Buscar

Sistema Endócrino, Reprodução e Desenvolvimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 97 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 97 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 97 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
1 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO: SISTEMA ENDÓCRINO, REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO (SERD) 
 
 
Arlindo Ugulino Netto 
Lívia Tafnes Almeida de Araújo 
 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
2 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
 No Módulo SERD, discutiremos sobre os importantes Sistemas Endócrino e Reprodutor, além do 
desenvolvimento embrionário do ser humano. Fica evidente, assim, a importância do estudo aprofundado deste Módulo, 
sobretudo no que diz respeito às síndromes clínicas e doenças relacionadas aos mais variados temas que aqui serão 
vistos. 
 Na prática médica, é comum que a maioria dos recém-formados esqueçam os detalhes da organogênese 
humana – a maioria deles por não ter atentado para a importância do assunto. Contudo, várias doenças – bem como seu 
tratamento – tem como base fisiopatológica alguem erro durante o desenvolvimento. 
 A mesma importância deve ser dada ao estudo do Sistema Endócrino e Reprodutor: você não tem idéia de 
quantas vezes irá se deparar com um paciente portador de algum distúrbio relacionado a esses sistemas... Diabetes, 
Hipotireoidismo, Dislipidemias, Síndrome dos Ovários Policísticos, Infertilidade, Endometriose, etc. Todos estes assuntos 
também são bastante cobrados nas provas de residência que você fará daqui a alguns anos. 
 Portanto, faça bom proveito deste material e... 
 
BONS ESTUDOS!!! 
 
Arlindo Ugulino Netto; Lívia Tafnes Almeida de Araújo. 
MÓDULO: SISTEMA ENDÓCRINO, REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
3 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
BIOQUÍMICA: PROSTAGLANDINAS 
 
CONCEITOS GERAIS 
 Prostaglandinas: São substâncias pertencentes à família dos eicosanoides. 
 
 Eicosanoides: Constituem um grande grupo de mediadores derivados do ácido graxo poli- insaturado, o ácido 
aracdônico (AA), que após ser sintetizado, é incorporado aos fosfolípides da membrana citoplasmática. 
 
 Mediadores: São substâncias que ao contrário dos hormônios não são exclusivamente sintetizadas por células 
glandulares, mas sim por um grande número de tipos celulares. 
 
Os eicosanoides agem como “hormônios locais” através de ligações com receptores de membrana, na 
vizinhança do seu local de síntese, sendo rapidamente degradados (segundos ou minutos). 
 Efeito autócrino: agem na mesma célula que os sintetizou 
 Efeito parácrino: agem nas células vizinhas 
 
 Os principais representantes dos Eicosanoides são: 
 Prostaglandinas (PGs) 
 Prostaciclinas (PGI2) 
 Tromboxanes (TXs) 
 Leucotrienos (LTs) 
 
 Seus efeitos biológicos são inúmeros, atuando: 
 Como 2º mensageiro de hormônios hidrofílicos (tirotrofina, corticotrofina) 
 No controle da contração do m. liso (vasos, brônquios, útero) 
 Na inflamação 
 Na produção da mucosa gástrica (estimula liberação de muco) 
 No metabolismo ósseo, SNA, sistema imune, movimento e agregação celulares (leucócitos e plaquetas), sendo 
também sinalizadores eficazes da dor. 
 
 
 
FORMAÇÃO DAS PROSTAGLANDINAS 
A membrana plasmática é formada por fosfolipídios, os quais apresentam em sua estrutura: Glicerol, 2 ácidos 
graxos, fosfato e qualquer composto que irá diferencia-lo. 
Arlindo Ugulino Netto; Lívia Tafnes Almeida de Araújo. 
MÓDULO: SISTEMA ENDÓCRINO, REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
4 
 
www.medresumos.com.br 
A enzima fosfolipase A2 vai retirar o ácido graxo do carbono 2, sendo o Ácido Araquidônico (AA) na maioria das 
vezes, que é composto por 20 carbonos e instauração no 5,8,11,14. O Ácido Araquidônico entrará em contato 
com a enzima cicloxigenase, tornando-se uma prostaglandina primaria PGH2. Nós possuímos dois tipos de ciclo-
oxigenase: COX1 e COX2. 
A COX1 possui 699 aa, é uma enzima fisiológica está presente no organismo e sua maior expressão se 
apresenta no estômago, rins, endotélio e plaquetas. A COX possui 604 aa, sendo expressada em processos 
inflamatórios. 
 
OBS: COX-1 e COX-2 são codificadas por genes distintos, localizados em diferentes cromossomos (9 e 1, 
respectivamente). Os genes também são sujeitos a sinais reguladores bem diferentes. 
OBS: O Ácido Araquidônico é transformado em PGH2 (prostaglandina primária). 
OBS: A PGH2 pode ser transformada, dependendo do local, em PGI2 (prostaciclina), PGD2, PGF2, PGE2 e TXA2. 
 PGD2: Possui função principal de dilatação. 
 PGF2: Possui função de contração do musculo liso, principalmente do útero após a liberação do óvulo que não 
foi fecundado, no processo de descamação do endométrio. 
 
OBS: Em caso de gravidez, a PGF2 provoca aborto. 
 PGI2 (prostaciclina): É produzida no endotélio dos vasos e provoca a vasodilatação e desagregação de 
plaquetas. 
 PGE2: está envolvida no processo de dor (aumenta a sensibilidade da célula), febre (age no hipotálamo para 
aumentar o limiar de temperatura do corpo), produção de mucina (proteção da parede do estomago contra o 
suco gástrico), contração de musculo liso, diminui a secreção gástrica e vasodilatação. 
OBS¹: Num processo inflamatório, a PGE2 age junto com a histamina, bradicinina 
 TXA2 (Tromboxano): Produzido pelas plaquetas, tem a função de vaso dilatação. 
 
EFEITO CASCATA 
As plaquetas pegam o PGH2 e produzem TXA2; o endotélio pega o PGH2 e produz PGI2; os mastócitos pegam 
o PGH2 e produzem PGD2; se houver inflamação há a produção de PGE2 por meio de PGH2. 
 
USO DOS AINES (ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES) 
Usado para combate de inflamação, problemas cardíacos, angina, infarto, entre outros. O principal exemplo é o 
ácido acetilsalicílico (AAS, aspirina). O AAS inibe a ciclo-oxigenase e consequente produção de prostaglandinas. As 
indústrias farmacológicas estão tentando trabalhar para inibir apenas a COX2, porém ainda não conseguiram. Dessa 
forma, inibem tanto a COX1 quanto a COX2. 
 
OBS: A ciclo-oxigenase é uma enzima proteica, portanto composta por diversos aminoácidos. Na posição 530 da COX1 
existe uma serina (na COX2 localiza-se na 516), sendo esse o ciclo ativo da ciclo-oxigenase, quando se ingere o AAS, 
há uma reação de acetilação, onde o acetil do AAS se liga à serina provocando uma inativação irreversível da enzima, 
deixando de transformar o ácido araquidônico em PGH2. 
OBS: Quando o paciente sofre um infarto e passa a tomar aspirina diariamente, diminui a produção de tromboxano, 
tornando o sangue mais fino e maior vasodilatação. O problema de doses excessivas de AAS é devido a inibição do 
tromboxano, possibilitando hemorragia pela diminuição da agregação das plaquetas. Por isso, algumas pessoas que irão 
se submeter a cirurgia devem ter cuidado, pois há a inibição do txa2 inibindo a produção de plaquetas e possibilitando o 
risco de hemorragias. 
OBS: Provoca gastrite, pois também inibe a produção da mucina pela PGE2. 
OBS: Causa vasoconstrição dos rins pelo excesso de vasodilatação no organismo causando extravasamento sanguíneo 
e consecutivo aumento da utilização renal, fazendo os rins trabalharem forçados na capacidade máxima. 
 
Existem medicamentos à base de PGI2, esse medicamento para o paciente que já está fazendo Hemodiálise vai 
facilitar o fluxo sanguíneo durante a hemodiálise, afina o sangue. Há uma vasodilatação e facilita o fluxo sanguíneo. Tem 
colírio também a base de PGF2, para tratar de glaucoma (aumento da pressão intraocular). 
 
LEUCOTRIENOS 
O termo leucotrieno (LT) foi proposto porque a sua síntese ocorre nos leucócitos e sua estrutura química 
apresenta três ligações alternadas (trieno) de um total de quatro ligações duplas (daí o número 4, por exemplo, LTD4). 
Diferentes do LTB4, os leucotrienos C4, D4 e E4 contêm o aminoácido cisteína em sua molécula e, por isto, eles são 
chamados de cisteinil-leucotrienos. 
Os leucotrienos estão envolvidos em processos e respostas inflamatórias, em função da ação de alguma 
bactériaou antígeno, consequentemente gera aumento da produção de leucotrienos que vai ocasionar diversos 
problemas para o organismo. Um exemplo é a asma, que ocorre devido a uma sensibilidade de poeira, com isso, 
aumenta a produção dos leucotrienos, os quais promovem broncoconstrição e a dificuldade de respirar. Aumenta a 
produção de muco, aumenta principalmente a resposta inflamatória, choque anafilático. É chamado de leucotrieno, no 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
5 
 
www.medresumos.com.br 
geral, essa substância faz broncoconstrição, aumenta a produção de muco, a permeabilidade celular e choque 
anafilático são as ações desse 
 
FORMAÇÃO DOS LEUCOTRIENOS: 
O ácido araquidônico também pode sofrer a ação de uma enzima chamada CICLO-OXIGENASE para produzir 
esses prostranoides ou eicosanoides. Quando ela sofra ação da enzima LIPOOXIGENASE o araquidônico é 
transformado em 5-HPETE (5 - Hidroperoxiicosatetraenoico) tem 4 duplas ligações e vão produzir aqui as substâncias 
chamadas Leucotrienos. Leucotrienos mostra que são três ligações duplas conjuntas e uma dupla ligação afastada. 
 Uma enzima DESIDRATASE transforma esse 5-HPETE em LDA4 que é um tipo de leucotrieno. Uma 
HIDRATASE, com entrada de água, transforma LDA4 em LTB4. Essa LTB4 é um potente vaso broncoconstritor. 
 LTA4 sob ação de uma enzima chamada GLUTATIONA S-TRANSFERASE, essa enzima encaixa na molécula 
de LTA4 um tripeptídeo chamado glicoglutationa, formado por Ácido glutâmico - Cisteína - Glicina, e vai 
incorporar na molécula do LTA4 transformando em LTC4. 
 Então esse tripepitídeo aqui chamado de Glutationa vai entrar na estrutura do carbono 6, vai se ligar no enxofre 
da cisteína. Então quando entra esse tripeptídeo entra na molécula de LTA4, ele se transforma em LTC4. 
 Uma enzima chamada DIPEPTIDASE vai retirar o ácido glutâmico, transformando LTC4 em LTD4. A diferença 
da LTC4 para LTD4 é a estrutura que mudou após a retirada do ácido glutâmico pela dipeptidase. 
 Na LTC4 tem três aminoácidos e na LTD4 só tem dois aminoácidos: Cisteína e Glicina. Outra dipeptidase retira 
do LTD4 a Glicina transformando em LTE4. São substâncias que provocam broncoconstrição, produção de 
muco, aumenta a permeabilidade do capilar e está envolvida em resposta a processos inflamatórios e ação de 
bactérias também 
 
