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Um sistema tributário amigo dos super ricos (errata 2)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE QUÍMICA
CIÊNCIAS SOCIAIS E INTRODUÇÃO À ECONOMIA– EQE360
DANIEL CAMARGO
JOSE LUIZ NUNES POYARES JUNIOR
KARINE RAMOS DUARTE
MARIANA ANDRADE
PAULA FERNANDES
Um Sistema Tributário Amigo dos Super-ricos
Rio de Janeiro
2017
DANIEL CAMARGO
JOSE LUIZ NUNES POYARES JUNIOR
KARINE RAMOS DUARTE
MARIANA ANDRADE
PAULA FERNANDES
Um Sistema Tributário Amigo dos Super-ricos
Trabalho apresentado aos cursos que abrangem a Escola de Química da UFRJ, para a disciplina de Ciências Sociais e introdução à Economia.
Professora Clarice Ferraz
Rio de Janeiro
2017
Introdução
Podemos definir Sistema Tributário como o conjunto de impostos, taxas e contribuições com os quais o Estado consegue obter recursos para manter-se; com ele tanto pode haver a distribuição de renda, onde todos disfrutam de melhores serviços públicos e ofertas de bens, como pode haver uma concentração de renda, onde uma pequena parte da população acumula capital e os serviços prestados pelo Estado não são da melhor qualidade. 
No Brasil, de uma forma geral, o Sistema Tributário é um dos principais agentes na concentração de renda. Principalmente nos impostos sobre renda, onde segundo a Oxfam os 10% mais ricos gastam apenas 21% da renda em tributos já os 10% mais pobres gastam 32%, acontece essa grave distorção; a lógica de sistemas justos é: quem tem mais paga mais, porém essa lógica não é aplicada no topo da pirâmide do Brasil.
 Histórico
No Brasil, desde a independência (1822) até 1934 toda a arrecadação do Estado provinha quase unicamente das alfândegas e das importações. A partir de 1934, o Estado de uma forma gradual começou um sistema de impostos internos, como por exemplo, em vendas e consignações, impostos sobre indústrias, imposto sobre profissões e imposto predial.
Com a constituição de 1946, novos impostos foram criados a fim de elevar as rendas municipais a partir de um sistema de transferências. Em 1966, com a lei 5172/66 o sistema tributário brasileiro foi sistematizado, com o Código Tributário Nacional, que continua em vigor até os dias de hoje juntamente com a Constituição atual.
Em 1988, o sistema tributário teve um título completo na Constituição (título IV), neste estão inclusos: princípios gerais, limitações do poder de tributar, regulamentação e repartição das arrecadações.
Programa Imposto sobre Renda (PIR): Como funciona o IRPF?
 O Imposto de Renda Pessoa Física é o imposto que incide sobre a renda e proventos de contribuintes que moram no país ou do exterior que recebam recursos de origem brasileira. O IRPF tem alíquotas de porcentagens variadas conforme a renda do contribuinte que fazem com que os que têm menor renda não sejam tributados. Tomando como base o ano de 2017, quem teve renda superior a R$ 28.559,70 (site da receita federal - 2017) no ano de 2016, recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40.000,00 (site da receita federal - 2017) e/ou em relação à atividade rural recebeu renda bruta superior a R$ 142.798,50 ou tem propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00 (site da receita federal - 2017) é obrigado a declarar imposto, sendo que a partir desse valor a faixas de rendas distintas para as alíquotas, que são as mesmas a mais de 20 anos, incidirem, como mostra a tabela a seguir:
Tabela 1 – Faixas de rendas e alíquotas incidentes
	É notável na tabela que a não alteração das alíquotas durante todo esse tempo interfere diretamente na arrecadação de impostos, já que a maior alíquota, 27,5 % (site da receita federal - 2017), incide igualmente em quem tem um salário de quase 5 salários mínimos e alguém que recebe 320 salários mínimos, já que não há alíquotas que incidem em salários extremamente altos.
Sistema Tributário: Super-ricos vs. Classe Média e Baixa
 No Brasil, mesmo a carga tributárias representando um valor de 33% (OCDE - 2015) do PIB, o que seriam dados bons que se assemelham ao de países como Canadá e Alemanha, não há cobrança justa de impostos, resultando em desigualdade na distribuição de renda. Isso ocorre, principalmente, devido aos IPRF não ter alíquotas que incidam de maneira justa sobre salários altos. Outro defeito no sistema tributário é instituição da isenção de impostos sobre dividendos e lucros. Basicamente, os acionistas ou sócios emprestam capital para empresas nas quais têm relações para que esse dinheiro seja investido gerando lucros. A manobra fiscal vem do retorno desses lucros aos investidores (já que pela lei nº 9.064 não haverá impostos incidentes sobre esse lucro) antes da declaração do Imposto de Renda Pessoal Jurídica. Assim há enriquecimento dos acionistas e sócios e a empresa declara um imposto que não representa de fato as riquezas produzidas por ela. Dessa forma, o salário dos super-ricos provém do repasse de dividendos e lucros não tributados, sendo que há uma isenção média de impostos alta para quem recebe muito (cerca de 66% para 80 salários mínimos e até 70% para 320 salários míniimos) e uma isenção baixa para quem recebe pouco, já que o que sua fonte de renda provém majoritariamente de seus salários que não escapam da tributação. 
