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Analise do desempenho organizacional suzano papel e celulose

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Faculdade de Economia Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
Análise do desempenho organizacional - Suzano Papel e Celulose
Professora Bernadete de Lourdes Marinho
Grupo:
Matheus Tambolini Schmidt - 9322235
Pedro Chinellato - 9322670
Vinicius Mandl - 9322902
Novembro de 2016
Sumário
Introdução (2)
	1.1. Objetivo (2)
	1.2. Descrição da Empresa (2)
	1.3. Descrição do Mercado (5)
Metodologia (5)
Revisão Teórica (5)
Análise de Indicadores (8)
	4.1. Indicadores Financeiros (8)
	4.2. Indicadores de Clientes (10)
	4.3. Indicadores de Processos Internos (11)
	4.4. Indicadores de Aprendizado e Crescimento (11)
	4.5. Fatores de Risco (12)
	4.6. Preços dos Produtos (12)
	4.7. Riscos Operacionais (13)
4.8. Conflitos de Agência (14)
Considerações Finais (14)
Bibliografia (16)
Introdução
1.1. Objetivo
	Esta pesquisa visa a implementação dos conceitos e conhecimentos adquiridos no curso de Análise do Desempenho Organizacional em um estudo de caso com empresa real. Para tal, foi escolhido pelo grupo a Empresa Suzano Papel e Celulose, dada a sua tradição e tamanho. Para isso, usaremos como ferramenta de análise o Balanced Scorecard (BSC) de Kaplan e Norton e o Navegador Skandia, desenvolvido pela empresa de mesmo nove (Edivinsson sua equipe), em 1991. 
 
1.2. Descrição da Empresa
 
A Suzano Papel e Celulose, empresa com mais de 90 anos de existência tem origem em meados dos anos 1920 com o ucraniano Leon Feffer, que ao emigrar para o Brasil inicia um comércio de papéis, envelopes, sacos de papel e embalagens, além de montar uma pequena tipografia. Sua trajetória é marcada pela busca constante do desenvolvimento sustentável. Opera atualmente no segmento de celulose de eucalipto, comercializada em 30 países, e papel, para imprimir e escrever (revestidos e não revestidos) e cartão, com quatro linhas e mais de 20 marcas, vendidos em 60 países. 
Em 2001, a empresa, a qual era de capital fechado, entrou na bolsa de valores. Nesse período, deu-se início a um processo de mudança e reestruturação estrutural com forte enfoque nos processos. Esse fenômeno se tornou ainda mais célere quando, em 2013, o novo CEO Walter Schalka assumiu a presidência da empresa, que até então era de controle familiar. Como veremos a seguir, isso tem impactado diretamente a estrutura da empresa. 
No Brasil, onde emprega mais de oito mil profissionais próprios e cerca de onze mil terceirizados, mantém sua sede administrativa em São Paulo (SP) e cinco unidades industriais – três no Estado de São Paulo (Limeira e duas em Suzano), uma na Bahia (Mucuri) e uma no Maranhão (Imperatriz). No exterior, possui escritório comercial na China e subsidiárias nos Estados Unidos, Suíça, Inglaterra e Argentina. 
Em 2016, a empresa passou a ser acionistas da Ibema, com 38% de participação, em conjunto com os atuais controladores Ibemapar. Esta operação conta com duas unidades industriais para produção de papelcartão: uma em Embu, em São Paulo, e outra em Turvo, no Paraná. 
A Suzano atua também no setor de biotecnologia, por meio da FuturaGene, a primeira empresa do mundo a conseguir aprovação para o uso comercial do eucalipto geneticamente modificado, que trabalha no desenvolvimento genético de culturas florestais e biocombustíveis, com laboratórios de pesquisa em Israel e na China. 
Também são feitos investimentos em dois outros negócios adjacentes. No segmento de celulose fluff, destinada à fabricação de fraldas e absorventes femininos, a Suzano é a primeira empresa a usar celulose de fibra curta para produção deste produto no mundo. Já em 2015, iniciou o desenvolvimento da planta-piloto de lignina, para utilizá-los como matérias-primas renováveis. 
Respaldados por sua competência florestal, a empresa avançou no objetivo de fornecer produtos e serviços rentáveis e socioambientalmente corretos a partir de suas florestas renováveis. Suas áreas florestais somam 1,06 milhão de hectares, dos quais 519 mil com florestas plantadas, concentrados na Bahia, no Espírito Santo, em São Paulo, em Minas Gerais, no Maranhão, no Tocantins, no Pará e no Piauí. 
A Suzano Papel e Celulose tem como principal objetivo ser não apenas a maior, mas também a mais rentável empresa do setor de celulose. Para atingir seu principal objetivo, ela embasa suas práticas e políticas em três pilares de valores organizacionais: 
 	(i) Competência estrutural com foco em excelência operacional 
 	(ii) Redesenho da indústria 
 	(iii) Novas Frentes de Negócio 
 