 
 
AÇÃO DO W3 SOBRE AS PROSTAGLANDINAS 
Os eicosanoides modulam a resposta inflamatória de forma desigual. Aqueles provenientes do metabolismo de 
AGPI tipo ômega-6 são potentes mediadores inflamatórios e os de AGPI ômega-3 resultam em resposta inflamatória 
atenuada. Essas observações apontam para uma capacidade de AG ômega-3 de inibir a resposta inflamatória aguda, 
induzida ou agravada por eicosanoides derivados do metabolismo de AG ômega-6. Eles são sintetizados a partir dos AG 
ômega-6 ou dos AG ômega-3. Esses AG competem entre si pelas mesmas vias enzimáticas de síntese, a ciclo-
oxigenase e a lipo-oxigenase. Estas enzimas produzem, respectivamente, prostanoides (tromboxanos, prostaglandinas) 
e leucotrienos e lipoxinas, como veremos, chamados de séries par e ímpar. Os eicosanoides da classe ímpar, 
produzidos pelos AGPI ômega-3 têm menor poder inflamatório que os da classe par produzido pelos AGPI ômega-6. 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
6 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
EMBRIOLOGIA: GAMETOGÊNESE, FECUNDAÇÃO E PRIMEIRAS SEMANAS DE GESTAÇÃO 
 
Gametogênese é o processo de formação e desenvolvimento das células germinativas especializadas, os 
gametas, que ocorre em organismos dotados de reprodução sexuada. Nos animais, a gametogênese acontece nas 
gônadas, órgãos que também produzem os hormônios sexuais, que determinam as características que diferenciam os 
machos das fêmeas. Esse processo de maturação é chamado de Espermatogênese no sexo masculino e 
Ovogênese no sexo feminino. 
 O evento fundamental da gametogênese é a meiose, que reduz à metade a quantidade de cromossomos das 
células, originando células haploides, preparando as células sexuais para a fecundação, com a fusão de dois 
gametas haploides reconstitui o número diploide característico de cada espécie. 
 As células que dão origem aos gametas, chamadas células germinativas primordiais (CGPs), são encontradas 
até a quarta semana na parede do saco vitelínico e a partir de então iniciam a migração, por movimento 
ameboide, e fixam-se na parede dorsal do corpo, local em que irão formar as gônadas. 
 
 
 ESPERMATOGÊNESE 
É a sequência de eventos, através dos quais a célula precursora masculina, a espermatogônia torna-se um 
espermatozoide, o gameta masculino. As espermatogônias permanecem quiescentes nos túbulos seminíferos dos 
testículos desde o período fetal, e na puberdade aumentam de número e sofrem maturação que continua até a velhice. 
Nesse momento, sofrem várias divisões mitóticas, crescem e se desenvolvem, formando os espermatócitos primários. 
Cada um desses sofre a primeira divisão meiótica (divisão reducional) para formar dois espermatócitos secundários 
haploides. Em seguida sofrem a segunda divisão meiótica para formar quatro espermátides haploides. Gradualmente 
as espermátides vão sendo transformadas em espermatozoides por um processo chamado espermiogênese. 
 
 
O espermatozoide maduro é uma célula móvel, formada por cabeça, colo e cauda. A cabeça é a maior parte e 
contém o núcleo haploide e o acrossoma, organela em forma de capuz que contém várias enzimas importantes para a 
fertilização, pois facilita sua penetração ovular. O colo é a região que une essas duas estruturas. A cauda é constituída 
por três segmentos: a peça intermediária, peça principal e peça terminal. Essa estrutura, formada a partir dos centríolos, 
Arlindo Ugulino Netto; Lívia Tafnes Almeida de Araújo. 
MÓDULO: SISTEMA ENDÓCRINO, REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
7 
 
www.medresumos.com.br 
favorece a motilidade durante a fecundação. A peça intermediária contém mitocôndrias que fornecem ATP para a 
atividade desse flagelo. 
As células de Sertoli que revestem os túbulos seminíferos dão suporte e nutrição para células germinativas. Os 
espermatozoides são transportados passivamente dos túbulos seminíferos para o epidídimo, onde são armazenados e 
tornam-se maduros. Ele é continuo com o ducto deferente que transporta os espermatozoides para a uretra. 
OBS: A espermatogênese dura por volta de 64 dias nos túbulos seminíferos e 12 dias no epidídimo, etapa fundamental 
do ciclo senão os espermatozoides morreriam dentro de 24 – 36 horas. Eles adquirem sua motilidade somente mediante 
a adição de secreções das glândulas sexuais acessórias- próstata e vesículas seminais- no ejaculado. 
 
OVOGÊNESE 
É o processo de formação dos ovócitos maduros. Este processo de maturação inicia-se antes do nascimento e é 
completado depois da puberdade, continuando até a menopausa. 
 Maturação pré-natal dos ovócitos: Durante a vida fetal inicial, as ovogônias se proliferam por divisões 
mitóticas para formar os ovócitos primários antes do nascimento. O ovócito primário circundado por uma 
camada de células epiteliais foliculares constitui um folículo primordial. Os ovócitos iniciam sua primeira 
divisão meiótica antes do nascimento, mas param na prófase I (na fase do diplóteno) até a adolescência. 
 Maturação pós-natal dos ovócitos: Após o nascimento, não se forma mais nenhum ovócito primário, ao 
contrário do que ocorre no homem, e existem cerca de 2 milhões de ovócito primários. Estes permanecem 
em repouso até a puberdade, motivo responsável pela alta frequência de erros meióticos que ocorrem com o 
aumento da idade materna. Na adolescência restam cerca de 40 mil e destes cerca de 400 tornam-se 
ovócitos secundários e são liberados na ovulação. 
 A partir da puberdade um folículo amadurece a cada mês, completa a primeira divisão meióticae pára na 
metáfase da segunda divisão. Forma-se o ovócito secundário que recebe quase todo o citoplasma e 
o primeiro corpo polar (célula pequena, não funcional, que logo degenera) recebe muito pouco. 
 Antes da ovulação, o núcleo do ovócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, mas progride até a 
metáfase, quando a divisão é interrompida. Se um espermatozoide penetra nesse ovócito, a segunda divisão 
é completada e novamente maior parte do citoplasma é mantida em uma célula, o ovócito fecundado. A 
outra célula, o segundo corpo polar, é uma célula também pequena, não funcional, que logo degenera. 
 
 
FOLÍCULO OVARIANO 
O ovócito fica contido numa vesícula denominada folículo ovariano. A formação do folículo se inicia com cerca de 
18 semanas, perto da metade da vida pré-natal. Inicialmente, o ovócito primário está envolvido por uma única camada 
de células epiteliais achatadas - folículo primordial - depois por uma camada de células cuboides ou colunares -
 folículo primário - a seguir por um epitélio estratificado - folículo secundário - e, finalmente, por células que delimitam 
uma cavidade cheia de líquido, o antro- folículo terciário ou vesicular. 
Alguns dias após a menstruação, um novo folículo será escolhido (folículo dominante), o ovócito atinge a 
segunda divisão meiótica, aumenta rapidamente de tamanho mediante a produção de fluido intercelular, e atinge o 
estágio de folículo secundário e, posteriormente, de folículo terciário (folículo de DeGraaf). A maioria dos folículos 
secundários e terciários regride formando folículos atrésicos. 
O ovócito adquire uma cobertura chamada zona pelúcida, que é secretada tanto pelo ovócito, como pelas células 
foliculares. Envoltório transparente, acelular, glicoprotéica que age como barreira para os espermatozoides. Depois da 
fertilização, ela bloqueia a poliespermia e protege o embrião. Durante a formação do antro, as células foliculares se 
comprimem periféricamente e formam o estrato granuloso, em torno do qual o estroma ovariano se condensa formando 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
8 
 
www.medresumos.com.br 
uma camada glandular, a teca interna. O desenvolvimento folicular completo e a ovulação dependem do estímulo do 
ovário pelo hormônio FSH e LH, provenientes da hipófise. 
 
CICLO OVARIANO E UTERINO 
O eixo hipotálamo-hipófise-gonadal é responsável pela produção de hormônios gonadotróficos (FSH e LH) que 
dão início as mudanças cíclicas no ovário na puberdade. Estes hormônios por sua vez levam o ovário a secretar 
estrógeno e progesterona, responsável pelo ciclo uterino. O ciclo uterino e ovariano prepara o sistema reprodutor para 
a gravidez. 
 Ciclo ovariano: compreende a fase 
folicular e luteínica. 
o Fase folicular: Dura 12-16 dias. 
Iniciada pelo FSH, acompanhada pelo 
aumento de estrógeno, que tem um 
aumento rápido e desencadeia um 
aumento pré-ovulatório de LH, que 
induz a ovulação. 
o Fase luteínica: Dura 10-16 dias. 
Caracterizada por uma mudança na 
dominância de estrógenos para 
progesterona pela formação de um 
corpo lúteo. 
 
 Ciclo uterino: compreende a fase 
menstrual, proliferativa e secretora. 
o Menstruação: Abrange 4-5 dias 
durante os quais a membrana mucosa 
do endométrio descama e ocorre o 
sangramento. Os sinais ovarianos de 
queda do estrógeno e progesterona 
são essenciais. 
o Fase proliferativa: Após a 
menstruação, há um aumento do 
estímulo estrogênico, regenerando o 
endométrio, a partir das glândulas 
uterinas da camada basal. 
o Fase secretora: Depois da ovulação, 
o corpo lúteo secreta progesterona e 
estrógeno. O estroma uterino torna-se 
edemaciado e as células do estroma 
de hipertrofiam (reação da decídua) 
preparando-se para uma possível 
gravidez. 
 
