Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado CURSO CONSULTORIA INTERNA EM RH CADERNO DE PRÁTICAS 2www.escoladegestao.pr.gov.br Sumário O Curso de Consultoria Interna em RH 3 Objetivo do Curso 3 Ementa 3 Público-alvo 3 Currículo do docente 4 Manual de Procedimentos 5 Entendendo a situação atual e projetando a situação desejada de RH 6 Modelagem da Consultoria Interna de RH 9 Formação da equipe de Consultores Internos de RH 10 Divulgação do modelo da Consultoria Interna de RH 10 Gerenciamento da Consultoria Interna de RH 11 Recomendações importantes 11 3 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado O Curso de Consultoria Interna em RH Este caderno refere-se ao detalhamento do curso Consultoria Interna em RH, que faz parte da trilha Gestão Estratégica de Pessoas, e contém objetivo, ementa, exercícios, manual de procedimentos e demais elementos necessários para a devida compreensão do seu alcance e da sua relevância para a implantação de uma cultura de gestão para resultados no Estado do Paraná. OBJETIVO DO CURSO Preparar os setores de gestão de pessoas para aplicar modelos de diagnóstico e interação com gestores públicos com propósito de aplicar soluções para a melhoria de resultados de desempenho. EMENTA • O diagnóstico em recursos humanos: como aumentar o desempenho das equipes? • Diagnóstico do ambiente: a pesquisa de clima e a cultura organizacional • Análise do desempenho das equipes: o ciclo de gestão de desempenho • Principais processos de apoio aos gestores • Elaborando planos de ação • Ferramentas para acompanhamento dos resultados PÚBLICO-ALVO Coordenadores e gerentes de unidades de RH dos órgãos do estado do Paraná; técnicos e especialistas em RH, da administração direta e autárquica. 4www.escoladegestao.pr.gov.br CURRÍCULO DO DOCENTE CARLA HABCKOST DUTRA Carla Habckost Dutra, Mestre em Gestão Social e Trabalho, Especialista em Educação Brasileira e graduada em Pedagogia pela Universidade de Brasília – UnB e, também, Especialista em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral – FDC. Participou de Programas de Educação Executiva no INSEAD- França e na HEC/Université de Montreal, Canadá. Ocupou posições executivas em RH por mais de 20 anos, em empresas privadas e públicas. Atua como consultora e instrutora de temáticas relacionadas à gestão de pessoas. 5 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado Manual de Procedimentos Este Manual de Procedimentos consiste no passo a passo para a implementação de um modelo de Consultoria Interna de RH. Vale ressaltar que não há um modelo prescrito, com uma metolodogia a ser aplicada, ou seja, ele é construído empiricamente. Adicionalmente registra-se que a literatura sobre o tema é escassa, principalmente a nacional, com poucas publicações sobre experiências. Por isso, reuniu-se neste material um conjunto de recomendações comuns à bibliografia pesquisada, bem como dicas das experiências da autora na implantação e gestão do Consultoria Interna de RH, como também uma proposta de adaptação de um modelo, já consolidado, para auxiliar a análise das condições da área de RH para adotar a Consultoria Interna. A adoção de um modelo de Consultoria Interna de RH decorre da necessidade de uma contribuição mais estratégica desta área nas organizações. Porém, não pode ser encarada como panacéia pois, seu uso requer certo nível de maturidade na gestão estratégica de pessoas. Muitos são os relatos de insucesso em sua aplicação, decorridos especialmente da falta de clareza na proposição do modelo, bem como da condição dos profissionais para atuarem como consultores internos. Isso significa que a adoção desse modelo deve ser precedida de uma reflexão estruturada sobre a forma de atuação da área de RH, pois a Consultoria Interna de RH traduz uma nova forma de trabalhar, que deve estar em consonância com um posicionamento claro e intencional de contribuição aos resultados institicuionais. Para facilitar o entendimento das etapas necessárias à implantação de uma Consultoria Interna serão apresentadas os seguintes tópicos: • Entendimento da situação atual e da situação desejada de RH • Modelagem da Consultoria Interna • Formação da equipe de Consultores Internos de RH • Divulgação do modelo da Consultoria Interna de RH • Gerenciamento da Consultoria Interna de RH • Recomendações importantes 6www.escoladegestao.pr.gov.br ENTENDENDO A SITUAÇÃO ATUAL E PROJETANDO A SITUAÇÃO DESEJADA DE RH Recorreu-se a uma adaptação, com vistas ao uso de um suporte metodológico, do modelo McKinsey 7-S, que auxiliará numa reflexão estruturada e interconectada de aspectos organizacionais necessários