Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISCIPLINA: GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS AULA 5 Prof.ª Carolina Walger 2 CONVERSA INICIAL A construção de um modelo de competências não é algo que se possa copiar. Depende da cultura corporativa da organização assim como de sua estratégia. Nesta aula, trataremos mais detalhadamente sobre algumas das fases necessárias para a implantação da gestão por competências. Talvez em algum momento você tenha feito as seguintes perguntas: a gestão por competências é uma ferramenta útil para o desenvolvimento profissional dos futuros gestores? Dependerá o futuro e a excelência das organizações de sua política de gestão de pessoas por competências? Algumas empresas já estão respondendo a esses questionamentos e levam muito tempo trabalhando dentro dessa metodologia. Com os conceitos e temas que trataremos nesta aula, acreditamos que você estará em condições de responder a esses questionamentos! Assista ao primeiro vídeo com da professora Carolina no material on-line! Lá você terá mais detalhes da aula de hoje! CONTEXTUALIZANDO Vamos estudar nesta aula as dimensões da gestão por competências a partir dos cinco temas. A questão da qual se parte é a seguinte: que caminho deve percorrer uma organização para implementar a gestão por competências de tal forma que essa prática acrescente valor à organização incrementando sua vantagem competitiva, melhorando o perfil de competências dos funcionários, facilitando o mapeamento de competências, buscando identificar as necessidades e possibilidades de crescimento da organização através dessas ações. O objetivo é identificar e entender a importância das competências como fonte de valor para o indivíduo e para a organização. Os temas são relevantes e atuais já que as estratégias que definem as competências refletem-se na escolha das estratégias por parte da organização. 3 Podemos iniciar nossa aventura com a frase de um estudioso destes temas: “Competência, um conceito em construção” Le Boterf. Você já pensou nas habilidades que o gestor, dentro de uma organização, deveria desenvolver para, em algum momento, adotar de uma metodologia de Gestão por Competências? Agora, procure responder às seguintes questões: Qual deve ser o ponto de partida de uma empresa que deseja implantar a Gestão por Competências? É necessário conhecer que benefícios serão acrescentados a organização? A adoção desse modelo permitirá a flexibilização da empresa para adaptar-se às mudanças? A empresa terá seu modelo de competências de acordo com o segmento no qual atua? Essas questões podem ser respondidas lendo e pesquisando no livro Modelo de Competências e Gestão dos Talentos, de Maria Rita Gramigna. 2ª ed. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. O livro se encontra na biblioteca virtual que você pode acessar pelo UNICO. Aproveite, agora, para assistir à videoaula da professora Carolina, disponível no material on-line! Problematização Nos últimos anos, tem variado a forma de administrar as pessoas, a situação de trabalho, as relações com os funcionários e as exigências nas organizações. Uma ferramenta indispensável para enfrentar os novos desafios das empresas hoje é a Gestão por Competências. Essa ferramenta aprofunda o desenvolvimento e comprometimento das pessoas, ajudando a elevar as competências de cada indivíduo envolvido nos processos da empresa a um grau de excelência. Trata-se de dispor das competências adequadas e no momento certo para responder aos compromissos e desafios adquiridos pela organização. Vamos conhecer a gestão por competências como estratégia de potencialização de talentos? 4 http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/a-gestao-por- competencias-como-estrategia-de-potencializacao-de-talentos/101815/ Com base nessas informações quais seriam as atividades e passos para a implantação de um modelo de Gestão por Competências? I. Delinear um modelo básico de competências genéricas com base principalmente no planejamento estratégico. II. Definir as competências requeridas com base nos processos da organização. III. Identificar e avaliar as competências existentes entre os funcionários e na organização como um todo. É correto o que se afirma em: a. I, apenas. b. II, apenas. c. I e III, apenas. d. II e III, apenas. e. I, II e III. O que você achou desse exercício? Muito difícil? Veja as considerações da professora sobre essa atividade! A metodologia para a implantação de um modelo de Gestão por Competências deve levar em conta não apenas o planejamento estratégico da empresa, mas também a missão, a visão, os valores corporativos, a cultura e definir quais competências são as mais importantes nos processos de produção da empresa. Igualmente, é importante identificar as competências já existentes na empresa como um todo e em cada nível operacional no qual os funcionários atuam. http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/a-gestao-por-competencias-como-estrategia-de-potencializacao-de-talentos/101815/ http://www.retorno-rs.com.br/wp-content/plugins/downloads-manager/upload/GEST%C3%83O%20POR%20COMPET%C3%8ANCIAS%20(2).pdf http://www.retorno-rs.com.br/wp-content/plugins/downloads-manager/upload/GEST%C3%83O%20POR%20COMPET%C3%8ANCIAS%20(2).pdf 5 NOÇÃO DE COMPETÊNCIAS Neste tema discorreremos sobre as competências e sua gestão. Mesmo sendo um tema atual, foi em 1973 que McClelland publicou um artigo que, de certa forma, iniciou o debate sobre competência entre psicólogos e administradores. A competência, para esse autor, é uma característica subjacente a uma pessoa e pode ser relacionada com desempenho superior na realização de uma tarefa ou em determinada situação. Para Le Boterf (1994) a competência é o resultado do cruzamento de três eixos: a formação pessoal (biografia e socialização), a formação educacional e a experiência profissional. É um saber agir responsável, como tal reconhecido pelos outros. Implica saber como mobilizar, integrar recursos e transferir os conhecimentos, recursos e habilidades, num contexto profissional determinado. Já Dutra (2004), faz uma classificação em função de sua abrangência e impacto na gestão de pessoas. Primeira fase – Competência como base para seleção e desenvolvimento de pessoas Nessa fase, o uso do conceito está centrado na concepção de McClelland (1973), elaborada a partir da observação das competências diferenciadoras que conduziram pessoas ao sucesso profissional. Levantadas as histórias de sucesso, as competências servem de padrão para analisar as demais pessoas da empresa e para orientar os processos de seleção, escolha, avaliação para desenvolvimento e orientação do processo de capacitação. A grande crítica feita a esse procedimento é o fato de a mesma característica de competência ser aplicada indistintamente a todas as pessoas. Segunda fase – Competência diferenciada por nível de complexidade Ao incorporarem os conceitos de competência, as empresas foram naturalmente criando escalas de diferenciação por níveis de complexidade. 6 Na segunda fase, surgiram alguns desconfortos em relação ao uso do conceito de competência. Os principais foram: Vinculação da competência a trajetórias de sucesso em realidades passadas; Ausência de vinculação das competências aos objetivos estratégicos da empresa; Necessidade de estender a utilização do conceito para as demais políticas e práticas de gestão de pessoas da empresa, como remuneração e carreira, por exemplo. Terceira fase – Competência como conceito integrador da gestão de pessoas com os objetivos estratégicos da empresa. O conceito de competência organizacional estimula a discussão sobre como compatibilizar as competências organizacionais com as individuais. Dessa forma, as competências humanas não mais derivariam dastrajetórias de sucesso de pessoas dentro da empresa, e sim dos objetivos estratégicos e das competências organizacionais. Essa fase inicia uma nova forma de olhar para a gestão de pessoas, buscando não só a integração dos objetivos estratégicos da empresa, mas também a integração da gestão de pessoas em si. Hoje, a articulação entre os conceitos de competência, complexidade e espaço ocupacional permite maior envolvimento dos gestores na administração de pessoas e melhor avaliação das repercussões de suas decisões. Quarta fase – Apropriação pelas pessoas dos conceitos de competência A apropriação por parte das pessoas dos conceitos de competência, complexidade e espaço ocupacional é fundamental para o contínuo aprimoramento desses conceitos. Quando as pessoas não compreendem os conceitos e não os utilizam para pensar o próprio desenvolvimento, reduzem os instrumentos e processos derivados desses conceitos a rituais burocráticos. É importante que você perceba que há aspectos que devem ser tratados, trabalhados mais intensamente para aprimorar o uso dos conceitos. É muito importante, também, que sejam internalizados pelos gestores e pelas pessoas. 