Correlações clínicas 
 Modificações do Genoma: A não-disjunção ocorre quando os cromossomos pareados ou 
cromátides-irmãs não se separam na anáfase da meiose I, ou na meiose II. 
 Síndrome de Down: Não-disjunção do cromossomo 21 (47, trissomia do 21).Anomalia cromossômica 
causada por um erro durante a meiose. Ocorre quando um gameta com duas cópias do cromossomo 21 se 
une com um gameta normal, resultando em um embrião com trissomia do 21, que pode sobreviver, ao 
contrário da monossomia do 21. Crianças com trissomia do 21 (Síndrome de Down) possuem características 
faciais reconhecíveis com baixa implantação das orelhas, baixa estatura, retardo mental, defeitos cardíacos 
congênitos, perda de audição, obstrução duodenal e defeitos no sistema imune. Estudos da década de 1990 
que utilizavam uma técnica molecular sensível (Southern Blot) forneceu evidências de que cerca de 90 a 
95% dos casos de Síndrome de Down acontecem pela não-disjunção na linhagem germinativa materna. 
 
OBS: Algumas vezes, uma cópia do cromossomo 21 se prende a outro cromossomo, como o cromossomo 14, evento 
chamado translocação que afeta 2 a 5%de todos os indivíduos com Sindrome de Down. A incidência de tal síndrome 
aumenta significativamente com a idade materna, após os 40 anos.et al. (2008). 
 
 Síndrome de Turner: Não-disjunção dos cromossomos sexuais em mulheres (X0). 
 Síndrome de Klinefelter: Não-disjunção dos cromossomos sexuais em homens (XYY) 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
9 
 
www.medresumos.com.br 
 
PRIMEIRA SEMANA 
1) Fecundação 
União de um espermatozoide com um ovócito secundário, que ocorre normalmente na ampola da tuba uterina 
formando o zigoto. 
 Fases da fecundação: 
 Passagem do espermatozoide através da corona radiata do ovócito (reação acrossômica): Auxiliado pela 
ação da enzima hialuronidase, liberada do 
acrossoma do espermatozoide, e também, 
pelo movimento da cauda do 
espermatozoide. 
 Penetração na zona pelúcida: Formação de 
um caminho na zona pelúcida através da 
ação de enzimas. Logo que o 
espermatozoide penetra a zona pelúcida 
desencadeia o fim da segunda meiose e 
uma reação zonal, mudanças das 
propriedades físicas da zona pelúcida que a 
torna impermeável a outros 
espermatozoides. 
 Fusão das membranas plasmáticas do 
ovócito e do espermatozoide: A cabeça e a 
cauda do espermatozoide entram no 
citoplasma do ovócito na área de fusão. 
 Término da segunda divisão meiótica do 
ovócito: Formação do ovócito maduro 
(pronúcleo feminino) e o segundo corpo 
polar. 
 Formação do pronúcleo masculino: Dentro 
do citoplasma do ovócito, o núcleo do 
espermatozoide aumenta para formar o 
pronúcleo masculino, enquanto que a cauda 
do espermatozoide se degenera. Durante o crescimento, os pronúcleos replicam seu DNA. 
 Lise da membrana do pronúcleo: Ocorre a agregação dos cromossomos (23 cromossomos de cada núcleo 
resulta em um zigoto) para a divisão celular mitótica e primeira clivagem do zigoto (figura 2). 
 
 Embriões Anormais E Abortamentos Espontâneos: A implantação inicial do blastocísto é um período 
crítico de desenvolvimento que pode falhar devido a produção inadequada de progesterona e estrogênio pelo 
corpo lúteo 
 
 Abortamento espontâneo precoce: 
 Anormalidades cromossômicas 
 Seleção natural de embriões 
 
 
2) Clivagem do Zigoto 
Consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um rápido aumento no número de células. 
Estas células embrionárias –os blastômeros- tornam-se menores a cada divisão. Quando já existem de 12 a 32 
blastômeros o concepto é chamado de mórula. 
 
3) Formação e Implantação do Blastocisto 
A mórula alcança o útero cerca de quatro dias após a fecundação e o fluido da cavidade uterina passa através da 
zona pelúcida para formar a cavidade blastocística. À medida que o fluido aumenta na cavidade, os blastômeros são 
separados em duas partes: 
À medida que o fluido aumenta na cavidade, os blastômeros são separados em duas partes: 
 Trofoblasto: Camada celular externa que formará a parte embrionária da placenta. 
 Embrioblasto: Grupo de blastômeros localizados centralmente que dará origem ao embrião. 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016● SERD 
 
10 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
OBS: Durante esse estágio o concepto é chamado de blastocisto. Cerca de 6 dias após a fecundação, o blastocisto 
adere ao epitélio endometrial por ação de enzimas proteolíticas (metaloproteinases) e a implantação sempre ocorre do 
lado onde o embrioblasto está localizado. 
Logo, o trofoblasto começa a se diferenciar em duas camadas: 
 Citotrofoblasto: Camada interna de células. 
 Sincicitrofoblasto: Camada externa de células. 
OBS: No final da primeira semana o blastocisto está superficialmente implantado na camada endometrial na parte 
póstero-superior do útero. O sinciciotrofoblasto é altamente invasivo e se adere a partir do polo embrionário, liberando 
enzimas que possibilita a implantação do blastocisto no endométrio do útero. Esse é responsável pela produção do 
hormônio hCG que mantém a atividade hormonal no corpo lúteo durante a gravidez e forma a base para os testes de 
gravidez. 
 
Correlações clínicas: 
 Defeitos no desenvolvimento: A tuba uterina colabora para o transporte do ovócito. Se a tuba estiver 
impérvia, devido a algum processo inflamatório pregresso, pode ocorrer implantação do zigoto na mucosa da 
tuba, estrutura inapropriada e que causa risco de hemorragia materna - Gravidez tubária. O ovócito pode 
também cair na cavidade abdominal e se implantar na escavação reto-uterina (Saco de Douglas), que culmina 
com morte do embrião -Gravidez abdominal. 
 Defeitos de implantação do blastocisto no útero: Após o desenvolvimento normal o blastocisto pode sofrer 
implantações atípicas, como próximo a cérvix uterina - placenta prévia - que pode resultar em complicações no 
decorrer da gestação. 
 
SEGUNDA SEMANA 
Caracteriza-se por: 
 Término da implantação do blastocisto (10° dia) 
 Formação do disco embrionário bilaminar - epiblasto e hipoblasto; 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
11 
 
www.medresumos.com.br 
 Formação de estruturas extra-embrionárias: a cavidade amniótica, o âmnio, o saco vitelino, o pedúnculo de 
conexão e o saco coriônico. 
 
1. Formação da cavidade amniótica, do disco embrionário e do saco vitelino 
Com a progressão da implantação do blastocisto, ocorrem mudanças no embrioblasto que resultam na formação 
de uma placa bilaminar – o disco embrionário- formado por duas camadas: 
 Epiblasto: Camada celular espessa e colunar, que desenvolve rapidamente à cavidade amniótica. 
 Hipoblasto: Camada celular delgada e cuboide, que forma o saco vitelino. 
 
OBS: Concomitante a esses processos, aparece um pequeno espaço no embrioblasto, a cavidade amniótica. O 
epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica e o hipoblasto o teto da cavidade exocelômica. Células do hipoblasto 
migram para formar a membrana exocelômica que reveste a superfície interna do citotrofoblasto. Logo se modifica para 
formar o saco vitelino primitivo. As células do endoderma do saco vitelino formam o mesoderma extra-embrionário, 
que circunda o âmnio e o saco vitelino. Assim, há formação do âmnio, disco bilaminar e saco vitelino. 
OBS: Com o desenvolvimento, surgem espaços celômicos isolados no interior do mesoderma extra-embrionário. 
Posteriormente, fundem-se para formar o celoma extra-embrionário, que envolve o âmnio e o saco vitelino. 
 
2. Desenvolvimento do saco coriônico 
O celoma extra-embrionário divide o mesoderma extra-embrionário em duas camadas: 
 Mesoderma somático extra-embrionário, que reveste o trofoblasto e o âmnio. 
 Mesoderma esplâncnico extra-embrionário, que envolve o saco vitelino. 
 
OBS: Córion: Formado pelo mesoderma somático extra-embrionário e as duas camadas de trofoblasto. 
 
TERCEIRA SEMANA 
Caracteriza-se por: 
 Aparecimento da linha primitiva; 
 Formação da notocorda; 
 Formação do disco trilaminar 
 
1) GASTRULAÇÃO: FORMAÇÃO DAS CAMADAS GERMINATIVAS 
Processo pelo qual o disco embrionário bilaminar é convertido 
em disco embrionário trilaminar (inicio da morfogênese). Durante a 
gastrulação, ocorrem alguns eventos importantes como a formação 
da linha primitiva, camadas germinativas, placa precordal e 
notocordal. Cada uma das três camadas germinativas dará origem 
a tecidos e órgãos específicos: 
 Ectoderma: Origina a epiderme, sistema nervoso central e 
periférico e a várias outras estruturas; 
 Mesoderma: Origina as camadas musculares lisas, tecidos 
conjuntivos, e é fonte de células do sangue e da medula 
óssea, esqueleto, músculos estriados e dos órgãos 
reprodutores e excretor; 
 Endoderma: Origina os revestimentos epiteliais das 
passagens respiratórias e trato gastrointestinal, incluindo 
glândulas associadas. 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
12 
 
www.medresumos.com.br 
Correlação Clínica: 
 Teratoma Sacrococcígeo 
 O tumor contém elementos das três camadas germinativas em estágios incompletos de diferenciação 
 Incidência de 1 em 35.000 nascidos vivos 
 Diagnosticados por ultra-sonografia e a maioria benignos 
 Retirados cirurgicamente com bom prognóstico 
 
 
 
Formação da Linha Primitiva 
No início da terceira semana a linha primitiva surge na extremidade caudal do embrião como resultado da 
proliferação e migração de células do epiblasto para o plano mediando do disco embrionário, constituindo o primeiro 
sinal da gastrulação. Na sua extremidade cefálica surge o nó primitivo, com uma pequena depressão no centro chamado 
fosseta primitiva e ao longo da linha forma-se o sulco primitivo. O aparecimento da linha primitiva torna possível 
identificar o eixo embrionário. 
Após esse processo, ocorre a invaginação de células do epiblasto que dão origem as três camadas germinativas 
do embrião: o mesênquima ou mesoblasto, que origina os tecidos de sustentação e conjuntivos do corpo, um pouco 
forma o mesoderma intra-embrionário e outras deslocam o hipoblasto e formam endoderma intra-embrionáiro. As demais 
células que permanecem no epiblasto formam o ectoderma intra-embrionario. A linha primitiva regride e desaparece na 
quarta semana do desenvolvimento. 
 