O primeiro pilar expressa o quão importante é a excelência para se atingir o objetivo organizacional. No caso do setor de celulose, em particular, apesar do vasto capital investido, a rentabilidade não é muito grande. A fim de ser mais rentável que seus principais concorrentes, a Suzano precisa se estruturar de forma a garantir que haja menos desperdícios, retrabalhos e prejuízos. É essencial que a produtividade de suas plantas seja elevada, e que os processos sejam eficientes e eficazes. 
 	O segundo pilar diz respeito à vantagem competitiva que o redesenho industrial pode trazer para Suzano em relação a seus concorrentes. Instalações fabris mais modernas, melhor sistema de logística e de disposição geográfica estratégica, dada a alta verticalização da empresa, são ferramentas interessantes para que a Suzano alcance seu objetivo de maior rentabilidade. 
 	O terceiro e último pilar refere-se a característica de inovação, presente na estratégia da empresa. Em um mercado que se encontra em alto grau de competitividade e com muita ameaça por parte de novos entrantes, é importante que a Suzano consiga mostrar uma boa capacidade de desenvolvimento tecnológico e de inovação. Novos tipos de celulose e derivados agregam mais valor aos seus produtos do ponto de vista de seus clientes, e podem ser uma boa saída para a empresa nesse momento de crise, e consolidar-se como uma vantagem competitiva no futuro. Mudas de eucalipto transgênicas são mais eficientes e produtivas, e os laboratórios de biotecnologia representam alguns dos maiores ganhos da empresa nesse sentido de inovação. 
Figura 1 - Organograma do Grupo Suzano
1.3. Descrição do Mercado
 
O mercado de celulose passa por um momento delicado. A vinda de novos players faz com que haja um aumento na oferta agregada de mercado, sendo que as perspectivas de demanda dão previsões de que a mesma irá se manter estável. 
O modelo de negócio da Suzano é bem verticalizado, o que faz com que a empresa seja responsável desde o cultivo da muda de eucalipto até a entrega no varejista. 
A Suzano acaba por investir de maneira significativa na criação de mudas transgênicas mais eficientes de eucalipto, sendo essa uma área de negócio que alia forte inovação com alta taxa de retorno na empresa. 
Tudo isso, aliado ao atual cenário macroeconômico desfavorável pelo qual o país passa levam a empresa a um momento de incerteza e desconfiança. 
 
