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AULA 04 INTRODUÇÃO AO PROJETO ESTRUTURAL Hugo Meijon Mestre em Gestão das Construções – Stevens Institute of Technology Engenheiro Civil – Universidade Federal da Bahia AGRADECIMENTO • O material dessa aula foi retirado do “ENG 118 – ESTRUTURAS DE CONCRETOARMADO I: NOTAS DE AULA” cedido pela Dra. Tatiana Bittencourt Dumêt da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. Obrigado pela disponibilidade e atenção. PROJETO ESTRUTURAL • O produto final do projeto estrutural é constituído por: • Desenhos • Especificações • Critérios de Projeto • Memorial de Cálculo PROJETO ESTRUTURAL • O projeto estrutural deve proporcionar as informações necessárias para a execução da estrutura. • Premissas do construtor • Disponibilidade de materiais e mão de obra • ... PROJETO ESTRUTURAL • O projeto estrutural deve atender e garantir à estrutura as exigências mínimas de qualidade, no que se refere a: o Capacidade resistente (segurança). Ex.: Mint ≥ Mext; o Desempenho em serviço (utilização). Ex.: f ≤ flim; o Durabilidade (vida útil). Ex.: cobrimentos e resistências à compressão mínimos. ELEMENTOS ESTRUTURAIS ELEMENTOS ESTRUTURAIS • O primeiro passo na elaboração de um projeto estrutural de qualidade é o conhecimento dos elementos estruturais que fazem parte das estruturas. • Uma estrutura de concreto armado consiste de uma série de “elementos” individuais que interagem para resistir às cargas impostas à estrutura. ELEMENTOS ESTRUTURAIS • As estruturas podem ser idealizadas como a composição de elementos estruturais básicos, classificados e definidos de acordo com sua forma geométrica e sua função estrutural, conforme: • LINEARES • DE SUPERFÍCIE • SÓLIDOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS ELEMENTOS LINEARES: são aqueles em que o comprimento longitudinal supera em pelo menos três vezes a maior dimensão da seção transversal i) Vigas: Elementos lineares em que a flexão é predominante ii) Pilares: Elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical, em que as forças normais de compressão são predominantes iii) Tirantes: Elementos lineares de eixo reto em que as forças normais de tração são predominantes iv) Arcos: Elementos lineares curvos em que as forças normais de compressão são preponderantes, agindo ou não simultaneamente com esforços solicitantes de flexão, cujas ações estão contidas em seu plano ELEMENTOS ESTRUTURAIS ELEMENTOS ESTRUTURAIS ELEMENTOS DE SUPERFÍCIE: elementos em que uma dimensão, usualmente chamada espessura, é relativamente pequena em face das demais. i) Placas: Elementos de superfície plana sujeitos principalmente a ações normais a seu plano. As placas de concreto são usualmente denominadas lajes ii) Chapas: Elementos de superfície plana sujeitos principalmente a ações contidas em seu plano. As chapas de concreto em que o vão for menor que 3 vezes a maior dimensão da seção transversal são chamadas de vigas parede iii) Cascas: Elementos de superfície não plana ELEMENTOS ESTRUTURAIS ELEMENTOS ESTRUTURAIS ELEMENTOS SÓLIDOS: São aqueles em que possuem formas geométricas ELEMENTOS ESTRUTURAIS ELEMENTOS ESTRUTURAIS • Os elementos estruturais podem ser avaliados separadamente ou em conjunto, através de discretização real e/ ou virtual. • De maneira geral, e simplificada, pode-se dizer que na estrutura de sustentação de uma edificação, o caminho que as cargas seguem é o seguinte: Laje → Viga → Pilar → Fundação → Solo SEQUÊNCIA DE UM PROJETO ESTRUTURAL SEQUÊNCIA DE UM PROJETO ESTRUTURAL • Para se obter um bom projeto estrutural, deve- se seguir as seguintes etapas: a) Estudo do projeto arquitetônico (formas e utilização); b) Verificação e compatibilização das cotas e dimensões; c) Lançamento da fôrma; d) Compatibilização com os projetos de instalações; SEQUÊNCIA DE UM PROJETO ESTRUTURAL e) Carregamento da estrutura; f) Cálculo dos esforços; g) Dimensionamento dos elementos e/ ou da estrutura; h) Detalhamento. SEQUÊNCIA DE UM PROJETO ESTRUTURAL As atividades entre os itens c) e g) representam um processo iterativo, onde se busca a otimização da estrutura, garantindo segurança e funcionalidade. Um dos grandes problemas dos projetistas é