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UM OLHAR POSITIVO SOBRE A PSICOLOGIA DO ESPORTE

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1
 
UM OLHAR POSITIVO SOBRE A PSICOLOGIA DO ESPORTE: CONTRIBUIÇÕES 
DA PSICOLOGIA POSITIVA 
Simone Meyer Sanches 
Joaquín Dosil Días 
Resumo 
O presente trabalho discute uma nova abordagem que vem ganhando visibilidade 
denominada Psicologia Positiva, realizando a interlocução das idéias e conceitos da 
mesma com a Psicologia do Esporte e as possíveis contribuições para a formação e 
para a prática do profissional da área. Gable & Haidt (2005) definem a Psicologia 
Positiva como o estudo das condições e processos que contribuem para o 
amadurecimento e otimização do desempenho das pessoas, grupos e instituições. 
Segundo Snyder & Lopez (2009), essa abordagem veio para oferecer um equilíbrio 
em relação às teorias predominantes na Psicologia cujo enfoque estava voltado à 
patologia, destacando-se a importância de considerarmos tanto os defeitos quanto 
(e principalmente) as qualidades das pessoas. Essa mudança de paradigma 
certamente se refletirá na melhora da performance do praticante (não somente no 
âmbito do esporte, mas nos diversos contextos em que está inserido), bem como da 
sua satisfação e aderência à atividade esportiva. 
Palavras-chave: psicologia positiva; saúde psicológica 
A positive view about sport psychology: contributions of the positive 
psychology 
Abstract 
The present work introduces a new approach that is gaining visibility called Positive 
Psychology. It makes the dialogue between the ideas and concepts of this doctrine 
with the Sport Psychology and the possible contributions for the formation and the 
practice of the professional of the area. Gable & Haidt (2005) defines Positive 
Psychology as the study of the conditions and processes that contribute for the 
maturing and optimization of the performance of the people, groups and institutions. 
According to Snyder & Lopez (2009), this boarding came to offer a balance in relation 
to the predominant theories in the Psychology whose approach was focused on the 
pathology, considering also the importance to consider the defects (and mainly) as 
well as the qualities of the people. This change of paradigm certainly will be reflected 
in the improvement of the performance of the athlete (not only on the sport’s field, but 
 
2
 
on the distinct contexts where he is inserted), as well as of its satisfaction and tack to 
the sportive activity. 
Keywords: positive psychology; psychological health 
UNA MIRADA POSITIVA PARA LA PSICOLOGÍA DEL DEPORTE: 
CONTRIBUCIONES DE LA PSICOLOGÍA POSITIVA 
Resumen 
El presente trabajo discute un nuevo abordaje que viene ganando visibilidad 
denominada Psicología Positiva, haciendo la interlocución de las ideas y conceptos 
de la misma con la Psicología del Deporte y sus posibles contribuciones para la 
formación y para la práctica del profesional del área. Gable & Haidt (2005) definen la 
Psicología Positiva como el estudio de las condiciones y procesos que contribuyen 
para la maduración y optimización del desempeño de las personas, grupos y 
instituciones. Segundo Snyder & Lopez (2009), esa abordaje vino para ofertar un 
equilibrio en relación a las teorías predominantes en la Psicología que enfocaban la 
patología, dando el destaque para la importancia de considerar tanto los defectos (y 
principalmente) cuanto las cualidades de un individuo. Ese cambio en el paradigma 
ciertamente vaya reflejarse en la mejora de la performance del practicante (no solo 
en el ámbito del deporte, pero en los diversos contextos en que él está inserido), 
bien como de su satisfacción y adhesión a la actividad esportiva. 
Palabras-clave: psicología positiva; salud psicológica 
Introdução 
A prática esportiva é um dos fenômenos que atualmente está sendo investigado em 
diversas áreas de atuação, sendo considerada uma atividade potencialmente 
promotora tanto de saúde física quanto mental. A Psicologia do Esporte é hoje um 
dos campos que está se desenvolvendo de forma significativa e que já agrega um 
conhecimento científico importante para que se possa atingir esse objetivo e 
beneficiar o praticante, caso esta atividade seja conduzida de modo apropriado. 
Objetiva-se apresentar uma nova abordagem que vem se desenvolvendo na 
atualidade denominada Psicologia Positiva, realizando a interlocução das idéias e 
conceitos da mesma com a Psicologia do Esporte e as possíveis contribuições para 
a formação e para a prática do profissional da área. 
 