OBS: Restos de linha primitiva persistentes resultam em: Teratoma Sacrococcígeo 
 
 
 
http://bruno89.files.wordpress.com/2008/10/teratoma-sacrococcigeo.jpg
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
13 
 
www.medresumos.com.br 
OBS: É importante perceber que o epiblasto forma as três camadas germinativas 
 
 
Formação do processo notocordal 
Células mesenquimais migram cefalicamente do nó e da fosseta primitiva formando um cordão celular mediano o 
processo notocordal. Esse processo adquire uma luz - canal notocordal - e cresce até alcançar a placa precordal, área 
de células endodérmicas firmemente aderidas a ectoderma. Estas camadas fundidas formam a membrana bucofaríngea 
(boca). Caudalmente a linha primitiva há uma área circular também com disco bilaminar, a membrana cloacal (ânus). 
A notocorda surge pela transformação do bastão celular do processo notocordal. O assoalho do processo 
notocordal funde-se com o endoderma e degeneram. Ocorre então a proliferação de células notocordais a partir da 
extremidade cefálica, a placa notocordal se dobra e forma a notocorda. 
 A notocorda: 
 Define o eixo do embrião; 
 Base para formação do esqueleto axial; 
 Futuro local dos corpos vertebrais. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
14 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
Formação do Alantoide 
O alantoide é um anexo embrionário que surge por volta do 16° dia na parede caudal do saco vitelino. Durante a 
maior parte do desenvolvimento, o alantoide persiste como uma linha que se estende da bexiga urinária até a região 
umbilical, chamada de úraco, a qual nos adultos corresponderá ao ligamento umbilical mediano. 
 
 
2) NEURULAÇÃO: FORMAÇÃO DO TUBO NEURAL 
A formação da placaneural é induzida pela notocorda em desenvolvimento. Por volta do 18° dia, a placa neural 
se invagina ao longo do eixo central, formando o sulco neural mediano, com pregas neurais em cada lado. No fim da 
terceira semana, as pregas neurais começam a aproximar-se e a se fundir, formando o tubo neural, primórdio do 
SNC. Este logo se separa do ectoderma da superfície, se diferencia e forma a epiderme da pele. A fusão das pregas 
neurais avança em direção cefálica e caudal, permanecendo abertas na extremidade cranial - neuroporo rostral – até o 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
15 
 
www.medresumos.com.br 
25º dia e na extremidade caudal – neuroporo caudal – até o 27º dia. Concomitante a esse processo, as células da 
crista neural migram e formam uma massa entre o ectoderma e o tubo neural, a crista neural. Logo, a crista se separa 
em duas partes, direita e esquerda, e origina os gânglios espinhais e os gânglios do sistema autônomo e as meninges. 
 O ácido fólico é uma vitamina importante na gestação, seu consumo também merece grande atenção, pois está 
associada à formação do tubo neural principalmente no início da gestação. Assim, aconselha-se a 
suplementação medicamentosa de 200 µg por dia antes da concepção e no primeiro trimestre da gestação. A 
deficiência dessa vitamina está relacionada a defeitos no tubo neural, quando ocorrer no início da gestação; e à 
anemia megaloblástica, devido à produção excessiva de hemácias, quando ocorrer no final. Além disso, outras 
consequências de sua deficiência são: aborto espontâneo, hemorragias, pré-eclâmpsia e Restrição de 
Crescimento Intra-Uterino 
 
 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
16 
 
www.medresumos.com.br 
3) DESENVOLVIMENTO DOS SOMITOS 
Durante a formação da notocorda e do tubo neural, o mesoderma intra-embrionário se divide em: mesoderma 
paraxial, intermediário e lateral (contínuo com o mesoderma extra-embrionário). Próximo ao fim da 3° semana de 
gestação, o mesoderma paraxial diferencia-se e forma os somitos. No fim da 5° semana 42 a 44 pares de somitos estão 
presentes e avançam cefalocaudalmente dando origem à maior parte do esqueleto axial e músculos associados, assim 
como a derme da pele adjacente. 
 
4) DESENVOLVIMENTO DO CELOMA INTRA-EMBRIONÁRIO 
No interior do mesoderma lateral e cardiogênico surgem espaços celômicos que se unem e formam o celoma 
intra-embrionário, dividindo o mesoderma lateral em duas camadas: 
 Camada parietal/ somática que cobre o âmnio; 
 Camada visceral/ esplâncnica que cobre o saco vitelino: 
 Somatopleura = mesoderma somático + ectoderma sobrejacente 
 Esplancnopleura = mesoderma esplacnico + endoderma subjacente 
 
Durante o 2° mês, o celoma está dividido em 3 cavidades: 
 Cavidade pericárdica; 
 Cavidades pleurais; 
 Cavidade peritoneal. 
 
5) DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
No início da 3°semana começa a angiogênese no mesoderma extraembrionário do saco vitelino, do pedículo do 
embrião e do córion. A formação dos vasos sanguíneos inicia-se com a agregação dos angioblastos – ilhotas 
sanguíneas. Pequenas cavidades vão se formando dentro das ilhotas, os angioblastos se achatam e originam o 
endotélio primitivo. Essas cavidades se unem formando redes de canais endoteliais. 
O coração e os grandes vasos provêm de células mesenquimais da área cardiogênica. Durante a 3ª semana os 
tubos endocárdicos se fundem, originando o tubo cardíaco primitivo. No fim da 3ª semana o sangue já circula e 
desenvolve-se o primórdio de uma circulação uteroplacentária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
17 
 
www.medresumos.com.br 
 
ORGANOGÊNESE (QUARTA A OITAVA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO) 
O período de organogênese ocorre da quarta à oitava semana do desenvolvimento embrionário. Ao final da 
oitava semana, o funcionamento da maioria dos principais sistemas de órgãos é mínimo, com exceção do sistema 
cardiovascular. No término desse período, o embrião terá aspecto humano. 
 
1) DOBRAMENTOS DO EMBRIÃO 
 Os dobramentos levarão à transformação de um disco trilaminar plano em um embrião praticamente 
cilíndrico. 
 O dobramento ocorre nos planos mediano e horizontal e é decorrente do rápido crescimento do embrião, 
particularmente do encéfalo e da medula espinhal. 
 A velocidade de crescimento lateral do embrião não acompanha a velocidade de crescimento longitudinal, 
ocasionando o seu dobramento. 
 Os dobramentos das extremidades cefálica e caudal e o dobramento lateral ocorrem simultaneamente. 
 
2) DOBRAMENTOS DO EMBRIÃO NO PLANO MEDIANO 
O dobramento ventral nas extremidades cefálica e caudal do embrião produz as pregas cefálica e caudal. 
 Prega cefálica 
 No início, o encéfalo em desenvolvimento cresce para dentro da cavidade amniótica. Posteriormente, o 
prosencéfalo projeta-se cefalicamente, e ultrapassa a membrana bucofaríngea (ou orofaríngea), recobrindo o 
coração em desenvolvimento. Concomitantemente, o septo transverso, Coração Primitivo, celoma pericárdico 
e membrana bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral do embrião. 
 Durante o dobramento longitudinal, a parte dorsal do endoderma do saco vitelínico é incorporada ao embrião 
com o intestino anterior (primórdio do segmento inicial do sistema digestório). 
 A prega cefálica também influencia a disposição do celoma embrionário já que após o dobramento, o celoma 
pericárdico fica em posição caudal em relação ao coração e cefálica, ao Septo Transverso. 
 Nesse estágio, o celoma intra-embrionário se comunica com o celoma extra-embrionário. 
 
 Prega caudal 
 Resulta do crescimento da parte distal do tubo neural. A medida que o embrião cresce, a região caudal 
projeta-se sobre a membrana cloacal. 
 Durante esse dobramento, parte do Endoderma é incorporado como intestino posterior, cuja porção terminal 
dilata-se para formar a cloaca. 
 Após o dobramento, o pedículo de fixação (ou pedículo de conexão), primórdio do cordão umbilical, fica 
preso à superfície ventral do embrião, enquanto a Alantoide é parcialmente incorporada. 
 
3) DOBRAMENTO LATERAL NO PLANO HORIZONTAL 
 Pregas laterais 
 Resulta do crescimento rápido da medula espinhal e dos somitos, formando as pregas laterais direita e 
esquerda, cujo crescimento desloca o disco embrionário ventralmente, formando um embrião praticamente 
cilíndrico. 
 Conforme as paredes abdominais se formam, parte do endoderma é incorporada como intestino médio, que 
antes do dobramento tinha conexão com o Saco Vitelino. 
 Após o dobramento, essa conexão fica reduzida a um canal vitelino ou ducto vitelino. Quando as pregas do 
embrião fundem-se ao longo da linha média ventral, forma-se o celoma intra-embrionário. Os 
dobramentos do embrião são responsáveis pela arquitetura anatômica das membranas serosas no 
indivíduo: o interior da parede do corpo será coberto por mesoderma somático; e as vísceras, pelo 
mesoderma esplâncnico. 
 O embrião formado será “um tubo dentro de um tubo” no qual o tubo ectodérmico externo forma a pele, e 
o tudo endodérmico interno formam o intestino. Preenchendo o espaço entre esses dois tubos, está a 
mesoderme. 
 
4) Derivados dos folhetos germinativos 
 Os Três Folhetos Germinativos (ectoderma, mesoderma e endoderma) que dão origem a todos os órgãos e 
tecidos são formados durante a Gastrulação. 
 Ectoderma: sistema nervoso central e periférico; epitélios sensoriais do olho, da orelha e do nariz; epiderme 
e anexos (unhas e pelos); glândulas mamárias; hipófise; glândulas subcutâneas; esmalte dos dentes; 
gânglios espinhais, autônomos e cranianos (V, VII, IX, X); bainhados nervos do sistema nervoso periférico; 
meninges do encéfalo e da medula espinhal. 
 Mesoderma: tecido conjuntivo; cartilagem; ossos; músculos estriados e lisos; coração; vasos sanguíneos e 
linfáticos; rins; ovários, testículos; ductos genitais; membranas pericárdica, pleural e peritoneal; baço e córtex 
das adrenais. 
http://www.famema.br/ensino/embriologia/primeirassemanas1.php
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
18 
 
www.medresumos.com.br 
 Endoderma: revestimento epitelial dos tratos respiratório e gastrointestinal; tonsilas; tireoide e paratireoides; 
timo, fígado e pâncreas; revestimento epitelial da bexiga e maior parte da uretra; revestimento epitelial da 
cavidade do tímpano, antro timpânico e da tuba auditiva. 
 
