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DISCIPLINA: OSM E O DESIGN ORGANIZACIONAL AULA 3 Prof. Homero Pampolini Junior 2 CONVERSA INICIAL Olá, aluno! Pronto para mais uma aula? Já estamos no terceiro encontro da disciplina OSM e o Design Organizacional. E os assuntos de hoje são: Componentes e estrutura organizacional formal e informal Características de componentes e condicionantes das estruturas organizacionais Departamentalização – caracterização e tipologias Introdução Na aula anterior abordamos e estudamos os conceitos fundamentais pertinentes ás técnicas e práticas de OSM, passamos pelas principais atividades desenvolvidas pela área de OSM e vimos também o perfil e características requeridas às pessoas que desejam se especializar para trabalhar nesta área. Também foi possível compreender a amplitude e complexidade das ações e tarefas pertinentes à OSM – Organização, Sistemas e Métodos, que abrangem competências e habilidades do analista de OSM, afim de que se possa agir e implementar as técnicas e ferramentas de forma estratégica em busca dos melhores resultados organizacionais. E, na aula de hoje, vamos tratar de outros temas com os quais poderemos identificar e compreender outros aspectos importantes para o estudo e aplicação das técnicas de OSM, visando não apenas o levantamento dos dados e informações, mas, sobremaneira, para entender elementos da estrutura organizacional formal e informal, bem como componentes e condicionantes para a formação desta estrutura. Vamos começar?!! 3 CONTEXTUALIZANDO Toda organização como um organismo complexo compostos por sistemas de interesses e valores, reunidos sob ambientes determinados, necessita ser ordenada por intermédio de processos e parâmetros previamente estabelecidos, para se atingir resultados e objetivos também previamente definidos. Neste sentido, é perfeitamente compreensível a identificação da empresa como uma estrutura organizada na qual há a realização de muitas e diversas tarefas e atividades para se obter os resultados desejados. Mas a questão em pauta é saber como se constituem esta estrutura organizacional e como se pode organizá-la de forma a permitir que, embora com funções e responsabilidades diferentes, possam produzir resultados convergentes para o sucesso? Então, nesta aula você vai ver os conceitos, caracterização e noções a respeito das estruturas organizacionais e, complementarmente, estudar uma das técnicas mais adotadas nas empresas, objeto de estudo e prática de OSM, denominada departamentalização. COMPONENTES DA ESTRUTURA FORMAL E INFORMAL A empresa, então, é um sistema? Isso mesmo! Mais detalhes a seguir! Em aulas anteriores nós vimos que a empresa pode ser analisada como um sistema, constituída de elementos que a compõem. Podemos comparar, recordando o exemplo que citamos, com os planetas que constituem o nosso “sistema solar”, destacando que o planeta terra é um destes elementos do sistema. Mas, se analisarmos o elemento “terra”, como elemento deste sistema solar, não se pode concluir que, para que ele exista, é necessário que esteja constituído por uma série de atividades que, coordenadas, com maior ou menor intensidade, fazem com que o sistema funcione adequadamente? 4 Transportando para a nossa empresa hipotética, para que os sistemas que a compõem não é necessário que cada um deles também não seja dotado de elementos e fenômenos específicos que façam com que ele funcione adequadamente? Sim, é necessário e sob este ponto de vista estrutural que vamos analisar a empresa neste capítulo. A estrutura organizacional, segundo afirma o autor OLIVEIRA, (2002, 90) é um “conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa”. Este conjunto de fenômenos precisa funcionar para que, por intermédio deles, somados a outros fenômenos da estrutura organizacional, se possa validar os objetivos organizacionais com a eficácia desejada. A organização não é um elemento inerte, mas sabemos que são as pessoas que fazem com que estes fenômenos se movimentem ao longo do tempo, ao longo dos anos, e as estruturas organizacionais se movimentam continuamente para se adaptarem as realidades contemporâneas nas quais se encontram as empresas, ou até mesmo fazendo com que estas realidades sejam mudadas e estabelecendo novas realidades que serão acompanhadas pelo mercado. Estrutura formal O autor OLIVEIRA (2002) nos apresenta estes dois tipos de estruturas organizacionais. Pela “estrutura formal” entende o autor que: “...é objeto de grande parte do estudo das organizações empresariais; é aquela deliberadamente planejada e formalmente representada, em alguns de seus aspectos, pelo organograma”. 