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TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO

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Teoria Geral do Direito Societário
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 Definição de Sociedade
Código Civil de 2002:
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
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 Diferença:
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 AFFECTIO SOCIETATIS 
Consiste na vontade de cooperação ativa dos sócios, a vontade de atingir um fim comum. Confiança mútua e vontade de cooperação conjunta.
 PLURALIDADE DE PARTES:
REGRA GERAL: obrigatoriedade da existência de pelo menos dois sócios para a configuração de uma sociedade, em oposição ao empresário individual.
EXCEÇÕES: 
Unipessoalidade temporária e incidental (art. 1.033, IV, CC): 180 dias
Unipessoalidade das sociedades anônimas (art. 206, I, d, da Lei 6.404/76): um ano
Sociedade subsidiária integral (art. 251 da Lei 6.404/76): companhia constituída por um único acionista (sociedade brasileira)
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Composição Societária
Aos cônjuges é facultado contratar sociedade entre si ou com terceiros, desde que casados no regime de comunhão parcial de bens ou separação consensual (espontânea), a partir de 11/01/2003 não é permitido constituir sociedade entre cônjuges casados nos regimes de comunhão universal de bens ou no de separação obrigatória. Aquelas constituídas antes da vigência do Novo Código Civil não precisarão reformular a cláusula do contrato social que consta no quadro societário a presença de cônjuges casados sob o regime de comunhão universal de bens ou no regime de separação obrigatória, trata-se de ato jurídico perfeito. (art. 977 CC)
ELEMENTOS GERAIS (art. 104 do CC):
Capacidade (art. 972 a 980 CC)
Objeto lícito (art.35, I e III, Lei 8.934/94)
Forma prescrita ou não defesa em lei (arts. 967-968 c/c 987)
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Sociedades dependentes de autorização: 
Cujo exercício possui indiscutível interesse público (arts. 1.123 a 1.141 CC), dependem de autorização que é de competência do Poder Executivo, também lhe é facultado, a qualquer tempo, cassar a autorização concedida à sociedade nacional ou estrangeira que infringir disposição de ordem pública ou praticar atos contrários aos fins declarados no seu estatuto social. 
Sociedade Nacional: constituída no Brasil, segundo as leis brasileiras e possui sede no país (art. 1.126 a 1.133 CC)
Sociedade Estrangeira: se não preenche os requisitos do art. 1.126 CC, necessitando de autorização governamental para entrar em funcionamento, após autorizada deverá se registrar na Junta Comercial e se submeter às leis e aos tribunais brasileiros, funcionando com o nome que tiver em seu país de origem, podendo acrescentar as palavras ‘do Brasil’ ou ‘para o Brasil’ (art. 1.134 a 1.141 CC)
Atividades que só nacionais ou naturalizados podem explorar:
Exploração do subsolo (recursos naturais), art. 176, CF;
Jornalística e rádio difusão, meios de comunicação, art. 222, CF
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Classificação das Sociedades no CC
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS (art. 986 a 996), não possuem personalidade jurídica, pois não possuem registro:
 Sociedade em comum
Sociedade em conta de participação
SOCIEDADES PERSONIFICADAS (art. 997 a 1.101), possuem registro, por isso se caracterizam pela presença da personalidade jurídica: 
 Sociedade simples
Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples
Sociedade limitada
Sociedade anônima
Sociedade em comandita por ações
Sociedade cooperativa
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Atributos da personalidade jurídica:
Nome - possuem nome próprio. 
Nacionalidade –Não tem a ver com a qualificação dos sócios (art. 1.126, CC).
Domicílio – fixa a competência tributária e define o foro competente para as ações contra a sociedade: local de funcionamento da administração ou onde o estatuto fixar (art. 75, IV, CC).
Existência distinta da dos seus sócios - reconhecimento de centro autônomo de imputação de direitos e obrigações.
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Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).
Capacidade contratual ou titularidade negocial – aptidão para ser parte nos contratos; participar de licitações.