 
PRINCIPAIS EVENTOS DA 4ª A 8ª SEMANA 
 Quarta semana: 
 Mudanças na forma do corpo 
 No começo, o embrião é quase reto, com 4 a 12 somitos. O tubo neural forma-se em frente aos somitos, 
mas é amplamente aberto: neuróporos rostral (anterior) e caudal (posterior) 
 Embrião levemente encurvado por causa das pregas cefálicas e caudal 
 No 26º dia o neuróporo rostral já fechou 
 Dobramento do embrião: curvatura em C 
 O coração forma uma grande saliência ventral e bombeia sangue 
 Com 24 dias os pares de arcos faríngeos são visíveis. Com 26 dias, 3 pares já se desenvolveram 
 No 26º ou 27º dia, os brotos dos membros superiores tornam-se reconhecíveis na parede ventrolateral do 
corpo 
 As fossetas óticas (primórdio das orelhas internas) também são visíveis 
 Nos lados da cabeça são visíveis espessamentos ectodérmicos, denominados placoides do cristalino 
 No final da quarta semana: 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
19 
 
www.medresumos.com.br 
o O quarto par de arcos faríngeos é visível 
o Os brotos dos membros inferiores estão presentes 
o Longa eminência caudal 
o Geralmente o neuroporo caudal está fechado 
 
 Quinta semana: 
 Pequenas mudanças na forma do corpo 
 Crescimento da cabeça excede o crescimento das outras 
regiões 
 A face entra em contato com a proeminência cardíaca 
 
 Sexta semana: 
 Os intestinos penetram na parte proximal do cordão umbilical 
 Os membros superiores começam a apresentar uma 
diferenciação regional (cotovelo e placas das mãos) 
 Formação dos raios digitais (primórdios dos dedos) 
 Movimentos espontâneos: contração muscular dos membros e 
do tronco 
 Saliências auriculares e meato acústico externo 
 Olho bem evidente e respostas reflexas ao toque 
 Cabeça encurvada e muito maior em relação ao tronco 
 
 Sétima semana: 
 Os membros sofrem modificações consideráveis. Aparecem chanfraduras entre os raios digitais das 
mãos 
 A comunicação entre o intestino primitivo e o saco vitelino está reduzida: pedículo vitelino 
 Início da ossificação dos membros superiores 
 
 Oitava semana: 
 Os dedos das mãos estão separados, mas ainda estão claramente unidos por membranas 
 Chanfraduras são visíveis entre os raios digitais dos pés 
 O plexo vascular do couro cabeludo já apareceu e forma faixa característica que envolve a cabeça 
 Primeiros movimentos voluntários dos membros 
 A ossificação começa nos membros inferiores e é identificável primeiro no fêmur 
 Final da oitava semana: 
o Todas as regiões dos membros já são bem evidentes 
o Os pavilhões auriculares começam a assumir sua forma final 
o Desaparecimento dos sinais de eminência caudal 
o Embrião com características nitidamente humana 
o A cabeça, porém, ainda é desproporcionalmente grande 
o Região do pescoço definida e pálpebras evidentes 
o Intestinos ainda na porção proximal do cordão umbilical 
o Identificação do sexo ainda não é possível 
 
 
ESTIMATIVA DA IDADE GESTACIONAL 
 Idade gestacional (tempo de gestação): Tem por base o primeiro dia do último período menstrual normal 
 Idade da Concepção: Usada quando a data real da concepção é conhecida. 
 
 
 
OBS: Em algumas mulheres o cálculo da Idade Gestacional a partir da história menstrual pode não ser confiável e pode 
ser necessária a utilização de exames complementares. A ultrassonografia mede o tamanho da cavidade coriônica e de 
seu conteúdo embrionário e, a partir desses dados, estima a data da concepção. 
OBS: Ginecologista e ultrassonografistas devem utilizar a mesma terminologia. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
20 
 
www.medresumos.com.br 
OBS: A data do nascimento é calculada como sendo 266 dias após a data estimada da 
fertilização, ou 280 dias após o início do último período menstrual normal (UPMN). 
Desde a fertilização até o fim do período embrionário (8 semanas), a idade é melhor 
expressa em dias; depois, a idade é dada em semanas. 
 
DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP) 
 Com base na idade de fecundação - 266 dias ou 38 semanas 
 Com base nas semanas menstruais - 280 dias ou 40 semanas 
 Regra comum (regra de Nagele)- contar para trás 3 meses a partir do primeiro dia 
do UPMN e acrescentar 1 ano e 7 dias 
 
MÉTODOS DE MEDIDA DO EMBRIÃO 
 Na terceira semana e início da quarta - medidas indicam o maior comprimento (MC) 
 Comprimento topo da cabeça-nádega (CR) é usado mais frequentemente em embriões mais velhos 
 O comprimento topo da cabeça - calcanhar, é, algumas vezes, determinada em embriões com 8 semanas 
 
 
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DO ESTADO DO FETO 
 Aminiocentese: 
 Procedimento invasivo em 15-18 semanas de gravidez, o qual consiste na retirada de uma amostra de 
líquido amniótico, inserindo-se uma agulha através da parede abdominal uterino, anterior uterina, da 
mãe até a cavidade amniótica. 
 Retira-se de 20 a 30 ml de líquido amniótico nessa punção e ai é analisado, pois dentro do líquido 
amniótico encontra-se células do feto em camadas; é feita uma análise dessas células para ver se 
existe alguma alteração cromossômica. 
 Quando a ultrassonografia está dando algum indicativo de alteração naquele embrião, naquele feto, 
então se faz a amniosentese para se confirmar alguma suspeita. 
 É feita em mães acima de 38 anos porque apresenta chance de maiores alterações cromossômicas , 
mas também em mães que têm um parente de primeiro grau com alterações cromossômicas , ou então 
uma mãe que já teve um bebe com anormalidade cromossômica. 
 
 Dosagem De Alfa-Fetoproteína (AFP): 
 A AFP é uma glicoproteína sintetizada pelo fígado, intestino fetal e pelo saco vitelínico. 
 Presente em alta concentração no soro do feto, sobretudo a partir da 14ª semana de desenvolvimento. 
 No líquido amniótico existe baixa concentração de AFP 
 Quando presente em quantidades elevadas no líquido amniótico, fetos com defeitos abertos do tubo 
neural e da parede abdominal. 
 
• Exame ultrassonográfico 
 Estimativa do tempo de gestação 
 Avaliação do crescimento do embrião 
 Orientação durante amostragem de vilosidade coriônica 
 Suspeita de gravidez ectópica 
 Possível anormalidade uterina 
 Detecção de anomalias congênitas 
 
 Tomografia computadorizada e imagem por ressonância magnética: 
 Fornece maiores informações sobre uma anormalidade detectada na ultrassonografia 
 Vantagem: não usa radiação ionizante 
 Desvantagem: alto custo 
 
ANOMALIAS CONGÊNITAS 
 Malformação: Se um órgão apresenta uma alteração em sua estrutura morfológica (em parte ou na totalidade), 
temos um defeito morfológico. Se for comprovado que este defeito foi causado por uma anormalidade 
cromossômica, pode-se dizer que é uma alteração morfogenética. Esta pode ser herdada. 
 Perturbação: Se um bebê nasce com um defeito morfológico provocado por uma interferência externa, tal 
como teratógenos (drogas ou vírus, por exemplo), será classificado como perturbação. Este fator não é 
hereditário, mas fatores hereditários podem predispor a uma perturbação. 
 Deformação: Isto ocorre graças às forças mecânicas, causando uma forma ou aparência anormal de uma 
determinada porção corpórea. Pode-se citar como exemplo o “pé equinovaro”, que é causado pela 
insuficiência de líquido amniótico,resultando no pé torto do bebê. Esta alteração é causada por forças 
mecânicas externas. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
21 
 
www.medresumos.com.br 
 Displasia: É a formação alterada de um determinado tecido, aonde as células irão se dispor de forma inusitada 
e não esperada, considerando os padrões. Não há uma causa específica para o acontecimento da displasia. 
 
OBS: Em 1991 surgiram as primeiras publicações de que o vírus da rubéola e um sedativo chamado de talidomida 
poderiam provocar uma invalidade nesse desenvolvimento, sendo assim descobriram que as anomalias congênitas, 
poderiam ser decorrentes de fatores genéticos, fatores ambientais bem como heranças multifatoriais (quando fatores 
genéticos e ambientais atuam em conjunto). Por exemplo, hoje em dia você ao ver uma criança cega, você não pode 
mais olhar para ela e concluir que isso foi uma herança genética. 
 
TERATÓGENOS HUMANOS CONHECIDOS 
 O conhecimento médico acerca de teratógenos possibilita as mulheres prevenir certas anomalias congênitas. 
• Tabagismo e a nicotina: Retardo no Crescimento Intra-Uterino 
• Cafeína: a cafeína não é um teratógeno humano conhecido; entretanto, não há garantia de que um grande 
consumo materno seja seguro para o embrião 
• Álcool - afeta 1% a 2% das mulheres em idade fértil 
• Síndrome Alcoólica Fetal: deficiência do crescimento, retardo mental, microcefalia, hipoplasia do maxilar, nariz 
curto, lábio superior delgado, anomalias nos membros e coração 
 
• Anticonvulsivantes 
 Tratamento de epilepsia 
o Trimetadiona: retardo do crescimento, sobrancelhas em V, orelhas em posição baixa, fenda labial 
o Fenitoína: retardo do crescimento, microcefalia, retardo mental, hipoplasia das unhas (síndrome da 
hidantoína fetal) 
 
• Tranquilizantes 
 Período crítico: 24 a 36 dias após a fertilização 
 Características da síndrome da talidomida: Meromelia (as anomalias variaram desde a amelia até a 
micromelia) 
 
 Meromelia Amelia Micromelia 
 
 
 
 Rubéola 
 Atravessa a membrana placentária e infecta o embrião/feto 
 Síndrome da Rubéola Congênita: Catarata, defeitos cardíacos e surdez, deficiência mental, glaucoma. 
 Quanto mais no início da gravidez, maior o perigo 
 Infecção nas primeiras 4 a 5 semanas: anomalias no olho, orelha, coração, cérebro 
 