5 Ou seja, esta estrutura formal é aquela estrutura que mais se conhece como sendo o retrato da organização. É nela que encontramos as figuras do Diretor, do gerente, do supervisor, do assistente administrativo, bem como de outros cargos, cujas funções estão devidamente descritas em um organograma. Mas veja que existem nas organizações, outros fenômenos que não podem ser desconsiderados pois eles refletem resultados que não são necessariamente programados, mas que acontecem em decorrência da ação e dos comportamentos das pessoas que fazem parte desta organização. Estamos falando dos fenômenos e das estruturas informais que existem nas organizações e que não podem ser desconsiderados. Estrutura informal Por estruturas informais, OLIVEIRA (2002), nos ensina que... “... é a rede de relações sociais e pessoais que não é estabelecida ou requerida pela estrutura formal. Surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente, quando as pessoas se reúnem. Portanto apresenta relações que, usualmente, não aparecem no organograma. ” Estes “fenômenos” são muito conhecidos na empresa (a “rádio peão”, por exemplo) e produzem desdobramentos muitas vezes muito significativos. Isto faz com que as empresas devam sempre se preocupar que tais situações, pois elas não estão sob a mira de um controle efetivo e podem, pela ausência de controle, gerar desdobramentos importantes. Falando em ausência de controle, veja esse vídeo http://www.grupouninter.com.br/projetoscorporativos/graduacao/oa/secretariado /mkt_pessoal_organizacional/a5/ De outra forma, as empresas podem se utilizar destas estruturas informais para, desde que bem organizadas e acompanhadas, tomar conhecimento de detalhes e obter resultados que não foram previamente estimados, mas que acontecem em decorrência da ação e do comportamento das pessoas. 6 Variações e outros tipos de estruturas Outros importantes tipos de estruturas organizacionais são aquelas formadas pelas diferentes áreas de atuação e funcionamento dos setores internos da empresa os quais, de acordo com sua abrangência, componentes e condicionantes operacionais, irão constituir as “células” de operação dos negócios da empresa. Assim teremos, por exemplo, empresas que são divididas em “células” denominadas departamentos, que podem ser subdivididos em função de critérios condicionantes da natureza de suas operações. Segundo Peter Drucker, citado por OLIVEIRA (2002), os fatores internos que influenciam a natureza da estrutura organizacional de uma empresa, podem ser: A natureza dos objetivos estabelecidos para empresa e seus funcionários. As atividades operantes exigidaspara realizar esses objetivos. A sequência de passos necessária para proporcionar os produtos ou serviços que os funcionários e clientes desejam ou necessitam. As funções administrativas a desempenhar. As limitações da habilidade de cada pessoa na empresa, além das limitações tecnológicas. As necessidades sociais dos executivos e funcionários da empresa. O tamanho da empresa. Baseando-se nestes critérios, tem-se que as empresas podem se constituir em sua estrutura organizacional de forma departamentalizada, subdividindo-se em áreas funcionais, ou de clientes, ou territoriais, ou por projetos, ou em função de estruturas matriciais, dentre outras. OLIVEIRA, 2002. Agora, para complementar, dois importantes materiais. Primeiro, confira esse material: “Estrutura organizacional formal versus informal”, aqui: http://www.ehow.com.br/estrutura-organizacional-formal-versus-informal- info_76916/ 7 E, assista ao vídeo: Organizações formais e informais, aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Rr_ZaGSbT3w COMPONENTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Responsabilidade, Autoridade e Comunicação são ... Agora vamos ver os detalhes sobre três assuntos, que são componentes da estrutura organizacional: 1. Responsabilidade É possível pensar que quando nos referimos a uma organização e sua estrutura de processos e de atuação, logo pensamos em algo como pessoas que tem diversas funções, com obrigações de atividades de trabalho a serem realizados, ou seja com responsabilidade pela execução de tarefas laborais, e que precisam prestar conta destas atividades para alguém, superior hierarquicamente, que tem autoridade delegada para cobrar tais resultados. E é assim mesmo; as organizações, lembramos, são sistemas compostos por elementos e obrigações interdependentes entre si, que buscam resultados comuns à organização e a responsabilidade é inerente ao cumprimento da obrigação que uns tem com outros dentro da estrutura organizacional. 