7 A noção de competência aparece associada a verbos como saber agir, mobilizar recursos, integrar saberes múltiplos e complexos, saber aprender, saber se engajar, assumir responsabilidades e ter visão estratégica. As competências devem agregar valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo. Vejamos o esquema a seguir: Define-se, assim, competência: um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que ageguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. Fonte: FLEURY, 2011 p. 30. Assim, competência engloba habilidade, mas não se restringe a ela, ultrapassando a mera questão técnica de capacidade de operacionalização. Da mesma maneira, competência engloba atitude, mas não se restringe a ela, pois competência pressupõe ação adequada e não simplesmente ação. Competência pressupõe uma ação que agregue valor diante de novas situações! 8 Podemos, dessa forma, compreender a composição do conceito de competência através de critérios objetivamente mensuráveis, como o exercício proativo e simultâneo de: Saber conceitualmente (qualificação) conhecimento Saber fazer (experiência funcional) habilidade Saber agir (capacidade de obter resultados) atitude Portanto, competência pode ser entendida como uma ação fundamentada e assertiva frente a novos desafios! Essa ação deve agregar valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo. Competência é um potencial disponível para enfrentar os desafios futuros! Dentro do universo de negócios, o conjunto das competências desejadas deve estar alinhado com a estratégia adotada, o que implica que, além de alguma competência em comum, cada segmento de negócios demandará competências específicas, assim como cada organização fará o mesmo em função da sua estratégia. O conceito pressupõe produtividade e adequação a cada realidade de negócios. É importante que você, como gestor, saiba que o domínio de determinadas competências leva os profissionais e a organização a fazer diferença no mercado. Por isso é prioritário conhecer as chamadas competências de suporte (aquelas que dão sustentação às competências técnicas exigidas para cumprir determinadas funções). Podem-se considerar, então, dentre as competências de suporte, as competências diferenciais, as essenciais e as básicas. Diferenciais: Estratégicas, estabelecem a vantagem competitiva da organização. Identificadas no estabelecimento da missão. São constituídas por um conjunto de capacitações que auxiliam a empresa a atingir resultados e fazer diferencial no mercado. São genéricas. Essenciais: Identificadas como as mais importantes para o sucesso do negócio. Devem ser percebidas pelos clientes. Básicas: Necessárias para que a empresa funcione. São percebidas no ambiente interno. Estimulam e sustentam o clima de produtividade. 9 Acreditamos que, com os conceitos apresentados, ficou claro o conceito de competência, certo? Vamos agora ver o que significa e em que consiste a gestão por competências. Então, vamos fazer a leitura do artigo “Construindo o Conceito de Competência”, de autoria de Maria Tereza e Afonso Fleury. http://www.scielo.br/pdf/rac/v5nspe/v5nspea10.pdf Aproveite também para assistir ao vídeo “Conceito de Competência”. https://www.youtube.com/watch?v=5Hgy1sUNj2U Vamos, agora, recapitular os conceitos aprendidos neste tema! Acesse o material on-line. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS A gestão por competências é mais do que uma forma de administrar – é uma filosofia de desenvolvimento dos talentos nas organizações. Por meio dela é possível orientar as ações das pessoas com o objetivo de construir uma empresa forte e eficaz, que esteja disposta a aplicar suas estratégias e alcançar metas e objetivos. Em um mundo que se caracteriza pela forte competitividade, torna-se vital que as empresas tenham uma clara visão de suas estratégias e objetivos, alinhadas com as melhores práticas de gestão de pessoal. Faz-se necessário então, que a empresa conheça a sua força de trabalho disponível, identificando os pontos fortes e insuficientes de cada colaborador, a fim de agir no desenvolvimento do capital humano. O aumento da competitividade global das atividades a partir da década de 1990 direcionou as empresas ao alinhamento entre políticas de recursos humanos e estratégias organizacionais, agregando o conceito de competências às práticas empresariais, de forma que se tornasse a base do modelo de gestão de pessoas. Fischer apud Fleury e Fleury (2008), afirma que, atualmente, o grande desafio das empresas é garantir o alinhamento das pessoas, competências e desempenho individual às estratégias e objetivos organizacionais. http://www.scielo.br/pdf/rac/v5nspe/v5nspea10.pdf https://www.youtube.com/watch?v=5Hgy1sUNj2U 10 Entre os princípios que nortearão a gestão de pessoas, está a gestão por competências, através da captação, desenvolvimento e remuneração adequada de talentos. Atualmente as empresas estão engajadas em identificar pessoas que possuam potencial para crescimento, que sejam flexíveis para lidar com situações críticas e inesperadas e que pensem estrategicamente. A questão de treinamento e desenvolvimento vem sendo discutida constantemente, pois a preocupação está no alinhamento do desenvolvimento individual com as estratégias empresariais e competências essenciais para a organização (FLEURY e FLEURY, 2008). A Gestão por Competências tem sua base em alguns indicadores organizacionais, que dão suporte para o desenvolvimento e implantação eficaz da ferramenta de gestão. Para Gramigna (2007), quatro são os indicadores: Negócio: o ambiente determina as demandas e a organização se posiciona conforme o seu desejo de espaço. A organização define quais as expectativas e desejos do consumidor que pretende atender. Serve como base para orientar o comportamento dos colaboradores da empresa. Missão institucional: tem por objetivo definir a razão de existir do negócio, indicando o caminho a ser seguido para o alcance dos objetivos. Está voltada para a orientação nas tomadas de decisões, elaboração de objetivos e estratégias. Visão de futuro: sua essência está na ideia de como a organização quer ser vista pelos seus consumidores, fornecedores, parceiros e colaboradores, norteando ações para a busca de resultados e compartilhando-os com toda organização. Pensar além dos objetivos específicos, servindo como um guia. Valores e crenças: normas e princípios aceitos pelo grupo que conduzem o comportamento das pessoas, contribuindopara a formação da cultura organizacional. Segundo Leme (2005), é tecnicamente impossível desenvolver um modelo de gestão por competências sem a definição da missão, visão, valores e estratégia, pois esses fatores são fundamentais para a validação do modelo de gestão. 11 Não é possível concluir que uma empresa precisa de criatividade, por exemplo, se não estiver claro o porquê da sua existência ou qual o seu papel, fato que pode ser checado na missão da empresa” (LEME, 2005, p.27). De acordo com Gramigna (2007), a gestão por competências é um conjunto de ferramentas, instrumentos e processos metodológicos voltados para a gestão estratégica de pessoas. As etapas básicas dentro do modelo de gestão por competências são (LEME, 2005): Mapear as competências organizacionais; Identificar as competências de que uma função precisa; Identificar as competências que o colaborador possui; Fazer o cruzamento das informações apuradas, identificando o gap de treinamento e desenvolvimento necessário para o funcionário. Como exposto pelo Portal Educação (2012), o modelo de gestão por competências está inserido dentro de todas as áreas de trabalho de gestão de pessoas na organização, onde temos recrutamento e seleção por competências, treinamento e desenvolvimento por competências, remuneração por competências e a avaliação de desempenho por competências. Assim, a gestão por competências proporciona para a empresa a mensuração dos diferentes tipos de competências existentes. A mensuração das competências é a tradução em números dos resultados apresentados por determinado funcionário em seu comportamento, capacidade técnica e resultados alcançados. Com essa metodologia, a organização consegue alinhar os seus objetivos estratégicos com o desenvolvimento dos seus funcionários, onde os mesmos alcançarão as metas propostas e consequentemente a organização apresentará bons resultados. Uma importante opção para as organizações é a gestão por competências. Administrar neste modelo leva ao redirecionamento das políticas e práticas de gestão de pessoas, as quais adquirem um novo significado por meio de sua adoção. Não é simplesmente uma forma de administrar, mas um meio muito eficaz de desenvolvimento de talentos nas empresas. 