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Aula 05

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
AlfaCon Concursos Públicos
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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ÍNDICE
Da Aplicação da Lei Penal no Espaço ................................................................................................................2
O Que É Território Nacional? ...........................................................................................................................................3
Da Territorialidade ............................................................................................................................................................3
Da Extraterritorialidade da Lei Penal .............................................................................................................................6
Das Condições para Aplicação da Lei Penal Brasileira (Artigo 7º § 2º) ......................................................................7
Caso de Extraterritorialidade Condicionada Prevista no § 3º do Artigo 7º...............................................................9
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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
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Da Aplicação da Lei Penal no Espaço
Antes de iniciar o estudo do tópico, temos que ter em mente que iremos estudar a lei penal e não 
a lei processual penal, que segue outra regra específica.
Aqui trataremos de como se comporta a lei penal brasileira quando ocorrer crimes no exterior, 
ou seja, extraterritorialidade de lei. Portanto, quando falamos em extraterritorialidade estamos 
tratando somente da lei penal e não da lei processual penal.
Falamos em Territorialidade quando se faz a aplicação da lei penal dentro do próprio Estado que 
a editou. Dessa forma, quando aplicamos a lei brasileira em nosso solo estamos usando o conceito de 
territorialidade.
 → A territorialidade é tratada no art. 5°, CP: “aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional”.
 → §1º Território por extensão ou assimilação:
 ˃ Embarcação ou aeronave brasileira pública (em qualquer lugar).
 ˃ Embarcação ou aeronave brasileira privada a serviço do Estado brasileiro (em qualquer lugar).
 ˃ Embarcação ou aeronave brasileira mercante ou privada, desde que não estejam em território 
alheio.
 → A Extraterritorialidade é tratada no art. 7º. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro:
I. Os crimes:
a) Contra a vida ou a liberdade do Presidente de República;
b) Contra o patrimônio ou a fé publica da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de 
Município, de empresa de pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída 
pelo Poder Público;
c) Contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
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II. Os crimes:
a) Que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) Praticados por brasileiros;
c) Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
quando em território estrangeiro e aí não venham a ser julgados.
§1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no 
estrangeiro.
§2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) Entra o agente no território nacional;
b) Ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou aí não ter cumprido pena;
e) Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro, ou, por outro motivo não estar extinta a punibili-
dade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, 
se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) Não pedida ou negada sua extradição;
b) Houve requisição do Ministro da Justiça.
O Que É Território Nacional?
Podemos conceituar território nacional como sendo o espaço onde certo Estado possui sua soberania.
 → Elementos que constituem um determinado Estado soberano:
 ˃ Território;
 ˃ Povo;
 ˃ Organização jurídica.
Consideramos como território nacional as limitações que temos no mapa do pais e mais o mar 
territorial, que representa a extensão de 12 milhas do mar a contar da costa e sempre na baixa maré. 
O código considera também território nacional o espaço aéreo respectivo e o espaço aéreo corres-
pondente ao território nacional. Esse devemos considerar como sempre território próprio.
Temos que considerar também como território nacional, o chamado território por extensão, as-
similação ou impróprio descrito no §1º do artigo 5º do Código Penal.
§1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aerona-
ves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem, bem 
como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de natureza privada, que se achem, respec-
tivamente no espaço aéreo correspondente ou em alto mar.
§2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações es-
trangeiras, de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no 
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Da Territorialidade
Como mencionado a lei penal aplica-se em todo o território nacional próprio ou por assimilação. 
Por esse princípio aplica-se aos nacionais ou estrangeiros (mesmo que irregular) a lei penal brasileira.
Contudo, em alguns casos, mesmo o fato sendo praticado no Brasil, não será aplicada a lei penal 
a esse fato, isso se deve quando ocorrer por meio de convenções, tratados e regras de direito interna-
cional, aqui o Brasil abre mão de punir, ou seja, nesses casos não se aplicará a lei brasileira.
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Dessa forma, o princípio da territorialidade da lei penal é mitigado, ou seja, não é adotada de forma 
absoluta e sim temperada, por esse motivo falamos em princípio da territorialidade temperada.
