos normativos como essenciais e a CP aborda o exame mais sociológico como essencial. Logo, o DC, a seu turno, tem por objeto uma realidade normativa, formada por normas jurídicas, e não uma realidade fatual, como ocorre com a Ciência Política.
O objeto do Direito Constitucional é a Constituição no sentido formal. 
Ao longo da história observa-se a gradativa constitucionalização de matéria tidas e havidas por relevantes dentro da organização estatal. A estruturação da unidade política, a disciplina de investidura dos agentes políticos nos órgãos fundamentais do Estado, o modo como é adquirido o poder político e a forma de seu exercício, os direitos e garantias fundamentais do indivíduo, foram apenas algumas das matérias objeto de gradual positivação. O aumento da constitucionalização de matérias que ainda não haviam sido tratadas pela norma-vértice gerou a distinção entre constituição em sentido material e constituição no sentido formal, porque, de acordo com a doutrina, assuntos ou matérias não pertinentes à estrutura do Estado, à organização dos poderes, seu exercício e aos direitos e garantias fundamentais do indivíduo somente poderiam ser considerados constitucionais porque localizados na constituição. A distinção doutrinária carece de importância prática, porquanto não convivemos atualmente com discriminação de qualquer espécie com relação a um conteúdo formal ou materialmente constitucional, como ocorrera na Constituição do Império. 
Formais são as Constituições escritas, estabelecidas pelo poder constituinte originário, que não só contém temas materialmente constitucionais, como também sem conteúdo constitucional, de modo a não poderem ser alteradas senão de acordo com um processo mais difícil e complexo do que o previsto para a elaboração da legislação de nível inferior.
Somente para as definições de Celso Ribeiro Bastos (“Direito Constitucional tem por objeto o estudo da CF”) e para Pinto Ferreira (“O Direito Constitucional é a ciência positiva das Constituições”) que o objeto é Formal e não Material como para André Hourier.
Divisão do Direito Constitucional e suas relações com outras disciplinas jurídicas e com outras áreas do conhecimento.
DIREITO CONSTITUCIONAL: É o ramo do direito público interno dedicado à análise e interpretação das normas constitucionais. Tais normas são compreendidas como o ápice da pirâmide normativa de uma ordem jurídica, consideradas Leis Supremas de um Estado soberano, e tem por função regulamentar e delimitar o poder estatal, além de garantir os direitos considerados fundamentais. O Direito Constitucional é destacado por ser fundamentado na organização e no funcionamento do Estado e tem por objeto de estudo a constituição política desse Estado.
Direito Constitucional como Ciência: O conceito de DC é relativo ao de Constituição, de modo que cada um dos sentidos deste termo corresponde um conceito de DC. À acepção jurídica de Constituição corresponde o conceito de DC. Como ciência, este é o conhecimento sistematizado da organização jurídica fundamental de Estado. Isto é, conhecimento sistematizado das regras jurídicas relativas à forma do Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites de sua ação. 
Direito Constitucional Particular ou Positivo: Cada Estado, porém apresenta peculiaridades em sua organizaçãojurídica fundamental, suficientes para distingui-la da de outro Estado. Encarada a organização jurídica fundamental de um Estado determinado como toda matéria a ser conhecida, tem-se aí o DC Particular ou Positivo. Neste caso, o positivo se prefere a vigência e a eficácia das regras componentes da organização jurídica fundamental de Estado determinado. 
Direito Constitucional Comparado: Todavia, sempre há entre os Estados pontos de contato suficientes para justificar sua comparação sob um ou outro aspecto peculiar. Pode-se, por exemplo, comparar os direitos constitucionais positivos de uma área geográfica determinada (comparação no espaço), ou de uma época (comparação no tempo). Pode-se comparar a estrutura de uma instituição em diversos direitos positivos (comparação institucional) etc. Quando o método de comparação é principalmente empregado num estudo, costuma-se dizer que este é de DC comparado, mas não se quer com isso designar uma disciplina nova e sim um modo ou prisma de análise.
