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unid 3 Psicologia Aplicada A ENFERMAGEM

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PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM
Unidade III
7 DESENVOLVIMENTO: ADOLESCÊNCIA, VIDA ADULTA E VELHICE
7.1 O desenvolvimento na adolescência e a puberdade
Adolescência
Figura 7 – Adolescentes
Enxergar a adolescência para além de um tempo de espera para ingressar na vida adulta é recente. O 
conceito de adolescência ganhou força no século XX. Com o desenvolvimento da sociedade atual, cada 
vez mais complexa, estendeu‑se a duração da fase adolescente que, até poucas décadas atrás, quase 
coincidia com a puberdade que, em geral, acontece dos 11 aos 13 anos de idade.
O primeiro estudo publicado sobre essa fase da vida foi em 1904. Nos anos 1920 aparecem vários 
estudos sobre aspectos biológicos da adolescência, que se tornaram cada vez mais importantes para a 
compreensão da puberdade, entendida como o aspecto biológico da adolescência.
Antropólogos como Margareth Mead e historiadores como Philippe Ariès, que também se dedicaram 
à pesquisa desse tema, indicaram em seus estudos que não existe um único tipo de adolescência no 
tempo e no espaço, mas que o conceito de adolescência varia por razões temporais, culturais, econômicas 
e sociais.
De acordo com os estudos de Ariès (1981), nas sociedades pré‑industriais, quando o menino atingia 
a idade em que conseguia se cuidar sozinho, entre sete e oito anos, ele era retirado do convívio com o 
mundo das mulheres e transferido para o mundo dos homens adultos sem que houvesse um período 
de transição. Nesses espaços, os meninos trabalhavam com e como homens em oficinas e campos ou 
acompanhando‑os nas caçadas, viagens e guerras.
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Unidade III
Na sociedade medieval aprendia‑se com a prática. Até então a transmissão do saber consistia em um 
“saber fazer”; acontecia pela palavra, pelo gesto, pelo exemplo e era acompanhada pelo ensino do ofício 
no próprio local de trabalho, fora da instituição escolar. Nesse contexto, a adolescência restringia‑se 
a um tempo reduzido, diferentemente do que se materializa nas sociedades em que a transmissão da 
cultura pressupõe a escrita.
A escola então se transforma em locus de transmissão das regras sociais e culturais do mundo 
adulto, e só depois que o adolescente passa pela formação ali ofertada é que terá direito de ingressar 
no mundo dos adultos.
Na nossa sociedade ocidental perdura esse modelo no qual a incorporação do adolescente no status 
de vida adulta foi adiado, se comparado a períodos anteriores da história da humanidade. A necessidade 
de mais preparo e educação para a inserção no mundo do trabalho como possibilidade de êxito faz com 
que a sociedade contemporânea favoreça o prolongamento da adolescência.
Vale ainda lembrar que em sociedades tribais, também chamadas primitivas, existe um ritual de 
passagem à vida adulta que é vivido pelo adolescente, que pode ser marcado pela primeira caçada, uma 
noite no mato esperando um sonho profético, entre outros. Somente após esse rito cerimonial a criança 
é aceita no mundo dos adultos e integrada na sociedade.
 Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos, assista ao filme “Xingu” e produza 
um texto relacionando esse histórico com o ritual documentado com 
adolescentes daquela nação indígena.
XINGU. Dir. Cao Hamburguer. Brasil: 2 Filmes/Globo Filmes, 2011. 
102 minutos.
Vamos caminhar um pouco mais e refletir sobre o que é adolescência. Já vimos anteriormente que 
a adolescência é um conceito histórico que ganhou força no século XX e vem servindo para designar 
o tempo intermediário e indefinido entre a infância e a vida adulta (CALLIGARIS, 2000). O termo 
adolescência vem do latim adolescere e significa crescer ou crescer até a maturidade.
Na adolescência, a aparência dos jovens muda; como resultado dos eventos 
hormonais da puberdade, adquirem corpos de adultos. Seu pensamento 
também muda; são mais capazes de pensar em termos abstratos e 
hipotéticos. Seus sentimentos mudam sobre quase tudo. Todas as áreas de 
desenvolvimento convergem à medida que os adolescentes confrontam sua 
principal tarefa: firmar uma identidade – inclusive uma identidade sexual – 
que será levada à idade adulta (PAPALIA, 2006, p. 434).
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A adolescência se caracteriza por ser uma fase do desenvolvimento em que o indivíduo estabelece 
sua identidade adulta a partir de internalizações e identificações ocorridas na infância, principalmente 
na relação com seus pais, mas também considerando as influências da sociedade em que está inserido.
 Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos, leia o artigo a seguir e elabore uma 
lista das mudanças que ocorreram nos adolescentes pesquisados que eles 
puderam perceber:
BRÊTAS, J. R. S. Rituais de passagem segundo os adolescentes. Acta 
Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 21, n. 3, 2008. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103‑ 
21002008000300004>. Acesso em: 16 jan. 2017.
A adolescência é uma fase em que o desenvolvimento físico apresenta grandes transformações. Você 
conseguiria explicar quais são as diferenças entre adolescência e puberdade? Provavelmente você deve 
ter uma noção, mas para que possamos esclarecer sob o ponto de vista científico, vejamos:
[...] em geral, considera‑se que a adolescência começa com a puberdade, 
processo que conduz à maturidade sexual ou fertilidade, ou seja, a 
capacidade de reprodução. [...] As mudanças biológicas da puberdade, que 
sinalizam o fim da infância, resultam em rápido crescimento em altura e peso, 
mudanças nas proporções e na forma do corpo e obtenção de maturidade 
sexual. Essas mudanças físicas radicais fazem parte de um longo e complexo 
processo de amadurecimento que se inicia mesmo antes do nascimento, 
e suas ramificações psicológicas continuam até a idade adulta (PAPALIA; 
OLDS; FELDMAN, 2006, p. 440‑1).
Puberdade
Vamos falar agora sobre puberdade, que é um processo decorrente das transformações biológicas.
Os termos puberdade e pubescência – derivados do latim pubertas, a idade da maioridade, e 
pubescere, apresentar cabelos no corpo – muitas vezes são utilizados como sinônimos de adolescência. 
Lembrando do que foi discutido no início desta unidade, a adolescência é uma invenção social.
O conceito de puberdade está relacionado com transformações fisiológicas e é um fenômeno 
universal, que ocorre de forma semelhante na maioria dos seres humanos. As transformações físicas que 
ocorrem nessa etapa da vida dependem da ação do hipotálamo, que está situado na base do cérebro, 
cujos hormônios estimulam os ovários, os testículos e as glândulas adrenais a produzirem os hormônios 
sexuais que desencadeiam todo processo de crescimento físico e maturidade reprodutiva.
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O processo de crescimento intenso gerado por essa ação endócrina é um sinal da puberdade, que constitui 
um período de transformações físicas que conduzem à maturidade da capacidade reprodutiva. Assim, 
puberdade é considerada como um marco no que se refere às mudanças biológicas que a criança enfrentará.
A puberdade se refere ao desenvolvimento fisiológico durante o qual as funções reprodutivas 
amadurecem, aparecem as características sexuais secundárias e a maturidade fisiológica dos órgãos sexuais 
primários. O início desse desenvolvimento podevariar de pessoa para pessoa. São momentos importantes 
nessa fase: a primeira ejaculação dos meninos, que ocorre por volta dos 14 anos, e o primeiro período 
menstrual das meninas, chamado de menarca, que acontece por volta dos 13 anos de idade.
Como características principais das transformações biológicas nos meninos temos:
• surgimento de pelos nas regiões axilares (axila), inguinais (pubianos) e torácicos (peito);
• aumento em volume dos testículos e tamanho do pênis;
• crescimento de pelos faciais (barba);
• oscilação com posterior entonação da voz;
• alargamento da omoplata (escápula/ombros);
• desenvolvimento da massa muscular;
• aumento de peso e estatura;
• início da produção de espermatozoides.
Nas meninas as mudanças se processam com:
• expansão óssea da cintura pélvica (bacia);
• início do ciclo menstrual;
• surgimento de pelos nas regiões axilares (axila) e inguinais (pubianos);
• depósito de gordura nas nádegas, nos quadris e nas coxas;
• surgimento do broto mamário e desenvolvimento das mamas.
Meninos e meninas crescem de maneira diferente, evidentemente. O menino torna‑se maior em 
geral: os ombros alargam‑se, as pernas tornam‑se mais longas em relação ao peito e os antebraços mais 
longos em relação aos braços e à altura. A pélvis da menina alarga‑se para facilitar o parto, e camadas 
de gordura formam‑se logo abaixo da pele, dando‑lhe uma aparência mais arredondada.
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As alterações na puberdade não são unicamente físicas, mas também psicológicas, uma vez que 
nesse período ocorrem grandes oscilações emocionais. Por essa razão, se observa nos adolescentes 
rápidas e abruptas mudanças de humor, surgimento de comportamentos agressivos, agitação, preguiça 
e alterações no ciclo do sono, além da alternância entre sentimentos de tristeza e felicidade.