 Citomegalovirus 
 Infecção viral mais comum do feto humano 
 Infecção no primeiro trimestre: a maioria das gestações terminam em aborto Após o primeiro 
trimestre: retardo do crescimento intrauterino, microcefalia, cegueira, paralisia cerebral, surdez, retardo 
mental 
 
 Toxoplasma gondii 
 Ingestão de carne crua ou mal cozida (de porco, de cordeiro) 
 Contato íntimo com animais domésticos infectados (geralmente gatos) ou com o solo 
 Anomalias: deficiência mental, microcefalia, microftalmia, hidrocefalia 
 
RESUMO DA EMBRIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL 
 O sistema genital (reprodutor) está embriologicamente e anatomicamente associado ao sistema urinário 
(excretor). 
http://www.infoescola.com/genetica/anomalias-congenitas/
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.portal.reduaz.mx/histo/MorfoEmbrio/Carlson/cap07/07_02.jpg&imgrefurl=http://www.portal.reduaz.mx/histo/MorfoEmbrio/Carlson/Cap09/Cap09.htm&usg=__Q_NROhTtkZqRj3nawfF5_w6FIsA=&h=667&w=529&sz=72&hl=pt-BR&start=27&tbnid=aiuVH3DH6oxkfM:&tbnh=138&tbnw=109&prev=/images?q=FOCOMELIA&gbv=2&ndsp=20&hl=pt-BR&sa=N&start=20
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://1.bp.blogspot.com/_FTRQHGvzLhU/RgEk9_gWpCI/AAAAAAAAAp8/cuSHGh7OpwQ/s400/Menina0.jpg&imgrefurl=http://oblogdofalhado.blogspot.com/&usg=__HecFvqrQYtN8TOPX0Q15KVS2XEU=&h=286&w=400&sz=52&hl=pt-BR&start=1&tbnid=ZuMe0cZ_50NYDM:&tbnh=89&tbnw=124&prev=/images?q=CRIAN%C3%87A+SEM+PERNA&gbv=2&ndsp=20&hl=pt-BR&sa=N
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
22 
 
www.medresumos.com.br 
A porção terminal do intestino posterior chamada CLOACA é dividida pelo septo urorretal em seio anorretal e 
seio urogenital até a 7ª semana. 
 
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA GENITAL 
 O sexo cromossômico e genético é estabelecido na fecundação. 
 Antes da 7ª. semana, a genitália externa e as gônadas dos dois sexos são idênticas em aparência – estágio 
indiferenciado do desenvolvimento sexual 
 
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL 
 Fenótipo masculino requer um cromossomo y. 
 Um gene - fator determinante do testículo (FDT) foi localizado na região determinante do sexo do cromossomo y-
responsável pela diferenciação testicular. 
 A simples ausência do cromossomo y resulta na formação de um ovário. 
 A diferenciação sexual feminina primária independe de hormônios – ocorre na ausência de ovários e 
aparentemente não sofre influência hormonal. 
 Nas mulheres, os cromossomos X carregam genes para o desenvolvimento ovariano. 
 
FORMAÇÃO DAS GONADAS 
 Os estágios iniciais do desenvolvimento das gônadas ocorrem durante a 5ª. semana, quando uma área 
espessada se desenvolve no lado medial do mesonefro – a crista gonadal. 
 
CÉLULAS GERMINATIVAS PRIMORDIAIS 
 Estas células sexuais grandes, são visíveis na 4ª. Semana no saco vitelino. 
 Durante o dobramento do embrião estas células migram até as cristas gonadais. 
 
CRIPTORQUIDIA 
 Ocorre em até 30% dos meninos prematuros Não descida dos testículos: esterilidade 
 Não descida dos testículos: esterilidade 
 Decorre da deficiência na produção de andrógenos 
 
 
DESCIDA DOS OVÁRIOS 
 Os ovários também descem pela parede abdominal posterior até a região inferior da borda da pelve 
 
DETERMINAÇÃO DO SEXO 
 Por volta da 8ª. semana, as células dos testículos começam a secretar hormônios androgênicos. 
 A produção de testosterona é estimulada pelo HCG (Gonadotropina Coriônica Humana). 
 O testículo fetal também produz uma glicoproteína conhecida como hormônio antimulleriano ou substância 
inibidora de Muller produzido pelas células de sertoli. 
 
FORMAÇÃO DOS DUCTOS GENITAIS 
Os embriões possuem dois pares de ductos genitais 
 Os ductos mesonéfricos: desenvolvimento do sistema reprodutor masculino 
 Os ductos paramesonéfricos: desenvolvimento do sistema reprodutor feminino 
 
FORMAÇÃO DOS DUCTOS GENITAIS MASCULINOS 
Os hormônios masculinizantes (ex: testosterona) e a substância inibidora de Muller (hormônio antimulleriano) 
produzidos pelos testículos fetais são essenciais no desenvolvimento e regressão dos ductos 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
23 
 
www.medresumos.com.br 
 Testosterona - estimula os ductos mesonéfricos a formarem os ductos genitais masculinos 
 Substância Inibidora de Muller – causa o desaparecimento dos ductos paramesonéfricos 
 
FORMAÇÃO DOS DUCTOS GENITAIS MASCULINOS 
Na 8ª. semana a parte proximal de cada ducto mesonéfrico se curva para formar o epidídimo Conforme o 
mesonefro se degenera alguns túbulos mesonéfricos são transformados em ductos eferentes Estes ductos se abrem no 
ducto mesonéfrico que se transformou no ducto do epidídimo 
Distal ao epidídimo, o ducto mesonéfrico adquire um espesso revestimento de tecido muscular liso e se torna o 
ducto deferente. 
 
FORMAÇÃO DOS DUCTOS GENITAIS FEMININOS 
 Os ductos mesonéfricos regridem por causa da ausência de testosterona 
 Os ductos paramesonéfricos desenvolve-se por causa da ausência de substância inibidora de Muller Os ductos 
paramesonéfricos aproximam-se um do outro no plano mediano na região pélvica para formar o primórdio 
uterovaginal em forma de “y” 
 A fusão dos ductos paramesonéfricos permite a formação de dois compartimentos peritoneais – a bolsa 
retouterina e a bolsa vesicouterina. 
 Da uretra feminina surgem brotos que formam as glândulas uretrais e as glândulas parauretrais 
 Evaginações do seio urogenital formam as glândulas vestibulares na parte inferior dos grandes lábios 
 Até a 7ª semana a genitália externaé indiferenciada 
 
DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA NO HOMEM 
 A masculinização da genitália externa é induzida pela testosterona 
 O falo se alonga e forma o pênis 
 As pregas urogenitais formam as paredes laterais do sulco uretral 
 Pregas urogenitais fundidas - uretra esponjosa 
 Intumescências labioescrotais fundidas - escroto 
 
DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA NA MULHER 
 O crescimento do falo cessa gradualmente, e torna-se o clitóris 
 As partes não fundidas das pregas urogenitais formam os pequenos lábios. 
 As partes não fundidas das intumescências labioescrotais formam os grandes lábios. 
 
CORRELAÇÕES CLÍNICAS 
DETERMINAÇÃO DO SEXO DO FETO 
 O exame cuidadoso do períneo pode identificar uma genitália ambígua 
 
 
 Erros na determinação e diferenciação do sexo resultam em hermafroditismo 
 O hermafroditismo implica a discrepância entre a morfologia das gônadas e a aparência da genitália externa 
 As condições intersexuadas são classificadas de acordo com o aspecto histológicos das glândulas: 
 Hermafroditas verdadeiros 
 Pseudo-hermafrodita femininos 
 Pseudo-hermafroditas masculinos 
 
SÍNDROME DA INSENSIBILIDADE ANDROGÊNICA (AIS) 
 Mulheres com aparência normal, apresentando testículos e uma constituição cromossômica, 46 XY 
 Apresentam mamas e a genitália externa é feminina, mas o útero e as tubas uterinas estão ausentes 
 Não ocorre menstruação 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
24 
 
www.medresumos.com.br 
 Do ponto de vista médico, legal, social e psicológico, elas são mulheres 
 A ausência de masculinização resulta da resistência a ação da testosterona 
 
RESUMO DA EMBRIOGÊNESE DO SISTEMA GENITAL 
Do ponto de vista embriológico, metade do material genético de cada sexo (23 cromossomos) se soma para 
formar um novo genoma. Dois desses cromossomos determinam a formação do sexo do embrião: os cromossomos 
sexuais X e Y. 
A pergunta a ser feita é: quem determina a formação do sexo? Podemos dizer que é “o homem quem manda”: o 
cromossomo Y é responsável por determinar o sexo genético e, desta forma, a genitália do embrião. Em outras palavras, 
poderíamos dizer que a presença do Y determina a formação de um indivíduo do sexo masculino; a ausência do Y, a 
formação de um indivíduo do sexo feminino. 
 
SEXO GENÉTICO 
Para formar o sexo genético, temos: 
 23X + 23X  Cariótipo feminino 
 23X + 23Y  Cariótipo masculino 
 
SEXO GONADAL 
Para formar o sexo gonadal, temos: 
 Presença do cromossomo Y (gene SRY – sex determining region of the Y): formação dos testículos, com suas 
respectivas células produtoras de gametas, que são as células de Sertoli e as células de Leydig. 
 Ausência do cromossomo Y: formação dos ovários, com suas respectivas células produtoras de gametas, que 
são as células da teca e as células da granulosa. 
 
GENITÁLIA INTERNA 
Para formar a genitália interna, ocorre uma pequena diferença: todos os seres humanos, intrinsecamente, 
apresentam a capacidade embriológica de formar tanto a genitália interna masculina como a feminina. Entretanto, 
durante o desenvolvimento embrionário, a ordem comandada pelo cromossomo Y é capaz de fazer com que a genitália 
masculina se desenvolva e a genitália feminina regrida; do mesmo modo, a ausência da ordem faz com que a genitália 
feminina se sobreponha a masculina. 
Então, todos nós possuímos dois pares de tubos: o ducto de Wolf (ou mesonéfrico) e o ducto de Müller (ou 
paramesonéfrico); entretanto, normalmente, só um deles se desenvolve, enquanto o outro regride. 
 Presença de cromossomo Y: desenvolve-se o tubo de Wolf (mesonéfrico), ocorre a produção do hormônio anti-
mülleriano (AMH), produzido pelo testículo, e regride o tubo de Müller. A produção de testosterona (também 
por parte do testículo), por sua vez, garante que o tubo de Wolf desenvolva o restante da genitália interna 
masculina: epidídimo, ductos deferentes, vesículas seminais. 
 Ausência de cromossomo Y: não ocorre a formação de AMH, o que permite o desenvolvimento do tubo de Müller 
(paramesonéfrico), regride o tubo de Wolf, e ocorre a formação da genitália interna feminina: trompas, útero, colo 
uterino e 2/3 superiores da vagina. 
 