12 Você, como gestor, pode orientar as ações de seu pessoal por meio da Gestão de Competências, com o objetivo de estruturar uma organização eficaz, que atinja suas metas e objetivos traçados. Ultimamente, esse tema tem recebido muita atenção por ser de suma importância para o correto funcionamento das empresas. As organizações que hoje focam na gestão de competências e não abrem mão de se tornar mais competitivas e de, inclusive, definir com clareza sua área de atuação mais forte no mercado. Será interessante que você faça a leitura do livro “Gestão de Pessoas e talentos”, mais especificamente seu capítulo 6: “Gestão por competências – Qual é o papel das competências individuais”. O livro está disponível na biblioteca virtual, que você poderá acessar pelo portal UNICO! Saiba mais sobre o assunto deste tema assistindo ao vídeo “Gestão por Competências”! https://www.youtube.com/watch?v=R07V2oXvANs Aproveite para acessar o material on-line para comrpreender a necessidade de uma gestão por competências! GESTÃO DE PESSOAS POR COMPETÊNCIAS O tema das competências é apaixonante. Em muitos países a Gestão de RH tem incorporado a gestão baseada em competências, para melhorar a produtividade e manter um clima positivo nas relações da empresa com os funcionários. Esses esforços buscam melhorar os níveis de produtividade, por meio da mobilização do conhecimento e da capacidade de aprendizagem da organização. É evidente a tendência da revalorização do papel humano na competitividade organizacional. Os desafios e a crescente competitividade e globalização das atividades na década de 1990, levou o alinhamento definitivo das políticas de recursos humanos às estratégias empresariais, incorporando à prática organizacional o conceito de competência com base no modelo para gerenciarem pessoas. https://www.youtube.com/watch?v=R07V2oXvANs 13 Visualizar novos enfoques é importante para a implantação de um novo modelo de gestão baseado em competências. Esse modelo pode dar respostas imediatas e relevantes a situações como: alinhamento das contribuições dos funcionários às necessidades estratégicas dos negócios, administração eficiente de ativos intelectuais centrados nas pessoas, substituição das descrições de cargo como eixo central da gestão de RH, a avaliação de desempenho, o reconhecimento e compensação justos com base na contribuição do valor agregado e erradicação da velha e custosa prática do treinamento tradicional. Observe o gráfico seguinte, acreditamos que facilita a compreensão da importância da Gestão por Competências. É um gráfico sistêmico, onde todos os componentes estão relacionados, facilitando a aceitação e estruturação deste novo modelo de gestão. Fonte: Adaptado de DELGADO (s/d) O caráter holístico deste modelo, estrutura-se em duas características: 1. A gestão do ativo, que representa as competências, dentro de um sistema onde se relaciona a estratégia, o conhecimento (gestão do conhecimento, aprendizagem organizacional e gestão por competências), a tecnologia, os processos e os recursos. 14 2. A competência integra as dimensões: 2.1. Características pessoais e sociais (aptidões emocionais sobre as que se estrutura a inteligência emocional. 2.2. Conhecimentos e habilidades técnicas contextualizadas aos processos do trabalho. A instalação de um modelo de gestão por competências supõe, entre outras coisas, uma mudança cultural, no que concerne o modo como a empresa valoriza o conhecimento (capta, seleciona, organiza, distingue e apresenta), focalizando na aprendizagem para resolver problemas, se antecipando às necessidades do mercado e aumentando a inteligência e adaptabilidade da empresa. Gestão por competências é o processo de administrar o ativo intelectual e intangível que representam as competências nas pessoas. (DELGADO, s/d) Com esse enfoque as competências descrevem o que uma pessoa deve saber e pode fazer para desenvolver e manter em alto nível seu desempenho. Inclui aspectos: cognitivos, afetivos, motores e de experiência. As competências se organizam em torno de unidades: papéis, posições e processos que constituem a estrutura social do trabalho na empresa. O modelo de competências sob esse enfoque holístico inclui as competências organizacionais, que significam um diferencial no mercado, as competências que todos os funcionários devem ter para corresponder com seu desempenho à oferta de valor que a empresa oferece e as competências de papéis, que partilham os funcionários que desempenham um conjunto de responsabilidades comuns, por exemplo: líderes, coordenadores, pessoal de apoio. A identificação e construção de competências supõe que elas estejam associadas a um desempenho específico que deve agregar valor mensurável, que esteja redigida de forma clara e que resulte em um insumo útil para os diferentes subprocessos da gestão dos recursos humanos: seleção, avaliação de desempenho e o próprio desenvolvimento de competências. Com tudo isso que você acabou de estudar, você deve ter percebido que o investimento no recurso humano é indispensável para a empresa. Por isso é importante conhecer algumas das razões que justificam a adoção de um modelo de Gestão por Competências: 15 Alinhamento dos recursos humanos com a estratégia do negócio aumenta sua capacidade de resposta as exigências do mercado. A administração adequada dos ativos que são as competências garante a permanência da vantagem competitiva. As funçõessão descritas partindo das competências requeridas para um alto desempenho. O valor agregado por competências pode ser medido, inclusive, em termos financeiros. Vejamos como funciona o conceito e a utilização das competências nos subsistemas de RH. Lembre-se que é importante que a visão, missão e os valores da organização estejam definidos de maneira correta antes de especificar as competências! Elas devem estar de acordo para que seja mais fácil que as competências se alinhem para atingir os objetivos da organização. Recrutamento por competências: entrevista A entrevista por competências foca na ideia de que o comportamento do candidato no passado e a forma como desempenhou os trabalhos anteriores são as melhores amostras de como seria seu desempenho no futuro. O objetivo principal do entrevistador é obter informações sobre situações específicas e quais seriam as atitudes tomadas pelo candidato nessas situações. Para que este tipo de entrevista seja efetivo para avaliar o candidato, é importante que as perguntas que o entrevistador formulará estejam elaboradas de maneira correta, de modo que ofereçam informações sobre as competências específicas que sejam relevantes para a vaga em questão. Deve-se realizar as mesmas perguntas para todos os candidatos, para ter elementos suficientes para avaliar, em cada caso, se o candidato conta com as competências requeridas pela organização para desempenhar a função para a qual está se candidatando. O método utilizado para elaborar as perguntas diz respeito a uma das atividades a serem desenvolvidas nesta aula. O STAR – Situação (qual foi o problema solucionado), Tarefa (o que fez o candidato para enfrentar a situação), Ação (descrição dos passos e atividades realizados) e Resultados (o que obteve 16 pelas decisões tomadas), é o caminho utilizado para elaborar as perguntas de forma que se avaliem as competências do candidato. O objetivo é que o entrevistador conduza a entrevista para guiar o candidato a dar respostas que possam ajudá-lo a avaliar se o candidato conta com as competências que se requerem para a função para a qual está se propondo. Seleção por competências De acordo com Neri (2012), a seleção por competências tem por base a elaboração de indicadores ou perfis de competências exigidas para o cargo. O processo deve iniciar-se pelo mapeamento das competências que serão requeridas, levando-se em conta os requisitos do cargo, do posto de trabalho a ser preenchido e dos objetivos da organização. De posse desse perfil, o selecionador estrutura o processo com um foco mais preciso, realiza entrevistas, dinâmicas situacionais e jogos, empregados como ferramentas para o levantamento das competências que o candidato já possui. O objetivo é identificar no candidato os comportamentos mais importantes para a melhor execução das suas funções. Dessa forma, entende-se que o processo poderá ser mais objetivo e com isso assegurar os melhores resultados para empresa. Modelo de treinamento de competências Neri (2013) considera que, no modelo de treinamento de competências, treinar é oferecer oportunidades para que as pessoas possam frequentemente refletir sobre seus atributos e exercitar a autocrítica, posicionando-se diante das circunstâncias empresariais e de seu projeto de vida. Isso só será possível com a utilização cada vez mais frequente das chamadas técnicas ou práticas interativas de treinamento. É por meio delas que o “treinando” pode exercitar suas racionalidades para legitimar e reelaborar sua prática (Malvezzi, 1997). É importante perceber que todas as atividades de recursos humanos devem estar alinhadas com a estratégia da organização, o que é possível com a adoção da administração de recursos humanos por competências, já que as competências essenciais para a estratégia da empresa são as premissas para o estabelecimento dos quadros de competências funcionais. 