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AULA 02 RESERVATÓRIOS Hugo Meijon Mestre em Gestão das Construções – Stevens Institute of Technology Engenheiro Civil – Universidade Federal da Bahia OBJETIVOS E MÉTODO • Apresentar o referencial teórico do cálculo de reservatórios • Introduzir os métodos de dimensionamento de reservatórios • Iniciar exercício sobre a temática DEFINIÇÃO • Os reservatórios ou caixas d’água desempenham uma atividade fundamental para o abastecimento de água nas edificações. • Usualmente em edificações verticais são projetados dois reservatórios - inferior e superior. • O primeiro abastecido diretamente pela rede pública e o segundo alimentado por um sistema de recalque no próprio edifício (Casa de bombas) são comumente encontrados nas edificações DEFINIÇÃO • Há uma diversidade de formas em planta: quadrada, retangular, circular, elipsoidal, ou uma forma qualquer. • Simplificadamente, os reservatórios do ponto de vista estrutural, denominar-se-ão todas as estruturas que tenham a função de armazenar fluidos. PLACAS • Em relação às placas, a NBR 6118 (2014) define como: “Elementos de superfície plana, sujeito principalmente a ações normais a seu plano. As placas de concreto são usualmente denominadas de lajes.”. VIGA-PAREDE • Nos reservatórios elevados as paredes funcionam como placas e como vigas, e a depender da relação entre o vão e a altura, essas vigas são denominadas vigas-parede. CLASSIFICAÇÃO ELEVADOR OU SUPERIOR • Nesse tipo de reservatório, há uma dependência do arranjo estrutural dos pilares. • Geralmente, em edifícios, têm-se comumente posicionado na região das escadas apoiando-o nos pilares que formam a caixa da escada, isto é, há uma ligação entre o reservatório elevado e a estrutura. • Ou castelo d’água ELEVADOR OU SUPERIOR INFERIOR OU ENTERRADO • Os reservatórios inferiores predominantemente independem da estrutura da edificação. o Completamente enterrado o Parcialmente enterrado o Apoiado no terreno INFERIOR OU ENTERRADO CARACTERÍSTICAS Reservatório Superior – Paralelepipédico • Além das paredes, tampa e fundo trabalharem como placa, as paredes do reservatório se comportam também como chapa (vigas-parede), pois recebem as reações de apoio das lajes de tampa e de fundo. • Nesse tipo de estrutura o projeto deve contemplar a superposição dos efeitos e, portanto, as paredes do reservatório devem ter a segurança verificada tanto como placa, quanto como chapa. CARACTERÍSTICAS Reservatório Superior – Paralelepipédico CARACTERÍSTICAS Reservatório Enterrado – Paralelepipédico • Esse tipo de reservatório é calculado vazio e cheio. • Quando vazio, há a atuação do empuxo do solo sobre as paredes. • Quando cheio, sugere-se desconsiderar o empuxo horizontal provocando pelo solo, supondo somente o empuxo da água agindo de dentro para fora CARACTERÍSTICAS Reservatório Enterrado – Paralelepipédico • O terreno a ser implantados deve possuir capacidade suporte admissível e medido o nível de água, pois a presença do nível de água acima da cota do fundo do reservatório requer uma verificação do efeito da subpressão CARACTERÍSTICAS Reservatório Enterrado – Paralelepipédico GENERALIDADES • Os reservatórios podem ter uma ou mais células com finalidade possibilitar a limpeza do mesmo. • A divisão do reservatório em células permite a limpeza de uma das células e depois da outra, pretendendo assim evitar que