7.2 Fases da adolescência
A adolescência é marcada pelas transformações psicossociais, sendo considerada a fase mais 
complexa e dinâmica, do ponto de vista físico e emocional, na vida do ser humano. Com o corpo em 
franco desenvolvimento, o jovem agora necessita se reconhecer física e emocionalmente.
A adolescência pode ser dividida em duas fases principais. A primeira fase tem como marca intensos 
e repentinos impulsos eróticos e agressivos que, por sua vez, acabam gerando muitos conflitos internos 
e a busca do equilíbrio e da manutenção do controle.
Os adolescentes, principalmente os meninos, precisam gastar muita energia no controle de sensações 
eróticas repentinas, e isso pode provocar certa inibição do potencial intelectual nesse período. Essa fase 
costuma terminar aproximadamente aos 16 anos.
As características dessa primeira fase são:
• rebelião contra os adultos e seus valores;
• intenso narcisismo com acentuada preocupação com o próprio corpo;
• busca por pertencer a um grupo, uma tribo;
• impulsos e emoções sexuais se intensificam e ganham expressão, a princípio em fantasias, depois 
em atividades masturbatórias e a busca de relações sexuais;
• aumento da agressividade;
• aumento da capacidade intelectual e emocional;
• mudanças repentinas e imprevisíveis de humor e comportamento.
A segunda fase da adolescência, que acontece depois dos 16 anos, tem como característica uma 
maior estabilidade no que diz respeito às intensas oscilações hormonais e suas consequências. Com o 
apoio das identidades já adquiridas, se constrói um novo mundo social. Ao final dessa segunda fase o 
adolescente consegue:
• efetuar a separação e independência dos pais;
• estabelecer uma identidade sexual;
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• ser capaz de desenvolver uma atividade econômica;
• desenvolver um sistema pessoal de valores morais;
• ter capacidade de estabelecer relações amorosas duradouras;
• regressar aos pais numa relação baseada em igualdade relativa.
Os adolescentes demonstram condutas típicas desse período, dentre essas condutas evidenciam‑se 
a busca de reconhecimento entre o grupo de pares e entre os adultos e o ingresso em atividades sociais, 
políticas e profissionais. Na nossa sociedade ocidental, a primeira oportunidade para exercer e usufruir 
as prerrogativas adultas ocorre na segunda fase da adolescência, como exemplo: votar; dirigir; fumar. 
É nesse momento que o adolescente entra no mundo adulto, embora nem sempre aceite as regras e 
valores impostos.
Desenvolvimento psicossexual, psicossocial e cognitivo na adolescência
O desenvolvimento nessa etapa da vida não é apenas físico, mas também na maneira de raciocinar e 
de interagir com o mundo a seu redor. Para entender todo esse processo, primeiramente vamos explicitar 
o que significa desenvolvimento psicossexual, psicossocial e cognitivo, recorrendo então a importantes 
teóricos que abordaram cada um desses temas.
• Sigmund Freud, que estudou o desenvolvimento psicossexual.
• Eric Erikson, que estudou o desenvolvimento psicossocial.
• Jean Piaget, que estudou o desenvolvimento cognitivo.
Desenvolvimento psicossexual
Freud em seus estudos propõe uma explicação interessante em relação ao desenvolvimento humano, 
indicando que o comportamento é orientado pelo impulso sexual, ao que chamou de libido, palavra 
feminina latina que significa desejo, vontade.
Esse impulso pela busca do prazer, libido, se manifesta no ser humano desde o início da vida. Freud 
demonstrou em sua teoria que o ser humano é movido por suas pulsões libidinais direcionadas à busca 
do prazer, e elas se manifestam muito precocemente. O desenvolvimento psicossexual foi classificado 
pelo autor em cinco fases, que, para ele, correspondem a estágios do desenvolvimento da personalidade: 
oral, anal, fálica, latência e genital, conforme a idade do indivíduo e a localização corporal da principal 
fonte de sentimentos prazerosos.
Então podemos dizer que o desenvolvimento psicossexual se faz por meio dos vários estágios que 
correspondem à prevalência de diferentes zonas erógenas, isto é, de partes do corpo cuja estimulação 
pode produzir prazer.
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Na perspectiva freudiana, o ser humano está sujeito desde o nascimento a um desenvolvimento 
estreitamente relacionado com o direcionamento da libido em cada uma das fases que determinam 
a construção e a estruturação da personalidade, ou seja, o desenvolvimento emocional adequado, a 
construção e a estruturação da personalidade do ser humano estão diretamente relacionadas à maneira 
com a qual o ser humano vivencia diferentes fases do seu desenvolvimento psicossexual.
O desenvolvimento da personalidade é, na perspectiva de Freud, centrado no desenvolvimento 
psicossexual, ou seja, as características da personalidade de cada um resultariam, além das características 
inatas, das relações que estabelece, das identificações, das formas de resolução de conflitos intrapsíquicos 
e dos mecanismos de defesa que privilegiou.
Desenvolvimento psicossocial
Eric Erikson elaborou uma teoria do desenvolvimento psicossocial e apresenta uma detalhada 
descrição do desenvolvimento, abrangendo toda a vida humana. Sua teoria também é conhecida como as 
oito idades do homem. Para Eric Erikson, o desenvolvimento psicossocial é sinônimo de desenvolvimento 
da personalidade e acontece ao longo de oito etapas que, no seu conjunto, constituem o ciclo da vida:
• confiança básica x desconfiança;
• autonomia x vergonha;
• iniciativa x culpa;
•diligência x inferioridade;
• identidade x confusão de papéis;
• intimidade x isolamento;
• generatividade x autoabsorção;
• integridade do ego x desesperança.
 Observação
Eric Erikson (1902‑1994), alemão naturalizado americano, foi um 
psiquiatra que desenvolveu a Teoria do Desenvolvimento Psicossocial. 
Erikson acreditava que o ser humano passa por estágios de desenvolvimento 
até atingir sua completa maturidade, estágios estes divididos em oito fases, 
e não cinco, como teorizava Freud.
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Um dos conceitos fundamentais na teoria de Erikson é o de crise ou conflito que o indivíduo vive 
ao longo dos períodos por que vai passando, desde o nascimento até a velhice. Cada etapa é então 
apresentada como se fosse uma oposição entre duas questões, um conflito que é resolvido positiva ou 
negativamente pelo indivíduo.
A resolução positiva se traduz numa virtude – que é um ganho psicológico, emocional e social – 
uma qualidade, um valor, um sentimento, enfim, uma característica de personalidade que lhe confere 
equilíbrio mental e capacidade de um bom relacionamento social.
Para Erikson, se a resolução da crise for negativa, o indivíduo irá se sentir socialmente desajustado 
e tenderá a desenvolver sentimentos de ansiedade e de fracasso. No entanto, é importante que se diga 
que numa fase posterior a pessoa pode passar por vivências que lhe permitam refazer o equilíbrio e 
reconstruir o seu autoconceito.
O segundo conceito é a configuração da identidade propriamente dita, período correspondente à 
adolescência (identidade x confusão de papéis), e o terceiro corresponde às três etapas finais da vida, 
em que cada uma delas corresponde a um momento de produção, quer ao nível interno ou social 
(intimidade x isolamento, generatividade x auto absorção, integridade do ego x desesperança).
Todos sabemos que a adolescência é marcada como uma fase difícil tanto para o jovem quanto para 
a família, afinal, é como se os pais perdessem sua criança e precisassem então reconhecer o filho, que 
agora se apresenta com vontade própria e, na maioria das vezes, questionando e contestando tudo.
É um momento complicado, e faz com que o jovem busque no grupo de amigos a referência para 
sua identidade. Assim, é possível que ele frequente diferentes grupos, sejam eles da escola, grupos 
religiosos ou outros de seu interesse.
Todos os valores sociais e familiares são questionados nesse momento. O que até então era aceito 
sem dificuldades é agora contestado.
Desenvolvimento cognitivo
Para Piaget (1973), o ser humano ao nascer possui uma estrutura biológica que permite o seu 
desenvolvimento mental e sua capacidade de raciocínio. Entretanto, essa estrutura biológica por si só não 
é suficiente para assegurar o desencadeamento de fatores que propiciarão o seu pleno desenvolvimento.
Somente a partir da interação do sujeito com o meio e da experimentação do objeto a conhecer 
é que esse desenvolvimento vai acontecer. A experimentação e interação com o meio não constituem 
condições suficientes ao pleno desenvolvimento cognitivo, é necessário ainda o exercício do raciocínio, 
o processo interno de reflexão.
A maneira de pensar e de raciocinar do ser humano sofre mudanças ao longo de seu desenvolvimento 
cognitivo. Ou seja, uma criança tem estruturas mentais diferentes de um adulto. A maneira como raciocina 
e encontra soluções para desafios e problemas que lhe são apresentados varia em função do estágio, 
período de desenvolvimento cognitivo em que esteja, conforme apontam estudos de Piaget (1973).
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O autor considera quatro períodos ou estágios no processo de desenvolvimento cognitivo do ser 
humano, que são: sensório motor, pré‑operatório, operações concretas e operações formais. Cada 
um desses períodos é caracterizado por diferentes formas de organização mental que possibilitam as 
diferentes maneiras do indivíduo se relacionar com a realidade ao seu redor. Cada estágio é um sistema 
de pensamento qualitativamente diferente do anterior, isto é, cada estágio constitui uma transformação 
fundamental dos processos de pensamento.