2. Responsabilidade Sob o ponto de vista do autor OLIVEIRA (2002) citando Jucius e Schelender (1968,232) a “responsabilidade refere-se à obrigação que uma pessoa tem de fazer alguma coisa para outrem”. Sob o ponto de vista empresarial, e considerando os conceitos retro citados, a responsabilidade se transforma, de fato, nas obrigações que determinado colaborador precisa fazer para cumprir com suas tarefas, prestando contas delas à pessoa que lhe atribui estas responsabilidades. 8 3. Autoridade Outro componente de destaque para a formação da estrutura organizacional está relacionado ao “sistema de autoridade” sobre o qual, certamente, você já deve ter tomado conhecimento. Quem é que, trabalhando em uma organização, não se lembra da figura emblemática do “chefe” Mas veja que se está tratando de um princípio de poder, com conotação e representação moral e social. É um “direito”, uma “prerrogativa de tomar decisões e de dar ordens” (Dicionário Aulete Digital) e como todo princípio e direito exige compreensão mais detalhada pois se incorre necessariamente em deveres e para se obtê-lo se requer cumprir alguns requisitos. 4. Autoridade A autoridade, seguindo-se a mesma linha de raciocínio dos autores que nos ensinaram sobre a responsabilidade, OLIVEIRA (2002) citando Jucius e Schelender (1968,232), significa: “ o direito para fazer alguma coisa. Ela pode ser o direito de tomar decisões, de dar ordens e requerer obediência, ou simplesmente o direito de desempenhar um trabalho que foi designado. A autoridade pode ser formal ou informal” Cabe destaque que conceito de “autoridade” compreende o direito de ter e exercer a autoridade e significa, em tese, que todos deveriam reconhecer o poder que lhe foi atribuído de forma integral, sem questioná-lo, mas sabe-se que não é bem assim que as coisas acontecem e há explicação para isto: muitas vezes a autoridade é atribuída sem que sejam cumpridas determinadas regras e princípios básicos para determinação de quem irá receber o direito da autoridade. 9 5. Comunicações Os processos de comunicação no ambiente interno da organização sempre foram motivos de grandes problemas na formação e funcionamento da estrutura organizacional. A comunicação ocorre dentro de uma organização porque é extremamente necessária para que o fluxo normal dos processos internos - das ordens, dos comandos, das decisões empresariais - funcionem e permitam que os negócios da empresa resultem eficazes como de fato se deseja. Comunicação, sob a concepção mais simples, se entende como sendo o processo mediante o qual duas ou mais pessoas tentam se entender por intermédio de meios que serão escolhidos por elas para que, se adequados, se possam transmitir informações. Para CHIAVENATTO (2000), sendo ainda mais simples no entendimento, comunicação “é a troca de informações entre indivíduos”. 6. Comunicação Outro autor, GIL (1994) de forma mais ampla, considera como comunicação um processo em que: “Uma pessoa (emissor) tem uma ideia (significado) que pretende comunicar. Para tanto se vale de seu mecanismo vocal (codificador), que expressa sua mensagem em palavras. Essa mensagem, veiculada pelo ar (canal) é interpretada pela pessoa a quem se comunica (receptor), após sua decifração por seu mecanismo auditivo (descodificador). O receptor, após constatar que entendeu a mensagem (compreensão), esclarece a fonte acerca de seu entendimento (regulamentação)”. Veja que, embora o resultado final do processo de comunicação é perfeitamente identificado por ambos os autores, a forma de se chegar a este processo final é bastante diferente. Leia o artigo: responsabilidade X autoridade, vai ajudar bastante... http://www.trf5.gov.br/downloads/Responsabilidade%20X%20Autoridade.pdf 10 E tem esse vídeo aqui, bem interessante: Processo de organização – autoridade ... https://www.youtube.com/watch?v=Qu0dZ0garQI Condicionantes da estrutura organizacional É hora de você entender o que são “Condicionantes da estrutura organizacional”... Complementando o entendimento sobre os componentes da estrutura organizacional, agora vamos tratar de outros fenômenos, chamados condicionantes da estrutura organizacional. Estes condicionantes são fatores que acontecem em decorrência da ação de pessoas e meios internos e externos e promovem continuas mudanças nos componentes e na composição da estrutura organizacional. O ser humano como condicionante essencial na estrutura organizacional Você consegue imaginar uma