ocorra uma interrupção no abastecimento de água numa edificação, por exemplo GENERALIDADES GENERALIDADES • Devem ser previstas aberturas para inspeção para cada célula existente. • No caso de reservatórios elevados com duas células, deve haver duas aberturas. • A prática corrente tem utilizado dimensões usuais dessas aberturas de 60 x 60cm, 70 x 70cm. • São posicionadas frequentemente nos cantos junto das paredes LINHA ELÁSTICA - SUPERIOR • O emprego da analise da deformada da estrutura via linha elástica, permite determinar as condições de contorno dos elementos estruturais do reservatório LINHA ELÁSTICA - SUPERIOR • Quando o ângulo de inclinação da linha elástica num nó estrutural for no mesmo sentido, define-se a condição de contorno como rotula, ou seja, não há restrição ao giro como é o caso da ligação tampa x parede. • Caso contrário, será um nó engastado LINHA ELÁSTICA - SUPERIOR LINHA ELÁSTICA - SUPERIOR TAMPA FUNDO PA R E D E PAREDE T A M PA TAMPA CONTORNO - ELEVADO LINHA ELÁSTICA – INFERIOR - VAZIO LINHA ELÁSTICA – INFERIOR - VAZIO Muro Muro M u ro M u ro LINHA ELÁSTICA – INFERIOR - VAZIO TAMPA FUNDO PA R E D E PAREDE T A M PA TAMPA CONTORNO – ENTERRADO VAZIO LINHA ELÁSTICA – INFERIOR - CHEIO LINHA ELÁSTICA – INFERIOR - CHEIO TAMPA FUNDO PA R E D E PAREDE T A M PA TAMPA CONTORNO – ENTERRADO CHEIO NÓS ESTRUTURAIS • Na situação de cantos internos vivos (ângulo aproximadamente reto) conhecidos como “quina viva”, o pico de tensões ocasionada pela alteração da direção do eixo, diminui a capacidade resistente de nós estruturais sem arredondamento no lado interno, no caso de elevada percentagem de armadura para momentos negativos (tração lado externo). O canto externo, pelo contrário, fica quase que sem tensões, no caso de não existirem cantos vivos, e seria, portanto dispensável MÍSULAS • Define-se como uma saliência encontrada geralmente em nós estruturais • Resumidamente, é um chanfro na aresta da peça a um ângulo geralmente à 45º MÍSULAS MÍSULAS MÍSULAS • Melhora a estanqueidade das arestas; • Aumenta o grau de engastamento entre as placas; • Reduz os riscos de fissuração na seção critica de mudança de direção; • Melhora concretagem devido à alta concentração de armaduras nessas regiões de canto; • Facilita a aplicação da impermeabilização • Evita uma “quina viva”; • Melhora transferência de esforços no nó estrutural; • Aumenta o braço de alavanca da peça no nó; DURABILIDADE E ESTANQUEIDADE • Na elaboração do projeto de uma estrutura de concreto armado além das considerações das características de resistência (ELU) também se deve considerar a durabilidade da estrutura (ELS), sendo esta, sinônimo de uma longa vida útil. DURABILIDADE E ESTANQUEIDADE • Conforme o comitê 201 do ACI 350-01, “a durabilidade do concreto é determinada pela sua capacidade de resistir à ação intempéries, ataque químico, abrasão, ou qualquer outro processo de deterioração”. DURABILIDADE E ESTANQUEIDADE DURABILIDADE E ESTANQUEIDADE DURABILIDADE E ESTANQUEIDADE RETRAÇÃO E FISSURA • A retração consiste na contração resultante da variação de umidade do concreto. A contração manifesta-se imediatamente após o adensamento (contração no estado fresco), e a seguir após o início do endurecimento (retração por secagem). RETRAÇÃO E FISSURA • Um dos principais problemas patológicos de uma estrutura de concreto, a fissuração, pode causar o comprometimento do