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Boletim Academia Paulista de Psicologia
ISSN: 1415-711X
academia@appsico.org.br
Academia Paulista de Psicologia
Brasil
Pérez Ramos, Juan; Pérez Ramos M. Q., Aidyl
Novas perspectivas da Psicologia Positiva
Boletim Academia Paulista de Psicologia, vol. XXIV, núm. 1, janeiro-abril, 2004, pp. 57-60
Academia Paulista de Psicologia
São Paulo, Brasil
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=94624115
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Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal
Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
57
- FORGHIERI, Y. C. (1991) Fenomenologia do existir de uma Professora
Universitária. Tese de Livre Docência. Instituto de Psicologia da Universidade
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- FORGHIERI, Y. C. ( 1984) Fenomenologia e Psicologia . São Paulo: Cortez.
- FORGHIERI, Y. C. (1983) Influência de Grupos de Encontro na auto-aceitação
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- FORGHIERI, Y. C. (1972) Técnicas Psicoterapêuticas e Aconselhamento
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- GIORG, A. (org). (1985) Phenomenology and Psychological Research.
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- HUSSERL, E. (1986) Idéias relativas a una Fenomenologia pura y una Filosofia
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- TILLICH, P. (1972) A coragem de ser. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
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• Novas perspectivas da Psicologia Positiva
Juan Pérez-Ramos (Cad. 13)1
Aidyl M.Q. Pérez-Ramos (Cad. 30)1
Instituto de Psicologia – USP
Resumo: Analisam-se as contribuições da Psicologia Positiva, tendo em vista os seus
progressos atuais e os que se prevêem para o seu futuro desenvolvimento. Inicia-se o
estudo pelas vertentes centralizadoras dos aspectos negativos (transtornos, patologias,
1Professores Associados e Titulares, respectivamente, do Programa de Pós-Graduação em
Psicologia (Área de concentração: Psicologia Clínica). Endereço para correspondências: Rua
Pelágio Lobo, 107 – 05009-020 – São Paulo. Tel. (11) 3862-1087 / 3675-8889 – E-mail:
juanaidyl@terra.com.br
Boletim Academia Paulista de Psicologia - Ano XXIV, nº 1/04: 57-60
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deficiências) e dos positivos (qualidades, criatividade, otimismo, esperança) na concepção
do ser humano. Concebe-se para tanto, um modelo “balanceado” que se traduz em um
equilíbrio de ambas direções . Analisam-se os bloqueios que impedem visualizar tal
concepção abrangente, como são os preconceitos e o apego ainda existente no clássico
“modelo médico”. Por outro lado, propõem-se novas metas e ações para colocar em
prática aquela concepção, tanto no ponto de vista teórico quanto do prático, nas diferentes
áreas da Psicologia. Construtos por vezes esquecidos, ou mesmo rejeitados, voltam à
tona, como os de esperança, felicidade, otimismo, bem como a elaboração de modelos e
procedimentos de avaliação e de intervenção para implementar tal abordagem. Também,
focalizam-se várias vertentes nesse campo de estudo, de modo a facilitar conexões com
outras linhas teóricas conhecidas e de sua aplicação, como a cognitiva, a existencial, a
religiosa e, até a psicanálise. Além do mais preveêm-se novas vias de prosseguimento a
este enfoque abrangente e humanístico e também um aumento, já considerável, de seus
seguidores. Trata-se pois de um chamado à reflexão sobre a consideração integral do ser
humano, na teoria e na prática psicológicas, sendo esta a mensagem decorrente da
Psicologia Positiva.
Palavras–chave: Psicologia Positiva, Modelo “balanceado”, concepção do ser humano
Esta abordagem vem mudar a direção do “pêndulo” da ciência psicológica,
em suas diversas áreas, em vez de inclinar-se, como vem acontecendo, aos
problemas de natureza patológica, volta-se ao centro para buscar uma integração
“balanceada” entre o enfoque nas deficiências e anormalidades e no potencial
humano, traduzido este último por habilidades, criatividade, esperança, otimismo,
auto-estima positiva, felicidade. Deste ponto de vista decorre um apelo aos
profissionais da Psicologia, no sentido de adotar uma perspectiva abrangente e
aberta na apreciação do ser humano, não somente visto pelo prisma das
dificuldades e distúrbios, mas também em relação a seus valores, aspirações e
bem-estar. Identificam-se os dois pólos, negativo e positivo, para alcançar um
modelo de integração equilibrada entre eles.
A Psicologia Positiva, neste seu posicionamento, vem romper paradigmas
da tradição reducionista da ciência psicológica, tendente a apreciar a
personalidade apenas pelo enfoque negativo. Esta limitação, em muitos casos,
quando tomada em excesso, dá lugar a preconceitos que impedem ter clara
compreensão da realidade humana. De todo modo, é evidente que essa atitude
preconceituosa concebe o desenvolvimento humano normal conforme um quadro
de referência negativo, ignorando a assertiva de que as pessoas podem atingir o
bem-estar quando são consideradas, também por si próprias, dotadas de valores,
habilidade e de otimismo perante a vida. Essa visão estreita que ainda perdura
em muitos de nossos profissionais, conduz a uma avaliação e também a uma
intervenção, parcialmente limitadas, sejam estas nas suas diferentes
modalidades e enfoques teóricos, procedimentos e resultados diversos. Assim,
por exemplo, o psicólogo clínico, ao utilizar seus procedimentos habituais, tende
ainda ao “modelo médico”, auferindo uma dimensão praticamente patológica
nas suas abordagens. Direcionamentos como estes são também observados
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em especialistas de outros campos. Cita-se o psicólogo social, que tende a
centralizar seus esforços na compreensão e intervenção de aspectos culturais
negativos, como preconceitos, pobreza e outros problemas de natureza social,
em vez de estender sua visão a uma abrangência maior que incluía aspectos
que caracterizam o modelo balanceado proposto na Psicologia Positiva. Seguindo
ainda com outros exemplos, agora em outra direção, estão os pesquisadores
que tendem a priorizar seus trabalhos em construtos predominantemente
destinados à desvalorização humana como são os do stress, do medo e do
terror. Enfim, percebe-se que existe ainda a tendência generalizada de inclinar-
se negativamente à percepção do ser humano.