que a ordem de cálculo de uma estrutura é inversa à da sua construção ELEMENTOS QUE INTERFEREM NO PROJETO ESTRUTURAL ELEMENTOS DE IMPORTÂNCIA Projeto arquitetônico (situação, planta baixa, cortes, etc.) ELEMENTOS DE IMPORTÂNCIA Projeto arquitetônico ELEMENTOS DE IMPORTÂNCIA Projeto Estrutural Locação e Carga dos Pilares Elementos de Fundação: Sapatas, Blocos, Baldrames, etc. Plantas de Fôrmas Armadura (lajes, vigas, etc) Projetos de Instalações Projetos de Instalações INFORMAÇÕES DE PROJETO As informações que devem constar em um projeto são: • Memória de cálculo; • Desenhos (plantas): o Legendas; o Escalas, cotas e dimensões; o Quadros de armadura, etc. • Especificações: o Cobrimentos; o Aço e Concreto; o Cargas; o Fator A/C; o Módulo de Elasticidade, etc. PRESCRIÇÕES NORMATIVAS • As prescrições normativas, de maneira geral, estabelecem as condições mínimas exigíveis para garantir segurança e “construtibilidade” às estruturas. PRESCRIÇÕES NORMATIVAS • Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 6118 (2014) – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, Março/ 2014; • ABNT - NBR 6120 (1980) – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações – Procedimento. Rio de Janeiro, Novembro/ 1980; • ABNT - NBR 6123 (1988) – Forças devidas ao vento em edificações – Procedimento. Rio de Janeiro, 1988; • ABNT - NBR 8681 (2004) – Ações e segurança nas estruturas – Procedimento. Rio de Janeiro, Março/ 2004; • ABNT - NBR 14931 (2004) – Execução de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, Março/ 2004. PRESCRIÇÕES NORMATIVAS • Além dessas, outras normas também contêm disposições que constituem prescrições relacionadas aos projetos em concreto. • VER LISTA COMPLEMENTAR PRESCRIÇÕES NORMATIVAS • Atualmente, o meio técnico e o mercado têm discutido bastante sobre a implementação da NBR 15575 (2013), que é uma norma de desempenho PRESCRIÇÕES NORMATIVAS “Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para um edifício habitacional e seus sistemas, com base em exigências do usuário, independentemente da sua forma ou dos materiais constituintes”. • Um dos temas abordados nessa norma é a necessidade de se fazer inovações tecnológicas no setor da construção civil, visando mais qualidade e mais produtividade. PROJETO DO CURSO PROJETO DO CURSO • O projeto arquitetônico apresentado será usado para os exemplos de carregamento, dimensionamento e detalhamento dos elementos estruturais de interesse no decorrer deste curso. PRÉ-DIMENSIONAMENTO PRÉ-DIMENSIONAMENTO • Uma das etapas do projeto estrutural é o lançamento das fôrmas e o pré-dimensionamento • Peso próprio é significativo nos projetos • Ponto de saída para o cálculo que é um processo interativo. Em um segundo momento, pode ser necessário aumentar ou diminuir a seção inicialmente idealizada PRÉ-DIMENSIONAMENTO • Será abordado o sistema convencional • Ordem de pré-dimensionamento: Pilares > Vigas > Lajes PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Pilares • Quinas externas da edificação; • Cruzamento de paredes (principais); • Distância entre eixos de 4,00 a 6,00m; • Pavimento Tipo x Cobertura/Reservatório; • Pavimento Tipo x Garagem;• Pavimento Tipo x Play-Ground; PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Vigas • Vãos de 4,00 a 6,00m; • Sob as paredes principais; • Apoiadas sobre os pilares; • Compatibilização com o Projeto Arquitetônico; • Formação dos pórticos de contraventamento PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Lajes • Vãos de 4,00 a 6,00m; • Definidas pelas posições das vigas. PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Pilares • Método das Áreas de Influência: o método consiste em dividir o pavimento em áreas que serão apoiadas pelos pilares. • Esse método tem a intenção de, apenas, dar uma ideia da carga nos pilares, ou da sua ordem de grandeza, para que possa ser feita uma estimativa das suas dimensões e das cargas nas fundações PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Pilares • Cada pilar recebe a carga equivalente a ¼ da área total do pavimento • As áreas de influência para os pilares são determinadas a partir das linhas médias entre eles, nas duas direções. EXEMPLO 6 metros 