Podemos dar como exemplo as imunidades diplomáticas e consulares concedidas por meio de 
adesão do Brasil às convenções de Viena (1961 e 1963), aos diplomatas e aos cônsules que exerçam 
suas atividades no Brasil.
Dica: Quando falamos em “território nacional”, obrigatoriamente temos que ter algumas regras 
na cabeça:
Todas as embarcações ou aeronaves brasileiras de natureza pública, onde quer que se encontre 
são consideradas parte do território nacional.
Para as embarcações e aeronaves de natureza privada, serão estas consideradas extensão do terri-
tório nacional quando se acharem, respectivamente, no mar territorial brasileiro ou no espaço aéreo 
correspondente. (preste bem a atenção, as de natureza privada, sem estar a serviço do Brasil, somente 
responderão pela lei brasileira se estiverem dentro do Brasil!
Exemplo de fixação: Um
navio brasileiro privado pelo mar da Argentina deverá responder pelas 
leis penais Argentinas, ou seja, caso um brasileiro mate o outro, a lei a ser aplicada é a lei penal Ar-
gentina, pois o navio não estava a serviço do Brasil!
Por outro lado, se o navio estiver em alto mar (terra de ninguém – aplica-se o princípio do 
pavilhão ou da bandeira) e ostentar a bandeira brasileira e lá um marujo matar o outro, a competên-
cia é da lei brasileira.
A mesma regra utilizamos para aeronaves. Uma questão interessante é por exemplo, se uma 
aeronave pousar em um pais distinto e o piloto cometer um crime e essa aeronave estiver a serviço 
do Brasil, aplica-se a lei brasileira. Caso a aeronave for particular aplica-se a lei do pais em que a 
aeronave estiver pousada.
Questão interessante é se o piloto sair do aeroporto e lá fora cometer um crime. Nesse caso temos 
que perguntar se o piloto estava em serviço oficial ou não, se estiver em serviço oficial aplicamos a lei 
penal brasileira, do contrário, aplica-se a lei do pais onde cometeu o crime.
RESUMO DOS CONCEITOS
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ESQUEMAS DIDÁTICOS
 → Passaremos a tratar agora dos princípios que regulam a aplicação da Lei Penal no espaço:
 ˃ Princípio da Territorialidade;
 ˃ Princípio da Nacionalidade;
 ˃ Princípio da Defesa, Real ou de Proteção;
 ˃ Princípio da Justiça Penal Universal ou da Universalidade;
 ˃ Princípio da Representação.
 → Princípio da Territorialidade: A lei penal de um país terá aplicação aos crimes cometidos dentro 
de seu território. Aqui o Estado soberano tem o dever de exercer jurisdição sobre as pessoas que 
estejam sem seu território.
 → Princípio da Nacionalidade: Classificado também como “Princípio da Personalidade”. Aqui os 
cidadãos de um determinado país devem obediência às suas leis, onde quer que se encontrem. 
Podemos dividir esse princípio em:
 ˃ Princípio da Nacionalidade Ativa: Aplica-se a lei nacional ao cidadão que comete crime no 
estrangeiro, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo ou do bem jurídico lesado.
 ˃ Princípio da Nacionalidade Passiva: O fato praticado pelo nacional deve atingir um bem 
jurídico de seu próprio estado ou de um concidadão.
 → Princípio da Defesa, Real ou de Proteção: Aqui se leva em consideração a nacionalidade do bem 
jurídico lesado (sujeito passivo), independentemente da nacionalidade do sujeito ativo ou do local 
da pratica do crime.
 → Princípio da Justiça Penal Universal ou da Universalidade: Aqui, todo Estado tem o direito 
de punir todo e qualquer crime, independentemente da nacionalidade do criminoso ou do bem 
jurídico lesado, ou do local em que o crime foi praticado, bastando que o criminoso se encontre 
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dentro do seu território. Assim, quem quer que seja que cometa crime dentro do território 
nacional será processado e julgado aqui.
 → Princípio da Representação: A lei penal brasileira também será aplicada aos delitos cometidos 
em aeronaves e embarcações privadas brasileiras quando se encontrarem no estrangeiro e ai não 
venham a ser julgados.
