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O prazer de ler Freud apresent

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O prazer de
 ler Freud
Toda a doutrina de Freud, foi marcada pelo desejo de identificar a origem do sofrimento do outro. 
A concepção freudiana da vida mental pode formalizar-se num esquema elementar. 
 
 Quanto mais se aproxima da profundeza da Teoria, percebe-se que ela se transfigura, reduzindo-se ou entrelaçando-se umas nas outras, para se organizarem nas suas relações.
Em seus escritos, Freud não parou de reproduzir espontaneamente o mesmo esquema básico expresso, seguindo diversas variantes.
O autor NASIO, Juan-David, deseja que a leitura de Freud seja um prazer: de pensar e compreender o nosso funcionamento psíquico. 
Apresenta um esquema que se modifica progressivamente a medida que se desenvolve : o inconsciente, o recalcamento, a sexualidade, o complexo de Édipo, as três instâncias 
 do eu, o isso e o supereu, conceito 
 de identificação 
 e a transferência
 no tratamento analítico.
Inicia o esquema básico utilizando 
o modelo do arco reflexo 
como modelo fundamental na Neurologia moderna. 
Ele comporta duas extremidades da esquerda e direita
Da esquerda: a extremidade sensível onde o sujeito percebe a excitação
 Da direita: a extremidade motora em que o sujeito libera a energia recebida do corpo. 
Entre as duas extremidades instala-se uma tensão 
que aparece com a excitação 
e desaparece com a descarga motora.
A forma de arco é o princípio que rege esse trajeto, recebendo energia e transformando-a em ação e reduzindo a tensão do circuito. Na vida psíquica a tensão nunca se esgota, vivemos sob constante tensão. Esse princípio de redução da tensão na psicanálise leva o nome de princípio de desprazer-prazer.
uma tensão que aparece com a excitação e desaparece com a descarga motora
Esquema do arco reflexo
 Características próprias do psiquismo: 
a) a excitação é sempre de origem interna e nunca externa 
b) esse representante depois de carregado uma primeira vez permanece excitado. Dessa forma
 é impossível suprimir completamente 
 uma tensão que se realimenta sem cessar.
 Essa tensão penosa 
que o aparelho psíquico tenta em vão escoar 
é o que Freud chama de desprazer, 
que significa manutenção ou aumento da tensão. 
Já o prazer é a supressão da tensão, 
no psiquismo o prazer absoluto nunca é obtido, 
uma vez que a descarga absoluta 
nunca é realizada por três razões a seguir: 
a primeira é uma tensão contínua,
a segunda no psiquismo afirma-se que toda resposta é inevitavelmente metafórica/simbólica e a descarga inevitavelmente parcial, a energia psíquica é compacta na entrada e destilada na saída, 
a terceira é a mais importante razão, pois explica que 
 o psiquismo está sempre sob tensão, consistindo na intervenção de um fator decisivo que Freud chama de recalcamento. Instaura-se um conflito entre os dois grupos, o da esquerda que quer de imediato o prazer de uma descarga total e o da direita que se opondo a essa loucura incita à moderação.
 O princípio que rege esse grupo majoritário 
 chama-se de prazer-desprazer e o segundo grupo minoritário se chama princípio da realidade. 
 