17 Além desse alinhamento externo aos recursos humanos, as atividades devem ter um alinhamento interno, ou seja, devem fazer parte de um sistema que procure continuamente o resultado empresarial. No treinamento de competências deve-se utilizar o máximo possível das práticas on the job monitoradas por gerentes executivos capacitados para o coaching e com ferramentas de acompanhamento e avaliação de desempenho. Só assim poderemos desenvolver competências que sejam conjuntos de habilidades e atitudes. Não há possibilidade de um treinamento que não perceba as pessoas em seu conjunto psicossocial. Gestão de desempenho por competências Segundo Ulrich (2003), a aplicação da gestão por competências a essa atividade pode contribuir para a redução dos problemas enfrentados, gerando resultados mais consistentes. Uma das principais fontes das dificuldades enfrentadas é a falta de clareza sobre os objetivos do processo avaliativo em si. A gestão por competências proporciona definições claras sobre as necessidades que precisam ser atendidas na área de gestão de pessoas, necessidades essas que são derivadas de estratégias corporativas. Sua implantação favorece o surgimento de uma nova mentalidade na organização, trazendo clareza a respeito da necessidade que o desempenho dos funcionários seja constantemente avaliado e redirecionado. A tendência é que, com isso, o clima organizacional seja menos afetado por receios a respeito das consequências geradas pela avaliação de desempenho. Para Gramigna (2002) a gestão do desempenho por competências representa uma forma eficaz de identificar o potencial e o estágio atual de desenvolvimento dos funcionários, estimulando-os a assumirem a responsabilidade pela busca da excelência. Uma das premissas básicas da avaliação do desempenho por competências é a de que o indivíduo tem capacidade para identificar as competências que possui, verificando seus pontos fortes e fracos, tendo em vista suas necessidades profissionais. Uma vez que esteja consciente sobre a relação entre as necessidades relacionadas ao cargo que ocupa e as competências que precisa manifestar, o indivíduo terá maior facilidade para avaliar-se e para aceitar feedbacks 18 oferecidos por outras pessoas. Isso porque a avaliação estará centrada em fatores mais objetivos. Encontram-se com frequência deficiências na avaliação. Destaca-se a adoção de indicadores direcionados apenas para a adequação do comportamento dos funcionários aos padrões estabelecidos. Fatores como pontualidade e assiduidade, por exemplo, indicam apenas o quanto o avaliado demonstrou ser disciplinado, mas pouco acrescentam à verificação do desempenho efetivamente alcançado. Frente a esse panorama, devem ser priorizados indicadores que caracterizem o chamado valor agregado, que representa a contribuição oferecida ao alcance dos objetivos da organização. Os tempos mudam. É também necessário que os métodos utilizados nos subsistemas de Recursos Humanos se adequem às necessidades, aos novos tempos. Você, como gestor do século XXI, deve observar e fazer análises sistêmicas. Essa sua posição de análise lhe trará consequentemente um olhar mais objetivo e preciso da realidade e do mercado. Será interessante que você faça a leitura do livro “Modelo de Competências e Gestão dos Talentos”, mais especificamente seu capítulo 2: “A base do modelo de competências: negócio, missão, visão e valores organizacionais” e seu capítulo 3: “Apresentando um modelo – Alinhamento conceitual”. O livro está disponível na biblioteca virtual, que você pode acessar pelo portal UNICO! Agora, acesse o material on-line para saber mais sobre a gestão de pessoas por competências! MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS Para você, gestor, deve ficar claro que mapear competências significa identificar as competências técnicas e comportamentais necessárias a cada cargo, área ou mesmo a todosos funcionários da empresa. Como resultado desse trabalho, o mapeamento de competências permite que a organização tenha seus critérios de mensuração de sucesso bem esclarecido. 19 Competências individuais De acordo com Fleury (2010), passando do nível mais estratégico de formação das competências organizacionais para o nível de formação das competências do indivíduo, as competências foram categorizadas em três grandes blocos, que envolvem a relação do indivíduo com toda a empresa, em uma perspectiva sistêmica: Competências organizacionais Zarifian (2001) diferencia as seguintes competências em uma organização que acabam por configurar diferentes áreas de desenvolvimento de competências: 20 Zarifian (2001) diferencia vários conteúdos relacionados às competências organizacionais que configuram as áreas de desenvolvimento de competências: competências referentes aos processos, competências técnicas, competências relacionadas à organização, competências de serviço e competências sociais. Uma vez que as competências individuais formam a base para as competências organizacionais, pode-se considerar que elas se influenciam mutuamente, de modo que a organização prepara as pessoas para enfrentar novas situações dentro da própria organização ou mesmo em sua vida pessoal, 21 enquanto o indivíduo oferece à organização o seu aprendizado, de modo que esta tenha as condições necessárias para enfrentar os novos desafios (DUTRA, 2008). Essas ideias reforçam a concepção de competência organizacional constituída a partir de recursos e de que a competência agrega valor econômico à organização e valor social ao indivíduo, conforme a definição de Fleury e Fleury (2001). Podemos, então, entender que as competências organizacionais “São construídas por meio de ações e articulações das competências individuais, pautadas em um processo sinérgico. O desenvolvimento das competências organizacionais é marcado pelo resultado do aperfeiçoamento continuo”. Fleury e Fleury (2001, p. 23). Mapeamento de Competências ”O conhecimento é a nova base da riqueza”, garante o economista Lester Thurow, do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT). Mas a transformação desse conhecimento em riqueza não é automática. Thurow diz que a melhor imagem para refletir o processo de construção da riqueza é uma pirâmide simbólica para cujo vértice convergem diferentes fatores determinantes. Fonte: HSM Management, 2005. Nessa pirâmide ele destaca dois aspectos importantes que têm a ver com nosso tema: É preciso gente capacitada para descobrir novos conhecimentos, inventar novos produtos e processos e saber como usar essas novidades. O conhecimento gera inovações revolucionárias em tecnologia, que permitem alcançar índices altos de crescimento econômico. Como gestor, é importante que você tenha em conta que o conhecimento, a criatividade e o capital são as ferramentas indispensáveis para que as organizações e os indivíduos aprendam a viver segundo as novas regras. O mundo está mergulhado em uma grande e contínua transformação histórica. Essa nova economia gera uma competição acirrada! E como diz Gramigna (2007), três desafios se fazem presentes: 1. A adoção de tecnologias inovadoras (como já declarava Thurow), que permitam competir de igual para igual com os concorrentes. 22 2. O alinhamento de processos internos para agilizar e apresentar qualidade em produtos e serviços. 3. A adoção de um modelo assertivo de gestão de pessoas capaz de identificar, desenvolver e reter talentos como principal fonte de capital. Uma das etapas do modelo de gestão por competências é o mapeamento de competências. Então o que é mapear? Podemos recorrer a uma série de verbos que caracterizam muito bem o que significa esta palavra. E vemos como, além de identificar, é necessário que esse processo permita descrever e classificar as competências corporativas e profissionais. Ao mesmo tempo, desenvolver significa identificar e trabalhar os gaps ou lacunas existentes entre as competências individuais necessárias à estratégia da organização, atualmente e no futuro. É nesta etapa que se procede a identificação clara e objetiva das competências individuais e organizacionais necessárias, assim como a verificação das competências de que dispõe a empresa nesse momento. Observe o gráfico e veja como é importante que esse processo de mapeamento seja realizado por meio da análise dos documentos relativos ao planejamento estratégico da empresa, tendo em conta sua visão, missão e valores principalmente. Você deve ter percebido que as competências individuais, aliadas a outros recursos formam as competências organizacionais. Mesmo assim a organização precisa definir quais são competências essenciais para seu negócio e se elas estão de acordo com seus objetivos e estratégias. Depois deverá estabelecer quais são as competências individuais necessárias. 