Atenção: O Código Penal brasileiro adota o princípio da territorialidade como regra e os outros 
como exceção, Assim, os outros princípios visam disciplinar a aplicação “extraterritorial” da lei 
penal brasileira!
EXERCÍCIO
01. É certo que se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de:
a) Embarcações brasileiras que estejam em mar territorial estrangeiro.
b) Embarcações mercantes brasileiras que estejam em porto estrangeiro.
c) Aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espaço estrangeiro.
d) Aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso em aeroporto estrangeiro.
e) Embarcações estrangeiras de propriedade privada que esteja em mar territorial brasileiro.
GABARITO
01 - E
Comentário: A questão pede a aplicação da lei brasileira, assim vamos explicar objetivamente 
cada item e ver os erros e a alternativa correta: A questão “a” esta errada, pois as embarcações bra-
sileiras (salvo se a serviço do Brasil) privadas devem ser julgadas pela lei do território que estejam 
de passagem. A questão “B” segue a mesma linha, repare que a embarcação é mercante e não está 
a serviço do Brasil. As questões “c” e “d” mostram que as embarcações NÃO estavam a serviço do 
Brasil, assim, aplica-se a lei do país a que estiverem. O gabarito é a letra “e”, pois o princípio da terri-
torialidade esta sendo utilizado, ou seja, dentro do território nacional aplica-se a lei pátria.
Da Extraterritorialidade da Lei Penal
A lei penal brasileira aplica-se também aos fatos ocorridos fora do território nacional, ou seja, 
existe a aplicabilidade da extraterritorialidade da lei penal brasileira.
Estão previstas no artigo 7º do Código Penal as hipóteses de ser a lei incondicionada e condicionada.
 ˃ Incondicionada: Não necessita de qualquer condição para que a lei seja aplicada. Aqui basta a 
prática do ato delituoso e a lei brasileira será aplicada fora do território nacional.
 ˃ Condicionada: Quando para sua aplicação fora do território nacional a lei exigir uma ou mais 
condições.
 → Incondicionada:
 ˃ Dispõe o inciso I do artigo 7º a aplicação da lei incondicionada, quando os crimes forem cometidos:
 » Contra a vida ou a liberdade do Presidente de República;
Aplica-se aqui o princípio da proteção ou da defesa. Dizemos que a lei penal esta protegendo o 
bem jurídico nacional, que é a vida ou liberdade do Chefe do Executivo.
Atenção: Não são todos os crimes contra o presidente da república que recebem essa regra, 
somente aqueles que versarem contra a vida ou liberdade do chefe do executivo federal.
 » Contra o patrimônio ou a fé publica da União, do Distrito Federal, de Estado, de Terri-
tório, de Município, de empresa de pública, sociedade de economia mista, autarquia ou 
fundação instituída pelo Poder Público;
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Adota-se também aqui o princípio da proteção e defesa.
 » Contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
Adota-se aqui, o princípio da proteção ou da defesa. Aqui, exige-se que o crime seja funcional, ou 
seja, tem que ser praticado por quem esteja a serviço da Administração pública.
Assim, se um funcionário público cometer crime de peculato no exterior, a lei penal brasileira 
será aplicada de forma incondicionada.
 » De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Adota-se aqui o princípio da justiça universal ou cosmopolita. Aplica-se ao agente brasileiro ou 
estrangeiro domiciliado no Brasil que praticou o crime de genocídio previsto na Lei 2889/56.
 → Condicionada:
 ˃ Vamos tratar em primeiro plano dos casos ocorridos de forma condicionada e que foram come-
tidos no exterior. As hipóteses da aplicação condicionada da lei penal brasileira a fatos ocorridos 
no exterior são os mencionados no artigo 7º, inciso II, do CP. Dessa forma, aplica-se de forma 
condicionada a lei penal brasileira aos crimes:
 » Que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
Alguns crimes o Brasil através de trados e convenções obrigou-se a reprimir, como é o caso do 
crime de tráfico ilícito de entorpecentes. Assim, apesar de cometido no exterior será aplicada a lei 
penal brasileira.