Distribuição da Carga entre Tributos Diretos e Indiretos
 Basicamente, há dois tipos de tributação: a direta e a indireta. A tributação direta vem dos impostos que recaem diretamente no indivíduo como IPTU, IPVA e IPRF. A tributação indireta incide sobre produtos e serviços, assim o indivíduo é taxado, por exemplo, quando compra medicamentos, roupas ou alimentos. No Brasil existe o grande problema da alta tributação sobre o consumo. Cerca de 53% da carga tributária provém da tributação do consumo, o que recai fortemente nas classes média e baixa, já que os mesmos grupos gastam mais parte da sua renda (cerca de 32% da renda em tributos no 1º decil de renda da população) em itens de consumo (alimentação, medicamentos, vestuários, etc), enquanto o 10% mais rico da população (10º decil de renda da população) gasta cerca de 21% da renda em tributos (Inesc 2015).
Essa diferença ataca mais ainda negros e mulheres já que 3 em cada 4 do primeiro decil de renda são negros e mais da metade mulheres enquanto no décimo decil de renda 2 a cada 3 são homens brancos, indícios que o sistema tributário brasileira penaliza quem menos tem.
Tributação Patrimonial e Territorial 
 Na constituição há quarto impostos sobre o patrimônio: O ITR, IPTU, IPVA e IGF. O ITR – Imposto territorial rural – é o imposto que incide sobre a propriedade rural, sendo que sua alíquota varia dependendo da área do terreno e sua utilização. O IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano – é o imposto que incide a propriedade predial e territorial urbana. O IPVA - Imposto sobre a propriedade de veículos automotores – é o imposto que incide imposto que incide sobre veículos automotores (não incluindo embarcações e aeronaves). O IGF - Imposto sobre grandes fortunas – é o impostoque incide sobre grandes fortunas, só que mesmo sendo previsto Art. 153, inc. VII da Constituição Federal de 88, não há legislação que aplique este imposto. No Brasil, 4,5% (OXFAM BRASIL) da carga tributária é representada pela arrecadação patrimonial, o que é uma defasagem comparada aos Estados Unidos cuja arrecadação representa 12,15% (INESC. 2016) da carga tributária. Outra defasagem evidente é a do ITR que representa apenas 0,06% (OXFAM BRASIL) da carga tributária brasileira enquanto 300 milhões de hectares (35% do território do país) são ocupados com terras cultivadas. 
Evasão, Elisão e Renúncias 
 Além de toda a desigualdade apontada até aqui no sistema tributário brasileiro, há falhas no mesmo que permitem que manobras fiscais sejam feitas legalmente para que haja redução na arrecadação de tributos. Um bom exemplo é a situação da lei nº 9.064 que permite manobras fiscais que implica naarrecadação defasada de impostos de empresas. Se por exemplo, a lei nº 9.064 fosse revogada, estimasse um aumento de cerca de 60 bilhões de reais por ano (OXFAM BRASIL). Dinheiro esse que poderia ser reinvestido em políticas sociais e educação já que essa quantia representa 60 vezes o que é investido na educação infantil e o dobro que é investido no programa bolsa família que vem sido depreciado pela atual política governamental.
Conclusão
Após profunda discussão sobre o Sistema Tributário Brasileiro, observa-se uma falha que fez, por exemplo, o país deixasse de arrecadar 600 bilhões de reais em 2016 (OXFAM BRASIL). Dinheiro, este, que poderia estar sendo investido em educação, saúde e segurança, por exemplo. 
Falha essa que pode ser solucionada com duas grandes mobilizações: a alteração constitucional da lei de isenção de impostos sobre lucros e dividendos de acionistas e donos de empresas e a ampliação das faixas de alíquota do imposto de renda pessoa física. Com isso a taxação de impostos de sobre super-ricos seria mais igualitária em relação à classe média e baixa. 
Porém não há políticos realmente interessados na alteração dessa lei e do IRPF já que a maioria representativa no legislativo é justamente a classe que é beneficiada por tais falhas: ricos e empresários. 
Referências
GEORGES, Rafael; MAIA, Katia. “Relatório Oxfam Brasil – A distância que nos une”, 2017.
PASSOS, Najla; MAIOR, Carta. “O que é o Sistema Tributário e por que no Brasil ele é tão injusto?”. Disponível em: <https://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/08/sistema-tributario-brasil-e-injusto.html>. Acessado em: 20/11/2017
RECEITA FEDERAL. “Imposto de Renda Pessoa Física”. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/interface/cidadao/pagina-do-imposto-de-renda>. Acessado em 20/1112017.
MERIEVERTON, Robson. “O que é e como funciona o Imposto de Renda ‘IR’. Tire suas dúvidas”. Disponível em <https://www.estudopratico.com.br/o-que-e-e-como-funciona-o-imposto-de-renda-ir/>. Acessado em20/11/2017.
SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. “IMPOSTO SOBRE A RENDA – PESSOA FÍSICA / PERGUNTAS E RESPOSTAS”. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9064.htm>. Acessado em 20/11/2017.
Brasil. (jun. de 1995). Lei nº 9.064, de Junho. Lei de Isenção sobre lucros e dividendos de ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9064.htm>. Acessado em 25/11/2017
Brasil. (1988). Art. 153, inc. VII da Constituição Federal de 88. “Da Tributação e Orçamento do Sistema Tributário Nacional dos Impostos da União. Disponível em: <https://www.senado.gov.br/atividade/const/con1988/con1988_18.02.2016/art_153_.asp>. Acessado em: 28/11/2017.
CAMERA, Pedro. “Os impostos sobre o patrimônio e a necessidade de o poder público garantir a possibildade de uso, gozo e disposição do bem”. Disponível em:
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=16431>. Acessado em: 28/11/2017.
WIKIPÉDIA. Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Apresenta conteúdo enciclopédico. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto_territorial_rural>. Acessado em 28/11/2017.
WIKIPÉDIA. Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Apresenta conteúdo enciclopédico. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto_de_transmiss%C3%A3o_causa_mortis_e_doa%C3%A7%C3%A3o. Acessado em 28/11/2017.

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