23 Fonte: Fundação Dom Cabral: http://www.fdc.org.br/programas/Paginas/Programa.aspx?programa=Programa%20Customizado:%20Foco%20em%20 Compet%C3%AAncias Esse mapeamento deve permitir a identificação de lacunas existentes entre as competências reais e as necessárias ou desejadas, permitindo orientar a tomada de decisões e ações para reduzir essas diferenças. Segundo Costa (2008, p. 27) podem ser utilizados para a realização do processo de mapeamento das competências “métodos e técnicas de pesquisa social (sobretudo entrevistas individuais ou coletivas com dirigentes da organização e especialistas); realização de workshops com a participação de dirigentes e especialistas”, avaliação de desempenho, autoavaliação e por meio de entrevistas qualitativas ou quantitativas com os próprios colaboradores que descrevem as competências essenciais para executarem de forma excelente suas atividades. O projeto educacional está baseado em um processo de aprendizagem onde o objetivo principal são os sistemas de produção e o desenvolvimento de competências para competir em mercados globalizados. http://www.fdc.org.br/programas/Paginas/Programa.aspx?programa=Programa%20Customizado:%20Foco%20em%20Compet%C3%AAncias http://www.fdc.org.br/programas/Paginas/Programa.aspx?programa=Programa%20Customizado:%20Foco%20em%20Compet%C3%AAncias 24 Observe que, em síntese, o processo de aprendizagem de todas as empresas é estruturado com o objetivo de criar uma vantagem competitiva. O processo gera uma dinâmica de mudança interna, onde os mecanismos de sustentação (desenvolvimento das equipes, papel do RH e o processo contínuo de acompanhamento no que se refere a performance dos funcionários), são a base primordial para que o processo se mantenha e gere os resultados desejados pela organização e pelos funcionários. Lembre-se que o propósito do mapeamento por competências é identificar a discrepância entre as competências necessárias para concretizar a estratégia corporativa e as competências internas existentes na organização! São estes os passos para a realização do mapeamento por competências: 25 As etapas da implantação do modelo De acordo com Gramigna (s/d) a gestão por competências é um programa que se instala através de etapas que se sucedem de forma simultânea ou passo- a-passo. Para que tenha sucesso, o envolvimento e a adesão das pessoas- chave da administração e dos postos de trabalho é fundamental. A sensibilização deste público na busca do comprometimento é a primeira etapa do processo. Para a autora, essa sensibilização poderá ser realizada por meio de intervenções variadas: Reuniões de apresentação e discussão do modelo, para prováveis adaptações à cultura da empresa. Fóruns de discussão com o objetivo de detectar as falhas do modelo vigente. Participação em palestrase em cursos específicos que tratam do tema. A partir do momento em que a alta administração e as pessoas-chave aderirem à ideia, passa-se à segunda etapa. Duas ações são fundamentais neste momento: Verificar se as missões setoriais estão compatíveis com a missão da empresa. Checar as responsabilidades de cada unidade ou grupos de funções. A terceira etapa consiste em listar as competências necessárias a cada grupo de funções, delinear os perfis e estabelecer mecanismos de verificação de performances individuais. A partir daí o corpo gerencial é treinado para acompanhar o desempenho de suas equipes, identificando os pontos de excelência e os pontos de insuficiência. É preciso ter em conta que, o mapeamento de competências é uma das etapas mais complexas do sistema de gestão do conhecimento, e todas as questões pertinentes a esse tema devem ser esclarecidas pela área de RH. Você, como gestor, não deve esquecer que, as competências humanas formam a estrutura de sustentação das competências organizacionais. Isso ratifica o papel do indivíduo como ator principal no cenário da gestão do conhecimento e como principal artífice da construção da vantagem competitiva da empresa. 26 Façamos, agora, a leitura do artigo “Mapeamento de competências como diferencial competitivo nas organizações”, de autoria de Margareth rodrigues Pena. http://www.rh.com.br/Portal/Desempenho/Artigo/4306/mapeamento-de- competencias-como-diferencial-competitivo-nas-organizacoes.html# Agora, temos duas sugestões de vídeo para você fixar melhor os conteúdos que acabamos de discutir neste tema! O primeiro é o vídeo “Como mapear as competências através do coaching”. Confira! https://www.youtube.com/watch?v=bpd4_yqtv3I O segundo é o “Mapeando Competências com diversão”, vamos lá? https://www.youtube.com/watch?v=bqN4NDb_kz0 Agora, chegou o momento de sabermos o que a professora Carolina Walger tem a dizer sobre o assunto deste tema! Acesse o material on-line! ÉTICA NA GESTÃO DE PESSOAS Muito se tem falado sobre ética atualmente. Surgem questionamentos gerados pela realidade que estamos vivendo. O tema não é mais novidade no mercado. As organizações, dentro de um plano prospectivo, estão interpretando esse ”clima ético”, como a necessidade urgente de gerenciar os processos organizacionais, profissionais e de relacionamentos com o mercado dentro de uma nova ótica. Essa maneira de pensar e de agir, predispõe as organizações para um processo de revisão de seus procedimentos internos e externos nos âmbitos social, cultural e de relacionamento com seus clientes, fornecedores, acionistas, concorrentes e com a sociedade em geral. O termo, “ética” representa a essência de como devemos agir para atingir um objetivo ou uma meta, ou melhor, dentro de quais princípios devemos nortear nossas decisões. A incansável busca do homem para conseguir sua realização, seu equilíbrio psicofísico, enfim, ter uma vida virtuosa vai de encontro a esses conceitos de caráter ético debatidos exaustivamente por grandes filósofos, http://www.rh.com.br/Portal/Desempenho/Artigo/4306/mapeamento-de-competencias-como-diferencial-competitivo-nas-organizacoes.html http://www.rh.com.br/Portal/Desempenho/Artigo/4306/mapeamento-de-competencias-como-diferencial-competitivo-nas-organizacoes.html https://www.youtube.com/watch?v=bpd4_yqtv3I https://www.youtube.com/watch?v=bqN4NDb_kz0 27 desde os tempos de Sócrates, há cerca de 400 a.C. A partir de então, foram surgindo novas correntes filosóficas sobre a ética, porém, sempre dentro de um propósito único que é a definição da maneira de agir do ser humano – único ser vivo capaz de demonstrar tais comportamentos dentro da visão ética – e de se relacionar com o meio em que vive. Ao longo dos anos, a sociedade vem experimentando transformações comportamentais que consequentemente influenciaram as empresas a passarem por processos de mudanças em relação a sua atuação e os impactos gerados por elas. Nesse contexto o comprometimento das empresas com a ética abrange não apenas uma boa reputação externa, mas também o alinhamento dos seus profissionais com base em padrões éticos, como a transparência, a integridade, a confiabilidade e a honestidade, valores esses que constroem ou a imagem da organização de tal modo que sua ausência prejudica essa mesma imagem. A resposta à seguinte pergunta pode levar você futuro gestor a entender a importância da ética na organização e nos negócios. O que é ética nos negócios? Encontramos uma resposta no International Business Ethics Institute, que define a ética nos negócios como ”uma forma de ética aplicada. Seu objetivo é incutir na mente do gestor e dos funcionários como agir para conduzir negócios com responsabilidade”. A visão de ética de gerenciamento não é filosofar, mas, sim, criar as condições organizacionais para tornar o comportamento ético natural. Continuamos respondendo à pergunta, e percebemos também que a ética nos negócios é uma questão de equilíbrio. Significa que o gestor deve equilibrar os desejos naturais dos indivíduos com os imperativos da ação organizacional. O gestor deve construir incentivos organizacionais, controles, promoções, identificar competências individuais e organizacionais, dentro de dos conceitos fundamentais de gerenciamento: estabilidade e coesão, igualdade, flexibilidade e inovação. 28 Passos em direção a uma organização baseada na Ética: 1. Os valores éticos da organização devem ficar bem claros dentro das afirmações e conceitos de visão, missão, valores, assim como em todos os documentos nos quais a organização se apoia para dar um rumo a suas atividades. 2. Essas afirmações de valor ético devem ser bem pensadas e limitadas em número. Esses valores não são afirmações políticas, mas sim os verdadeiros e inflexíveis princípios éticos da organização aos quais todos devem aderir. 3. É necessário, haver uma explicação clara e de fácil compreensão em relação ao porquê da importância destes valores para a empresa. 4. Os gestores e funcionários, dos membros de menor poder até os executivos chefes, devem ser lembrados, regular e formalmente, dos valores éticos. Eles têm de ser valores ”explícitos”. 