Como conclusão, devemos tomar nota dos seguintes pontos: 
 Os testículos não fazem parte da genitália interna masculina e nem os ovários da genitália interna feminina: 
ambos são gônadas. 
 Se apenas 2/3 superiores da vagina têm a mesma origem da genitália interna feminina, devemos considerar que 
o terço inferior é pertencente à genitália externa. Essa particularidade explica alguns casos de mulheres (que 
apresentam ovários) que só possuem uma parte da vagina (pois, por algum motivo, não houve a formação de 
sua genitália interna). A paciente é registrada então como mulher, mas apresentando uma vagina curta (que 
caracteriza a síndrome de Rokitansky). 
 
GENITÁLIA EXTERNA 
Para a formação da genitália externa (que caracteriza o fenótipo), diferentemente da genitália interna, 
dependemos apenas de estruturas comuns para ambos os sexos. Isso significa que a presença da “ordem” 
(cromossomo Y) determina que essas estruturas deem origem à genitália externa masculina; a ausência da “ordem”, por 
sua vez, determina a formação da genitália externa feminina. As referidas estruturas são conhecidas como seio 
urogenital, tubérculo genital, protuberância lábio-escrotal e a prega (ou dobra) urogenital. 
 Presença do cromossomo Y: no homem, o seio urogenital dá origem a próstata e a uretra; o tubérculo genital 
da origem a glande; a protuberância lábio-escrotal dá origem à bolsa escrotal; a prega urogenital forma o corpo 
do pênis. 
 Ausência do cromossomo Y: na mulher, o seio urogenital dá origem a vagina (terço inferior) e a uretra; o 
tubérculo genital dá origem ao clitóris; a protuberância lábio-escrotal dá origem aos grandes lábios; a prega 
urogenital forma os pequenos lábios. 
 
Sexo genético 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
25 
 
www.medresumos.com.br 
Toda a diferenciação entre as genitálias externas masculina e feminina depende, portanto, do cromossomo Y, 
que determina a formação dos testículos e, por sua vez, a produção da testosterona, determinante no desenvolvimento 
dessa genitália. Além da testosterona, a enzima 5α-redutase (produzida nos testículos) garante a conversão da 
testosterona na diidrotestosterona, que é um androgênio mais potente e que está diretamente relacionado com o 
desenvolvimento da genitália masculina. A ausência da 5-α-redutase é determinante no desenvolvimento da genitália 
externa feminina. 
Todas essas etapas diferentes podem gerar anomalias diferentes. Imagina-se um paciente homem, com sexo 
genético 46XY e sexo gonadal masculino (com testículos), que produz AMH, responsável por inibir o desenvolvimento 
dos ductos de Müller e incentivar o desenvolvimento dos ductos de Wolf, gerando a produção de uma genitália interna 
masculina (epidídimo, ducto deferente, vesículas seminais); entretanto, no momento da formação de sua genitália 
externa, o seu testículo não produziu 5α-redutase e, consequentemente, não produziu diidrotestosterona (deficiência de 
5α-redutase). Esse indivíduo vai desenvolver, com isso, uma genitália ambígua (em caso de deficiência parcial da 5α-
redutase) ou genitália feminina (em caso de deficiência total dessa enzima). 
 
 
 
 
 
 Conclusões: 
 O sexo genético (cromossômico) determina o sexo gonadal, o qual, por sua vez, irá determinar o sexo fenotípico; 
 A masculinização fetal é determinada por hormônios produzidos nos testículos em desenvolvimento; 
 Na ausência dos testículos (ou da produção ou ação de seus hormônios), o desenvolvimento fenotípico é 
feminino, mesmo na ausência dos ovários. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
26 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
HISTOLOGIA: TECIDO GLANDULAR 
 
Os epitélios glandulares são constituídos por células especializadas na atividade de secreção. As células 
epiteliais podem sintetizararmazenar e secretar proteínas (pâncreas), lipídios (adrenal e glândulas sebáceas) ou 
complexos de carboidratos e proteínas (glândulas salivares). 
Os epitélios que constituem as glândulas do corpo podem ser classificados de acordo com vários critérios. 
Glândulas unicelulares consistem em células glandulares isoladas, e glândulas multicelulares são compostas de 
agrupamentos de células. 
 
 
NATUREZA DA SECREÇÃO 
 Serosa: Secretam substâncias serosas, que é algo mais fluído, com grande quantidade de proteínas. 
Apresentam citoplasma proteico (básico), corando-se bem com Eosina na cor Róseo escuro. Núcleos na maioria 
centrais. Ex.: Pâncreas endócrino. 
 Mucosa: Secreção mais densa, de alta viscosidade. A maioria apresenta núcleo achatado, na periferia, corando-
se em Roxo Vivo. Secretam mucinogênio, glicoproteína que sob hidratação, incham e tornam-se um espesso 
lubrificante protetor, a MUCINA, seu principal do muco. Ex.: Células intestinais, salivares, caliciformes. 
 Mista: Contém ácinos mucosos e serosos, sendo os mucosos com semiluas serosas. Exemplo: Sublingual e 
submandibular. 
 
VIAS DE SECREÇÃO 
 Constitutiva: Secreção do produto de forma contínua, sem necessidade de estímulo por moléculas 
sinalizadoras e sem armazenamento. 
 Reguladora: Glândulas concentram e armazenam seus produtos de secreção, até que uma molécula 
sinalizadora apropriada seja recebida. 
 
EFEITO 
 Autócrino: Ocorre quando uma célula secreta um mensageiro químico para atuar em seus próprios receptores, 
como por exemplo a produção do fator de crescimento epidérmico. 
 Parácrino: Os mensageiros químicos atuam sobre células adjacentes, sendo este um modo se ação de muitas 
células do sistema neuroendócrino difuso. 
 Endócrino: É a secreção de mensageiros químicos (hormônios) para a corrente circulatória, atuando sobre 
tecidos distantes. 
 
GLÂNDULAS EXÓCRINAS 
As glândulas são sempre formadas a partir de epitélios de revestimento cujas células proliferam e invadem o 
tecido conjuntivo subjacente, após o que sofrem diferenciação adicional. Isto em geral ocorre na vida fetal. As glândulas 
que mantêm sua conexão com o epitélio do qual se originaram são denominadas glândulas exócrinas. Esta conexão 
toma a forma de ductos tubulares formados por células epiteliais e através destes ductos as secreções são eliminadas, 
alcançando a superfície do corpo ou cavidade, isto é, as glândulas exócrinas têm uma porção secretora constituída pelas 
células responsáveis pelo processo secretório e ductos que transportam a secreção. 
 Avaliação do ducto glandular: 
 Ducto simples: As glândulas que possuem somente um ducto não ramificado são denominadas 
glândulas simples 
 Ducto composto: As que têm ductos ramificados são chamadas de glândulas compostas. 
 
 Morfologia das Glândulas Exócrinas: A organização celular da porção secretora representa um segundo 
critério para classificação das glândulas. Dependendo da forma de sua porção secretora, as glândulas simples 
podem ser classificadas como tubulares, tubulares enoveladas, tubulares ramificadas ou acinosas (cuja porção 
secretora é arredondada). As glândulas compostas, por sua vez, podem ser classificadas como tubulares, 
acinosas ou túbulo-acinosas. 
 Tubulosas ou Tubular: a porção secretora assume a forma de tubo; 
 Acinosas ou Alveolares: a porção secretora assume a forma de um cacho de uvas; 
 Composta túbulo-acinosa: quando se encontram na mesma glândula porções secretoras tubulosas e 
acinosas. 
 
 
Arlindo Ugulino Netto; Lívia Tafnes Almeida de Araújo. 
MÓDULO: SISTEMA ENDÓCRINO, REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
27 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 Eliminação da secreção das glândulas exócrinas: Quanto à eliminação da secreção pela glândula, esta pode 
ser classificada em: 
 Merócrina: quando a secreção é eliminada sem perda do citoplasma. Ex.: Sudoríparas, lacrimais, 
pancreáticas. 
 Apócrina: quando a secreção eliminada contém produto de secreção mais parte do citoplasma das 
células secretoras. Exemplo: glândulas mamárias. 
 Holócrina: quando a secreção eliminada é constituída pelas próprias células secretoras, cujo acúmulo de 
secreção determina sua morte. Exemplo: glândula sebácea. 
 
 
 
 Tipos de Glândulas Exócrinas: 
o Tecido Epitelial - Glândula Exócrina Unicelular - Cél. Caliciforme: As células caliciformes são células 
epiteliais cilíndricas modificadas, que sintetizam e secretam muco, e estão localizadas entre as outras 
células do epitélio. O núcleo da célula caliciforme e grande parte das organelas citoplasmáticas apresentam 
posição basal. A região apical do citoplasma, por sua vez, é alargada, sendo conhecida como teca. Essa 
região é rica em vesículas contendo glicoproteínas, denominadas mucina. A mucina é composta por 
mucopolissacarídeos neutros e ácidos, que são liberados por exocitose, e apresenta reação positiva pela 
técnica do PAS. 
 
OBS¹:Essa glândula unicelular está presente no revestimento do trato respiratório e digestivo. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
28 
 
www.medresumos.com.br 
 
o Tecido Epitelial - Gl. Tubular Simples Enovelada - Gl. Sudorípara: A porção secretora da glândula 
simples enovelada é constituída por um epitélio cúbico simples circundado por células mioepiteliais. Já o 
ducto da glândula é formado por um epitélio cúbico estratificado, cujas células são menores do que as 
unidades secretoras. Nos cortes histológicos, os ductos são sempre mais escuros do que as unidades 
secretoras. 
o Tecido Epitelial – Gl. Tubular Simples – Intestino Grosso: Essa glândula é constituída por um epitélio 
cilíndrico simples, sendo que possui luz tubular única e reta, onde são lançados os produtos de secreção. 
o Tecido Epitelial - Gl. Acinosa Simples - Gl. Sebácea: Os alvéolos apresentam-se formados por uma 
camada externa de células epiteliais achatadas que proliferam e diferenciam-se em células arredondadas, 
que vão acumulando no citoplasma o produto de secreção, de natureza lipídica. Os núcleos vão 
gradualmente se tornando condensados e desaparecem. As células mais centrais do alvéolo morrem e se 
rompem, formando a secreção sebácea. Logo, é um tipo de secreção holócrina. 
o Tecido Epitelial - Gl. TubuloAcinar Ramificada Composta - Gl. Salivar: Tem-se como exemplo de 
glândulas tubuloacinar, a glândula submandibular e a sublingual, que são glândulas mistas (mucosas e 
serosas), diferentemente da parótida que é inteiramente serosa. 
 