2. Metodologia
 A partir da coleta de dados organizacionais disponíveis online ou obtidos através de contato dentro da empresa, avaliamos quais perspectivas do BSC - Financeira, Clientes, Aprendizado, Processos Internos - mais impactam no desempenho da empresa. 
3. Revisão Teórica
O Balanced Scorecard de Kaplan e Norton é uma metodologia capaz de captar toda complexidade da performance organizacional. Ele resume indicadores de 4 perspectivas: financeiros, clientes, processos internos e aprendizado e crescimento. 
- A perspectiva financeira monitora como a estratégia empresarial contribui para a melhoria dos resultados financeiros.
- As metas financeiras se relacionam com rentabilidade, crescimento e valor para os acionistas. 
- Os objetivos e medidas financeiros desempenham um papel duplo: definem o desempenho financeiro esperado a partir da estratégia e atuam como meta principal para a definição dos objetivos e medidas das outras perspectivas do scorecard. 
- A estratégia de produtividadeirá refletir na busca da execução eficiente das atividades operacionais em apoio aos clientes atuais, podendo incluir, também, a redução de custos. 
O balanced scorecard é muito importante pois é muito difícil avaliar aquilo que não pode ou não é medido. Nesse sentido, é importante contar com um conjunto de indicadores que sejam capazes de refletir o desempenho da organização como um todo. 
- A perspectiva do cliente fala sobre os segmentos de mercados em que a empresa deseja competir. Também é importante entender como a empresa gera valor a seus clientes. 
- A perspectiva de processos internos apoia indicadores de acionistas e clientes em processos internos. Aqui é possível que a organização identifique aspectos críticos para atingir seus objetivos das duas últimas etapas. 
- A perspectiva de crescimento e aprendizado ressalta a importância de empresas terem melhorias contínuas, pois em um mercado competitivo é essencial diminuir os retrabalhos e visar sempre a melhora. Ressalta-se aqui também investimentos em novas tecnologias e produtos, investimentos em pessoal e em sistemas e procedimentos. 
O Navegador Skandia possui foco em cinco áreas, sendo elas Financeira, Cliente, Processo, Renovação e Desenvolvimento e Humano. 
De maneira mais detalhada o foco financeiro pode ser compreendido como o conjunto de feedbacks que os relatórios contábeis e desempenho financeiros. 
Em relação a clientes, avalia-se as necessidades dos mesmos, como sua relação com a empresa se dá, buscando confiabilidade, lealdade e compromisso com o cliente. 
Foco no processo busca mostrar reflexos de investimentos e desenvolvimentos de novas tecnologias na geração de valor da empresa. 
Foco na renovação e desenvolvimento visa compreender como a empresa está preparada para lidar com reestruturações a partir da sua estrutura de funcionários, mercado etc. 
Por fim, o foco humano visa detalhar como as relações do funcionário geram novos valores para a empresa. 
Representação gráfica do Navegador Skandia 
Edivinsson e Malone 1998 p. 60 
4. Análise de Indicadores 
4.1. Indicadores Financeiros 
	A Suzano Papel e Celulose é uma empresa de capital aberto com ações em bolsa de valores, que vem passando por dificuldades financeiras. O preço das ações foi reduzido nos últimos períodos e o Resultado Líquido segue negativo pelos últimos anos, sendo o valor de 2015 bastante significativo.
	(Reais)
	Exercício social (31/12/2015)
	Exercício social (31/12/2014)
	Exercício social (31/12/2013)
	Patrimônio Líquido
	9.192.181.000,00
	10.315.132.000,00
	10.687.239.000,00
	Ativo Total
	28.259.985.000,00
	28.119.456.000,00
	27.149.343.000,00
	Rec. Líq./Rec. Intermed. Fin./Prem. Seg. Ganhos
	10.224.361.000,00
	7.264.599.000,00
	5.688.625.000,00
	Resultado Bruto
	4.040.115.000,00
	1.908.935.000,00
	1.498.310.000,00
	Resultado Líquido
	-925.354.000,00
	-261.506.000,00
	-220.459.000,00
	Número de Ações, Ex-Tesouraria (Unidades)
	1.088.397.787
	1.086.597.796
	1.084.797.796
	Valor Patrimonial da Ação (Reais Unidade)
	8,445608
	9,493054
	9,851826
	Resultado Básico por Ação
	-0,797283
	-0,225698
	-0,190551
	Resultado Diluído por Ação
	-0,79
	-0,22
	-0,19
	