5. Os valores éticos são uma parte integral da seleção, contratação e treinamento 6. Os líderes-gestores devem dar os maiores exemplos de comportamento ético. 7. Deve haver uma igualdade imutável na ênfase às regras éticas e aos critérios morais. 8. Deve existir um mecanismo de reforço do comprimento das regras, claramente compreendido por todos. 9. O gestor deve projetar a organização para que o benefício da associação de todos os funcionários seja mais importante que a violação de regras. 10. A prioridade é a sobrevivência da organização. Não é negativo nas atividades comerciais ou no mercado de trabalho que exista a concorrência, mas é importante que se observe a ética apropriada para a competitividade! Você como gestor ético, deve certificar-se de que a prática dos negócios não envolve fraude, desonestidade ou ganância; além de criar um equilíbrio ético dentro da organização, equilíbrio que leve as variáveis de esforço organizacional e produtividade em direção à durabilidade e à viabilidade do negócio. 29 Os gestores éticos de pessoas entendem que: A ética na organização é parte de um sistema de gerenciamento muito mais abrangente e importante; A ética não pode ser colocada à força; A ética nos negócios envolve escolhas; Deve ser criado um ambiente onde os funcionários possam tomar decisões éticas apropriadas. A Ética deve permear todas as ações dos diferentes subsistemas de RH. As pessoas são o ponto de partida de uma organização sustentável. São elas que interagem entre si para atingir um objetivo comum. A evolução das organizaçõessuperiores começa com a cuidadosa escolha e formação dos indivíduos. Hoje em dia, trabalhar dentro de padrões éticos começa no recrutamento e seleção. Esse espírito é, atualmente, uma qualidade, uma marca das organizações de elite que desejam fazer a diferença. Não é de surpreender que estas empresas sigam um processo de seleção cuidadosamente controlado. São aceitos somente aqueles que realmente mostram ter talento, força de vontade e compromisso. Ética no Recrutamento e Seleção A ética no Recrutamento e Seleção surge de um pleno entendimento do negócio, de seus objetivos, de suas fraquezas, de seus pontos fortes. Da definição clara das competências necessárias, dos métodos e das técnicas utilizadas (essas últimas devem ser coerentes com a investigação a ser realizada). De acordo com Oyamada (2005), é fundamental que todo processo seja fundamentado na ética para que haja um bom equilíbrio e um bom funcionamento da organização, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Afinal, todo processo seletivo cria expectativas e envolve a vida e o futuro de pessoas! Profissionais não podem ser tratados como simples produtos. Eles devem ser alvo, sobretudo, de um tratamento respeitoso durante e após o preenchimento da vaga. 30 Finalmente, a ética profissional em Recrutamento e Seleção se faz imprescindível e discussões sobre o tema são necessárias não só nas organizações, mas principalmente na academia, espaço para formação de selecionadores, construção de saberes e de possíveis mudanças ao pensar o papel da Psicologia dentro das organizações. Vamos agora a estudar o papel da ética no Treinamento e Desenvolvimento! Ética no treinamento e no desenvolvimento Segundo De Cícero 2015, o treinamento possui a finalidade de ajudar a empresa a alcançar seus objetivos, criando oportunidades e ampliando a visão de seus colaboradores. Com isso há uma mudança na atitude das pessoas, criando um clima saudável entre líderes e liderados, motivando a equipe e fazendo com que todos entendam e aceitem às estratégias utilizadas por aqueles que dirigem, gerenciam ou supervisionam. Já o desenvolvimento de pessoas tem uma característica diferenciadora: o tempo. Trata-se mais de um processo de educação, pois a aplicação depende das circunstâncias; é um processo de crescimento integral das pessoas, a expansão de suas competências, para aplicá-la na solução ou resolução de novas e diferentes situações. O objetivo é proporcionar às pessoas a oportunidade de assumir novas atribuições e responsabilidades a um nível mais elevado de complexidade na organização, num processo de crescimento contínuo. Diante de todas essas questões, o que realmente é ético será de acordo com o momento que se vive. A ética é um conjunto de normas com conceitos morais que devem orientar o comportamento de cada profissão, tendo a consciência de que podemos influenciar outros com nossos pensamentos. Todo empresário deve entender definitivamente que treinar e aperfeiçoar sua equipe de colaboradores periodicamente faz parte do andamento de sua empresa, é insumo básico e fundamental. Diante dessa concepção, a abordagem da capacitação deverá estar diretamente ligada à prática específica para cada área, a qual se devem incluir reflexões para cada uma. Por exemplo, na área de saúde, como agir diante de um aborto provocado ou eutanásia? No 31 momento de sua formação, o profissional deverá estar preparado para estas situações, por isso cada profissão detém um código de ética. Mediante o código da sua empresa, faz-se necessário uma boa capacitação e desenvolvimento para que o sucesso seja contínuo. Papel da ética na avaliação de desempenho ”As pessoas são diferentes, nascem assim e pela natureza humana trabalham de formas diferentes”. A frase acima talvez possa resumir uma das maiores preocupações dos gestores de pessoas: como usar métodos que possam de forma eficiente e eficaz avaliar uniformemente o desempenho de pessoas diferentes com necessidades, anseios e experiências diferentes. A avaliação do desempenho precisa ser mais que um procedimento administrativo que “nivela” pessoas em patamares de produção e desempenho estipulados pela empresa, pois as pessoas não fazem as coisas pelas mesmas razões e suas motivações e anseios variam de pessoa a pessoa ainda que os objetivos da empresa estejam definidos. Portanto, distancia-se da ética um processo que ignora as carências, os interesses e a personalidade do indivíduo e leva em consideração os interesses da organização. Um processo de avaliação de desempenho deve tratar o avaliado como sujeito de um processo produtivo, preocupar-se primeiramente em entender as diferenças existentes nos grupos de trabalho, identificar as potencialidades em competências específicas e ainda permitir mobilidade ao seu avaliado para áreas que reconhecidamente apresente mais chances de desempenho. Depois de todo o exposto, surge um questionamento como tratar de questões importantes relacionadas a este processo sem, contudo, prescindir de princípios éticos e valores. De modo geral as organizações adotam sistemas informatizados com base em modelos de avaliação tradicionalmente conhecidos sem considerar as diferenças individuais. Muitas vezes a avaliação de desempenho pode transformar-se em uma arma contra os funcionários. Depois de ter estudado e entendido o papel da Ética no recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento e na avaliação de desempenho chega o momento preciso para conhecer detalhadamente o código de ética que rege o Gestor de Recursos Humanos. 32 CÓDIGO DE ÉTICA DO GESTOR DE RECURSOS HUMANOS – PREÂMBULO O código de ética tem como objetivo destinar ao Gestor de Recursos Humanos os princípios que devem formar a consciência profissional e a conduta do mesmo, respeitando o bem material, social e humano da instituição, o trabalho em equipe e aprimorando-se nos valores éticos. Definição É um instrumento regulador que traça os parâmetros do ideal moral na sociedade em diversos campos da conduta humana, ou seja, critérios, regras, leis e normas para os profissionais de cada categoria. CÓDIGO DE ÉTICA DO GESTOR DE RECURSOS HUMANOS – PREÂMBULO Dos princípios fundamentais 1º – O Gestor de Recursos Humanos tem a responsabilidade de controlar e impor deveres indelegáveis com compromisso moral com o indivíduo (cliente interno, organização e a sociedade) e com seus recursos humanos. 2º – Preservar em sua conduta a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e de indispensabilidade. Do perfil do gestor de Recursos Humanos 3º – Ter interesse por pessoas e pelas condições de vida no trabalho. 4º – Ser um estrategista responsável pela integração entre funcionário e empresa. 5º – Analisar e executar atividades relativas a recrutamento, seleção, treinamento, contatos com a agência de empresa, recebimento de currículo, análise e entrevistas de mão-de-obra para a empresa. 6º – Comportar-se de forma ativa em face dos problemas, habilidade para contribuir no reconhecimento e nas decisões estratégicas, ser motivador, criativo, dinâmico, autoconfiante e desenvolvedor de talentos. 7º – Prestar assessoria e orientação à empresa quanto a empréstimos, cheque refeição, vale transporte, assistência médica e odontológica, seguro de vida, dentre outros assuntos. 33 8º – Auxiliar os empregados a respeito de seus direitos previdenciários e manter a relação sindical. Dos deveres 9º – Não compactuar com nenhum tipo de violação deliberada aos Direitos Humanos, ao Direito Constitucional e Direito do Trabalho. 