3
 
O olhar patologizante da psicologia 
Sabe-se que de uma forma geral a Psicologia enquanto ciência surgiu em um 
contexto em que o seu enfoque estava voltado à patologia, à doença e à resolução 
das queixas trazidas pelos pacientes. Segundo Schultz & Schultz (2007), a própria 
psicanálise surgiu dentro da perspectiva médica e psiquiátrica, objetivando tratar 
pessoas consideradas pela sociedade como doentes mentais, tendo como principal 
objeto de estudo a psicopatologia e o comportamento anormal. Snyder & Lopez 
(2009) também concordam com essa premissa apontando que a psicologia aplicada 
do passado teve sua atenção direcionada ao tratamento da doença mental, 
buscando compreender e auxiliar as pessoas acometidas por essa patologia. 
Porém outros importantes pensadores da Psicologia, incomodados com a visão 
mecanicista e positivista da ciência do século XIX, sugeriram novas formas de 
conceber a natureza humana, que ultrapassavam os limites da biologia e da física. 
Essas novas abordagens defendiam que “o indivíduo era produto de forças e 
instituições sociais e, portanto, deveria ser estudado em termos sociais e não 
somente biológicos” (Schultz & Schultz, 2007, p. 398). Os autores ainda destacam 
que essa visão teve grande repercussão na sociedade da época por oferecer um 
cenário mais otimista do que o olhar determinista de Freud. Alguns dos jovens 
analistas que desenvolveram essa nova abordagem foram Alfred Adler e Karen 
Horney, que acreditavam que o comportamento humano não é determinado pelas 
forças biológicas, mas sim pelas relações interpessoais às quais um indivíduo está 
exposto, principalmente na infância. 
Posteriormente, na década de 1960, Abraham Maslow e Carl Rogers consolidaram o 
movimento denominado de terceira força dentro da psicologia americana, a 
Psicologia Humanista, que também seguia o pensamento originário das ciências 
sociais de que a personalidade seria um produto mais do ambiente que dos instintos 
biológicos. Essa nova abordagem enfocava “o poder do homem, bem como as suas 
aspirações positivas, a experiência consciente, o livre-arbítrio (não o determinismo), 
a plena utilização do potencial humano e a crença da integridade da natureza 
humana” (p. 408). Os psicólogos humanistas concebiam o indivíduo como um ser 
consciente, dotado de espontaneidade e liberdade e possuidor de uma força criativa 
responsável pela própria moldagem, que sofre influências tanto de suas 
experiências passadas quanto do momento presente e do futuro. 
 