De uma forma geral, todos os indivíduos vivenciam esses quatro períodos na mesma sequência, 
porém, o início e o término de cada um deles podem sofrer variações em função das características da 
estrutura biológica de cada indivíduo e da quantidade e qualidade dos estímulos proporcionados pelo 
meio ambiente em que ele estiver inserido.
Piaget aponta que os adolescentes entram no nível mais elevado de desenvolvimento cognitivo 
nessa fase, e denominou esse período de período das operações formais. Nesse momento se desenvolve 
a capacidade para o pensamento abstrato. Surge então um modo novo e mais flexível de pensar e 
manipular as informações. O adolescente não está mais limitado ao aqui e agora, sendo capaz de 
compreender o tempo histórico e o espaço. E capaz de utilizar símbolos, podendo assim aprender 
álgebra e cálculos.
A adolescência constitui uma fase ímpar porque é o momento que simultaneamente estão em 
processo um conjunto de mudanças evolutivas significativas, de ordem física, cognitiva, afetiva e social, 
melhor dizendo, tudo acontece ao mesmo tempo. Esse é um dado importante para a compreensão das 
profundas mudanças ocorridas na maneira de pensar e agir do adolescente.
Quando se chega ao período operatório formal, que normalmente ocorre em torno dos 12, 13 
anos, o adolescente é capaz de pensar não somente em termos concretos, mas de ter um pensamento 
hipotético‑dedutivo, isso quer dizer que ele consegue formular mentalmente todo um conjunto de 
explicações e possibilidades a partir dos dados que possui, elaborando hipóteses e deduções.
Ter esse tipo de pensamento significa ser capaz de se desprender do real e raciocinar sem se apoiar 
em fatos. Esse movimento permite que o adolescente perceba que existem múltiplas formas de perceber 
a realidade.
Outro aspecto interessante dessa etapa do desenvolvimento cognitivo é que a partir da chegada 
ao período operatório formal, o indivíduo é capaz de pensar sobre o próprio pensamento e sobre o 
pensamento de outras pessoas, percebendo que diante de uma mesma situação, diferentes pessoas 
podem ter pontos de vista diversos. Tal estrutura de raciocínio é que permite ao adolescente questionar 
a si e questionar o mundo. A esse respeito escreve Bossa:
A adolescência é a conquista do pensamento, se o jovem agora pode pensar 
sobre o abstrato, isso traz mudanças também na esfera das emoções. Agora 
ele é capaz de dirigir suas emoções para ideias e não apenas para pessoas 
(BOSSA, 1998, p. 217).
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Se anteriormente o adolescente podia amar a mãe e odiar um amigo, agora pode amar ou odiar 
situações, dito de outra forma, pode canalizar suas emoções para coisas abstratas. Isso permite ao 
adolescente desenvolver a sua própria identidade, levando em conta que já tem as estruturas mentais 
que lhe permite pensar sobre a existência, refletir sobre o certo e o errado, manifestar interesses e ideais 
diferentes daqueles que foram ensinados ao longo de sua infância.
Exemplo de aplicação
Reflita sobre o tema e elabore um texto explicando a seguinte frase: “A adolescência como fase do 
desenvolvimento humano tem um princípio biológico e um término psicológico”.
Conflitos e crises da adolescência
Para entender o conceito de crise: a expressão crise vemdo grego krisis, que quer dizer ato ou 
faculdade de distinguir, escolher, decidir ou resolver. Isso significa que crise não é uma tragédia, mas 
um ponto conjuntural necessário ao desenvolvimento tanto do indivíduo como das instituições, pois 
quando o ser humano passa por intensas transformações, vivencia um processo de crise. Podemos então 
afirmar que a crise é algo próprio do sujeito humano.
As transformações corporais sofridas a partir da puberdade são vividas pelo adolescente, geralmente, 
com ansiedade. O ser humano nessa etapa da vida ainda possui um pensamento infantil, situado em um 
corpo que vai se transformando rapidamente sem que se tenha controle sobre ele. Não seria exagero 
dizer que, na realidade, o adolescente frente a essas mudanças é um mero espectador.
A imagem e o esquema corporal também necessitam ser mudados, e isso se torna possível à medida 
que ocorre a elaboração da perda, do luto pelo corpo infantil. Há estudos que relacionam os lutos e as 
perdas vividas pelo adolescente. Lutos estes que se referem a aspectos infantis, alguns são perdidos e 
outros renunciados para darem passo ao crescimento, à maturidade e à vida adulta.
Freud indicou em seus estudos que ao elaborar o luto pelo corpo infantil perdido, a aceitação da 
genitalidade surge com força na adolescência, imposta pela presença da menstruação ou do aparecimento 
do sêmen.
Na infância, ocorre a relação de dependência natural no convívio da criança com os pais. No entanto, 
quando chega a adolescência, há uma confusão de papéis, pois o adolescente não é mais criança, mas 
também ainda não é adulto.
Para amadurecer e chegar ao status de adulto, é necessário renunciar à identidade infantil. É o 
que Aberastury e Knobel chamam de luto pelo papel e identidade infantil. Já foi visto aqui que Erikson 
denomina identidade x confusão de papéis ao período da adolescência.
Outra perda vivida pelo adolescente também geradora de conflitos é o que Aberastury e Knobel vão 
denominar luto pelos pais da infância. Nessa fase da vida existe uma dicotomia entre dependência e 
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independência dos filhos em relação aos pais e vice versa, em que o crescimento é desejado e temido 
por ambas as partes. Os pais que até então eram vistos como super heróis passam a ser vistos de forma 
diferente, passando a ser alvos de críticas e questionamentos.
Tomam corpo nesse momento os sentimentos ambíguos. Essa alternância de sentimentos positivos 
e negativos leva o adolescente a interromper a comunicação com os pais e muitas vezes a se refugiar 
no quarto.
A desconstrução da imagem paterna leva o adolescente a buscar figuras de identificação para além 
do ambiente familiar e a projetar a imagem paterna idealizada em amigos, atletas, políticos, professores, 
entre outros.
O adolescente – vivendo a instabilidade do processo de transição entre ser criança e ser adulto, por 
meio do luto, pelo corpo infantil, pelo papel e identidade infantis e pelos pais da infância – acaba por 
estar sujeito a certa desestruturação psicológica que causa muita dor, angústia e conflitos internos.
Aberastury e Knobel (1992) assinalam que a conduta do adolescente é uma conduta perturbada e 
ao mesmo tempo perturbadora para o meio familiar e social em que está inserido, mas é necessária à 
sua reestruturação interna, formando uma identidade, o que resultará em uma vida adulta saudável.
À medida que se avança da primeira para a segunda fase da adolescência, o adolescente vivencia 
muitas crises. Os adultos esperam do adolescente que este assuma um papel cada vez maior na sociedade. 
Nos últimos anos do Ensino Médio e no início do curso superior os adultos costumam nutrir em relação 
ao adolescente uma expectativa e uma cobrança de que é chegado o momento de levar a vida “a sério”, 
como se até então isso não tivesse acontecido.
Tendo que fazer escolhas dentro de seu mundo, o adolescente se sente pressionado, uma vez que 
deverá definir sua identidade sexual, profissional e também ideológica. Cada uma dessas escolhas é 
geradora de crises, pois implicam trazer à tona os prós e os contras de cada opção, gerando dúvidas 
e ansiedade.
Em razão dos múltiplos sentimentos vivenciados nessa etapa da vida, o adolescente busca 
maneiras alternativas para aliviar as tensões provocadas por todas essas pressões, e isso se manifesta 
por meio de comportamentos de briga, hostilidade, contestações, afrontas e conflitos com pessoas 
que representam autoridade.
A importância do grupo na adolescência
Quem já não percebeu ou pelo menos ouviu falar que adolescente adora andar em grupo?
A necessidade de se constituir como ser único e independente, rompendo com a dependência dos 
pais, faz com que de maneira geral o adolescente vá de encontro aos preceitos, crenças e valores destes, 
e isso impele o adolescente a experimentar novas alternativas sociais e afetivas e a se unir a seus iguais.
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Unidade III
O grupo constitui a transição necessária entre família e o mundo externo para alcançar a 
individualização adulta. Assim, fazer parte de um grupo e ter um sentimento de pertencimento facilita 
ao adolescente estabelecer uma identidade adulta, pois permite o distanciamento necessário dos pais 
e, ao mesmo tempo, permite novas identificações, o que o leva a novas construções e reestruturações 
da personalidade.
É possível dizer que atuações do grupo e dos seus integrantes representam a oposição aos pais e às 
regras preestabelecidas por eles, determinando uma identidade diferente à do meio familiar. Portanto, 
os grupos têm um papel fundamental na superação da confusão de papéis (assinalada por Erikson), 
típica da adolescência.
Nos contextos urbanos contemporâneos, observa‑se um crescimento do que foi denominado “tribos 
urbanas” (MAFFESOLI, 2000). No grupo, na sua tribo, entre iguais, o adolescente compartilha códigos 
(gírias, jargões, músicas, comportamentos), elementos estéticos (roupas, acessórios) e práticas sociais 
(formas de lazer, expressão política, uso dos espaços urbanos).
