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Psicologia Humanista e sua crítica às correntes dominantes

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PSICOLOGIA HUMANISTA
						Álvaro Cabral e Eva Nick (*)
	Movimento de protesto que faz uma crítica vigorosa às duas correntes psicológicas dominantes da Psicologia: a behaviorista, “com suas tendências mecanicistas, reducionistas e elementaristas”, e a psicanalítica, que “estuda somente indivíduos perturbados: neuróticos e psicóticos”. (Duane Schultz, em História da Psicologia Moderna, 1975). Os membros desse movimento consideram que: (a) o behaviorismo, na medida em que enfatiza exclusivamente o comportamento manifesto, tende a desumanizar o homem, a reduzi-lo, segundo James Bugental (1967), a “um rato branco maior ou a um computador mais lento”. Eles afirmam que a imagem do homem proposta pela orientação estímulo-reação oferece, na melhor das hipóteses, um quadro incompleto da natureza humana e, na pior, um quadro totalmente inexato. Em suma, “o behaviorismo não se defronta com o que há de único no homem, aquelas qualidades eminentemente subjetivas que o diferenciam do animal de laboratório”; (b) a psicanálise, na medida em que estuda apenas indivíduos perturbados, não pode chegar a conhecer as qualidades e características positivas do homem. Abraham Maslow afirmou que a psicologia “tem ignorado atributos tais como a alegria, a satisfação, a generosidade e o êxtase”, concentrando-se apenas no “lado sombrio, no aspecto ‘doente’ do homem”. Acrescenta Maslow: “O estudo de indivíduos deficientes, imaturos e patológicos só pode produzir uma psicologia mutilada e uma filosofia frustrada”.
	Foi para contestar essa “psicologia mutilada” que os principais representantes da Psicologia Humanista, ABRAHAM MASLOW, KURT GOLDSTEIN, CARL ROGERS, GARDNER MURPHY, JAMES BUGENTAL E CHARLOTTE BÜHLER, propuseram uma alternativa que constituísse uma Terceira Força na Psicologia. Seu objetivo final seria “a preparação de uma completa descrição do que significa estar vivo como ser humano, (a qual) inclui necessariamente um inventário da dotação inata do homem; suas potencialidades de sentimento, de pensamento e de ação; seu crescimento, evolução e declínio; sua interação com várias condições ambientais; a gama completa de experiências que lhe são possíveis e o seu lugar significativo no universo” (James Bugental, no discurso que fez ao assumir o cargo de primeiro presidente da Associação Americana de Psicologia Humanista, 1962). Em outras palavras, os psicólogos humanistas reconheceram a raiz biológica das potencialidades da natureza humana, mas defenderam a idéia de que é na cultura e na própria vida que a pessoa desenvolve, se tiver vontade e responsabilidade, todo o potencial que lhe é inerente; faz-se a si mesma, se “individualiza”, se define como ser humano auto-realizado. 
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PSICANÁLISE HUMANISTA
	Nome dado por Erich Fromm à teoria e método analítico de sua própria criação, dentro do movimento neofreudiano geral. O humanismo psicanalítico, sem abandonar completamente as coordenadas da psicanálise clássica, acolheu certas influências culturalistas recebidas de Jung, reconheceu a necessidade de uma estreita colaboração com a antropologia e a sociologia, preconizada por Edward Sapir, e aplicou à problemática da neurose os princípios antropossociais da interação homem-meio e das pressões culturais. Escreveu Fromm: “Tanto as mais belas como as mais feias inclinações do homem não constituem parte de uma natureza humana fixa e biologicamente dada; elas são o resultado do processo social que cria o homem”.
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	(*) CABRAL, Álvaro e NICK, Eva. Dicionário técnico de psicologia. São Paulo, Cultrix, 2000.
A PSICOLOGIA HUMANISTA
	Existe em psicologia uma tradição tão forte e explícita quanto a psicologia científica natural, a qual tentou definir psicologia como o estudo da pessoa humana – o ponto de vista de que a psicologia faz parte das ciências humanas e não das ciências naturais.
	Cientistas e humanistas partilham do mesmo desejo de compreender o comportamento humano. Seus objetivos e seus métodos, porém, são muito diferentes. Psicólogos que de modo geral estão comprometidos com a ciência preocupam-se em atender aos padrões mínimos de ciência, entendida como ciência natural. Encorajados pelos sucessos da física, química, biologia e astronomia, esses psicólogos adotaram suas atitudes e métodos no estudo do comportamento.
	Porque a psicologia concebida como ciência natural, quase sempre ocupou posição dominante, aqueles que não estão de acordo com essa abordagem têm sido encarados como contestadores. Desde que a psicologia identificou-se como ciência – transcorridos já há algum tempo – os dissidentes manifestaram objeções por muitos motivos, mas nunca foram representados como um grupo unificado. Sua fraqueza pode ser atribuída em parte a essa fragmentação. Abraham Maslow desenvolveu a noção da Terceira Força em psicologia no seu desejo de proporcionar uma identidade comum aos contestadores. Proeminente, então o psicólogo que tem dado impulso ao movimento da Terceira Força é Carl Rogers.
	Para alguns dentre desse grupo, qualquer ciência do comportamento humano – tentando captar a essência do homem em um conjunto de elementos simbólicos e relações entre esses elementos – pratica a violência contra a natureza do homem. Desumaniza-o. Para esses críticos, um estudo científico do homem é grosseiro, insensível e superficial. Necessariamente, ciência só pode dirigir-se ao que há de trivial e óbvio no comportamento humano, deixando assim de fora, aqueles aspectos que mais nos interessam – sua unicidade, complexidade e imprevisibilidade. 
	Psicólogos científicos humanos, como Rogers, desejam uma concepção diferente de ciência – seja um novo tipo de ciência, seja uma significação mais ampla de ciência, que se mostre fiel aos fenômenos do homem. Para eles, fenômenos cotidianos da vida como experiências, sentimentos, significações, humor são psicologicamente relevantes. A fim de estudá-los adequada e rigorosamente, e como são experimentados, são necessárias concepções, técnicas e processos não encontrados nas ciências naturais. Para Rogers, as premissas da abordagem científica natural não são apropriadas à singular matéria de psicologia. Ele está disposto a sacrificar precisão, pelo menos inicialmente, a fim de estudar os fenômenos que parecem ser mais relevantes.
	Em sentido amplo, a maioria dos psicólogos de hoje está comprometida com o emprego do método científico, mas existe desacordo quanto às legítimas fronteiras externas desse método. 
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MILHOLLAN, Frank & FORISHA, Bill E. Skinner X Rogers: maneiras contrastantes de encarar a educação. São Paulo: Summus, 1978 (Parte III, pág. 123).
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