desempenho dos reservatórios devido à falta de estanqueidade, levando a diminuição da durabilidade e até mesmo perda da funcionalidade. • Surgem em decorrência de retração do concreto, cargas externas e de variações de temperatura AÇÕES NO RESERVATÓRIO - ELEVADO AÇÕES NO RESERVATÓRIO - TAMPA • Considera-se o carregamento p1 atuando perpendicularmente ao plano médio das lajes e carregamento uniformemente distribuído. • As cargas atuantes na placa são: o Peso próprio (PP): h1 . γconc (25 kN/m3) o Revestimento (Rev):Adota-se um valor entre 0,5 kN/m² e 1,5 kN/m² o Acidental (C.A.): O valor da sobrecarga na prática varia de 0,5 kN/m² a 3,0 kN/m²; (avaliar cada caso) AÇÕES NO RESERVATÓRIO - FUNDO • Considera-se o carregamento p2 atuando perpendicularmente ao plano médio das lajes e carregamento uniformemente distribuído. As cargas atuantes na placa são: o Peso próprio da laje do fundo (PP): h2 . γconc o Revestimento (Rev): Adota-se um valor entre 0,5 kN/m² e 1,5 kN/m² o Pressão hidrostática (Phid): ha . γágua (10 kN/m3) AÇÕES NO RESERVATÓRIO - PAREDES • As lajes podem ter um comportamento simultâneo de placas, vigas ou vigas-parede. Como placa: • Considera-se o carregamento p3 atuando perpendicularmente ao plano médio das paredes e carregamento linearmente distribuído: o Carga triangular (p3): ha . γágua AÇÕES NO RESERVATÓRIO - PAREDES • As lajes podem ter um comportamento simultâneo de placas, vigas ou vigas-parede. Como Viga-Parede: Nas vigas-parede os esforços solicitantes são calculados de modo semelhante a vigas esbeltas. AÇÕES NO RESERVATÓRIO - PAREDES Como Viga-Parede: AÇÕES NO RESERVATÓRIO - PAREDES • Braço de alavanca: • i.1) Viga-parede biapoiada • Z = 0,15h(3 + l/h) , se 1 < l/h < 2 • Z = 0,6l , se l/h ≤ 1 • L=comprimento • H=Altura AÇÕES NO RESERVATÓRIO – ENTERRADO - VAZIO Muro Muro M u ro M u ro p1 p2 p3 AÇÕES NO RESERVATÓRIO - TAMPA • Considera-se o carregamento p1 atuando perpendicularmente ao plano médio das lajes e carregamento uniformemente distribuído. • As cargas atuantes na placa são: o Peso próprio (PP): h1 . γconc (25 kN/m3) o Revestimento (Rev): Adota-se um valor entre 0,5 kN/m² e 1,5 kN/m² o Acidental (C.A.): O valor da sobrecarga na prática varia de 0,5 kN/m² a 3,0 kN/m²; (avaliar cada caso) AÇÕES NO RESERVATÓRIO - FUNDO • Considera-se o carregamento p2 atuando perpendicularmente ao plano médio das lajes e carregamento uniformemente distribuído. É referente a reação do apoio sob o solo, logo é igual a carga em sentido oposto: • Todo o carregamento já considerado na tampa + • Peso das paredes distribuído sobre a laje • Deve-se verificar a tensão admissível do solo e para isso adicionar o peso da laje do fundo AÇÕES NO RESERVATÓRIO - PAREDES • Considera-se o carregamento p3 atuando perpendicularmente ao plano médio das paredes e carregamento linearmente distribuído: o Carga triangular (p3): k0 . γterra . altura o γterra = 18 kN/m3 a 20 kN/m3 (parámetro do solo) o k0 = 0.30 a 0.60 (parámetro do solo) o Altura considera a soma do vão interno com as alturas das lajes AÇÕES NO RESERVATÓRIO – ENTERRADO - CHEIO p1 p2 p3 AÇÕES NO RESERVATÓRIO - TAMPA • Considera-se o carregamento p1 atuando perpendicularmente ao plano médio das lajes e carregamento uniformemente distribuído. • As cargas atuantes na placa são: o Peso próprio (PP): h1 . γconc (25 kN/m3) o Revestimento (Rev): Adota-se um valor entre 0,5 kN/m² e 1,5 kN/m² o