As células acinares serosas estão localizadas nas partes terminais secretoras e contêm grânulos de zimogênio 
apicais apresentando amilase salivar e outras proteínas salivares no seu interior. Já as células acinares mucosas 
secretam mucinas (glicoproteínas) na saliva. 
 
o Tecido Epitelial - Gl. Alveolar Composta – Pâncreas: A porção exócrina do pâncreas é uma glândula alveolar 
composta, similar à glândula parótida em 
estrutura. O ácino tem formato arredondado, 
com uma luz pequena luz central. As células 
secretoras dispõem-se no ácino como fatias de 
uma torta, apresentando formato trapezoidal e 
núcleo redondo localizado na base. 
OBS¹:O citoplasma celular é rico em vesículas 
contendo enzimas digestivas (grânulos de 
zimogênio) como o tripsinogênio, 
quimiotripsinogênio, carboxipeptidase, 
ribonuclease, lipase, amilase e 
desoxirribonuclease. Esses grânulos de 
zimogênio estão localizados no citoplasma 
apical das células acinares e são liberados por 
exocitose para a luz do ácino em resposta à 
hormônios. 
 
o Tecido Epitelial- Gl. Tubular Simples 
Ramificada- Estômago: Cada glândula consiste em várias porções tubulares secretoras que convergem para 
um único tubo não ramificado, revestido por células secretoras. 
 
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS 
Nas glândulas endócrinas, a conexão com o epitélio foi obliterada durante o desenvolvimento. Estas glândulas, 
portanto, não têm ductos e suas secreções são lançadas no sangue etransportadas para o seu local de ação pela 
circulação sanguínea. 
 
OBS: Alguns órgãos têm funções tanto endócrinas como exócrinas e um só tipo de célula pode funcionar de ambas as 
maneiras – por exemplo, no fígado, onde as células que secretam bile através de um sistema de ductos também 
secretam produtos na circulação sanguínea. Em outros órgãos, algumas células são especializadas em secreção 
exócrina e outras em endócrina; no pâncreas, por exemplo, as células acinosas secretam enzimas digestivas na 
cavidade intestinal, enquanto as células das ilhotas secretam insulina e glucagon no sangue. 
 Classificação: 
 Cordonal: As células formam cordões anastomosados, entremeados por capilares sanguíneos. O 
hormônio é armazenado dentro da célula e só é liberado com a chegada de moléculas sinalizadoras ou 
com o impulso nervoso. Exemplo: Adrenal, paratireoide, hipófise anterior. 
 Vesicular: As células formam vesículas ou folículos preenchidos de material secretado. O hormônio é 
liberado na forma de seu precursor, o coloide. Com a chegada de moléculas sinalizadoras, o hormônio é 
reabsorvido pelas células foliculares e liberado no Tecido Conjuntivo, onde desemboca na corrente 
sanguínea. Exemplo: Tireoide. 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
29 
 
www.medresumos.com.br 
 Tipo de glândulas endócrinas: 
o Tecido Epitelial - Secreção Endócrina - Ilhotas de Langerhans: As células secretoras das ilhotas de 
Langerhans estão dispostas na forma de cordões celulares e são entremeadas por uma rica rede capilar para 
transportar seus hormônios. Cada aglomerado celular acha-se envolto por uma membrana basal, refletindo a 
origem epitelial do mesmo. 
 
 
 
 
o Tecido Epitelial - Secreção Endócrina – Tireoide: A tireoide é uma glândula endócrina que armazena 
hormônios dentro de cavidades esféricas envoltas por células secretoras, estas unidades denominam-se 
folículos. 
 
OBS: O tamanho do folículo e a altura das células – que 
normalmente são cúbicas – dependem do grau de 
atividade secretora e da quantidade de hormônios 
armazenados no folículo. Ou seja, quanto maior o nível de 
atividade da glândula mais colunares serão as células e 
maiores serão os folículos. Logo, quanto menor a 
atividade glandular, mais cúbicas serão as células e 
menores serão os folículos. Por isso, podem-se observar 
os folículos tireoideanos em tamanhos variados. 
 
A secreção envolve a reabsorção do colóide 
(como é chamado o hormônio na luz folicular), sua 
liberação no espaço extracelular circundante e 
subsequente difusão para a rica rede de capilares que 
circunda cada folículo. 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
30 
 
www.medresumos.com.br 
 
HISTOLOGIA: SISTEMA ENDÓCRINO 
 
O sistema endócrino é constituído por glândulas desprovidas de dutos, por grupos distintos de células em 
determinados órgãos e por células endócrinas individuais, situadas dentro do revestimento epitelial do trato digestivo e 
do sistema respiratório. 
 
HORMÔNIOS 
 Hormônios são mensageiros químicos produzidos pelas glândulas endócrinas e enviados para células-alvo 
através do sangue. A natureza de um hormônio determina seu mecanismo de ação (sendo o efeito de curta ou de longa 
duração) 
 
 Classes gerais de hormônios: 
1. Proteínas e Polipeptídios: hormônios secretados pela hipófise anterior e posterior, pelo pâncreas, pelas 
glândulas paratireoides. São principalmente hidrossolúveis. Ex: insulina, glucagon e FSH. 
2. Derivados de Aminoácidos: secretados pela tireoide e pela medula da suprarrenal. São hidrossolúveis. Ex: 
tiroxina e adrenalina. 
3. Derivados de Esteroides e Ácidos Graxos: hormônios secretados pelo córtex suprarrenal, pelos ovários, 
pelos testículos e pela placenta. São lipossolúveis. Ex: progesterona, estradiol e testosterona. 
 
 Localização dos receptores de hormônios: uma vez liberado na corrente sanguínea, o hormônio primeiro se 
liga a receptores específicos na (ou dentro da) célula. Podem estar: 
 Aderidos na superfície da membrana celular ou sobre ela 
 No citoplasma celular. 
 No núcleo das células. 
 
Depois de o hormônio ter ativado a célula-alvo, é gerado um sinal inibidor que retorna, direta ou indiretamente, 
para a glândula endócrina (Mecanismo de Retroalimentação) para interromper a secreção desse hormônio. 
 
 
HIPOTÁLAMO 
 A secreção de quase todos os hormônios produzidos pela hipófise é controlada por sinais hormonais ou 
nervosos emitidos pelo hipotálamo. Constituindo assim, o centro encefálico para manutenção da homeostasia. 
 Os hormônios hipotalâmicos que estimulam (hormônios liberadores) ou inibem (hormônios inibidores) a 
adenohipófise são: 
 Hormônio liberador de tireotrofina (TRH) 
 Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) 
 Hormônio liberador de somatotrofina (SRH) 
 Hormônio liberador de prolactina (PRH) 
 Hormônio inibidor de prolactina (PIH) 
 Hormônio liberador de corticotrofina 
 Hormônio melanócito estimulante 
 
CONTROLE DA HIPÓFISE PELO HIPOTÁLAMO 
 A produção de hormônios pela hipófise 
anterior (TSH, GH, etc.) é controlada por 
hormônios do hipotálamo (TRH, GnRH, 
etc.), que são secretados na chamada 
eminência mediana e que alcançam, então, 
os vasos do sistema porta hipotalâmico-
hipofisário. 
 Já os hormônios da neuro-hipófise não são 
produzidos por ela: a hipófise posterior nada 
mais é que uma “via” de secreção dos 
hormônios hipotalâmicos, como o 
antidiurético (ADH) e a ocitocina. 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD 
 
31 
 
www.medresumos.com.br 
GLÂNDULA HIPÓFISE (PITUITÁRIA) 
 A hipófise é considerada a “glândula mestra” do sistema endócrino. É uma glândula composta por parte derivada 
de uma evaginação da ectoderma oral (a adenohipófise) e outra da ectoderma neural (neurohipofise), e é responsável 
por produzir hormônios que regulam o crescimento, o metabolismo e a reprodução. 
 
ADENOHIPÓFISE (HIPÓFISE ANTERIOR) 
 A adenohipófise é constituída por 3 partes: 
 Pars distalis 
 Pars intermédia 
 Pars tubelaris 
 
ADENOHIPÓFISE – PARS DISTALIS 
A pars distalis é a principal localização de células produtoras de hormônios. As células de seu parênquima são 
constituídas por células cromófilas (têm afinidade a corantes) e cromófobas (pouca afinidade a corantes). 
 Células Cromófilas 
o Acidófilas: têm afinidade a corantes ácidos e se coram com laranja vermelho em eosina. São de 
dois tipos: 
 Somatotróficas: 
 Secretam somatotrofina (STH); 
 Estimuladas pelo SRH; 
 Inibidas pela somatostatina. 
 Mamotróficas: 
 Secretam prolactina; 
 Estimuladas pelo PRH e ocitocina (secretado pela neurohipófise); 
 Inibidas pelo PIF. 
 
o Basófilas: têm afinidade a corantes básicos e se coram em azul. São de três tipos: 
 Corticotróficas: secretam hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e hormônio lipotrófico 
(LPH). Estimuladas pelo CRH. 
 Tireotróficas: secretam hormônio tireotrófico (TSH). Estimuladas pelo TRH e inibidas pela 
presença de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), hormônios produzidos pela tireoide. 
 Gonadotróficas: secretam FSH e LH. Estimuladas pelo GnRH e inibidas por hormônios 
produzidos nos ovários e testículos. 
 
 Células Cromófobas: têm pouca afinidade a corantes. 
 
ADENOHIPÓFISE – PARS INTERMÉDIA 
Situada entre a pars distalis e a pars tubelaris, contém muitos cistos (resquícios da bolsa de Rathke – 
evaginação que deu origem a adenohipófise). Produz o hormônio alfa-melanócito estimulante (α-MSH) que, em 
animais inferiores, estimula a produção de melanina; no ser humano, pode estimular a produção de prolactina (fator 
liberador de prolactina) pelas células mamotroficas da pars distalis. 
 
ADENHOHIPÓFISE – PARS TUBELARIS 
Envolve a haste hipofisária e é dotada de células basófilas que vão da forma cuboide a colunares baixas. 
Algumas de suas células possuem grânulos de secreção que provavelmente possuem FSH e LH. 
 
NEUROHIPÓFISE (HIPÓFISE POSTERIOR) 
 A neurohipófise é constituída por 3 partes: 
 Eminência

Outros materiais