6 metros 3 m e tr o s 3 m e tr o s EXEMPLO 6 metros 6 metros 3 m e tr o s 3 m e tr o s P2P1 P3 P4 P5 P6 P7 EXEMPLO 6 metros 6 metros 3 m e tr o s 3 m e tr o s P2P1 P3 P4 P5 P6 P7 3x3 = 9m2 3x3 = 9m2 1.5x6 = 9m2 3x1.5 = 4.5m2 3x3 = 9m2 + 3x1.5 = 4.5m2 13.5 m2 3x1.5 = 4.5m2 3x1.5 = 4.5m2 EXEMPLO 6 metros 6 metros 3 m e tr o s 3 m e tr o s EXEMPLO 6 metros 6 metros 3 m e tr o s 3 m e tr o s PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Pilares • Uma vez determinadas as áreas, essas são multiplicadas pelas cargas médias de pré- dimensionamento, fornecendo, então, as cargas nos pilares. • Para as edificações usuais, costuma-se utilizar as seguintes cargas médias Carga média do pavimento tipo (PT) → Ppt = 10 a 15 kN/m2 Carga média da cobertura (cob.) → Pcob = 0,75 * Ppt Carga média de garagem (gar.) → Pgar = 1,50 * Ppt EXEMPLO • Para a planta abaixo, considerando um edifício de 1 garagem, 4 pavimentos tipos e 1 cobertura. • Adotar Ppt = 10 kN/m2. P2P1 P3 P4 P5 P6 P7 3x3 = 9m2 3x3 = 9m2 1.5x6 = 9m2 3x1.5 = 4.5m2 3x3 = 9m2 + 3x1.5 = 4.5m2 13.5 m2 3x1.5 = 4.5m2 3x1.5 = 4.5m2 EXEMPLO • P1 Nk = 1x(1.5x10)x9 + 4x10x9 + 1(0.75x10)x9 1 garagem Carregamento da garagem Área de influencia 4 pavimentos tipos Carregamento do tipo Área de influencia Carregamento a cobertura Área de influencia 1 cobertura EXEMPLO Nk P1 = 562.5 kN Nk P2 = 562.5 kN Nk P3 = 1x(1.5x10)x4.5 + 4x10x4.5 + 1(0.75x10)x4.5 = 281.25 kN Nk P4 = 1x(1.5x10)x13.5 + 4x10x13.5 + 1(0.75x10)x13.5 = 843.75 kN Nk P5 = 281.25 kN Nk P6 = 562.5 kN Nk P7 = 281.25 kN PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Pilares • De posse da carga no pilar (Nk) e da resistência do concreto à compressão (σc), pode-se fazer o pré- dimensionamento da seção de concreto do pilar. • A área de concreto do pilar será de: A pilar = Nk / σc • Adimitindo a taxa de armadura de 3%, tem-se que: Σc = fck / β PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Pilares • Em que: β = 1,4 para pilares solicitados praticamente à compressão simples; β = 1,5 para pilares submetidos à flexo-compressão normal; β = 1,6 para pilares submetidos à flexo-compressão oblíqua. EXEMPLO Adotando fck=30 MPa e β = 1,5 30 MPa = 3 kN/cm2 Para P1 = P2 = P6 Área = 562.5 / (3 / 1.5) = 281 cm2 Para P3 = P5 = P7 Área = 281.25 / (3 / 1.5) = 141 cm2 Para P4 Área = 843.75 / (3 / 1.5) = 422 cm2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Pilares • NBR 6118 (2014) estabelece dimensões mínimas para os pilares de 19 cm de lado • Pode-se reduzir uma dos lados até 14 cm, desde que a área mínima seja 361 cm2 • Há uma infinidade de opções, deve-se observar os impactos na arquitetura EXEMPLO Para P1 = P2 = P6 Área = 281 cm2 19x19 cm / 15x25 cm .... Para P3 = P5 = P7 Área = 141 cm2 19x19 cm / 15x25 cm .... Para P4 Área = 422 cm2 21x21 cm / 20 x 22 cm / 15x30 cm... EXEMPLO – PROJETO DO CURSO EXERCÍCIO • Para os pavimentos das figuras a seguir, determine as cargas e seções (quando necessário) de pré- dimensionamento dos pilares, utilizando o método das áreas de influência (medidas em centímetros). EXERCÍCIO EXERCÍCIO EXERCÍCIO PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Vigas • Da mesma forma que para os pilares, pode-se fazer um pré-dimensionamento para as vigas a fim de obter-se seções iniciais de cálculo. • Para vigas de seção retangular, e com vãos até 6m, tem-se que: PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Vigas EXEMPLO 6 metros 6 metros 3 m e tr o s 3 m e tr o s V1 Viga Biapoiada Β = 10 Vão = 6 metros h ≥ 1x6 / 10 h = 60 cm EXEMPLO 6 metros 6 metros 3 m e tr o s 3 m e tr o s V2 Viga Biapoiada Β = 10 Vão = 3 metros h ≥ 1x3 / 10 h = 30 cm EXEMPLO – PROJETO DO CURSO PRÉ-DIMENSIONAMENTO - Lajes • Para as lajes maciças armadas em cruz com vãos menores que 6m, tem-se: EXEMPLO 6 metros 6 metros 3 m e tr o s 3 m e tr o s Monoengastado α = 0.80 Β = 30 Vão = 3 metros h ≥ 0.80 x 300 / 30 h ≥ 8cm Biapoiado α = 1.00 Β = 30 Vão = 3 metros h ≥ 1.00 x 300 / 30 h ≥ 10cm Monoengastado α = 0.80 Β = 30 Vão = 3 metros h ≥ 0.80 x 300 / 30 h ≥ 8cm EXEMPLO – PROJETO DO CURSO EXISTEM OUTROS MÉTODOS DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO
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