O adolescente se sente mais compreendido no grupo, pois este lhe proporciona um sentido de 
relação íntima e um sentimento de força e poder muito grande. Por essa razão ser aceito por um grupo 
ou fazer parte de um grupo é muito importante. Para ser aceito, muitas vezes o adolescente muda o 
corte de cabelo, utiliza as mesmas roupas que todos do grupo usam, lê as mesmas coisas, vê o mesmo 
tipo de filme, ouve e gosta do mesmo tipo de música.
Os adolescentes tendem a passar mais tempo com os amigos do que com os pais, embora o 
relacionamento com estes continue sendo próximo. O grupo pode exercer uma influência tanto positiva 
como negativa no adolescente.
 Saiba mais
O livro a seguir traz histórias de adolescentes que vivem os conflitos e 
desafios do cotidiano:
MATHIAS, M. V. Adolescência e família. São Paulo: Arte & Ciência, 2005 
(Coleção Durma com esse barulho 2).
7.3 A vida adulta e o processo de amadurecimento
A fase adulta, fenômeno do desenvolvimento humano, traz consigo novas responsabilidades, novos 
referenciais de existência e novas conquistas em busca de um melhor entendimento dessa importante 
e mais abrangente etapa da vida humana. Caracteriza‑se como a fase mais longa da existência do ser 
humano, e por essa razão, merece especial atenção.
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PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM
Compreender os fenômenos da vida adulta é entendero processo de desenvolvimento, com suas 
aprendizagens e singularidades. É conceber que continuar aprendendo é indicativo de estar vivo, é 
ter vida, é escolher não envelhecer em nosso interior. É enxergar‑se com responsabilidades, direitos e 
deveres e necessidade de partilhar desejos e novas conquistas.
O estudo da vida adulta começou a ser desenvolvido recentemente. Hoje ainda não sabemos muito 
sobre essa fase. Sabe‑se que a vida adulta representa de um lado a plenitude física e de outro o começo 
do declínio, que é gradual e inevitável.
É considerada adulta a pessoa capaz de estruturar o ambiente e de se perceber objetivamente nos 
outros, assim como o individuo, de qualquer sexo, que adquiriu uma identidade pessoal e uma integração 
da personalidade total.
7.3.1 A vida adulta jovem
A juventude é usualmente denominada segunda adolescência ou período de amadurecimento 
adolescente devido ao prolongamento da adolescência na sociedade contemporânea. É possível 
afirmar então que se trata de uma etapa artificial de transição, até o indivíduo chegar à autonomia e à 
responsabilidade plena.
Durante esse período, do ponto de vista físico, os jovens geralmente se encontram em uma fase em 
que suas capacidades físicas e de saúde estão normais, sendo que é na fase adulta que se assenta a base 
para o funcionamento físico de todo o restante da vida. É também nesse período que estão no auge do 
funcionamento sensório e motor.
As estruturas intelectuais e morais atingem sua plenitude, diminuem as mudanças fisiológicas, há 
estabilização afetiva, ingresso na vida social plena, entrada no mercado de trabalho e/ou estudos em 
nível superior. Ainda é possível encontrarmos nessa etapa o início da vida conjugal.
Por volta dos 20 anos a maioria das funções corporais estão plenamente desenvolvidas. 
Aproximadamente entre os 20 e os 40 anos a acuidade visual é máxima; o paladar, o olfato e a 
sensibilidade à dor e à temperatura geralmente permanecem inalterados até pelo menos os 45 anos.
O desenvolvimento cognitivo nessa fase
Em relação aos aspectos cognitivos do jovem adulto, as estruturas intelectuais se encontram em seu 
ponto mais alto. É possível que a escolha profissional seja feita pela conclusão do Ensino Médio ou pela 
continuidade dos estudos no Ensino Superior.
Embora Piaget considerasse o estágio das operações pós‑formais como o auge do desenvolvimento 
cognitivo, outros autores afirmam que a mudança na capacidade cognitiva do jovem adulto ultrapassa 
o último estágio de Piaget e o apresentam como o estágio do pensamento pós-formal. Neste 
estágio o pensamento é mais complexo e se caracteriza pela capacidade de lidar com as incertezas, as 
inconsistências e as contradições. O pensamento pós‑formal lida com a informação do contexto social 
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006, p. 532).
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Unidade III
No que diz respeito ao desenvolvimento psicossocial, Erick Erickson apresenta nesta fase a sexta crise 
de desenvolvimento psicossocial, intimidade versus isolamento, que ocorre da fase final da adolescência 
até os primeiros anos da maturidade (meia‑idade). A intimidade está na capacidade do indivíduo de 
estabelecer relacionamentos não somente sexuais, mas também amizades intensas e duradouras.
A base dos relacionamentos íntimos tem início no começo da vida adulta jovem. Esse período é 
marcado por intensas mudanças nos relacionamentos pessoais, em que as pessoas estabelecem, 
renegociam ou consolidam laços baseados na amizade, na sexualidade e no amor.
A intimidade supõe uma reflexão permanente sobre o vínculo, sobre a definição deste e sobre o nível 
de compromisso pessoal em jogo. A intimidade infere ainda afetividade e sexualidade menos centradas 
no eu, em que predomine a preocupação com o outro.
7.3.2 A idade adulta
Também conhecida como meia‑idade, período movimentado, às vezes difícil, costuma ser repleta de 
muitas responsabilidades e múltiplos papéis. A vida adulta média, período entre 30 e 50 anos, é também 
chamada de amadurecimento, idade madura, idade adulta propriamente dita ou idade da plenitude.
Nessa fase, provavelmente já se tenha conseguido alcançar objetivos particulares, de família 
constituída, de emprego e de moradia. Mas é também um tempo de olhar tanto para frente como para 
trás, ou seja, para aquilo que já se viveu e para o que ainda se viverá.
Em relação a aspectos psicossociais, Erikson (1983), ao considerar esse estágio da vida adulta, 
afirma que a sua conquista característica é a capacidade generativa, que consiste na preocupação em 
orientar as novas gerações e, se o indivíduo fracassa, enfrenta a estagnação; ou seja, as pessoas que não 
encontram um escape para a geratividade se tornam absortas em si mesmas, excessivamente entregues 
aos próprios prazeres ou estagnadas.
O amadurecimento para Erikson é atingido quando a pessoa, de alguma forma, cuida de coisas e de 
outras pessoas, quando se consegue adaptar às desilusões e aos triunfos próprios, do ser que gera outros 
seres humanos ou produtos e ideias, marcas que testemunham sua passagem pelo mundo.
O conceito de maturidade refere‑se à evolução, que chega ao fim previsto; amadurecer como 
movimento de progredir em direção a uma determinada meta.
O amadurecimento pessoal é atingido gradualmente ao orientar a sua vida segundo o sentido da 
sua existência, a partir da aceitação consciente dos seus limites e das suas disposições. Os aspectos 
fundamentais desse amadurecimento são:
• harmonia das funções que supõe o autogoverno;
• visão global objetiva do mundo;
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PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM
• aceitação das limitações;
• aceitação de responsabilidades;
• autoconfiança e seriedade.
O amadurecimento em seu processo total é um caminho para a última etapa, até que se atinja 
aquele valor que se conquista na velhice, que é a sabedoria. Nessa fase, em relação aos aspectos físicos, 
colocam‑se em curso mudanças fisiológicas resultantes do envelhecimento biológico e da constituição 
genética. Além disso, o estilo de vida desde a infância afeta a probabilidade e a extensão das mudanças 
físicas. A saúde e os hábitos adotados durante a vida influenciam o que acontece nos anos posteriores. 
Algumas alterações que ocorrem nessa fase são:
• perda da visão de perto, perda na acuidade visual ou nitidez da visão, entre outros problemas;
• perda auditiva gradual, sendo acentuada a partir dos 50 anos de idade;
• diminuição da sensibilidade olfativa e gustativa, principalmente para pessoas que fazem uso 
de medicamentos;
• os tecidos imediatamente abaixo da superfície perdem gordura e colágeno, dessa forma, a pele 
pode se tornar menos tesa e lisa;
• após os 50 anos a perda óssea é acelerada, ocorrendo duas vezes mais rápido nas mulheres do que 
nos homens, levando à osteoporose;
• ao final dos 40 e início dos 50 anos, principalmente nos homens, as doenças cardíacas são 
mais comuns.
A mulher perto dos 50 anos terá a perda da menstruação, marcando assim o fim do ciclo reprodutivo 
e a entrada na fase da menopausa. Aparecem sintomas físicos, como secura vaginal, dores articulares ou 
musculares, dores de cabeça, fadiga, insônia, ganho de peso, ocorrem também problemas psicológicos.
A síndrome que é própria do climatério feminino aparece na maioria dos casos antes da menopausa 
propriamente dita, entre 45 e 53 anos, diferentemente da andropausa (masculina), que aparece mais 
tarde e é progressiva.