	-0,85
	-0,24
	-0,20
Tabela 1- Indicadores Financeiros
	
	2015
	2014
	2013
	EBITDA
	R$ 4.489 milhões
	R$ 2.446 milhões
	R$ 1.865 milhões
	EBITDA Ajustado
	R$ 4.594 milhões
	R$ 2.452 milhões
	R$ 1.781 milhões
	EBITDA / Receita Líquida
	43,9%
	33,7%
	32,8%
	EBITDA Ajustado / Receita Líquida
	44,9%
	33,8%
	31,3%
	Geração de Caixa Operacional
	R$ 3.485 milhões
	R$ 1.453 milhões
	R$ 1.115 milhões
Apesar do resultado bruto ter aumentado consideravelmente em 2015 em relação a 2014, o resultado líquido foi ainda menor, sendo o que valor das ações também diminui no comparativo com o ano anterior. É de se destacar que a geração de caixa operacional mais do que dobrou de 2014 para 2015. 
Como um panorama geral, a Suzano não está indo bem no aspecto financeiro, e as perspectivas de mercado não são favoráveis. Isso pode dificultar muito o objetivo da empresa de ser a mais rentável do setor. 
Indicadores sugeridos: 
Retorno sobre PL 
Lucro Bruto 
ROI 
EBITDA 
Lucro por Ação 
4.2. Indicadores de Clientes
Como observado, o mercado de celulose é altamente competitivo e para garantir a sobrevivência da empresa é essencial que exista ganhos de novos clientes, e que clientes importantes sejam retidos. Compete a Suzano cuidar da sua relação com seus clientes de forma a atingir esse objetivo. A seguir, sugerem-se alguns indicadores que podem ajudar a avaliar como a empresa gere essa relação. 
Indicadores sugeridos:
Relevância financeira do cliente 
Tempo de contrato (retenção de clientes) 
Valor dos contratos (Lucro líquido gerado pelos clientes ou segmentos) 
Satisfação dos Clientes 
4.3. Indicadores de Processos Internos
Os processos internos dizem respeito a como a empresa pode estruturar, sustentar e manter suas vantagens, revisando seus processos internamente a fim de assegurar a melhoria contínua dos mesmos e obtenção de suas metas e objetivos. 
Indicadores Sugeridos: 
Taxa de retrabalho 
Em relação à Inovação sugerem-se: 
Novos produtos vendidos 
Lançamentos da empresa versus lançamentos de concorrentes 
4.4. Indicadores de Aprendizado e Crescimento
Numa visão moderna de administração, na qual os funcionários são muito valorizados como colaboradores da organização é muito importante criar um ambiente capaz de proporcionar as condições e insumos necessários para o seu correto desenvolvimento, de forma a atrelá-los à estratégia organizacional. Apesar de apresentarem informações essenciais, alguns indicadores são muito subjetivos, muitas vezes refletindo uma versão enviesada da realidade. 
Indicadores sugeridos:
Satisfação de funcionários (pesquisa de clima organizacional) 
Retenção de funcionários (taxa de rotatividade anual) 
Produtividade do funcionário (receita / funcionário) 
4.5. Fatores de Risco
Para entender as limitações da empresa, é preciso fazer uma análise cuidadosa sobre os riscos aos quais a companhia está sujeita, seja por questões estruturais, como a grande influência dos acionistas, ou por questões operacionais, como preços dos produtos e questões de meio ambiente. 	
4.6. Preços dos Produtos
Os preços dos produtos da Companhia são altamente influenciados por mercados internacionais e, portanto, a Companhia tem pouco controle sobre os preços praticados. Os mercados de celulose são tipicamente cíclicos. Além disso, os preços de celulose praticados pela Companhia acompanham os preços internacionais de mercado, que são determinados pela oferta e demanda, pela capacidade de produção global e pelo cenário econômico mundial. 
Esses preços também podem ser afetados por flutuações das taxas de câmbio entre as moedas dos principais países produtores e consumidores, movimentações de estoques entre produtores e compradores, em função de expectativas de preços distintas ou, ainda, pelas estratégias de negócios adotadas por outros produtores, incluindo a disponibilidade de substitutos para os produtos da Companhia a preços mais competitivos. Todos esses fatores estão fora do controle da Companhia e podem ter um impacto significativo sobre a demanda por celulose e, consequentemente, sobre as margens operacionais, lucratividade e retorno sobre o capital investido da Companhia. Os preços de papéis, por sua vez, são determinados pelas condições de oferta e demanda nos mercados regionais onde são comercializados, embora com comportamento mais estável do que o dos preços de celulose. 
Assim, os preços dos papéis comercializados pela Companhia sofrem flutuações em decorrência direta de diversos fatores, dentre eles, das flutuações nos preços de celulose e de características específicas dos mercados em que a Companhia atua. Flutuações de preços dos produtos ocorrem não só de ano para ano, mas também ao longo doano como resultado da economia global e regional, condições, restrições de capacidade, aberturas e fechamentos de plantas, entre outros fatores. A Companhia não pode garantir que os preços de mercado para celulose e papel e a demanda por seus produtos se manterão favoráveis aos seus negócios sem oscilações adversas, casos em que a habilidade da Companhia em operar suas fábricas de maneira economicamente viável poderá ser afetada de forma negativa.
4.7. Riscos Operacionais