10º – Buscar o bom convívio entre funcionários e empregados, trabalhando, assim, métodos de bom convívio entre todos os departamentos. 11º – Jamais transigir quanto a possíveispráticas de discriminação de qualquer natureza, assim como em relação as minorias sociais. 12º – Exercer sua profissão com honestidade, independência, lealdade na sua dignidade e boa-fé. 13º – Estar comprometido com políticas de Recursos Humanos voltadas para justiça, transparência iguais de trabalho a todos aqueles que integram a companhia. Das relações com a empresa e entre os profissionais 14º – Cumprir fiel e integralmente as obrigações e compromissos assumidos mediante contratos ou outros instrumentos relativos ao exercício profissional. 15º – Não ser conivente com erros, faltas éticas, crimes ou contravenções penais praticadas por outras na prestação de serviços profissionais. 16º – É vedado aos profissionais: Usar de má-fé com seus companheiros de trabalho, seus clientes e fornecedores. Infligir a ética moral da empresa. Usar da amizade para se beneficiar futuramente. Dos direitos 17º – Exercer a profissão independentemente de questões religiosas, raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, condição social ou de qualquer natureza, inclusive administrativa. 18º – Apontar falhas nos regulamentos e normas das instituições, quando as julgar indignas do exercício profissional ou prejudicial ao empregador, devendo, 34 nesse caso, orientá-lo para corrigir as falhas para evitar penalidades dos órgãos competentes. 19º – Fazer parte das Entidades de Classe, tais como Sindicatos, Associações e Confederações. 20º – Exigir justa remuneração por seu trabalho, o qual corresponderá às responsabilidades assumidas a seu tempo de serviço dedicado, sendo-lhe livre firmar acordos sobre salários, valendo, no entanto, pelo seu justo valor. Do sigilo profissional 22º – O sigilo é fundamental a qualquer profissão, mantém o respeito, confiança e dignidade. 23º – Observar suas obrigações, evitar e reprimir negócios escusos, manter a equidade e lealdade em todos os relacionamentos. 24º – O Gestor de Recursos Humanos deve manter sigilo do processo de recrutamento e seleção pois o candidato, sendo estimulado, nos fala muita coisa que é de sua intimidade e que não vai influenciar na atividade a ser desenvolvida na organização. Das proibições 25º – Não permitir em nenhuma hipótese a exploração do trabalho infantil, reservando-se o direito de denunciar as organizações ou entidades que adotem essa prática. 26º – Não permitir nos processos ou em quaisquer outros fatores relativos ao desempenho profissional, qualquer forma de discriminação relativa a raça, gênero, orientação sexual, cor, religião, idade, origem étnica, incapacidade física ou mental e/ou qualquer outra classificação protegida por leis federais, estaduais ou municipais. 27º – Não admitir qualquer conduta que possa criar um ambiente hostil, intimidador e ofensivo. 28º – Não admitir que os colaboradores obtenham qualquer benefício pessoal decorrente do privilégio de informações ou vantagem obtida em situação de trabalho. 29º – Deixar de pagar, regularmente as anuidades e contribuições devidas ao CRRH (Conselho Regional de Recursos Humanos) a que esteja obrigado. 35 30º – Deturpar intencionalmente a interpretação do conteúdo explícito ou implícito em documentos, obras doutrinárias, leis, acordos e outros instrumentos de apoio técnico do exercício da profissão, com intuito de iludir a boa-fé de outros. Das penalidades dos infratores 31º – O não cumprimento deste código, segundo a gravidade, terá as seguintes penalidades: Advertência confidencial, em aviso reservado. Suspensão do registro profissional para o prazo de até 1(um) ano que caberá ao conselho a recolher a carteira de identidade profissional do infrator. As penalidades serão anotadas na carteira de identidade profissional e no cadastro do Conselho Regional, sendo comunicado ao Conselho Federal. CONSIDERAÇÕES FINAIS Oferecer meios e suporte para o bom desenvolvimento dentro da organização. O código de ética obriga igualdade aos Gestores de Recursos Humanos, no que lhe forem aplicáveis. Os Gestores deverão ser éticos com seus funcionários, ser responsáveis por ações passadas e pelo cumprimento de leis e normas. A ética gera credibilidade e confiabilidade, alicerces de bons negócios e bons relacionamentos profissionais ou individuais. Para enfrentar os desafios do mercado, que está cada vez mais competitivo, de horizontes incertos e de comportamento dinâmico faz-se necessário pensar e agir estrategicamente com muita ética e responsabilidade, com atenção no dia-a-dia e foco nas tendências, perspectivas, possibilidades e hipóteses de negócios que o futuro pode nos apresentar. Fonte: http://docslide.com.br/documents/codigo-de-etica-do-gestor-de-recursos-humanos.html Hoje em dia começa a surgir um modelo diferente de gestão, de organização, de sociedade. Gestores que praticam abordagens mais participativas percebem a capacidade, a energia, a criatividade e o empenho das pessoas em suas empresas. 36 Vale a pena refletir e acreditar que as organizações que aprenderam a pensar em conjunto e que valorizam os comportamentos éticos são cheias de pessoas inteligentes, com competências, que realizam mudanças e que colocam sua criatividade ao serviço da organização em um gesto de uso de sua liberdade individual. Para você fundamentar melhor os conhecimentos adquiridos ao longo deste tema, aproveite para fazer a leitura do livro “Ética Empresarial na prática: liderança, gestão e responsabilidade corporativa” de autoria de Mário Sérgio Cunha Alencastro. O segundo capítulo do livro, intitulado “Ética nos negócios, impostura ou realidade? – Definindo a ética empresarial” tem tudo a ver com o que discutimos neste tema! O livro está disponível na biblioteca virtual! http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/548.php Agora, acesse o material on-line! TROCANDO IDEIAS Já que você, como gestor, necessita conhecer e dominar todos os temas relativos às competências essenciais, básicas e diferenciais (vantagem competitiva, modelo de gestão de competências e mapeamento), você se sente preparado para responder alguns questionamentos próprios destes temas? Vamos começar então, prepare-se: Em que momento uma empresa é considerada competente? Existe alguma diferença entre uma pessoa competente e uma pessoa que tenha competência? Atualmente as pessoas estão em alta? Que competências devem ter as pessoas para se manter ativas no mercado? NA PRÁTICA Metodologia STAR para entrevista por competências O método STAR é um dos melhores métodos ou estratégias para fazer uma entrevista por competências. O Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/548.php 37 Aurélio Buarque de Holanda, enfatiza na definição de competências, aspectos como ”capacidade para resolver qualquer assunto, aptidão, idoneidade”. Esta atividade vai medir a capacidade que você tem para resolver situações como gestor. Vamos, então, ao desafio-aprendizagem! Primeiro pense: que competências específicas você, como gestor, está procurando em seus futuros talentos? Que características eles terão que demonstrar durante a entrevista a fim de convencê-los que eles têm a capacidade para ter sucesso, ao invés de só fazer o trabalho normal? Se você está buscando contratar alguém que vai “ajudar a melhorar a satisfação do cliente”, você faria perguntas em torno das competências “foco no cliente” ou “orientação para o cliente”, certo? Se o futuro funcionário terá suas atividades focadas em “conquista de novos negócios”, então você pode querer fazer uma combinação de perguntas em torno de competências como: “iniciativa”, “negociação” e “resistência”. Se você estiver à procura de um colaborador que será “responsável por gerenciar uma equipe de pessoas”,então competências como “adaptabilidade”, “liderança”, “trabalho em equipe”, “tomada de decisão” e “habilidades interpessoais” estariam na sua lista de comportamentos a avaliar. Depois de identificar os principais comportamentos e competências que você gostaria que seus candidatos fossem capazes de demonstrar, você deve selecionar as perguntas específicas para avaliar tais competências. Veja os aspectos que são necessários para a entrevista por competências: Importante definir que competência quer avaliar e estabelecer uma Situação (S) que tenha usado essa competência em particular. Determine a Tarefa (T) que teve que fazer colocando em prática essa competência e as Ações (A) ações realizadas para solucionar situações problema. Pergunte pelos Resultados (R) obtidos e como o candidato os afrontou. Esses resultados devem ser mensuráveis e de fácil comprovação. É importante avaliar todos os candidatos com as competências que você decidiu. Não esqueça! Vamos à entrevista! Escolha um colega. Espere também para ser escolhido e responder às questões. 