Pesquisas realizadas por Cattel (1965), Horn (1967, 1968, 1970, 1982a, 1982b), Horn e Hofer (1992 
apud PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006, p. 609) distinguem doistipos de inteligência nessa fase:
• Inteligência fluida: que é a capacidade de aplicar as faculdades mentais a novos problemas, envolvendo 
a percepção de relações, formação de conceitos e a extração de inferências. Essas capacidades são 
determinadas pela condição neurológica e tendem a entrar em declínio com a idade.
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Unidade III
• Inteligência cristalizada: capacidade de recordar e utilizar informações adquiridas durante toda 
a vida. É medida por testes de vocabulário, pela cultura geral e pelas respostas a situações e 
dilemas sociais.
As autoras afirmam ainda que, tipicamente, a inteligência fluida atinge o máximo nos anos iniciais 
da vida adulta, e que a inteligência cristalizada tende a melhorar com a meia‑idade ou mesmo próximo 
do final da vida do indivíduo.
Alguns estudos têm destacado a especificidade da inteligência adulta como mais associada a 
conhecimentos, particularmente conhecimentos especializados e referidos a domínios específicos, 
por um lado, e conhecimentos tácitos, ligados a procedimentos e necessidades práticas, por outro 
(ACKERMAN, 1998; TORFF; STERNBERG, 1998).
 Lembrete
A vida adulta é um período de grandes realizações e buscas.
7.3.3 Vida adulta tardia ou segunda vida adulta
A diminuição do sentimento do próprio valor que acontece nessa fase se concentra no caso dos sujeitos 
que se fixaram na busca da eterna juventude. Isto é, perceptível ao observamos o comportamento de 
pessoas que continuam seguindo as tendências da moda jovem para se vestir e outros que apresentam 
atitudes de hostilidade frente aos jovens, provavelmente buscando disfarçar a inveja que sentem destes, 
melhor dizendo, de sua juventude.
À medida que o tempo passa, os traços de personalidade tanto positivos quanto negativos vão 
se cristalizando e solidificando. Dessa maneira torna‑se mais difícil nessa fase da vida aceitar e 
produzir mudanças em si mesmo. Esta é também uma etapa em que a “mascara social” utilizada 
nos relacionamentos como forma de ser aceito vai deixando de existir, cedendo lugar a um ego 
mais austero. Segundo Erikson (1983), o ego pode atingir a integridade, que é própria da vida 
adulta tardia.
A integridade está associada à segurança acumulada do ego. Quem tem integridade está sempre 
pronto para defender a dignidade de seu próprio estilo de vida, e significa também a aceitação do 
próprio ciclo vital.
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PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM
Mudanças físicas
Figura 8 – Idoso
As mudanças fisiológicas na vida adulta tardia podem variar intensamente. Esse é um período em 
que ocorrem modificações corporais próprias e fantasiadas. O adulto começa a sentir o peso do passado 
e a lenta aproximação do declínio.
Existe a convicção de que os melhores anos (em questão biológica) passaram, chegou‑se ao auge 
e inicia‑se o declínio crescente (elaboração do luto pela juventude perdida e pelas metas que não 
pôde ou não soube alcançar). Período de questionamento: trabalho, família, amizades. Muitos dos 
declínios comumente associados ao envelhecimento podem, na verdade, ser efeitos de doenças, em 
vez de causas.
Alguns sistemas corporais declinam mais rápido do que outros. Entre as mudanças mais graves estão 
aquelas que acometem o coração, que poderão vir a se transformar em patologias.
Em relação à altura corporal, com a chegada da velhice esta diminui porque os discos entre as 
vértebras da coluna vão diminuindo em espessura. Os indivíduos podem parecer ainda mais baixos 
devido à postura encurvada.
Nessa fase os homens tendem a sofrer de osteoporose, no entanto, esse problema aparece dez 
anos mais tarde nas mulheres devido à maior quantidade de massa óssea e a perdas hormonais 
mais graduais.
 Observação
A vida adulta tardia é um período marcado pela restrição e pela redução 
ao essencial. A capacidade física está em declínio, aparecem as rugas, o 
cabelo branco, a queda de cabelo, a perda do vigor e do tônus muscular, 
surge a lentidão física, um cansaço geral e a perda de elasticidade.
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Unidade III
Embora o declínio físico não seja normalmente perceptível na vida cotidiana, as pessoas mais velhas 
têm dificuldade de responder às demandas físicas com a mesma rapidez e eficiência de quando eram 
mais novas.
Estando, portanto, mais vulneráveis a quedas em virtude da reduzida sensibilidade das células 
receptoras que levam ao cérebro informações sobre a posição do corpo no espaço. Essas informações são 
necessárias para o controle e manutenção do equilíbrio; também contribuem para a perda de equilíbrio 
reflexos mais lentos, menor força muscular e perda de visão e de percepção de profundidade.
Um dos sinais que costumam ser ligados á velhice são as falhas de memória. As mudanças 
neurológicas, assim como a piora na velocidade perceptual, podem explicar grande parte do declínio no 
funcionamento da memória em adultos mais velhos.
Cognição
E a inteligência? Diminui na terceira idade? O desempenho cognitivo é irregular durante a idade 
adulta; capacidades diferentes atingem o auge em idades diferentes. Embora possa haver declínio em 
algumas capacidades nos anos de velhice, outras permanecem estáveis ou até se aperfeiçoam durante 
a maior parte da vida adulta.
Ainda que as alterações nas capacidades de processamento possam refletir deterioração neurológica, 
existe grande variação individual, sugerindo que os declínios no funcionamento não são inevitáveis e 
que podem ser prevenidos.
Em relação à cognição, a aprendizagem vitalícia pode manter pessoas mais velhas mentalmente 
alertas. É necessário, entretanto, que materiais e métodos sejam adaptados às necessidades dessa faixa 
etária, pois assim os adultos mais velhos terão sua capacidade de aprender ampliada.
Na questão psicossocial, a idade adulta já foi considerada um período relativamente estável. Freud 
acreditava que a partir dos 50 anos de idade a personalidade estivesse permanentemente formada e que 
os processos mentais fossem inflexíveis a partir de então.
Carl Gustav Jung afirma que o desenvolvimento saudável na meia‑idade exige individuação. Há a 
emergência do verdadeiro self por meio da equilibração ou da integração das partes conflitantes da 
personalidade, incluindo aquelas até então negligenciadas. Até os 40 anos, os adultos se concentram 
nas obrigações com a família e com a sociedade, desenvolvendo os aspectos da personalidade que os 
ajudarão a alcançar os objetivos externos.
Para Erikson, a realização suprema da terceira idade é o senso de integridade do ego ou integridade 
do self, realização baseada na reflexão sobre a própria vida. Na oitava e última crise do ciclo de vida, 
integridade do ego versus desespero, adultos mais velhos precisam avaliar, resumir e aceitar sua vida 
para poderem aceitar a aproximação da morte. 
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PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM
O desespero advém daqueles que não alcançam a aceitação e percebem que o tempo é curto demais 
para buscar outros caminhos para si.
A partir dos resultados das sete crises anteriores, eles se esforçam para obter um senso de coerência 
e de integridade, em vez de desespero por sua incapacidade de reviver o passado de forma diferente 
(ERIKSON; KIVNICK, 1986).
As pessoas que são bem‑sucedidas nessa tarefa final de integração adquirem um sensode ordem 
e significado de sua vida na ordem social mais ampla, do passado, do presente e do futuro. A “virtude” 
que pode se desenvolver durante esse estágio é a sabedoria, uma “preocupação informada e imparcial 
com a própria vida diante da própria morte” (ERIKSON, 1985, p. 61).
Erikson diz que sabedoria significa aceitar a vida que se viveu sem maiores arrependimentos: sem 
alongar‑se no que “deveria ter feito” ou em “como poderia ter sido”. Isso envolve aceitar nossos pais 
como pessoas que fizeram o melhor que podiam e, por isso, merecem amor, ainda que não tenham 
sido perfeitos. Isso implica aceitar nossa morte como fim inevitável de uma vida vivida tão bem quanto 
soubemos viver.
 Lembrete
Vale ressaltar que o desenvolvimento da cognição na idade adulta 
está extremamente ligado ao ambiente e ao contexto cultural em que a 
pessoa vive.
7.3.4 Velhice
As pesquisas científicas sobre a velhice, seus processos e enfrentamentos são muito recentes, assim 
como é recente o desenvolvimento na medicina e na psicologia das especialidades em gerontologia 
(geriatria) e psicogerontologia (psicologia evolutiva da velhice). Esta última se desenvolveu praticamente 
a partir da década de 1960.
O interesse tardio pela pesquisa no que se refere à pessoa idosa se justificou pelo fato de que 
essa população era demograficamente pequena, pois o tempo de vida médio calculado para alguns 
povos da Antiguidade era de aproximadamente 30 anos. Dessa forma os idosos representavam uma 
minoria, que por terem conseguido sobreviver e terem com isso acumulado experiências de vida 
eram muito valorizados.
Qual a razão para nos preocuparmos mais com a velhice atualmente?
• A expectativa de vida da população mundial aumentou à medida que melhoraram as condições 
sanitárias, educativas, econômicas e diminuiu a taxa de natalidade (famílias menores). Em alguns 
países desenvolvidos há o predomínio populacional de adultos e idosos.