As operações da Companhia estão sujeitas a riscos operacionais, os quais podem causar a paralisação, ainda que parcial ou temporária, de suas atividades assim como perda de produção. Tais paralisações podem ser causadas por fatores associados à falha de equipamentos, acidentes, incêndios, greves, desgastes decorrentes do tempo e da exposição às intempéries e desastres naturais. A ocorrência dos eventos mencionados pode, dentre outros efeitos, resultar em danos graves aos bens da Companhia, diminuição do volume ou aumento dos custos de produção, causando um efeito adverso negativo em suas condições financeiras. Para o desenvolvimento dos seus negócios, a Companhia depende da contínua operação logística, que contempla estradas, ferrovias, armazéns, portos, entre outros. Tais operações podem ser interrompidas por fatores exógenos, como, por exemplo, ocorrências de movimentos sociais, desastres naturais e greves. A interrupção no fornecimento de insumos para a operação das unidades industriais e florestais, ou no transporte de produtos acabados aos clientes poderiam causar impactos materiais adversos sobre as receitas e o resultado operacional da Companhia. Celebramos contratos com terceiros para prestar os serviços de transporte e logística necessários para as nossas operações. Por consequência, a rescisão ou término destes ou nossa incapacidade de renová-los ou negociar novos contratos com outros prestadores de serviços em condições semelhantes poderá afetar significativamente a nossa situação financeira e operacional.
4.8. Conflitos de Agência
A gestão da Suzano sofre forte influência por parte de seus acionistas controladores e os interesses destes podem ser conflitantes com o dos demais acionistas. 
Os acionistas controladores da Companhia têm poderes para, dentre outros, eleger a maioria dos membros de seu Conselho de Administração e determinar o resultado de qualquer deliberação que exija aprovação de acionistas, incluindo operações com partes relacionadas, reorganizações societárias e alienações e a época do pagamento de quaisquer dividendos futuros, observadas as exigências de pagamento do dividendo mínimo obrigatório, impostas pela Lei das Sociedades por Ações. Os acionistas controladores da Companhia poderão ter interesse em realizar aquisições, alienações de ativos, parcerias, busca de financiamentos, ou tomar outras decisões que podem ser conflitantes com os interesses dos demais acionistas.
5. Considerações Finais
Apesar de ser uma empresa de quase 100 anos de existência, a Suzano Papel e Celulose ainda se depara com muitos problemas. No âmbito financeiro seu valor patrimonial por ação tem caído ao longo dos anos, a empresa acumula prejuízos nos últimos 3 anos, ainda que seu patrimônio líquido e ativos (dada sua verticalização) sejam muito consideráveis. Há muito o que ser aprimorado nas finanças da empresa, e o atual contexto econômico, tanto de mercado quanto nacional, apenas elevam o grau de dificuldade com o qual a Suzano irá se deparar nos próximos anos. 
Em relação aos clientes, a Suzano figura como a segunda maior produtora mundial de celulose. Ainda que seja significativo, a entrada da Klabin e Eldorado elevam a competição e ameaça a soberania da empresa no segmento de celulose. É essencial que ela seja capaz de manter seus grandes clientes e evite que novos clientes migrem para as concorrentes. Infelizmente, a empresa não forneceu acesso aos dados de cliente. 
Quanto a processos internos, contextualizada a empresa, os índices de retrabalho devem ser os mais baixos possíveis. A parte de bioengenharia representa uma parcela significativa da Suzano, onde figura como pioneira. Isso tende a ser uma vantagem competitiva dado o potencial produtivo muito superior de mudas transgênicas quando comparadas às naturais. Inovação em produtos e soluções é uma boa maneira de se diferenciar e conquistar clientes no mercado. 
No que tange aprendizado e conhecimento, a Suzano Papel e Celulose figura como uma das 150 melhores empresas para se trabalhar. A empresa mudou recentemente, segundo o contato na mesma, suas políticas de admissão, passando a valorizar e investir mais em funcionários da casa em detrimento de contratar para cargos de maior gerência funcionários de outras partes do mercado. O foco passou de contratação para desenvolvimento e promoção. A Suzano não forneceu acesso aos dados de pesquisas de clima, mas ao que parece a autonomia dentro da organização é um ponto forte valorizado pelos funcionários, enquanto a desorganização de processos é um ponto fraco. 
No geral, trata-se de uma empresa de proporções massivas, com muito potencial, mas que vem passando por mudanças significativas na área processual, que combinado à situação do mercado em que atua reflete em seu mau desempenho financeiro. Muitos erros processuais já corrigidos ainda se repetem, e embora a mudança no alto comando da empresa tenha trazido mudanças necessárias e significativas, ainda há muito a ser aprimorado e o futuro está cercado de muitas incertezas. 
6. Referências
Corrêa, H. L. (2011). Avaliação de Desempenho Organizacional: uma proposta de modelo para empresas do setor de móveis planejados.
KPMG. Formulário de Referência 2016 - Suzano Papel e Celulose S/A. Disponível em: <https://goo.gl/hR3OHr>. Acesso em: 30 out. 2016.
Prieto, V. C., Pereira, F. L. A., CARVALHO, M. D., & Laurindo, F. J. B. (2006). Fatores críticos na implementação do Balanced Scorecard. Gestão e Produção.
SUZANO PAPEL E CELULOSE. São Paulo. Disponível em: <goo.gl/lWA71t>. Acesso em: 30 out. 2016.
Teixeira, H. J., Teixeira, C. J., & Salomão, S. M. (2010). Fundamentos de administração: a busca do essencial.

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