38 Antes da entrevista, prepare-se. Tenha claro o que quer saber e pense nas perguntas que lhe ajudarão a obter as informações necessárias para que sua entrevista seja válida. Fonte: GRAMIGNA, 2007 – p. 110 Agora é com você. Se quiser, utilize as mesmas perguntas do quadro e registre as respostas no modelo do quadro abaixo para registro de resultados: Fonte: GRAMIGNA, 2007 – p. 111 39 É necessário pontuar. Desta forma sua escolha será mais objetiva. Fonte: GRAMIGNA, 2007 – p. 111 Esse quadro de pontuação tem como objetivo pontuar as respostas que foram dadas pelo entrevistado. É muito fácil de entender e de preencher. Leia com atenção e relacione todos os passos que até agora foram feitos! O registro das respostas é importante. E atribuir um valor a cada uma delas lhe facilitará sua decisão. Depois de terminar a entrevista, veja os resultados e tenha uma conversa com seu colega para que ele conheça o resultado da entrevista. Lembre-se: você deve mudar as perguntas de acordo ao cargo solicitado. Protocolo de Resolução da situação proposta O professor deverá indicar ao aluno uma série de passos para resolver a situação envolvendo: 1. Leitura do caso: nesse caso é necessário que o aluno saiba o que significa o modelo STAR para a entrevista por competências. 2. Identificação do que deve ser feito: fazer duplas e realizar a entrevista completa. Um de cada vez. Apresentar os comentários. 3. Identificação da teoria/conteúdo que resolve o problema. 4. Indicação de leitura complementar, se necessário. 40 5. Apresentação da solução do problema. Para obter mais informações sobre o tema, façamos a leitura do capítulo “Metodologia STAR por competências”, no livro de Maria Rita Gramigna “Modelo de Competências e Gestão dos Talentos”. 2ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. O livro está disponível na biblioteca virtual do UNICO! http://unico.facinter.br/ Veja no vídeo que está no material on-line os comentários da professora Carolina sobre este estudo de caso prático. SÍNTESE Crescemos em uma cultura em que administrar era dizer às pessoas o que fazer. Hoje, é preciso entender que o mundo atual e as condições da sociedade e do mercado exigem que os gestores aprendam, se desenvolvam e atuem como mestres, para inspirar e levar as pessoas ao desempenho perfeito. Administrar por competências significa envolver as pessoas de tal modo para se disporem a fazer um trabalho excelente. O gestor deve ser inspirador para atingir o resultado que a empresa espera! Os resultados alcançados são criados por muitos funcionários que compreendem seu papel e sabem que, ao colocar suas competências ao serviço da empresa, contribuem para que os processos organizacionais e as estratégias adotadas sejam potencializadas, por meio de ações inspiradas nas competências individuais. Como reconhecer que todo mundo é um inovador em potencial? Como desenvolver a necessidade de criar inata no ser humano? As mudanças organizacionais de sucesso têm como base o desenvolvimento das competências. Não se quer só um funcionário competente – que em alguns casos pode falhar – busca-se a competência como um conjunto de conhecimentos, habilidades, comportamentos e atitudes, que permitem que as pessoas desempenhem com eficácia suas atribuições em qualquer situação. Assim como a visão da empresa se expande, é preciso também fazer com que a visão dos funcionários vá além para que eles reconheçam e ajam conforme suas competências inovadoras frente aos desafios que caracterizam a vida nas organizações. http://unico.facinter.br/ 41 Gerir ações de acordo com as competências significa trabalhar com o potencial inovador que existe em todos nós. Significa, também, resolver situações-problema, inovando estrategicamente, com uma nova visão de mundo na qual as organizações e os funcionários se adaptam a novos modelos, com o intuito de construir alternativas novas de ação. As empresas trabalham hoje para ter uma real sobrevivência competitiva. No mundo dos negócios, as organizações estão sujeitas às forças econômicas que mudam e incentivam novas ações. As competências essenciais são a base da vantagem competitiva das organizações. Elas se aprimoram baseadas em uma contínua aprendizagem, de modo que as lacunas próprias do processo são preenchidas através de uma educação permanente e ativa que responda a complexidade do mercado. Os temas tratados na rota são de uma relevância atual e mais quando todas essas ações devem estar permeadas por comportamentos éticos, que em algum momento podem ”complicar” a ação dos funcionários e das empresas. Søren Kierkegaard, grande filósofo dinamarquês do século XIX, gostava de usar o exemplo do ”ou” para descrever a condição humana. De certa maneira, sempre estamos lutando para decidir que caminho seguir... esse ”ou” é também o que deve preocupar as organizações: é o que nos faz seres humanos. Para regulamentar todas essas ações é importante ter um código de ética. O termo ”fraternidade” usado no mundo dos negócios é muito mais holístico e genérico, a ponto de incluir a todos: funcionários, gerentes, supervisores, diretores, processos etc. Esse código deve fortalecer os laços profissionais e fraternais, buscando o interesse comum articulado e compreendido por todos os envolvidos, além, de limites claros e um forte senso de coesão dentro da organização. Mais uma aula, mais conhecimentos, mais experiências..., mas é você, como gestor de Recursos Humanos, quem deve decidir a validade do estudado e sua aplicabilidade por meio de ações práticas, de decisões, de atrever-se, de descobrir suas competências e ter competência para assumi-las. Agora assista os comentários finais da professora Carolina, lá no material on-line! Até a próxima aula! 42 REFERÊNCIAS ALENCASTRO, M. S. C. Ética Empresarial na prática: liderança, gestão e responsabilidade corporativa. Curitiba: Ibpex, 2010. AMARAL, R. M. Gestão de pessoas por competências em organizações públicas. Anais do XV Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, p. 875- 898, 2008. AMARAL, R. M. et al. Modelo para o mapeamento de competências em equipes de inteligência competitiva. Ciência da Informação, v. 37, nº 2, p. 7 - 19, 2008. BELFORT, R. M.; SANTOS, E. F. M. S; TADEUCCI, M. S. R. Gestão por Competência: Um novo modelo de gerenciamento. Revista UNI, Imperatriz (MA), v. 2, p. 39 - 53. CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: O capital humano das organizações. São Paulo: Atlas, 2006. DELGADO, D. J. Modelos de Gestión por Competencias. Fundação Iberoameriacana Del Conhecimiento. Disponível em: http://www.virtual.unal.edu.co/cursos/economicas/2008551/lecciones/descargas/competencias2.pdf DUTRA, Joel de Souza (Org.). Gestão por competências. São Paulo: Gente, 2001. FRANÇA, A. C. L. Práticas de Recursos Humanos – PRH: conceitos, ferramentas e procedimentos. São Paulo: Ed. Atlas, 2012. FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópico da indústria brasileira. São Paulo: Atlas, 2010. FLEURY, M. T. L. Aprendizagem e gestão do conhecimento. In: DUTRA, Joel de Souza (Org.). Gestão por competências. São Paulo: Gente, 2001. GALBRAITH, C. O código beneditino de liderança: organização e gerenciamento de empresas de resultados. São Paulo: Editora Landscape, 2005. NERI, A. Gestão de RH por competências e a empregabilidade: reflexões, cuidados e orientações para os principais processos associados à gestão de RH. Rev. atual. 2005. 43 GRAMIGNA, M. R. Modelo de Competências e Gestão dos Talentos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. GRAMIGNA, M. R. Gestão por Competências: Uma ferramenta para a competitividade. 2003. KNAPIK, Janete. Gestão de Pessoas e talentos. Curitiba: InterSaberes, 2012. LANA, M. S.; FERREIRA, V. C. P. Gestão por competências: impactos na gestão de pessoas. Estação Científica Online, Juiz de Fora, nº 04, 2007. LEME, R. Aplicação prática de gestão de pessoas: mapeamento, treinamento, seleção, avaliação e mensuração de resultados de treinamento. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. LOTZ, E. G. Gestão de talentos. Curitiba: InterSaberes, 2012. OYAMADA, G. M. Recrutamento com ética. São Paulo: Gazeta Mercantil, 2005. ULRICH, D. Os campeões de recursos humanos: inovando para obter os melhores resultados. 8. ed. São Paulo: Futura, 2003. ZARIFIAN, P. Objetivo competência: por uma nova lógica. Trad. Maria Helena C. V. Trylinski. São Paulo: Atlas, 2001. Artigos Código de Ética do Gestor de Recursos Humanos. Disponível em: http://docslide.com.br/documents/codigo-de-etica-do-gestor-de- recursos-humanos.html Acesso em 13/11/2015. Conceito de Gestão por Competências. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/17326/conceitodegestao#i xzz3lYu87DHm Acesso em 13/11/2015. Treinamento e Desenvolvimento – O envolvimento da ética no processo de treinamento e desenvolvimento. Disponível em: http://www.rhportal.com.br/artigos/rh.php?idc_cad=o5qt7mn3y Acesso em 13/11/2015.
Compartilhar