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Unidade III
• O aumento da expectativa de vida provocou prolongamento do estágio da velhice, que se distingue 
em etapas: pré‑senilidade, senilidade, terceira idade, quarta idade.
• Parcela da população que pode consumir e gerar lucro (empréstimos, passeios, viagens, planos de 
saúde etc.).
Diferentemente de como eram vistos na Antiguidade, os idosos passaram a ser uma carga social. O 
tratamento e o respeito dispensados às crianças e aos idosos é um dos medidores para a avaliação do grau 
de desenvolvimento de um povo. Na sociedade contemporânea, que privilegia os valores de utilidade e 
eficácia tomados do modelo de produção capitalista, os idosos se transformaram “algo descartável”.
São considerados por Griffa e Moreno (2001) como os principais fatores que influenciam 
negativamente o processo de envelhecimento:
• privação de atividade ocupacional;
• desocupação, tempo livre não organizado para recreação e lazer;
• aposentadoria, passividade, condição econômica e social precária, sustento econômico pelos filhos;
• doenças físicas e enfraquecimento corporal;
• lentidão das funções psíquicas;
• diminuição ou exclusão das atividades prazerosas;
• medo diante da aproximação do final da vida;
• internações geriátricas – segregação da família e da sociedade leva os idosos a uma morte social, 
provoca depressão, vulnerabilidade física e redução da esperança de vida.
 Saiba mais
Assista ao filme As Confissões de Schmidt (About Schmidt), filme com 
Jack Nicholson dirigido por Warren Schmidt. Ele conta a história de um 
homem de 60 anos que, após se aposentar, perde a esposa inesperadamente 
e se sente incerto quanto ao seu futuro.
AS CONFISSÕES de Schmidt. Dir. Alexander Payne. EUA: 2002. 125 minutos.
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PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM
É necessário enfatizar que o envelhecimento intensifica as diferenças psicológicas das pessoas. Os 
idosos, mesmo estando inseridos em uma mesma cultura, são muito mais diferentes entre os pares do 
que são as crianças os e adolescentes.
Teorias foram propostas para as causas do envelhecimento, entre elas:
• A senescência, período do ciclo de vida marcado por mudanças físicas associadas ao envelhecimento; 
começa em idades variadas para as diferentes pessoas.
• As teorias de envelhecimento biológico enquadram‑se em duas categorias: teoria de programação 
genética, sugeridas pelo limite Hayflick, e teorias de taxas variáveis (ou teorias de erro), como 
aquelas que apontam para os efeitos dos radicais livres e da autoimunidade.
• As curvas de sobrevivência apoiam a ideia de um limite definido para o ciclo de vida humano, mas 
as pesquisas sobre o prolongamento do ciclo de vida por meio de manipulação genética ou de 
restrição calórica contestaram essa ideia.
Muitos autores consideram a velhice uma enfermidade crônica comum a todos os humanos. Por 
exemplo, para os filósofos Aristóteles e Sêneca a velhice é, respectivamente, uma doença natural 
e incurável.
Galeno de Pérgamo, no século II da Era Cristã, defendia que, embora a velhice não estivesse livre de 
achaques, não consistia em doença, pois as doenças eram sempre contra a natureza.
Nos países desenvolvidos, as pessoas idosas apresentam por suas condições materiais de vida 
um estado de saúde muito bom. Têm autonomia de ação no que se refere à família e à comunidade. 
Em contrapartida, a pobreza, a desnutrição e as doenças infecciosas tornam vulneráveis grande 
número de idosos.
Velhice e aspectos físicos
As modificações corporais são mais perceptíveis entre 75 e 80 anos. São elas:
• Modificações corporais: o idoso encurva‑se, os ligamentos e articulações enrijecem‑se, ossos 
frágeis, perda da elasticidade, do tecido muscular, atividades metabólicas e respiratórias diminuem, 
perda de mobilidade, agilidade, autonomia. Irrigação sanguínea diminui, afetando as extremidades 
(cérebro). Diminui a função sensorial: visão, audição, perda gustativa, olfativa, necessidade de 
próteses. Acontece também a perda de reflexos.
• Embora o cérebro mude com a idade, as mudanças ali processadas variam consideravelmente e 
geralmente são modestas. Elas incluem perda ou redução das células nervosas e um retardo geral 
das respostas. Contudo, o cérebro também parece ser capaz de produzir novos neurônios e de 
formar novas conexões posteriormente na vida.
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Unidade III
• Apesar da capacidade de desempenhar atividades instrumentais da vida diária (AIVDs) geralmente 
diminuir com a idade, com a capacidade de resolver problemas interpessoais ou emocionalmente 
carregados não ocorre o mesmo.
• Pessoas mais velhas demonstram considerável plasticidade no desempenho cognitivo e podem 
beneficiar‑se com treinamento.
• Alguns aspectos da memória, como a memória sensória, a memória semântica, a memória de 
procedimentos e o priming parecem tão eficientes em adultos mais velhos quanto em pessoas mais 
jovens. Outros aspectos, principalmente a capacidade da memória de operação e a capacidade de 
recordar eventos específicos ou informações recém‑adquiridas, muitas vezes, são menos eficientes.
• Mudanças neurológicas, assim como declínios na velocidade perceptual, podem explicar grande 
parte do declínio no funcionamento da memória em adultos mais velhos. Contudo, o cérebro 
pode compensar alguns dos declínios relacionados com a idade.
A sociedade contemporânea tende a idealizar a adolescência, a juventude e tudo o que é novo. 
Como consequência, rejeita o idoso e desvalorizatudo o que considera velho. Por isso, os idosos 
correm risco de serem desvalorizados e marginalizados pela sociedade e pela família, que é seu apoio 
afetivo essencial.
A vida sexual do idoso
A sexualidade do idoso foi negada durante muitos anos, principalmente antes da redefinição do 
conceito introduzido por Freud. Embora essa escola considere que aceitar a sexualidade dos idosos 
significa aceitar a sexualidade dos próprios pais, que se estende geralmente a todas as pessoas mais 
velhas, muitos ainda encaram o idoso como alguém sem capacidade sexual e as relações sexuais nessa 
fase de forma preconceituosa.
O fator mais importante na manutenção do funcionamento sexual na terceira idade é a atividade 
sexual regular ao longo dos anos. Um homem saudável que se manteve sexualmente ativo geralmente 
pode continuar alguma forma de expressão sexual ativa durante os 70 ou 80 anos. As mulheres são 
fisiologicamente capazes de atividade sexual ativa durante toda a vida; o principal obstáculo para uma 
vida sexual satisfatória para elas tende a ser a ausência de um parceiro.
Com o passar da idade, as disfunções sexuais podem aumentar, mas com frequência são tratáveis. 
O entumescimento das mamas e outros sinais de excitação sexual nas mulheres são menos intensos 
do que antes. A vagina pode tornar‑se menos flexível e necessitar de lubrificação artificial. Mesmo 
assim, a maioria dos homens e das mulheres mais velhas pode usufruir da expressão sexual (BORTZ; 
WALLACE; WILEY, 1999). Em uma pesquisa realizada com uma amostra nacional de 1.384 adultos de 
meia‑idade e mais velhos, dois terços dos que possuíam parceiros sexuais disseram estar satisfeitos 
com suas vidas sexuais.
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A atividade sexual era mais importante para os homens do que para as mulheres; entre os que 
tinham 75 anos ou mais, 35% dos homens, mas apenas 13% das mulheres, afirmaram que isso era 
importante para sua qualidade de vida. Embora a atividade sexual relatada diminuísse com a idade, 
de modo geral, cerca de três quartos dos homens e das mulheres com parceiros disseram que tinham 
relações sexuais pelo menos uma vez ao mês; entre os com 75 anos ou mais, cerca de um quarto disse 
praticar sexo pelo menos uma vez por semana.
Transformações ocorrem, mas a menopausa feminina não anula o desejo e a atividade sexual. No 
homem a andropausa é gradual, de forma que o idoso do sexo masculino continua sua vida sexual e 
uma porcentagem deles conserva a capacidade de procriar.
O interesse e a atividade sexual não cessam com a idade, pois se mantém como condição legítima e 
importante da vida e como fonte de prazer, comunicação e amor mútuo.
Cognição
As funções psicológicas atingem seu ponto máximo em momentos diferentes. Com a idade aumentam 
as faculdades compreendidas no conceito de inteligência cristalizada (conhecimentos gerais, saber com 
base na experiência, vocabulário, compreensão da linguagem).
No que se refere à aprendizagem, há diferenças significativas entre adultos e os idosos. Os idosos 
necessitam de mais tempo e material mais organizado e menos complexo. Os idosos estão mais 
sujeitos a perturbações no processo de aprendizagem. A aprendizagem global é mais favorável para 
essa população.
A decadência do rendimento intelectual é maior no caso do idoso que tem menor formação 
intelectual. A função intelectual, a memória e a aprendizagem são as mais questionadas no rendimento 
senil. Porém, pesquisadores atuais enfatizam as diferenças qualitativas entre o idoso e o jovem ou o 
adulto em seus desenvolvimentos e conquistas.