 ˃ Porém, é fundamental
que concorram as condições definidas em lei. Aplica-se aqui a justiça uni-
versal ou cosmopolita. Dessa maneira deve ser respeita os requisitos do §2º do artigo 7º, ou seja:
 » Praticados por brasileiros;
Temos aqui o princípio da nacionalidade ativa ou personalidade, em que será ao nacional aplicada 
a lei penal brasileira, quando o mesmo cometer crimes no exterior.
Justifica-se pela impossibilidade constitucional de extradição de brasileiro previsto no artigo 5º, 
LI, da Constituição Federal de 1988.
 » Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, quando em território estrangeiro e aí não venham a ser julgados.
Utiliza-se aqui o princípio da representação ou da bandeira, fala-se aqui em fato ocorrido dentro 
de embarcação ou aeronave nacionais, será aplicada então a lei brasileira.
Notem que o fato não constituiu hipóteses de território por extensão ou assimilação, pois as em-
barcações não são públicas tampouco estão a serviço do Brasil.
Atenção: Notem que o texto de lei diz: “se lá no exterior não sejam julgados”. Caso forem julgados 
no exterior, mesmo que tenha sido absolvido ou mesmo condenado ou não tenha cumprido a pena 
NÃO se aplicará a lei brasileira, que repetimos, somente deve ser aplicada nos casos em que a o 
exterior não julgou mais os requisitos do § 2º do artigo 7º do CP.
§1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no 
estrangeiro.
Das Condições para Aplicação da Lei Penal Brasileira (Artigo 7º § 2º)
§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) Entra o agente no território nacional;
b) Ser o fato punível também no país em que foi praticado;
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c) Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou aí não ter cumprido pena;
e) Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro, ou, por outro motivo não estar extinta a punibili-
dade, segundo a lei mais favorável.
Antes mesmo de comentarmos as condições devemos ter em mente que todos os requisitos 
devem coexistir. Portanto, são de existência cumulativa, dessa forma, ausente uma que seja, não se 
permitirá a aplicação da lei penal brasileira.
 » Entra o agente no território nacional;
A entrada pode ser permanente ou transitória, ou seja, se o nacional entrar e sair a condição para 
abertura do processo já estará liberada.
 » Ser o fato punível também no país em que foi praticado;
A conduta do agente deve ser ilícita também no país em que foi cometido. Assim, se, por exemplo, 
um nacional cometer bigamia, crime no Brasil, mas que em outro estado é tido como lícita, não 
estará ele sujeito as leis penais nacionais.
 » Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
A lei penal brasileira deve permitir a extradição. O Estatuto do Estrangeiro trata das condições 
de admissibilidade da extradição no seu artigo 77 e 78 da Lei 6815/80.
Artigo 77 - Não se concederá a extradição quando:
I. Se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que motivar 
o pedido;
II. O fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente;
III. O Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando;
IV. A lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano;
V. O extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil 
pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
VI. Estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente;
VII. O fato constituir crime político; e
VIII. O extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção.
§1° - A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente, infração 
da lei penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal.
§2º - Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a apreciação do caráter da infração.
§3° - O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes políticos os atentados contra Chefes 
de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem, seques-
tro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos violentos para subverter a ordem 
política ou social.
Artigo 78 - São condições para concessão da extradição:
I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as 
leis penais desse Estado; e
II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a prisão do extraditando autorizada por 
Juiz, Tribunal ou autoridade competente do Estado requerente, salvo o disposto no artigo 82.
 » Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou aí não ter cumprido pena;
Cumprindo a pena imposta ou sendo absolvido no estrangeiro, não se admitirá a aplicação da lei 
penal brasileira.
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Atenção: Imagine que um crime tenha sido praticado dentro de uma aeronave ou embarcação 
brasileira, mercante de propriedade privada em território estrangeiro. Imagine agora que o sujeito 
ativo tenha sido lá julgado e condenado e após esse fato fugiu para o Brasil. Aqui não será aplicada a 
lei brasileira, pois o artigo 7º prevê que lá o crime não tenha sido julgado, como segue o artigo:
Art. 7º - Ficam sujeitos á lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
II. Os crimes
c) Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Atenção: Vamos determinar uma regra e uma exceção para que o estudo não fique prejudicado:
 ˃ Regra: Absolvido no exterior não se aplica a lei penal brasileira, bem como se condenado e 
tenha cumprido a pena.