empresa que não dependa da ação de um ser humano para que ela tenha um funcionamento adequado visando atender seus objetivos empresariais e de negócios? Se você respondeu que conhece uma empresa que só tem robôs trabalhando e que esta empresa não depende da ação de um ser humano para ter um funcionamento adequado, você errou! Errou porque muito embora você tenha imaginado que não há pessoas envolvidas na operação da empresa, estas pessoas existem e elas condicionam sim o funcionamento da empresa. Não se pode esquecer que para que os robôs funcionem será necessário que algum ser humano já tenha projetado suas operações e que algum outro ser humano deverá ser necessário para programar suas operações, bem com outro ser humano deverá ser responsável pela sua manutenção, dentre outras tarefas que aqui não chegamos a citar. 11 Mas por que eu preciso saber disto para estruturar meus métodos e sistemas da empresa?Resposta: Se você não compreender que deve levar em consideração o comportamento, o conhecimento e a contribuição das pessoas para promover a organização, os sistemas e os métodos das empresas, então você não conseguirá mapear os processos adequadamente para atribuir as responsabilidades e atividades a serem desempenhadas para o “resultado finalístico” desejado pelas empresas. O ambiente interno e externo influenciando a estrutura organizacional. Todas as empresas, independente do setor que opera, ou dos clientes que tem, ou quer ter, precisa desenvolver, ter e manter inúmeras formas de relacionamento com o seu ambiente externo. Lembrando que, como o ser humano, que é um condicionante essencial a estrutura organizacional, a empresa também não sobrevive sozinha, de forma independente, eliminando qualquer tipo de relacionamento com seus “stakeholders”. O ambiente externo importa à organização desde o início de seus negócios, na medida em que a empresa necessita conhecer seus clientes, seus mercados de atuação, sua forma de negócios, suas estratégias de operação e negociação e continuamente a empresa deverá estar sempre a par das variações, mudanças e transformações que ocorrem em seu ambiente externo para poder se ajustar a ele. O ambiente interno é um fator condicionante importante para a contínua atualização e transformação necessária da estrutura organizacional. Não se pode esquecer que qualquer empresa tem como elementos essenciais ao seu funcionamento as suas áreas operacionais e funcionais, onde estão alocadas as pessoas que nela trabalham e que formam um complexo de clima e cultura organizacional. 12 O ambiente interno, então, precisa estar “afinado”, e a relação interpessoal deve ser sadia. Falando em “ambiente interno”, “clima e cultura organizacional”, “relação interpessoal”, confira um material bem interessante sobre esses assuntos, ele pode te ajudar a entender ainda mais: Objetivos e estratégias como fator condicionantes de sucesso Você sabe o que é um “objetivo” no contexto empresarial? E o que é uma “estratégia”? Objetivo, segundo a visão do autor OLIVEIRA (2002, 107) é “o alvo ou a situação que se pretende atingir” e estratégia, segundo o mesmo autor é “ a definição do caminho mais adequado para alcançar o objetivo”. Em função destas duas definições fica mais fácil compreender como é importante perceber que os objetivos e as estratégias são fatores condicionantes da estrutura organizacional, da mesma forma como é importante entender que a estrutura organizacional irá se submeter a constantes transformações decorrentes das inúmeras mudanças dos objetivos e das estratégias empresarias que deve seguir, acompanhando as transformações do mercado. No mesmo sentido, ao pensarmos sobre os processos de organização, sistemas e métodos de funcionamento de uma empresa, devemos sempre ter em mente que a empresa deverá estar preparada para responder a estas mudanças. A tecnologia Análise essa situação: Você está procurando um emprego e só conseguiu vaga como um auxiliar administrativo, e, para desenvolver esta função, você teria que trabalhar como datilógrafo, operando uma máquina de escrever? E aí? Iria encarar? Difícil, não é mesmo? Provavelmente você não encontraria nem mesmo uma “escola de datilografia” para lhe ensinar o oficio da datilografia. 