Modificações da personalidade
As modificações corporais apresentadas até aqui favorecem a constante modificação da imagem física. Os 
ajustes são acompanhados de sentimentos depressivos de perda e de temores pela crescente vulnerabilidade 
e lentidão impostas ao corpo pela velhice. Méndez (1979) propõe os quatro lutos básicos da velhice:
• luto pelo corpo potente (tomada de consciência do declínio físico);
• luto pelo papel paternal;
• luto pelo papel social (desencadeia‑se devido à aposentadoria, à perda do papel profissional 
e econômico);
• luto pela perda de relações objetais significativas (perda de amigos, familiares e viuvez).
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Também é característica da personalidade do idoso a tendência à regressão e a retração do 
mundo externo para o interno. Juntamente com a regressão, a negação é outra das defesas próprias 
desse momento. Observa‑se a negação seletiva em que a pessoa tende a negar a existência daquilo 
que lhe é penoso.
A personalidade como constante relação entre o eu e o mundo, nesse momento da vida, é objeto 
de retraimento, de um voltar‑se para o interior cada vez maior. De acordo com Griffa e Moreno (2001), 
disso decorrem a elevação das defesas diante do externo e a dor provocada pelos aspectos perdidos da 
personalidade, que sempre estão em um processo de mudança contínuo.
8 MORTE
Antes de começarmos a falar sobre a morte, vamos tentar conceituá‑la. Para Araújo e Vieira (2004, 
p. 21), “a pergunta ‘o que é morte’ tem múltiplas respostas e nenhuma delas conclusiva, pois a questão 
transcende os aspectos naturais ou materialistas e, até biologicamente, é difícil uma resposta unânime”.
Morrer, cientificamente, é deixar de existir; quando o corpo acometido por uma patologia ou 
acidente qualquer tem a falência de seus órgãos vitais, tendo uma parada progressiva de toda atividade 
do organismo, podendo ser de uma forma súbita (doenças agudas, acidentes) ou lenta (doenças 
crônico‑degenerativas), seguida de uma degeneração dos tecidos.
A morte não é somente um fato biológico, mas um processo construído socialmente, que não se 
distingue das outras dimensões do universo das relações sociais. Assim, a morte está presente em nosso 
cotidiano e, independentemente de suas causas ou formas, seu grande palco continua sendo os hospitais 
e instituições de saúde (BRETAS, 2006).
O evento morte propriamente dito é a cessação dos fenômenos vitais, por parada das funções 
cerebral, respiratória e circulatória, com surgimento dos fenômenos abióticos, lentos e progressivos, que 
causam lesões irreversíveis nos órgãos e tecidos.
Esse sem dúvida é um tema controverso, que gera nas pessoas sentimentos e atitudes diversas. 
Embora faça parte do ciclo natural da vida, a morte é, ainda nos dias de hoje, um assunto polêmico, 
por vezes evitado e por muitos não compreendido, gerando medo e ansiedade, porém, tão necessário 
quanto a compreensão da vida.
Nossa sociedade atual, marcada por um ritmo frenético, parece ter deixado de lado o fato de todos 
nós sermos seres finitos. Assim, o homem tende a não pensar sobre a própria finitude da sua vida e a 
das pessoas que o rodeiam.
A maneira como compreendemos a morte é dinâmica ao longo do desenvolvimento humano. Desde 
a infância as pessoas têm contato com perdas, mas é a partir da adolescência que realmente entendemos 
o significado da morte.
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Ainda que na vida adulta enxerguemos tal fato como algo possível de acontecer, é na velhice que 
sua possibilidade parece ser mais aceita, uma vez que tal etapa é encarada como a última no ciclo de 
desenvolvimento humano.
A morte, ou término do ciclo vital, interrompe o processo da vida, o ciclo da vida humana propriamente 
dita. Por isso, é estudada após a velhice, quando há a perda das funções vitais doser humano, sendo o 
período mais provável de seu acontecimento.
O ciclo vital é interrompido com a morte, e esta é marcada por um sentimento maior que os outros 
por não haver, muitas vezes, uma explicação para o desaparecimento do ente querido, levando ao 
sofrimento e à desesperança.
Existem inúmeros fatores podem que podem levar à morte, entre eles doenças físicas, acidentes 
domésticos, acidentes de trânsito, assaltos em situações que os órgãos vitais do organismo sofrem um 
dano permanente e param de funcionar, levando ao óbito do sujeito.
As reações de uma pessoa frente a sua própria morte são as seguintes:
• negação;
• raiva;
• barganha por mais tempo;
• depressão;
• aceitação.
As reações de uma pessoa frente à morte de um ente querido são:
• choque e descrença;
• preocupação com a memória da pessoa falecida;
• resolução.
Segundo Bosco (2008), essas etapas se sucedem, porém, podem não aparecer nessa ordem ou alguns 
indivíduos não passam por todas elas. Podem inclusive voltar a qualquer fase mais de uma vez. É um 
processo particular, no qual uma gama de sentimentos está envolvida e que depende de vários fatores, 
como religiosidade, estrutura familiar e cultura, por exemplo.
As atitudes face à morte se diferem de cultura para cultura, de país para país, de região para região 
e até de pessoa para pessoa. Podemos concluir que a forma como reagimos à morte depende de uma 
multiplicidade de fatores que se relacionam principalmente com aspectos pessoais, educacionais, 
socioeconômicos e espaçotemporais. 
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Figura 9 – Morte e luto
Embora a morte se associe a sentimentos como dor, tristeza, medo, perda e ruptura, permite também 
que a pessoa entre em contato com a sua potência, capacidade de amar, de se vincular e estar vivo.
Pode ser também que a possibilidade de transformação e da morte faça emergir uma nova vida, 
como, por exemplo, o que ocorre na transição entre a infância e a adolescência. Conforme vimos durante 
o percurso estudado, o adolescente tem que elaborar uma série de lutos, é um processo doloroso, mas 
dele emerge uma nova possibilidade de ser no mundo.
Outro aspecto relevante é que muitas vezes a maioria das pessoas descreve as mortes como 
inesperadas, porém, não há certeza maior do que a da morte.
Philippe Ariès (1981) descreveu várias representações da morte:
• morte domada;
• morte de si mesmo;
• vida no cadáver ou vida na morte;
• morte do outro;
• morte invertida.
O luto é compreendido como um processo que congrega inúmeras reações diante de uma perda.
A dor, a doença e a morte
O idoso e sua família enfrentam a dor, a doença e a morte agregando a esse momento a figura do 
médico. Esse triângulo que compreende ancião‑família‑médico interage de diferentes formas.
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Uma enfermidade repentina comove e mobiliza a modificação de papéis. O idoso muitas vezes 
exigirá e precisará ter todas as suas necessidades atendidas e estará atento aos menores detalhes. Nesse 
momento o idoso se encontrará muito sensível às pequenas atenções, como, por exemplo, visitas ou 
telefonemas de pessoas queridas. O não atendimento dessa necessidade de atenção poderá provocar 
reações depressivas.
Na relação que se estabelece entre idoso, família e médico é comum que a este último seja atribuída 
uma figura salvadora, protetora. Isso já aparecia nas civilizações primitivas, do bruxo ao sacerdote, do 
curandeiro ao profissional atual. O médico pode assumir ou não o papel que lhe é conferido de ter “o 
domínio” em suas mãos da vida ou da morte.
Na atualidade, nas grandes cidades desenvolvidas, a maioria das pessoas morre em hospitais ou em 
casas de repouso sob os cuidados do médico ou da enfermeira. Até pouco tempo atrás não era assim, a 
morte era um acontecimento familiar que ocorria no lar.
Os seres humanos são indivíduos; passam por diferentes experiências e reagem a ela de formas 
distintas. Mas uma parte inevitável da vida de todo mundo é seu fim. Quanto melhor compreendermos 
esse fato inevitável e quanto mais sabiamente o abordarmos, mais plenamente podemos viver até ele 
chegar.
A morte é um fato biológico, mas, além disso, abarca aspectos sociais, culturais, históricos, religiosos, 
legais, psicológicos, de desenvolvimento, médicos, éticos e, muitas vezes, eles estão intimamente 
relacionados. Os costumes e as atitudes em torno da morte são moldados pelo tempo e pelo lugar em 
que as pessoas vivem.
Em relação aos aspectos culturais da morte, estes incluem o cuidado e o comportamento perante os 
que estão à beira da morte, o contexto em que a morte geralmente acontece, os costumes e os rituais 
de luto. Como exemplos, a vigília noturna irlandesa, em que amigos e familiares brindam à memória de 
quem faleceu, e o shiva judaico de uma semana, em que os enlutados expressam seus sentimentos e 
dividem lembranças da pessoa falecida.
Atitudes culturais e religiosas perante a morte e o morrer afetam aspectos de desenvolvimento e 
aspectos psicológicos da morte: como as pessoas de diversas idades enfrentam sua própria morte e a 
morte dos que lhe são próximos.
A morte pode significar uma coisa para um budista japonês idoso, imbuído de ensinamentos sobre 
a aceitação do inevitável, e outra para um jovem norte‑americano japonês de terceira geração que 
cresceu com a crença de que dirigimos nosso próprio destino.