 ˃ Exceção: Somente o fato de ter sido julgado, pouco importando se absolvido ou condenado, 
independentemente do cumprimento da pena, por si só impossibilita a aplicação da lei penal 
brasileira, isso é o que consta no artigo 7º, II alínea “c”, do CP.
 » Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro, ou, por outro motivo não estar extinta a 
punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Leva-se em conta aqui a lei mais benéfica para o agente e caso ele tenha sido perdoado ou mesmo 
seja decretada a extinção de punibilidade, fica a lei brasileira impossibilitada de ser aplicada.
Caso de Extraterritorialidade Condicionada Prevista no § 3º do Artigo 7º
Estamos falando aqui de uma hipótese especial de extraterritorialidade. Aqui para que haja apli-
cação da lei penal brasileira é necessário que estejam presentes os requisitos do § 2º e também do § 3º.
§3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, 
se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) Não pedida ou negada sua extradição;
b) Houve requisição do Ministro da Justiça.
Falamos aqui do princípio da defesa ou proteção de crime praticado por estrangeiro contra bra-
sileiro. Aqui aplica-se a lei penal brasileira por razões de nacionalidade do bem jurídico tutelado, 
contudo, deve estar presente os requisitos dos dois parágrafos mencionados acima.
 » Não pedida ou negada sua extradição;
Imagine que um estrangeiro entre no território nacional após
cometer crime contra brasileiro 
no exterior. Se aqui estiver e não tenha sido pedido sua extradição pelo pais de origem, ou ainda se o 
pedido é negada pelo Brasil, aqui poderá ele ser julgado.
Difícil será encontrar algum estrangeiro que cometa crime contra brasileiro e fuja para o Brasil!
 » Houve requisição do Ministro da Justiça.
É requisito de procedibilidade, ou seja, a requisição do Ministro da Justiça é condição para que a 
lei penal possa ser aplicada.
EXERCÍCIOS
Considere a seguinte situação hipotética.
01. Peter, de nacionalidade norte-americana, desferiu cinco tiros em direção a John, também nor-
te-americano, matando-o. O crime aconteceu no interior de uma embarcação estrangeira de 
propriedade privada em mar territorial do Brasil. Nessa situação, não se aplica a lei brasileira 
ao crime praticado por Peter.
Certo ( ) Errado ( )
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02. Caso um cidadão alemão, dentro de uma embarcação da Marinha Mercante Brasileira, 
ancorada em porto Holandês (local onde, em tese, não se pune o aborto), contribua para que 
sua esposa, francesa pratique o abortamento, o território brasileiro não será considerado local 
da ocorrência da conduta, pois o navio estava ancorado em águas estrangeiras.
Certo ( ) Errado ( )
03. É aplicado o princípio real ou o princípio da proteção aos crimes praticados em país estrangei-
ros contra a administração pública por quem estiver a seu serviço. A lei brasileira, no entanto, 
deixará de ser aplicada quando o agente for absolvido ou condenado no exterior.
Certo ( ) Errado ( )
04. Pertencentes à eficácia da lei penal no espaço, destaca-se os princípios da territorialidade, per-
sonalidade, competência real, justiça universal e representação.
Certo ( ) Errado ( )
05. Laura, funcionária pública a serviço do Brasil na Inglaterra, cometeu, naquele país, crime de 
peculato. Nessa situação, o crime praticado por Laura ficará sujeito à lei brasileira, em face do 
princípio da extraterritorialidade.
Certo ( ) Errado ( )
06. Um cidadão sueco tentou matar o presidente do Brasil, que se encontrava em visita oficial à 
Suécia. Nessa hipótese, o crime praticado não ficará sujeito à lei brasileira.
Certo ( ) Errado ( )
07. Em alto-mar, a bordo de uma embarcação de recreio que ostentava a bandeira do Brasil, Júlio 
praticou um crime de latrocínio contra Lauro. Nessa situação, aplicar-se-á a lei penal brasileira.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
01 - ERRADO
02 - CERTO
03 - ERRADO
04 - CERTO
05 - CERTO
06 - ERRADO
07 - CERTO

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