para a adoção de mudanças organizacionais. Trata-se apenas de um exercício didático, para auxiliar a reflexão sobre condições que podem favorecer a implantação da Consultoria Interna, sem pretensões acadêmicas. Reforçamos que muitas implantações de Consultoria Interna de RH falham porque há baixo investimento no desenho sistêmico do modelo. A implantação de uma Consultoria Interna de RH requer discussões e análises que clarifiquem o modelo desejado, ou seja, identifiquem propósitos, objetivos, forma de atuação, resultados esperados entre outros aspectos, à luz de um bom entendimento diagnóstico da atuação do RH. Para esta etapa, recomendamos, como adaptações, a utilização do modelo McKinsey 7-S, desenvolvido na década de 80 por Tom Peters e Robert Waterman. Esse modelo tem como premissa afirmar que existem sete aspectos internos numa organização que necessitam de alinhamento para que uma mudança organizacional seja bem sucedida (shared values, style, staff, skills, systems, strategy e structure). Trata-se de um modelo aplicável a diferentes tipos de situações para estimular o desenvolvimento organizacional e, no caso da Consultoria Interna de RH, auxiliar a desenhar a melhor forma de implantar essa estratégia. A intenção de uso do modelo 7-S é apenas para servir de guia para que os profissionais de RH possam direcionar, de uma forma sistematizada, suas reflexões sobre sua área de atuação. Esse modelo apresenta 7 fatores interdependentes, divididos em hard e soft, conforme Tabela 01. Tabela 01 7 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado Esse modelo recomenda uma reflexão no nível organizacional sobre a situação atual de cada um dos aspectos, utilizando os conceitos e respectivas questões, relacionados a cada um deles. Nessa proposta de adaptação, recomenda-se que essa reflexão recaia no nível funcional, ou seja, aplicada sobre a área de RH na situação atual (momento A) e para a situação desejada (momento B), refletindo como está a área hoje e como seria sua evolução. Para tanto, sugere-se o guia adaptado de reflexões sobre cada uma dos aspectos do modelo 7-S a seguir: VALORES COMPARTILHADOS: é o conjunto de valores que identificam a cultura organizacional e sua ética; o jeito como se trabalha e como se resolvem problemas na organização. As questões centrais para análise são: • Quais são os valores centrais? • Qual é a cultura do time? • Quão fortes são os valores? • Quais são os valores centrais com os quais a organização foi construída? O time de RH reflete esses valores? ESTRATÉGIA: é o plano concebido para manter ou construir uma vantagem competitiva. As questões centrais para análise são: • Qual é a estratégia? • Como se pretende alcançar os objetivos? • Como se lida com a pressão do resultado? • Como as mudanças nas demandas dos clientes são resolvidas? ESTRUTURA: é a forma como a área está estruturada e como é definida a hierarquia. As questões centrais são: • Como a equipe está distribuída? • Como é a hierarquia? • Como os processos/atividades são coordenados na área? • Como a equipese organiza e alinha sua atuação? • Como é a tomada de decisão? Centralizada ou descentralizada? • Como acontece a comunicação? Explícita ou implícita? SISTEMAS: representam o conjunto de atividades e procedimentos diários aos quais os colaboradores se dedicam para executar o trabalho. As questões centrais são: • Quais são os principais processos administrados? • Onde estão os controles e como são monitorados e avaliados? • Que normas e processos a equipe se utiliza para entregar o trabalho? ESTILO: o modo de liderança adotado na área. • O estilo de liderança promove a participação das pessoas? • O estilo de liderança é efetivo? • As pessoas das equipes tendem a serem mais competitivas ou colaborativas? • As equipes funcionam realmente? 8www.escoladegestao.pr.gov.br COLABORADORES: os servidores e suas competências gerais. As questões centrais são: • Quais as especializações estão disponíveis na equipe? • Quais as posições necessitam ser preenchidas? • Existem gaps de competências necessárias? HABILIDADES: o conjunto de competências das pessoas da equipe. As questões-chave são: • Quais são as competências fortes da equipe? • Há gaps de competências? • No que a equipe é conhecida na instituição por fazer bem? • Os colaboradores atuais têm habilidades para fazer seu trabalho? • Como as competências são monitoradas e avaliadas? Esta primeira etapa contribui para um entendimento da situação atual e da situação desejada da área de RH, oportunizando uma reflexão sobre o quanto a atuação de RH está estruturada. Para cumprir seu papel mais