4
 
Os psicólogos humanistas compreendiam a visão behaviorista focada no 
comportamento manifesto como desumanizadora, ao acreditarem que a mesma não 
abrangia a complexidade do ser humano. Os adeptos dessa abordagem 
acreditavam que um indivíduo não pode ser analisado de forma tão objetiva e 
quantificadora de modo a reduzi-lo e explicá-lo por meio de unidades de estímulo-
resposta (E-R). Criticavam Freud por seus estudos centrados em indivíduos 
neuróticos e psicóticos, afirmando que se a psicologia se focasse somente nos 
estudos da disfunção mental, “como seria possível compreender a natureza da 
saúde emocional e de outras qualidades do homem?”. Ao fazer isso, os 
representantes das ciências psicológicas estariam desconsiderando as virtudes e 
forças exclusivamente humanas. Desta forma, a psicologia humanista contribuiu 
para o fortalecimento da idéia, dentro da psicanálise, de que as pessoas possuem a 
capacidade de moldarem a própria vida, de forma consciente e livre (Schultz& 
Schultz, 2007). 
O surgimento e desenvolvimento da psicologia positiva 
Foi nesse contexto que surgiu uma nova área da psicologia que vem ganhando 
visibilidade nos últimos 10 anos, denominada Psicologia Positiva. Gable & Haidt 
(2005) definem essa abordagem como o estudo das condições e processos que 
contribuem para o amadurecimento e otimização do desempenho das pessoas, 
grupos e instituições. Segundo Snyder & Lopez (2009), essa abordagem veio para 
oferecer um equilíbrio em relação às teorias psicológicas predominantes na época, 
sugerindo que a Psicologia deve considerar não só os defeitos apresentados pelas 
pessoas, mas também (e principalmente) suas qualidades. 
O marco inicial desse movimento foi em 1998, quando o psicólogo Martin Seligman 
assumiu a presidência da American Psychological Association (APA). Devido sua 
insatisfação com o modo como a Psicologia historicamente vinha negligenciando o 
estudo dos aspectos virtuosos, Seligman e Czikszentmihalyi publicaram, em janeiro 
de 2000, uma edição especial da revista American Psychologist, discutindo a 
escassez de trabalhos na Psicologia que produzissem conhecimento sobre os 
aspectos positivos que constituem a base das nossas forças pessoais, como a 
criatividade, a esperança, a coragem, a sabedoria, a espiritualidade e a felicidade 
(Paludo & Koller, 2007). 
 
5
 
De acordo com Seligman (1998, apud Snyder & Lopez, 2009), antes da Segunda 
Guerra Mundial a Psicologia possuía como missão principal tanto a cura das 
doenças mentais como a busca de modos que melhorar a vida das pessoas e de 
estimulação e cultivo dos talentos superiores. Porém após a criação da 
Administração para os Veteranos de Guerra (Veterans Administration) nos Estados 
Unidos, em 1946, e consolidação do Instituto Nacional de Saúde Mental (National 
Institute of Mental Health), os psicólogos dedicados à pesquisa acadêmica 
conseguiram financiamentos para o desenvolvimento de pesquisas sobre as 
doenças mentais, fortalecendo esse enfoque da Psicologia sobre as patologias. 
Assim, os profissionais dessa área passam a “tratar a doença mental dentro de um 
quadro teórico voltado a consertar hábitos problemáticos, infâncias problemáticas e 
cérebros problemáticos” (p. 18) 
Porém a Psicologia Positiva possui um enfoque direcionado muito mais à prevenção 
do que a remediação de problemas como os citados acima. Foi nesse intuito que foi 
criada a Força-tarefa Presidencial sobre Prevenção (Presidencial Task Force on 
Prevention), sobre a coordenação de Suzanne Bennett Johnson e Roger Weissberg. 
Este programa objetiva identificar as melhores formas de implantação de trabalhos 
profiláticos, bem como contribuir para o desenvolvimento de uma nova profissão 
com formação específica em prevenção e promoção de saúde, capacitando a partir 
de inúmeras conferências os psicólogos da nova geração. Pretende-se também 
implementar uma campanha de prevenção da violência contra as crianças, bem 
como estimular os jovens com talentos elevados e editar uma edição especial da 
revista American Psychologist sobre prevenção (Seligman, 1998 apud Snyder & 
Lopez, 2009). 
Para que todas essas tarefas possam ser efetivas, destaca-se a necessidade do 
aumento não só do número de publicações sobre esse tema (que ainda é muito 
restrito), mas do aumento do material que sirva como referencial teórico para os 
profissionais interessados nessa abordagem, auxiliando os mesmos a 
desenvolverem uma prática direcionada por essas premissas. Se analisarmos o 
currículo de um estudante de psicologia hoje constatamos que existe muito pouco 
espaço para essa linha de pensamento, sendo que os psicólogos em formação 
pouco ou nada conhecem sobre a Psicologia Positiva, ou sobre como atuar sobre a 
ótica da prevenção e do desenvolvimento de potencialidades. 
 