13 Logo, entendemos que as organizações atuais passam mudanças em suas estruturas organizacionais em decorrência da imprescindível atualização dos fatores tecnológicos a que estão submetidas. A tecnologia é tão, ou mais importante, para as organizações atualmente como são os fatores ligados ao ser humano e seus comportamentos sociais e organizacionais. A empresa que não se preocupar com a condicionante de tecnologia para adequar seus processos, seus sistemas e sua estrutura organizacional estará condenada a fechar suas portas em função de absoluta falta de condições de funcionar. E, vem mais tecnologia por aí... Logo estaremos assim: https://www.youtube.com/watch?v=vt17dAQQllY DEPARTAMENTALIZAÇÃO Afinal, que é departamentalização? Como vimos nos capítulos anteriores, as organizações são compostas por pessoas, processos e outros recursos materiais (equipamentos, maquinas, ferramentas, por exemplo) e não materiais (inteligência, criatividade, experiências, por exemplo) que buscam convergir procedimentos em busca de interesses empresariais e que ao mesmo tempo satisfazem também expectativas de atuação das pessoas em função das competências elencadas nos diversos cargos que ocupam dentro da estrutura organizacional. Mas será que podemos pensar que nas organizações estes recursos materiais e não materiais podem ser utilizados isoladamente, da forma como cada pessoa detentora deles resolve fazê-lo, desconsiderando elementos formais de agrupamento de interesses empresariais e ainda assim pretendendo obter resultados convergentes? Parece difícil, senão impossível, pois ainda que considerássemos que todas as pessoas da organização estejam integradas por uma indiscutível rede de ações e de interesses empresariais, a natural e reconhecida variabilidade das pessoas, de suas competências e de suas habilidades, impediria uma convergência 14 natural do resultado de suas atividades individuais se não estiverem direcionadas e agrupadas de acordo com critérios específicos para obtenção dos resultados. Certamente se obteriam resultados, mas estes não estariam integrados de forma a satisfazer os interesses maiores da organização, com o aproveitamento convergente dos recursos materiais e não materiais envolvidos e disponibilizados para se obter a eficácia operacional desejada. Lembramos que as empresas funcionam como um “sistema” e que este sistema está composto por várias “estruturas organizacionais” que precisam unificar seus objetivos, funções e competências para realização dos negócios empresariais. Em muitas empresas, em razão dos seus respectivos tamanhos, ou formas de distribuição de tarefas, opta-se pela divisão de funções, de competências, ou de outros fatores condicionantes da estrutura organizacional sob a forma de “departamentos” e que origina a técnica da “departamentalização” que vem significar a separação de atividades de trabalho dentro da empresa, visando facilitar a organização e divisão do trabalho, bem como o controle e direcionamento dos resultados empresariais. Segundo o autor OLIVEIRA (2002, 120) departamentalização: “É o agrupamento, de acordo com um critério especifico de homogeneidade, das atividades e correspondentes recursos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos) em unidades organizacionais”. De outra forma, o autor ARAUJO (2001,118) afirma que a ... “Departamentalização é uma forma sistematizada de agrupar atividades em frações organizacionais definidas seguindo um dado critério, visando à melhor adequação da estrutura organizacional e sua dinâmica de ação”. Em ambos os ensinamentos o que se compreende é que a “departamentalização”, cujos conceitos ora se apresentam para sua compreensão, impõe inicialmente o conhecimento e a divisão das diversas atividades da empresa, em razão critérios previamente estabelecidos, e, sequencialmente, na formação de grupos de pessoas e de atividades comuns constituindo-se núcleos, ou grupos de trabalho, específicos. Assim se acredita que a união das atividades e pessoas reunidas em 15 grupos específicos de trabalho facilitará o desenvolvimento das atividades bem como promoverá melhor obtenção de resultados. Tipos e técnicaspara promover a departamentalização Para que se possa efetivar a departamentalização das atividades de uma empresa, será necessário conhecer inicialmente algumas características e padrões de funcionamento, de organização e de interesses empresariais dela. Desta forma, busca-se evitar, por exemplo, a sugestão e adoção de departamentos que não estejam alinhados com os recursos materiais e não materiais da empresa e facilita-se operacionalizar os fluxos e a eficácia dos processos operacionais. Autores como CURY (2007), trata a departamentalização por meio da divisão do trabalho, considerando a macroestrutura da organização, composta por funções principais. Ele prevê, por exemplo, uma empresa que tenha uma diretoria geral e vinculada a