Capacidade ou titularidade processual – podem ser parte em processos.
Autonomia patrimonial – possui patrimônio próprio que responde por suas obrigações, não se confundido com a pessoa de seus membros, que investem apenas parte de seu patrimônio, assumindo riscos limitados de prejuízo.
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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A personalidade jurídica da sociedade, em regra, não se confunde com a dos sócios que a integram. Ocorre que, quando sua autonomia patrimonial servir para acobertar práticas fraudulentas dos sócios, tal personalidade poderá ser desconsiderada, atingindo-se pessoal, direta e ilimitadamente o autor da fraude.
A desconsideração não acarreta a dissolução da sociedade. (Art. 50 do CC e Art. 28 do CDC) 
Há outras hipóteses em leis especificas, como  lei do Meio Ambiente, lei Antitruste e lei Anticorrupção.
Espécies de Sociedade:
 SOCIEDADE EMPRESÁRIA (Antiga Sociedade Comercial) tem o Registro de seus Atos na Junta Comercial, tem como objetivo social a atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços (Artigos 966 e 982) 
 SOCIEDADE SIMPLES (Antiga Sociedade Civil) tem o Registro de seus Atos no Cartório, não dispõem de uma estrutura organizacional ou se dedicam a atividades intelectuais de natureza cientifica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores. (Artigo 966 parágrafo único) 
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O que as diferencia é o OBJETO SOCIAL: 
 Se for explorado com empresarialidade, ou seja, com profissionalismo e organização dos fatores de produção (natureza, capital e trabalho) será uma Sociedade Empresária.
REGRA GERAL: definição da empresarialidade pelo OBJETO da sociedade.
EXCEÇÕES quanto ao objeto da sociedade:
S.A. e Comandita por Ações: sempre empresárias (art. 982, § único) 
Soc. Cooperativas: sempre simples (art. 982, § único)
Sociedades de advogados: simples (art. 15 e 16, Lei 8.906/1994 – Estatuto da OAB). 
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Tipo ou forma Societária
É importante para determinar a estrutura da sociedade, bem como a extensão da responsabilidade de seus sócios.
Sociedades Empresárias:
Soc. Em Nome Coletivo (arts. 1.039 a 1.044 CC)
Soc. Em Comandita Simples (arts. 1.045 a 1.051 CC)
Sociedade Limitada (arts. 1.052 a 1.087 CC)
Sociedade Anônima (arts. 1.088 a 1.089 CC, e Lei 6.404/96)
Sociedade Comandita por ações (arts. 1.090 a 1.092 CC)
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Tipo ou forma Societária
Sociedades Simples: não há previsão específica, podendo se organizar sob a forma de um dos tipos de sociedade empresária, com exceção das sociedades por ações (art. 982, § único do CC):
Soc. Simples pura ou Simples simples (arts. 997 a 1.039 CC)
Soc. Em Nome Coletivo (arts. 1.039 a 1.044 CC)
Soc. Em Comandita Simples (arts. 1.045 a 1.051 CC)
Sociedade Limitada (arts. 1.052 a 1.087 CC)
Soc. Cooperativas: sempre simples (art. 982, § único)
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O ato constitutivo da sociedade, pressupõe alguns elementos:
vontade humana criadora
finalidade específica
conjunto de bens ou pessoas
presença do instrumento constitutivo e respectivo registro (art. 985, CC). 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.
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Elementos Característicos da Sociedade Empresária
Existência de duas ou mais pessoas (Pluralidade de sócios)
Reunião de capital e trabalho (fatores da produção)
Atividade econômica (em oposição a atividades de mero gozo ou filantrópicas)
Fins comuns (inerentes ao exercício da atividade por várias pessoas em conjunto)
Partilha dos resultados (decorrência do exercício em comum)
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 CAPITAL SOCIAL:
Todos os sócios
devem contribuir (art. 1.004, CC).