6
 
Segundo Seligman et al (2005), a Psicologia Positiva se propõe a estudar a saúde 
mental e o bem-estar, objetivando investigar como, porque e sob que condições é 
possível promover o desenvolvimento de emoções positivas e de um caráter 
positivo, bem como identificar as instituições que auxiliaram nesse processo. O autor 
também destaca que os principais avanços alcançados na atualidade no âmbito das 
medidas psicoprofiláticas se originaram a partir da construção de conhecimentos 
voltados à promoção sistemática de competência dos indivíduos. As principais 
qualidades destacadas por ele como principais “parachoques contra a doença 
mental” são a coragem, o otimismo, a habilidade interpessoal, a ética no trabalho, a 
esperança, honestidade e perseverança. Seligman também defende que “grande 
parte da tarefa da prevenção será criar uma ciência das qualidades humanas, cuja 
missão seja estimular essas virtudes nos jovens”, sendo extremamente necessário 
que os profissionais da área possam reconhecer que parte fundamental do seu 
trabalho é amplificar as qualidades da pessoa com a qual está intervindo, ao invés 
de somente buscar “consertar os defeitos de seus pacientes” (Seligman, 1998 apud 
Snyder & Lopez, 2009, p. 19). 
Cuadra & Florenzano (2003) complementam afirmando que a Psicologia Positiva 
objetiva estudar as fortalezas e virtudes humanas, investigando os efeitos que estas 
exercem nas vidas das pessoas e na sociedade em que elas vivem. Em um nível 
individual ela discute características tais como a capacidade de amar e de exercer 
sua vocação, as habilidades interpessoais, a sensibilidade estética, a perseverança, 
o perdão, a originalidade, a espiritualidade, o talento e a sabedoria. Já em um nível 
social e mais abrangente, a Psicologia Positiva explora as virtudes dos indivíduos e 
as instituições que contribuem para a formação de melhores cidadãos, enfocando 
questões como a responsabilidade, o altruísmo, a tolerância e o trabalho ético. 
Percebe-se que a visão focada na doença está enraizada dentro da Psicologia não 
só no contexto acadêmico, que se reflete nos temas abordados pelas pesquisas 
realizadas na área, mas também no âmbito prático. O psicólogo inserido na prática 
seguramente irá perceber que a maior parte das pessoas que buscam os 
atendimentos psicológicos ou que são encaminhadas até esse serviço possui uma 
queixa, um problema que deseja solucionar ou uma dificuldade que necessita de um 
suporte para enfrentar. Desta forma, o imaginário da maioria da população sobre o 
trabalho da psicologia acaba se centrando na idéia de que esse trabalho é destinado 
 
7
 
às pessoas “problemáticas” ou que não possuem recursos internos suficientes para 
lidar com seus problemas de forma autônoma, buscando assim a ajuda profissional. 
Na Psicologia do Esporte não é diferente. Por ainda ser uma área pouco conhecida, 
(apesar dos seus já completados 50 anos), mesmo entre os protagonistas desse 
universo esportivo ainda predomina a idéia de que o trabalho psicológico é 
destinado a indivíduos que apresentam alguma queixa manifesta e que estejam 
necessitando desse suporte para lidarem com as questões que estão interferindo no 
seu desempenho esportivo. Mesmo entre os que já possuem mais informações 
sobre as possíveis contribuições do trabalho psicológico, é possível identificar, a 
partir da inserção no âmbito prático em equipes esportivas, que muitas vezes ainda 
prevalece a idéia de que as intervenções do psicólogo do esporte devem ser 
destinadas somente a atletas de elite. Nestes casos, costuma-se selecionar os 
melhores esportistas do grupo, excluindo-se assim o restante da equipe do trabalho 
psicológico mais sistemático. Percebe-se que nessa situação, o trabalho psicológico 
não está sendo assumido como uma intervenção que pode auxiliar qualquer atleta a 
evoluir a partir do nível que ele já se encontra, visando aumentar seu rendimento 
mental e potencializar as habilidades e qualidades que ele já possui. Esse seria o 
direcionamento do trabalho de acordo com a Psicologia Positiva. 
A interlocução entre a psicologiapositiva e a psicologia do esporte 
Dosil (2004) apresenta um histórico das discussões e publicações sobre a função do 
psicólogo do esporte, apontando que os primeiros trabalhos sobre essa temática 
surgiram nos Estados Unidos no final dos anos setenta. O autor destaca as 
publicações de Harrison y Feltz (1979), que descrevem as considerações legais da 
Psicologia do Esporte embasados na legislação da Psicologia Geral, e o artigo de 
Danish y Hale, publicado dois anos mais tarde (1981) no qual defendem a função do 
psicólogo esportivo a partir de uma perspectiva preventiva/educativa, no intuito de 
substituir a visão unicamente clínica predominante na época. Esse trabalho é 
considerado como uma das publicações que impulsionaram uma discussão que 
ainda hoje vem se fomentando, aos conflitar duas posturas diferenciadas: a dos que 
acreditam que o psicólogo deve ter uma intervenção fundamentalmente clínica (e 
conseqüente de resolução de problemas) e os que defendem uma postura mais 
preventiva (tendo como foco norteador o desenvolvimento humano). 
 