De acordo com Kovács (2002), os adultos têm diferentes concepções sobre a morte no decorrer do 
seu desenvolvimento. Na velhice é importante observar em que é colocada a ênfase da existência, se 
na vida ou na morte. A autora aponta em seus estudos que o indivíduo pode se preparar para a morte 
vivendo intensamente, porém, sem negá‑la.
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O que dizer sobre tempo, morte e eternidade? Spranger (1964), ao refletir sobre o desenvolvimento 
da existência humana, considera que, se alguém limita a vida apenas ao transcorrer biológico, talvez não 
valha a pena vivê‑la desde o seu início, tampouco no final. Porém, se a pessoa consegue pensar a vida 
humana como uma vida espiritual, a pessoa transcende à materialidade e eleva‑se a outra dimensão.
Refletindo sobre religião e bem-estar emocional na velhice
Entrevistadores pediram a 100 homens e mulheres brancos, de 55 a 80 anos mais ou menos, 
uniformemente divididos entre classe trabalhadora e classe média superior, sendo 90% deles protestantes, 
que descrevessem como haviam lidado com os piores acontecimentos de suas vidas. As principais 
estratégias citadas por 58% das mulheres e 32% dos homens eram comportamentos associados à 
religião.
Outras pesquisas também confirmam o valor de apoio que a religião desempenha para muitos 
idosos. Possíveis explicações incluem apoio social, a percepção de uma medida de controle sobre a vida 
mediante oração e fé em Deus como modo de interpretar os infortúnios.
Uma dessas pesquisas revelou ainda que entre os 836 adultos mais velhos de dois grupos seculares e 
três de orientação religiosa, o ânimo estava positivamente associado a três tipos de atividade religiosa: 
organizada (frequentar e participar de igreja ou sinagoga), informal (rezar ou ler a Bíblia) e espiritual 
(comprometimento pessoal com crenças religiosas).
As pessoas com níveis mais altos em alguma dessas dimensões apresentavam melhor ânimo e melhor 
atitude em relação ao envelhecimento e eram mais satisfeitas e menossolitárias.
Segundo dados de outra pesquisa, afro‑americanos idosos são mais envolvidos em atividades 
religiosas do que brancos idosos, e as mulheres são mais envolvidas do que os homens. Idosos negros 
que se sentem apoiados por sua igreja tendem a relatar níveis mais elevados de bem‑estar; quanto mais 
ativamente religiosos, mais satisfeitos são com suas vidas.
Podemos a partir desses resultados perceber que o envolvimento religioso, independentemente do 
tipo, tem um impacto positivo sobre a saúde física e mental e sobre a longevidade. Isso é verdade 
independentemente de gênero, raça, etnia, educação e condição de saúde, e também pode estar em 
parte relacionado com a disponibilidade de apoio social em época de necessidade.
 Resumo
Em todas as culturas vemos as mudanças que ocorrem no ser humano, e as sociedades 
são marcadas pelas passagens da infância para a idade adulta, porém percebemos culturas 
que observam a existência de um período intermediário denominado adolescência. Esse 
período marcado pelas mudanças físicas e biológicas da puberdade e pelos aspectos 
emocionais identifica‑se por uma crise de identidade.
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O adolescente procurará descobrir e firmar seu autoconceito e identidade que foram 
elaborados no passado de modo que, se não forem resolvidos adequadamente, podem 
gerar conflitos, rejeição, insatisfação e angústia. Tais conflitos de ordem emocional 
ocorrem tanto pelas percepções que os adolescentes têm de si nos aspectos físicos como 
na inserção na comunidade dos adultos e nas relações que estabelecem com seus iguais. 
O adolescente que sente segurança em relação a sua aparência física e habilidades tem 
mais facilidade para se relacionar com os outros de mesma idade, sexo oposto e até 
mesmo se inserir em diferentes grupos.
Esta fase há a preocupação com a escolha profissional essa tomada de decisão deve 
ocorrer com planejamento e possibilidades de alternativas.
O desenvolvimento cognitivo desse jovem adolescente pode vir a ser operatório formal, 
com capacidade de realização de hipóteses e dedução desde que essas construções tenham 
sido favoráveis por meio de experiências e interações. Esse jovem será capaz de incluir 
conceitos abstratos em suas operações e também entender e operar com base em justiça, 
verdade, moralidade, perspectivas e conceitos hipotéticos.
Socialmente, o adolescente reflete sobre o mundo de ideologias, porém, é capaz de 
construir concepções profissionais, políticas e sociais que poderão ser vivenciadas ou 
construídas em sua concepção de mundo e concepções ideológicas.
Após a adolescência, encontramos o período da vida adulta. Nesse período, muitas são 
as transformações, tanto que essa fase se divide em vida adulta jovem, vida adulta média e 
vida adulta tardia.
Os estudos mostram que em cada uma dessas fases ocorrem crises e comportamentos 
que identificam as características do adulto.
A vida adulta jovem se caracteriza pela estabilidade profissional, afetiva, valores éticos e 
identidade mais definida. O jovem encontra um equilíbrio entre a estabilidade que está e as 
possibilidades de avançar para o futuro.
Na meia‑idade ocorrem mudanças de perspectivas em relação à vida pessoal devido a 
reflexões e questionamentos do período, tempo que se viveu e que ainda está por vir. Essa 
fase se dá entre os 40 e os 50 anos, e o adulto se questiona sobre quanto tempo ainda lhe 
resta para viver, como vai viver e o que vai fazer no tempo que lhe resta. Assim, os adultos 
começam a buscar novas formas de vida para utilizar sua disponibilidade de espaço e tempo. 
De modo geral, o desenvolvimento é crescente. Na fase adulta passa‑se pela idade adulta 
jovem – um tempo de desenvolvimento e expectativas – e depois pela idade adulta média – 
a tão conhecida meia‑idade, período de crises e reflexões que leva o adulto a avaliar o que 
realizou na vida e o que ainda pode realizar.
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Por fim a idade adulta tardia ou velhice, que pode chegar com tranquilidade ou com 
angústias. O desafio é se adaptar às perdas de posições, do trabalho, dos amigos e até 
mesmo da autoridade na família. Junto às perdas vem o questionamento que os outros 
fazem a respeito da capacidade e competência do velho para a realização das tarefas.
A facilidade em lidar com esses desafios que a velhice traz dependerá da paz interior que 
foi adquirida pelo idoso. A morte é inevitável, porém todos esperam que seja após uma vida 
de grandes realizações e uma velhice tranquila.
 Exercícios
Questão 1. Os vocábulos “puberdade” e “adolescência” são sinônimos?
A) Sim, pois designam aspectos complementares do mesmo estágio de desenvolvimento fisiológico.
B) Não, pois enquanto “puberdade” designa o processo físico que conduz à capacidade reprodutiva, 
“adolescência” designa o processo de transformações psicossociais próprio de uma faixa etária.
C) Sim, porque esses vocábulos designam dois processos exclusivamente psicossociais, cujo início e 
término coincidem.
D) Não, pois a adolescência é um processo que ocorre bem antes da puberdade.
E) Sim, embora alguns autores argumentem que esses vocábulos designam distintos processos do 
desenvolvimento humano.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das afirmativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: é incorreto afirmar que os vocábulos “puberdade” e “adolescência” designam aspectos 
complementares do mesmo estágio de desenvolvimento fisiológico, pois, “puberdade” é o processo 
físico que conduz à capacidade reprodutiva, enquanto “adolescência” é o processo de transformações 
psicossociais próprio de uma faixa etária.
B) Alternativa correta.
Justificativa: é correto afirmar que os vocábulos “puberdade” e “adolescência” não são sinônimos 
porque “puberdade” é o processo físico que conduz à capacidade reprodutiva, enquanto “adolescência” 
é o processo de transformações psicossociais próprios de uma faixa etária.
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PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: é incorreto afirmar que os vocábulos “puberdade” e “adolescência” designam dois 
processos exclusivamente psicossociais, cujo início e término coincidem, pois “puberdade” é o processo 
físico que conduz à capacidade reprodutiva, enquanto “adolescência” é o processo de transformações 
psicossociais próprio de uma faixa etária.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: é incorreto afirmar que a adolescência é um processo que ocorre bem antes da 
puberdade, dado que a puberdade é um processo físico que antecede a adolescência.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: embora alguns autores argumentem que esses vocábulos designam distintos processos 
do desenvolvimento humano, acham‑se de fato relacionados, dado que a puberdade e a adolescência 
acham‑se estreitamente relacionadas entre si.
Questão 2. Podemos afirmar corretamente que, em seus estudos:
A) Eric Erikson privilegiou o desenvolvimento psicossexual, Sigmund Freud, o desenvolvimento 
psicossocial, e Jean Piaget, o desenvolvimento cognitivo.
B) Sigmund Freud privilegiou o desenvolvimento psicossexual, Jean Piaget, o desenvolvimento 
psicossocial, e Eric Erikson, o desenvolvimento cognitivo.
C) Eric Erikson privilegiou o desenvolvimento psicossexual, Jean Piaget, o desenvolvimento 
psicossocial, e Sigmund Freud, o desenvolvimento cognitivo.
D) Eric Erikson, Jean Piaget e Sigmund Freud privilegiaram

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