O primeiro grupo consiste no sistema inconsciente que tem a missão de escoar a tensão o mais rápido possível para atingir o prazer absoluto, Freud chama de representações inconscientes as representações de coisas, imagens que são de natureza visual e fornecem a matéria que se moldam os sonhos, as fantasias.
 As representações inconscientes 
não respeitam a razão, a realidade ou tempo, 
pois não tem idade. 
O segundo grupo de representantes constitui um sistema pré-consciente/consciente: 
 busca Igualmente o prazer 
com a missão de redistribuir a energia 
e escoá-la lentamente, segundo as indicações do princípio da realidade, 
energia ligada, uma representação consciente.
Esquema do arco reflexo aplicado ao funcionamento do psiquismo
	A representação de coisas é inconsciente quando não há representação de palavra que se associa a ela, 
 é consciente quando uma representação de palavra vem se ligar a ela. 
 podemos definir o recalcamento como uma condensação de energia que impede a passagem dos conteúdos inconscientes para o consciente. 
 	Alguns conteúdos inconscientes e recalcados irrompem subitamente na consciência sob forma disfarçada surpreendendo o sujeito, que é incapaz de identificar sua origem inconsciente. Eles aparecem na consciência mas permanece incompreensíveis para o sujeito que vive frequentemente sobre angústia. 
O recalcamento aumenta a tensão e a obriga a buscar expressões deturpadas gerando diferentes tipos de descargas que proporcionam o prazer: descarga hipotética, que provocaria um prazer absoluto que para o psiquismo essa solução ideal é impossível. Uma descarga imediata e controlada pela atividade intelectual que proporciona um prazer moderado, a descarga mediata e parcial obtida quando a energia e os conteúdos do inconsciente transpõem a barreira do recalcamento.
O recalcamento tem o objetivo de evitar o risco extremo que o eu correria ao satisfazer intencionalmente e diretamente a exigência pulsional. 
São duas as satisfações pulsionais, uma total e hipotética que o eu idealiza como um prazer absoluto, mas evita graças ao recalcamento como um excesso destrutivo, a outra é a satisfação parcial moderada e isenta de perigos que o eu tolera. 
O essencial da lógica do funcionamento psíquico 
 considerado do ponto de vista da circulação de energia 
 resume-se em quatro tempos: 
 1. a pressão constante do inconsciente, 
 2. o obstáculo que se opõe a ele, 
 3. a energia que resta e a;
 4. energia que passa. 
Definições do inconsciente 
Definições do inconsciente do ponto de vista descritivo 
O inconsciente em si continua como um processo obscuro e icógnito. As formações do inconsciente apresentam-se diante de nós como atos, falas ou imagens inesperadas e transcendem nossas intenções e nosso consciente, por exemplo: os atos falhos, os esquecimentos, os sonhos ou mesmo o aparecimento repentino desta ou daquela ideia, sejam elas normais ou patológicas. Os produtos do inconsciente são surpreendentes e enigmáticos para a consciência do sujeito e para o psicanalista.
A partir desses produtos observáveis supomos a existência de um processo inconsciente obscuro e ativo que atua em nós sem que o saibamos. Convém ver no inconsciente como diz Freud, a base de toda a vida psíquica.
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Definições do inconsciente do ponto de vista sistemático 
A fonte de excitação chama-se representação de coisa e os produtos finais são manifestações deturpadas do inconsciente, como exemplo o sonho.
Definições do inconsciente do ponto de vista dinâmico Apresenta o recalcamento de duas formas – primário, 
que contém fixa as representações recalcadas no solo do inconsciente e um recalcamento secundário 
que recalca no sentido literal de fazer retroceder 
no sistema inconsciente os produtos do recalcado.
Definições do inconsciente 
do ponto de vista econômico 
A fonte de excitação 
para desenvolver nosso esquema 
do funcionamento psíquico 
se chamará representante das pulsões, 
e as produções finais do inconsciente 
serão fantasias 
ou mais exatamente, 
comportamentos afetivos ou 
escolhas amorosas espontâneas 
escoradas em fantasias . 
Definições do inconsciente do ponto de vista ético Chamamos o inconsciente de desejo. É o inconsciente considerado do ponto de vista da sexualidade. O desejo é o inconsciente em busca do incesto, sem nenhuma relação com as relações incestuosas patológicas e proibidas pelo eu. Devemos compreender que a vida psíquica está imersa no mundo dos outros, naqueles a quem estamos ligados por nossas fantasias e afetos. 
 Nosso psiquismo se relaciona com o psiquismo do outro com quem nos relacionamos. 
 As fontes de nossas excitações são os vestígios
deixados pelo impacto do desejo do outro, daquele ou daqueles que nos tem por objeto do seu desejo.
"O que me encanta ao ler Freud,quando o compreendo, 
é sua força, sua loucura, sua força louca e genial 
de querer explicar qual é a fonte íntima 
que nos anima, a nós humanos.
O prazer de ler Freud é descobrir que,
para além das palavras, 
é de nós que ele está falando”.
“Vamos procurar dizer bem o que já foi dito, 
e talvez possamos dizer algo novo”. 
Foi com essa intenção 
que o autor NASIO, Juan-David, 
escreveu a presente obra.
O prazer de ler Freud

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