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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 15ª VARA DO TRABALHO DE RECIFE/PE
Reclamação Trabalhista 1234
TRANSPORTE RÁPIDO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº__________, endereço eletrônico, localizada na rua, nº, bairro, Recife, Pernambuco, CEP, vem, tempestivamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado, endereço eletrônico, com endereço profissional na rua, nº, cidade, estado, CEP, oferecer CONTESTAÇÃO nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA que lhe move GILSON REIS, já qualificado na inicial, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
1) DA PREJUDICIAL DO MÉRITO - PRESCRIÇÃO PARCIAL
Conforme narrado na inicial, Gilson Reis foi admitido em 13/05/2010 e laborou até 09/11/2016 para a Reclamada na função de auxiliar de serviços gerais, cumprindo a jornada de segunda a sexta-feira das 05:00 às 15:00 horas, com intervalo de 02 (duas) horas para o almoço. Foi dispensado sem justa causa, após cumprir aviso prévio, e em 27/12/2016, seu contrato de trabalho foi encerrado.
Embora o reclamante tenha ingressado no judiciario no prazo de 2 anos após o termino de contrato de trabalho, em 25/01/2017, não tendo, portanto, ocorrido a prescriçao total, deve-se suscitar a prejudicial de prescrição parcial, a fim de que sejam consideradas prescritas as parcelas anteriores aos cinco anos do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a 25/01/2012, observado o biênio subsequente à extinção do contrato de trabalho, de acordo com o art. 7º, XXIX, da Constituição Federal, aclarado pelo artigo 11 da CLT, pela Súmula 308, I, e a OJ nº83 da SDI-I, ambas do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Não assiste razao ao reclamante a cobranca das verbas anteriores a 25.01.2012, devendo o processo ser extinto com resolução de merito, em relação a tais verbas, na forma do art 487, II, CPC.
2) MÉRITO
I. DO NÃO CABIMENTO DA REINTEGRAÇÃO
O empregado apresentou candidatura ao cargo de dirigente sindical da sua categoria durante o período de aviso prévio, na data de 09.11.2016, tendo informado o fato por e-mail ao seu empregador, o que lhe assegura a garantia de emprego, segundo alegou. Assim, requereu a sua reintegração.
Ocorre que o Reclamante não se enquadra na situação prescrita no art. 543, §3º da CLT, conforme alegado, pois o registro de sua candidatura ocorreu no período de aviso prévio. Esta situação não lhe garante a estabilidade, mesmo que este aviso fosse indenizado, em face do entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciado na Súmula 369, V.
Sobre a estabilidade, vem entendendo nossos Tribunais:
“ESTABILIDADE. MEMBRO DA CIPA. REGISTRO DA CANDIDATURA NO CURSO DO AVISO PRÉVIO. A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salários, reflexos e verbas rescisórias- (Súmula 371 do TST). Dessa forma, a projeção do contrato de trabalho, pela concessão de aviso prévio indenizado, não confere direito à estabilidade. Recurso de Revista de que se conhece e a que se dá provimento. ” (Processo RR 666007320025040332 66600-73.2002.5.04.0332, Órgão Julgador 5ª Turma, Publicação 12/06/2009 Julgamento 27 de Maio de 2009 Relator João Batista Brito Pereira)
Neste sentido também ensina o mestre Arnaldo Sussekind (Curso de D. do Trabalho, pagina 377): 
“... se o empregado inscreve-se como candidato após receber o aviso prévio da sua despedida, não poderá invocar a proteção do art. 543 da CLT, pois o contratado não pode, unilateralmente, anular o exercício de direito potestativo do empregador”. 
Portanto, o Reclamante não faz jus à reintegração, vez que, quando da sua candidatura à direção do sindicato de sua categoria, já se encontrava cumprindo aviso prévio.
Assim sendo, o pedido deve ser julgado improcedente o processo deve ser extinto com julgamento de mérito, conforme art. 487, I, CPC.
II. DO NÃO CABIMENTO DO ADICIONAL DE TRABALHO NOTURNO
Gilson Reis laborava das 05 às 15 horas, o que o fez requerer o pagamento do adicional de trabalho noturno.
Vale destacar que o empregado não trabalhava entre 22 horas de um dia e 05 horas do dia seguinte, que é o período legal que caracteriza o adicional, segundo dispõe o art. 73, § 2º, da CLT.
Dessa forma, requer a Reclamada a improcedência do pedido de adicional de trabalho noturno, pelas razões acima expostas e, assim sendo, o processo deve ser extinto com julgamento de mérito, conforme art. 487, I, CPC.
III. DO NÃO CABIMENTO DE HORAS EXTRAS - INTERVALO INTERJORNADA
O Reclamante trabalhava de segunda a sexta-feira, das 05 às 15 horas e alegou na inicial que o intervalo interjornada não era observado, desejando ser remunerado nas respectivas horas extraordinárias. Também aduziu que tinha intervalo de 02 (duas) horas para o almoço, e que tal jornada dava-lhe o direito de requerer o pagamento de horas extras no período trabalhado.
No entanto, pode-se verificar que a jornada cumprida não excede os limites constitucionais, seja o semanal de 44 (quarenta e quatro) horas ou o diário de 8 (oito) horas, conforme preceitua o art. 7º, XIII, da CF, e o art. 58, caput, da CLT, bem como não está em desacordo com o intervalo intrajornada, que é de no mínimo 1 (uma) hora e, salvo acordo coletivo, no máximo 2 (duas) horas, de acordo com o disposto no art. 71, caput, da CLT.
Relevante esclarecer que o intervalo interjornada deve ser de um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso do trabalhador, conforme aduz o art. 66 da CLT. Entretanto, no caso em tela, havia um intervalo de 14 (quatorze) horas entre as jornadas, o que não contempla o pagamento de horas extras nem está em consonância com a OJ 355 SDI-I, do TST.
Portanto, por tais motivos, não pode prosperar o pagamento de horas extraordinárias e de seus reflexos e, por fim, o processo deve ser extinto com julgamento de mérito, conforme art. 487, I, CPC.
3) DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
O acolhimento da prejudicial de prescrição parcial das verbas anteriores a 25/01/2017, com a extinção do processo, com resolução de mérito na forma do artigo 487, II, CPC;
A improcedência de TODOS os pedidos do reclamante, com a extinção do processo, com resolução de mérito na forma do artigo 487, I, CPC.
4) DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas admissíveis em direito, em especial prova documental e testemunhal, bem como depoimento pessoal das partes.
Nestes termos, pede deferimento.
Local e data.
________________________________________________
ADVOGADO – OAB
Aluna: Bárbara Lourenço Barbosa | Matr.: 201408022028 | Prática Jurídica II

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