ela, outras diretorias, de produção, financeira, administrativa e comercial. Estas diretorias poderão conter outras atividades, constituindo o também ele denomina de agrupamento por atividades homogêneas. O autor OLIVEIRA (2002) apresenta outras técnicas e tipos de departamentalização. Para ele, a departamentalização pode ocorrer em razão das atividades básicas da empresa, para o que ele apresenta os seguintes tipos de departamentalização: Departamentalização por quantidade Departamentalização funcional Departamentalização territorial (ou por localização geográfica) Departamentalização por produto (ou serviços) Departamentalização por clientes Departamentalização por processo Departamentalização por projeto Departamentalização matricial Departamentalização mista 16 Você sabe qual foi a primeira loja de departamentos do mundo? A loja se chama “ bon marché”. Conheça um pouco mais sobre ela aqui: http://gnt.globo.com/programas/gnt-fashion/materias/bon-marche-conheca-a-primeira-loja- de-departamento-do-mundo.htm NA PRÁTICA Legal a história da empresa BON MARCHÉ, não é? Então, nossa atividade prática será baseada nela! Se for o caso, volte e assista ao vídeo novamente, e, depois, leia esse texto que complementa a história: http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2013/10/le-bon-marche-rive- gauche.html Depois, você deve analisar os argumentos lá apresentados e responder aos questionamentos que a seguir se apresentam: 1) A empresa adotou um sistema de gestão baseado em departamentalização? 2) Se não, justifique sua resposta. 3) Se sim, indique, em função dos estudos realizados nesta aula, qual é a proposta de departamentalização que mais se adequa ao modelo adotado pela empresa e justifique sua resposta, apresentando um texto a respeito. 4) Se sim, além de responder o item anterior, apresente, em função dos estudos realizados nesta aula, uma alternativa de proposta de departamentalização, diferente daquela que você já estipulou no item 3, como forma de solução alternativa. 17 SÍNTESE Nesta aula, nossos estudos e aprendizado permearam os conceitos e a fundamentação pertinentes aos componentes das estruturas organizacional, abordando ainda as características pertinentes as estruturas formais e estruturas informais. Complementando o estudo realizado sobre este tema, abordamos aspectos relativos às características de elementos componentes e condicionantes das estruturas organizacionais. Na sequência, os temas tratados abordaram os conceitos, características e técnicas de departamentalização realizados nas empresas. Estes temas ora tratados, complementam os estudos já realizados nas aulas passadas e constituem-se como elementos importantes para análise da situação organizacional, bem como algumas das técnicas, aplicações e ferramentas de OSM, visando estruturação da empresa baseadas nas teorias e fundamentos da disciplina. REFERÊNCIAS ARAUJO, Luiz Cesar G. de; organizações, sistemas e métodos e as modernas ferramentas de gestão organizacional; São Paulo; Atlas, 2001. CALDAS, Miguel P. O Triste Destino da Área de O&M - II. 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Introdução à Administração – 5ª edição – São Paulo – Atlas, 2000. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Introdução à administração. ed. compacta. São Paulo: Atlas, 2008. MOTTA, Fernando C. Prestes. Teoria Geral da administração: uma introdução. São Paulo, Pioneira, 1995. ROCHA, Luiz Oswaldo Leal da. Organização e Métodos. São Paulo: Atlas, 1998 TRUJILLO FERRARI, Afonso. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo, McGraw-Hill,1982. DICIONÁRIO AURELIO, versão digital – disponível em: http://www.dicionariodoaurelio.com LOMBRADI, José Claudinei – Revista HISTEDBR On Line, Campinas, n especial, p.5 – 10 – agosto de 2006 – ISSN 1676-2584, disponível em http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22e/art2_22e.pdf SANTOS, Ana Cristina Batista dos – Administração: entre sua (in)definição e sua racionalidade – Revista Espaço Acadêmico – número 114 – novembro de 2010 – ISSN 1519-6186 – Periódicos da UEM – Universidade Estadual de Maringá, disponível em file:///C:/Users/Homero/Downloads/10278-43300-1- PB.pdf 19 SIQUEIRA, Fabio – Organização, Sistemas e Métodos – unidade 1 – introdução a O & M, Universidade Federal Fluminense - http://www.uff.br/sta/textos/fs006.pdf SOUZA, Nelson B. – História e evolução da administração – disponível em http://www.artigonal.com/administracao-artigos/historia-e-evolucao-da- administracao-659998.html
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