estratégico, o RH deve “colocar a casa em ordem” (Lawson E, 2005). Desse exercício, pode decorrer um plano de ação para a adoção de melhorias corretivas e evolutivas. Além disso, vai sinalizar se o momento é o mais adequado para a implantação da Consultoria Interna de RH. Caso não haja um modelo institucional de plano de ação, sugere-se a adoção do 5W2H. Figura 01 – 5W2H 9 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado MODELAGEM DA CONSULTORIA INTERNA DE RH Após o entendimento da situação atual/desejada do RH e considerando que há condições estruturantes para a implantação da Consultoria Interna de RH, é necessário o desenho de uma arquitetura do modelo, explicitando os seguintes aspectos: • O que a estratégia organizacional espera do RH? Quais os objetivos e indicadores relacionados à perspectiva de pessoas? • Quais as práticas instaladas de gestão de pessoas? (políticas, processos, normas, procedimentos); • Quais as atribuições da Consultoria Interna? Quais são os objetivos esperados com sua atuação? • Como serão monitorados os impactos da Consultoria Interna de RH nas áreas-clientes? • Como será a estrutura da Consultoria em termos de cargo, função, carreira, hierarquia, quantitativo? • Qual o perfil profissional necessário? Elencar formação, experiência e conjunto de competências. • Como será o funcionamento da Consultoria Interna? Identificar ritos, fluxo de trabalho, processo de comunicação, relacionamento com os clientes, compartilhamento de problemas e soluções entre os consultores, distribuição de clientes por consultor. • Como serão os mecanismos de integração da Consultoria Interna de RH com os outros processos de RH? • Como será a sistemática de acompanhamento dos resultados da Consultoria Interna (indicadores e avaliação qualitativa dos clientes)? • Quais serão e de onde virão as possíveis resistências ao modelo? Definida a proposição do modelo, deve ser apresentada e validada nas instâncias superiores, obtendo o maior grau de patrocínio possível para a implantação do modelo. Nesse momento, vale debater sobre as resistências possíveis à adoção do modelo. 10www.escoladegestao.pr.gov.br Figura 02 – Arquitetura do Modelo de Consultoria Interna de RH FORMAÇÃO DA EQUIPE DE CONSULTORES INTERNOS DE RH Após o desenho da arquitetura do modelo da Consultoria Interna, verifique: • Como serão selecionados os Consultores? • Como será realizada a capacitação inicial dos Consultores? ◦ É fundamental que, além das competências-chave estabelecidas, os consultores sejam capacitados nos processos e polítcas de gestão de pessoas existentes na organização. • Como será realizado o processo de desenvolvimento dos Consultores? ◦ É importante utilizar-se de eventos variados: participação em reuniões, leitura de periódicos, participação em grupos de estudo, cursos etc. DIVULGAÇÃO DO MODELO DA CONSULTORIA INTERNA DE RH A divulgação do modelo passa pelo entendimento da cultura organizacional e do estilo de comunicação institucional. Porém, é fundamental que seja estabelecida uma estratégia. A literatura prescritiva recomenda ampla divulgação, especialmente para os gestores, fazendo uma espécie de “venda” do modelo. Alguns 11 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado autores acadêmicos encontraram em suas pesquisas muitas práticas de divulgação paulatinas, sem muitos alardes. Não há uma estratégia certa e outra errada mas, a que melhor se adapta à cultura e ao estilo de gestão da instituição. GERENCIAMENTO DA CONSULTORIA INTERNA DE RH O sucesso da Consultoria Interna de RH depende de sua credibilidade. Isso se traduz na competência e agilidade para apoiar seus clientes – os gestores – na implantação de suas estratégias por meio do trabalho das equipes. Assim, cotidianamente, o consultor se deparará com situações que vão exigir qualidade e agilidade nas respostas. Por isso, o papel do gestor da Consultoria Interna de RH é fundamental no suporte para que o consultor consiga atender a esses requisitos. Assim, cabe a esse gestor acompanhar de forma estruturada o trabalho dos consultores, de acordo com o previsto no modelo da Consultoria, contemplando: • Reuniões individuais e em grupo • Escuta ativa junto aos gestores sobre o trabalho do Consultor • Acompanhamento de indicadores • Proposição e execução de ações corretivas RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES Seguem recomendações sobre a implantação do modelo de Consultoria Interna coletadas tanto na bibiliografia consultada, quanto nas experiências práticas da autora desse material. O CONSULTOR INTERNO DE RH E A HIERARQUIA: • O consultor interno de RH deve ser reportar