Direito Constitucional Geral: Da comparação entre os direitos positivos extrai-se o que há de comum a todos eles, reunindo-se assim os princípios universalmente respeitados em matéria constitucional. A sistematização desses princípios constitui o DC geral ou Teoria Geral do Direito Constitucional, que serve ao mesmo tempo de roteiro para o constituinte e para o intérprete. A Teoria Geral do Direito Constitucional estuda os princípios fundamentais da organização política, que se identificam por meio do estudo comparativo das constituições em vigor. Hoje, em virtude do desaparecimento do Estado Soviético, bem como das Democracias Populares, essa teoria está unificada. Com efeito, descabe falar, atualmente num direito constitucional marxista. O DC de derivação liberal, que impera sem contraste desde o final do século, pode ser resumido em 3 princípios gerais: O princípio da supremacia da Constituição; O princípio democrático; O princípio da limitação do poder.
Direito Constitucional Material e Formal: Por outro lado, é de interesse a distinção entre o DC material e DC formal. Essa distinção corresponde rigorosamente à distinção entre Constituição material e Constituição formal que se pode fazer onde há Constituição escrita. Essa distinção tem importância sobretudo onde a Constituição é rígida, pois somente as regras constitucionais formais é que podem beneficiar-se dessa proteção especial.
O DC E OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO PÚBLICO: O DC é o cerne do Direito Público interno, já que seu objeto é a própria organização básica do Estado, e, mais que isso, o alicerce sobre o qual se ergue o próprio Direito Privado. De fato, se estrutura o Estado e com isso a si subordina os demais ramos do Direito Público interno (o administrativo, o judiciário etc.), também põe as bases da organização social e econômica de modo que os ramos do Direito Privado (civil, comercial etc.) às suas regras devem curvar-se. Traçando as linhas fundamentais da organização dos poderes do Estado, o DC determina o rumo a ser seguido pelo Direito Administrativo e pelo Direito Judiciário. Sendo estes, como são, ramos do Direito Público que regem a estrutura e a ação da administração pública (o Poder Executivo), e da justiça (o Poder Judiciário), claro está que na Constituição é que se encontram seus princípios fundamentais e inclusive, se acham estabelecidos aos seus órgãos principais. Isto é ilustrado no corpo da Constituição brasileira, onde se acham previstos e estruturados em linhas gerais os mais altos órgãos administrativos (os ministérios). Além, de lá estarem consolidados o princípio da responsabilidade do Estado e o estatuto do funcionário. Nela também está fixada a estrutura das justiças em geral e de vários de seus órgãos em particular, afora princípios processuais que adota. Os demais ramos do Direito Público também encontram na Constituição suas normas basilares.
Direito Constitucional – É a disciplina fundamental do Direito Público que estuda os princípios e as normas organizadoras da forma e do sistema de Governo, da estrutura do Estado, das atribuições de cada um dos órgãos deste e dos limites de suas funções, assim como do ordenamento político, econômico e social consagrado na Lei Fundamental de uma nação.
Direito Administrativo – É o ramo que estuda princípios e normas disciplinadoras da organização e funcionamento dos serviços públicos, assim como das relações entre estes e os indivíduos que os exercem. 
Financeiro – É o ramo que estuda os princípios e as normas disciplinadoras da criação, arrecadação administração e disposição dos meios econômicos necessários ao desenvolvimento das atividades do Estado e de seus órgãos, assim como das relações Jurídicas daí resultantes. 
Eleitoral – É o ramo que estuda os princípios e as normas disciplinadoras da técnica de participação dos cidadãos na formação dos órgãos do Poder Público e na criação do direito nacional.
Direito Penal ou Criminal – É o ramo que estuda os princípios e as normas disciplinadoras da determinação dos atos – delitos e contravenções – que, por colocarem em risco a própria convivência social, devem ser punidos, das sanções que lhes devem ser aplicadas e das medidas de segurança destinadas a preveni-los. É estritamente condicionado por inúmeros preceitos registrados nas declarações de direitos e garantias, como os que vedam certas penas. 
Direito Fiscal ou Tributário – A seu turno, está preso às regras constitucionais sobre o poder de tributar e às que discriminam os tributos, distribuindo-os à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal. 