Por essas considerações pode-se afirmar que a Psicologia não se limita
apenas ao estudo, interpretação e superação das patologias, deficiências e
transtornos comportamentais, mas sim a uma fusão destes aspectos com os
que caracterizam as virtudes, o vigor e as potencialidades. Portanto, a intervenção
psicológica não deve limitar-se a “concertar” o que “está errado” no indivíduo,mas também de estimular e motivar o que é suscetível de ser enriquecido. Deve-
se ter sempre, em mente que a Psicologia não constitui uma área da medicina,
focalizada na doença, e inclusive em sua prevenção. Seu campo é muito mais
abrangente, o que especifica a Psicologia Positiva. Os esforços destinados a
assegurar cientificamente o modelo “balanceado” mostram que existem
evidências de que as virtudes, o otimismo, o desejo de viver, servem como
atenuantes dos transtornos comportamentais e prolongam a vida. Além disso,
as pesquisas a respeito mostram também que no referente à prevenção, quando
dirigida apenas a eliminar as causas e/ou diminuir os efeitos das deficiências e
dos transtornos, têm evidenciados resultados limitados.
Esta perspectiva abrangente e integradora que configura o modelo em
referência, indica novas metas e ações na elaboração de pesquisas nos
diferentes campos da Psicologia. Assim, os psicólogos sociais poderão dirigir
prioritariamente seus esforços, não somente para descobrir e corrigir as
deficiências existentes no meio comunitário mas, também, direcionar seu
empenho na busca e aproveitamento dos valores e potencialidades que permitam
desenvolver climas psicológicos motivadores de um crescimento positivo nas
famílias, escolas, empresas e na comunidade em geral.
Em decorrência, novos enfoque teóricos permitem enriquecer o vasto
campo da Psicologia, com a inclusão desses promissores horizontes, não
somente concebendo o ser humano, como carente de valores, mas também
com significativas qualidades e capaz de utiliza-las, gradualmente, nas decisões
pessoais e com possibilidades de prosseguir, por si mesmos, fazendo uso de
suas próprias habilidades e potenciais. Esse enfoque realístico permitirá reorientar
a Psicologia conforme novas perspectivas, por vezes esquecidas, como são as
de motivar o auto-fortalecimento, estimulando as pessoas para serem mais
produtivas, a fim de alcançar um real sucesso nas suas realizações.
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É importante considerar que a Psicologia Positiva não é tão recente como
se pensa. Pode-se afirmar que foi a partir das décadas de 60 e 70 que essa
visão ganhou verdadeiro impulso com as contribuições de Psicologia Humanista,
também chamada de Terceira Força, cujos principais protagonistas foram
Abrahan Maslow e Carl Rogers, ao preconizarem a auto-satisfação e os estados
mentais de excelência. Ao que parece esses precursores, não estenderam em
nenhum momento, seus esforços a aspectos negativos do comportamento que
são considerados geralmente como mais urgentes, mas apenas à valorização
das qualidades humanas. No entanto, o mérito da Psicologia Positiva é a de
possibilitar modelos realísticos que permitam balancear e integrar esses dois
pólos: o negativo e o positivo na personalidade.
O desenvolvimento da Psicologia Positiva prossegue, incluindo novos
delineamentos e construtos sobre importantes conceitos, como os de otimismo,
esperança, auto-eficácia e felicidade, assim como instrumentos para sua
avaliação, possibilitando também aos pesquisadores, que já constituem um
grande grupo representativo, para prosseguir com novos avanços. Combinam-
se aqueles instrumentos já plenamente provados para avaliar as patologias com
os de novos recursos para conhecer e interpretar as qualidades humanas e,
possivelmente, chegar ao modelo integrado de avaliação “balanceado” concebido
nesta área do conhecimento. O seu conteúdo, particularmente, quanto ao modelo
e aos procedimentos de avaliação, são analisados sob diferentes pontos de
vista, o cognitivo, o emocional, o interpessoal, o religioso, entre outros, dando
assim oportunidade de poder estabelecer uma ponte a outras abordagens bem
estruturadas e conhecidas, como as da Psicologia Cognitiva, Psicologia
Existencial, Psicologia Religiosa e outras.
São previstos novos achados para continuar avançando neste importante
campo que está surgindo com conteúdo e métodos próprios, através de novas
hipóteses, construtos, paradigmas, assim como instrumentos de avaliação e
procedimentos de intervenção, em benefício da saúde psicológica, da valorização
humana e do crescimento pessoal.
Tais reflexões sobre a Psicologia Positiva são derivadas da análise de um
denso tratado sobre o tema (598 páginas): Positive Psychological Assessment.
A Handbook of Models and Measures, organizado por Lopez, S.J. e Snyder, D.R.;
e publicado, em 2003, pela American Psychological Association. Uma plêiade de
autores americanos e europeus, em número de 60, professores de importantes
universidades, unidos em grupos de estudo, apresentam 29 artigos centralizados
no tema referido.
Reflexão como a apresentada constitui um chamado à leitura e análise da
obra citada, não somente pela mensagem humanista e abrangente que a
caracteriza, mas também pelos novos posicionamentos e idéias, devido à
dimensão multifacetada pela qual seus autores concebem a Psicologia Positiva.
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