hierarquicamente a um gestor que tenha disponibilidade para atuar, tempestivemente, com ele. Demora e burocracia implicam na perda de credibilidade do modelo. De nada adianta responder a um gestor da alta-liderança que não possui agenda para se dedicar às demandas dos consultores • Os consultores internos devem se reportar hierarquicamente a um gestor de RH e não à área-cliente. O trabalho deles tem um impacto corporativo, que deve estar alinhado • A Consultoria Interna precisa do patrocínio da alta-liderança na prática, muito além do discurso • Na introdução do modelo, o gestor da Consultoria Interna deve acompanhar diretamente o consultor junto aos clientes e, paulatinamente, ir “empoderando” o trabalho dele por meio de delegação, respeitando o estilo da hierarquia • É muito importante clarificar as atribuições dos gestores quanto à sua função na gestão de pessoas. Isso minimiza o risco de delegarem o trabalho para os Consultores 12www.escoladegestao.pr.gov.br • Os profissionais que atuarão como consultores internos precisam de maturidade profissional. Portanto, profissionais juniors não têm condições de assumir esse desafio • O consultor lida com muita frustração e sentimento de incapacidade, logo ele precisa regularmente da integração com os demais pares e com seu gestor. Há necessidade de um grupo de referência para que o consultor não se sinta isolado • O consultor interno precisa de informações com antecedência, especialmente aqueles de impactos relevantes para que preveja impactos e possa atuarcom adequação. Um consultor que recebe informações relevantes junto com as equipes perde credibilidade e pouco pode colaborar no gerenciamento da situação O CONSULTOR INTERNO DE RH E A INTERAÇÃO COM A ÁREA DE RH: • Recomenda-se a existência de centros de excelência responsáveis pelos processos de RH, apoiando o trabalho da Consultoria e dela recebendo feedbacks • O consultor deve contar com suporte operacional para seu trabalho sob pena de acabar envolvido em atividades administrativas, que o distanciam das suas atribuições • É importante que o RH disponha de sistemas de informação, baseados em tecnologias, para apoiar o trabalho da Consultoria, tanto com informações quantitativas, quanto qualitativas. A ausências desses sistemas pode implicar em que o consultor ocupe grande parte do seu tempo produzindo informações • Para implantar a Consultoria Interna de RH é necessário assegurar que os processos transacionais e legais são geridos adequadamente e que são estáveis • O gestor de RH de estar atento aos sentimentos de ciúme e inveja que vão ocorrer na equipe de RH, proporcionando alternativas de entendimento do trabalho dos consultores e valorizando aqueles que se dedicam a outros processos TRABALHO DO CONSULTOR INTERNO: • A dedicação do consultor interno de RH deve ser integral a essas atribuições pois, o modelo do “chapéu duplo” (atuar como consultor e como responsável por um processo funcional) está fadado ao fracasso • O cliente do consultor deve ser o gestor e as intervenções na equipe devem ser precedidas de combinações prévias consultor-gestor • Na interação com as pessoas da equipe do seu cliente, o consultor deve estar sempre atento às questões éticas e ao limite de sua atuação, visando a manutenção de sua relação de confiança com o cliente • O consultor deve cuidar de sua reputação (credibilidade), entregando o que se comprometeu a entregar ou renegociando o contrato • É natural que resistências sejam manifestadas pois, muito gestores podem se sentir ameaçados ou pressionados. Por isso, sugere-se a ocupação e fortalecimento dos relacionamentos que estão abertos 13 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado OUTRAS RECOMENDAÇÕES: • O resultado de uma Consultoria Interna de RH leva tempo; não espere mudanças em curto período. Esse resultado implica em que a liderança tome decisões considerando as pessoas • É recomendável fazer um benchmarking sobre experiências em consultoria interna. Mesmo que a organização seja de um negócio diferente • A consultoria interna tem grande potencial para endereçar para outras áreas questões latentes, antecipando e minimizando conflitos 14 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado O Curso de Consultoria Interna em RH Objetivo do Curso Ementa Público-alvo Currículo do docente Manual de Procedimentos Entendendo a situação atual e projetando a situação desejada de RH Modelagem da Consultoria Interna de RH Formação da equipe de Consultores Internos de RH Divulgação do modelo da Consultoria Interna de RH Gerenciamento da Consultoria Interna de RH Recomendações importantes
Compartilhar