O DC E OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO PRIVADO: Os próprios ramos do Direito Privado receberam da Constituição o seu cunho geral, sobretudo desde que as Cartas Magnas se preocupam ostensivamente com a ordem econômica-social. 
Direito Civil - Recebe da Constituição brasileira as normas fundamentais sobre a propriedade e sobre a família.
Direito Comercial - Tem de se desdobrar-se a partir dos múltiplos preceitos que, ora monopolizam em favor do Estado certas atividades, ora delas excluem certas pessoas. O Trabalhista encontra no texto constitucional a substância da suas leis básicas além de preceitos imediatamente imperativos.
Relações do Direito Constitucional com outras disciplinas jurídicas e com outras áreas do conhecimento: O DC tem relação com todas as disciplinas jurídicas e a evolução faz com que ele também tenha um diálogo efetivo e contínuo com outras disciplinas: Ciência Política; Economia; Filosofia; Sociologia; Política; Antropologia; História. 
DC COM DISCIPLINAS DE CUNHO NÃO-JURÍDICO: Se, portanto, todos os ramos do Direito, sem exceção, vinculam-se à Constituição e, portanto, ao Direito Constitucional, esta disciplina mantém estreitas relações com outras de cunho não-jurídico. 
Teoria do Estado - Particularmente importantes são suas relações com a Teoria do Estado. Esta ciência, cujo objeto é a unificação do conhecimento sobre o Estado, inspira necessariamente qualquer Constituição que pretenda viabilidade. De fato, a Teoria do Estado fornece ao DC dados seguros sobre problemas capitais como o do reflexo dos ideais políticos sobre o funcionamento dos regimes de governo. 
Economia - Não menos importante são essas relações. Se não é aceitável que a base econômica determina as instituições políticas de um Estado (como queria Marx), é irrecusável que ela condiciona o êxito das formas de governo, por exemplo. Assim, conhecimentos econômicos podem iluminar problemas inexplicáveis para quem pretender compreender fenômenos constitucionais somente com o auxílio do Direito. 
Filosofia - Esclarece sobre os valores que inspiram as organizações políticas.
Sociologia - Mostra a inter-relação dos fenômenos sociais, entre os quais o jurídico e o político se inscrevem. 
Política - Se relaciona de forma íntima, pois, está é a ciência do poder e o DC é a ciência de organização jurídica do poder.
Com a evolução do DC como disciplina vários seguimentos acabaram por se autonomizar.
Abrange o Direito Constitucional,várias Ciências Jurídicas que, ao lado de outras disciplinas não jurídicas, como a Ciência Política, compõem o elemento de matérias que se ocupam do ordenamento constitucional do Estado. Essas Ciências Jurídicas, integrantes do Direito Constitucional em sua máxima amplitude, são:
Direito Constitucional Geral ou Parte Geral ou Teoria da Constituição 
Hermenêutica ou Introdução Constitucional: (Interpretação Foco na Constituição)
Direitos Fundamentais 
Direito Processual Constitucional ou Processo Constitucional (procedimentos previstos na CF: controle constitucionalidade das leis (ccl), exemplo a ADI; remédios constitucionais (HC, HD, Ação Popular, MS,...). Autonomia didática;
Direito Constitucional Processual (fixa princípios e regras processuais que valem para todas as áreas).
Direito Parlamentar ou Legislativo ou Processo Legislativo. É o processo legislativo que mostra ou define como se constitui o Parlamento, as comissões existentes, imunidades Parlamentar entre outros. Tal item é estudado de forma mais aprofundado, pois é mais complexo
Direito Histórico/ História do DC
Direito Comparado
Direito Constitucional Econômico
Filosofia do Direito Constitucional
O Direito Constitucional, por tratar da organização jurídica do Estado, fixando-lhe as normas fundamentais, e por validar todo o sistema jurídico, acaba por condicionar todos os demais ramos do Direito Público e do Direito Privado. EX: Direito Administrativo; Direito Financeiro e Tributário; Direito Processual; Direito Penal; Direito do Trabalho; Direito Privado e Direito Internacional.
Outras áreas do conhecimento: Ciência Política; História; Sociologia; Filosofia; Economia e Antropologia (direitos fundamentais,...)
	
	
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