Acidental (C.A.): O valor da sobrecarga na prática varia de 0,5 kN/m² a 3,0 kN/m²; (avaliar cada caso) AÇÕES NO RESERVATÓRIO - FUNDO • Considera-se o carregamento p2 atuando perpendicularmente ao plano médio das lajes e carregamento uniformemente distribuído. É referente a reação do apoio sob o solo, logo é igual a carga em sentido oposto: • Todo o carregamento já considerado na tampa + • Peso das paredes distribuído sobre a laje • Deve-se verificar a tensão admissível do solo e para isso adicionar o peso da laje do fundo e o peso da água AÇÕES NO RESERVATÓRIO - PAREDES • Quando cheio, sugere-se desconsiderar o empuxo horizontal provocando pelo solo, supondo somente o empuxo da água agindo de dentro para fora, logo: o Carga triangular (p3): γagua . altura o γagua = 10 kN/m3 o Altura considera é o nivel máximo de água TABELAS DE DIMENSIONAMENTO Para facilitar a determinação das solicitações nas lajes, foram criadas várias tabelas com uma série de coeficientes que levam em conta os diversos parâmetros utilizados no cálculo das lajes. - TABELAS DE BARÉS (diferente da de laje com carregamento plano) TABELAS DE BARÉS - Observar a condição de contorno - Identificar as dimensões a e b e calcular a/b - Encontrar os coeficientes - Para calcular Mx, My, Xx e Xy..., usar fórmula na rodapé das tabelas - Marcar no esquema as reações DETERMINAÇÃO DA ALTURA Bitola máxima < h/8 Bitola mínima: 6.3 para negativo 5.0 para positivo CÁLCULO DOS MOMENTOS FINAIS Devido ao fato de se calcular os momentos individualmente, chega-se a momentos negativos diferentes. É necessário, portanto, determinar-se qual os momento negativo final. CÁLCULO DOS MOMENTOS FINAIS • Após o equilíbrio dos momentos negativos, é necessário se fazer a correção dos momentos positivos nos vão onde ocorreu a redução do valor no engaste. • Quando ocorre a diminuição do momento fletor no apoio, há um acréscimo do momento fletor no meio do vão. • Por outro lado, quando há um aumento do momento de engaste, há uma redução do momento no meio do vão (∆f) CÁLCULO DOS MOMENTOS FINAIS DIMENSIONAMENTO • Após a determinação dos esforços solicitantes nas lajes, parte-se para o seu dimensionamento. • A partir dos momentos fletores encontrados, verifica-se a seção de concreto e determina-se a área de aço necessária para atendê-lo. • Para o dimensionamento para o E.L.U., primeiro, precisa-se determinar qual é a altura útil (d) da laje. DIMENSIONAMENTO • Vale notar que, de maneira geral, as lajes possuem armaduras nas duas direções principais, formando uma malha de duas camadas. • Para evitar erros na execução, admite-se uma altura útil referente às barras da 2 a camada. DETERMINAÇÃO DA ALTURA Bitola máxima < h/8 Bitola mínima: 6.3 para negativo 5.0 para positivo DETERMINAÇÃO DA ALTURA H=12 CM COB = 2CM 1ª Camada = 10mm 2ª Camada = 10mm Metade da 2ª C = 5mm 1 2 c m 2cm 1cm d=12-2-1-0.5=8.5 d‘=2+1+0.5=3.5 DIMENSIONAMENTO Além disso, é necessário calcular qual é a área de aço mínima que deverá ser colocada nas lajes usando o ρmín. DIMENSIONAMENTO DIMENSIONAMENTO Área mínima As min = l . h . ρmín/100 l = 100 cm h em cm As min em cm2 DIMENSIONAMENTO Cálculo do Kc = (b.d^2)/Md [cm2/kN] Md = Mk x 1.4 [kN/m] b = 1.00 metros d em cm Com o Kc e o fck, vai na tabela e acha o Ks A área de aço é igual a As = Ks . Md / d d em metros As em cm2 ARRANJO DÚVIDAS?
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