No instrumento constitutivo deve ser designado o capital social da sociedade: Cotas ou Ações
Dinheiro; Crédito e/ou bens; Trabalho (desde que não seja LTDA ou S/A, art. 1006,CC)
Prazo para a Integralização (parcelado ou à vista)
Participação de cada sócio no Quadro Social
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PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E NAS PERDAS:
Os resultados da atividade empresarial devem ser divididos entre os sócios. 
Art. 1.008, CC – vedação do pacto leonino.
Art. 1007, CC – compete ao ato constitutivo da sociedade determinar a forma da divisão. Em caso de silêncio, será feita conforme à participação no capital social.
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 NOME EMPRESARIAL:
Classificação das Soc. Empresárias
Quanto à responsabilidade dos sócios: Será sempre subsidiária, ou seja, os sócios só podem ser eventualmente responsabilizados pelas obrigações sociais depois de exauridos todos os bens da sociedade.
Ilimitada: sócios assumem responsabilidade solidária, entre eles, e ilimitada pelas obrigações sociais:
Sociedade em nome Coletivo
Limitada: a responsabilidade dos sócios é limitada ao montante do capital social subscrito e não integralizado: 
S/A (entre os sócios a responsabilidade não é solidária)
LTDA (entre os sócios a responsabilidade é solidária.) 
Mista: parte dos sócios tem responsabilidade limitada, enquanto outros, ilimitada:
Soc. Em comandita Simples (apresenta os sócios comanditados e os sócios comanditários) 
Soc. Em comandita por ações (apresenta os diretores ou gerentes e acionistas)
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Classificação das Soc. Empresárias
Quanto ao regime de constituição e dissolução: 
Contratuais: Os sócios integram o chamado contrato plurilateral, em que todos têm relação com a pessoa jurídica a que integram e entre si, um vínculo que os une. Autonomia da vontade dos sócios é Máxima (disciplinam suas relações)
Capital Social: Quotas (ou Cotas) = Sócio 
Tipos Societários: Soc. Em nome Coletivo; Soc. Em Comandita simples; LTDA
A formação e dissolução são tratadas pelo Código Civil.
Institucionais: São constituídas por um Estatuto Social. Autonomia da vontade dos sócios é Mínima (intervenção do legislador)
Relação entre Sócios e a Sociedade, não havendo relação entre si. 
Ações = Acionista
Tipos Societários S/A e Soc. Comandita por ações
A formação e dissolução: Lei das Sociedades Anônimas
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Classificação das Soc. Empresárias
Quanto à composição: Quanto às condições para alienação da participação societária 
De pessoas (intuitu personae)
Leva-se em conta os atributos pessoais dos sócios.
Existe vínculo dos sócios entre si 
Confiança entre os sócios.
Somente integra a sociedade aquele expressamente autorizado pelos demais.
Poder de Veto no Ingresso de Terceiros na Sociedade.
Alienação de Quotas de um dos sócios a terceiro estranho depende de anuência dos outros sócios.
Competência, Diligência, Capacidade e honestidade.
As Quotas Sociais são IMPENHORÁVEIS por dívidas particulares do Sócio.
 Dissolução parcial da sociedade por morte do sócio, quando os sobreviventes não concordarem com o ingresso do sucessor.
Tipos: Soc. Em nome Coletivo; Soc. Em Comandita simples (quanto ao sócio comanditado); LTDA (salvo previsão em contrário no contrato social)
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Classificação das Soc. Empresárias
De Capital (intuitu pecuniae): Somente se considera a contribuição financeira para o ingresso.
Capital Social formado por ações.
NÃO há vínculo entre os sócios.
Cada sócio está vinculado à sociedade pelo número de ações de que é titular.
Formada pela reunião de bens e valores
Não importa a característica subjetiva dos acionistas
Princípio da Circularidade da participação societária.
Ações são PENHORÁVEIS 
Morte do Sócio: livre ingresso de seus sucessores no quadro social
Tipos: Soc. Em comandita Simples (quanto ao sócio comanditário); Soc. Em comandita por ações; S/A.
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