8
 
Segundo Gill (2000) os objetivos do trabalho do psicólogo do esporte são: entender 
como os fatores psicológicos afetam o desempenho físico de um indivíduo; e 
entender como a participação em esportes e exercícios afeta o desenvolvimento 
psicológico, a saúde e o bem-estar de uma pessoa. Desta forma, os psicólogos 
esportivos podem ser considerados profissionais que procuram entender e ajudar 
atletas de elite, crianças, indivíduos física e mentalmente incapacitados, idosos e 
praticantes em geral a alcançarem um desempenho máximo, satisfação pessoal e 
desenvolvimento. 
Portanto, de acordo com essa concepção, as intervenções da Psicologia do Esporte 
não devem ser destinadas somente para atletas de elite ou para pessoas que 
apresentam algum desajustamento ou dificuldade. Propõe-se aqui um trabalho que 
possa beneficiar todos os atores desse contexto, objetivando a melhora e o 
desenvolvimento a partir do ponto que se encontram (simbolizado pelo resultado 
esportivo – bom, mediano ou ruim – ou pela qualidade de vida ou saúde física e 
mental do praticante). 
Desta forma, ao invés de iniciarmos a intervenção com o tradicional questionamento 
sobre “o que te traz aqui”, ou em outras palavras, qual a queixa que aquela pessoa 
nos apresenta. Deveríamos focar nosso trabalho primeiramente no levantamento do 
histórico daquele atleta, coletando o máximo possível de informações sobre todos os 
contextos e relações em sua vida que de alguma forma podem influenciar no seu 
rendimento (no caso de atletas de alto rendimento) ou na sua relação com a prática 
esportiva (no caso de praticantes de tempo livre), para a partir daí definir os pontos 
que podem ser melhorados e desenvolvidos. Caso existam dificuldades e pontos 
frágeis, logicamente que estes também serão trabalhados, mas o ponto chave que 
diferencia as intervenções dentro da perspectiva da Psicologia Positiva é que se 
trata a patologia mas sempre enfocando a saúde, ou seja, tiramos as “pedras do 
caminho” para que estas não interfiram negativamente no percurso desse indivíduo 
e nem o façam “tropeçar” ao longo de sua jornada, mas olhamos sempre para a 
frente, para o objetivo que se deseja alcançar. 
O foco principal da intervenção sempre deve estar em fortalecer os aspectos 
positivos que o indivíduo já apresenta. Desta forma estaremos contribuindo tanto 
direta quanto indiretamente para o aprimoramento das habilidades dessa pessoa de 
 
9
 
lidar com as adversidades que certamente surgirão em sua vida, e 
conseqüentemente para o seu desenvolvimento pleno. 
Cantón (2007) também aborda essa questão em sua publicação sobre o papel do 
psicólogo do esporte, na qual destaca que a atuação desse profissional deve 
acontecer em sintonia com o trabalho do técnico, e deve visar: prevenir e detectar 
problemas, avaliar e dar seguimento ao rendimento do atleta e desenvolver suas 
habilidades psicológicas. 
Sabe-se que cresce cada vez mais a exigência por resultados em qualquer contexto 
de atuação humana, e no esporte não poderia ser diferente. A competitividade 
cresce, e a seletividade também. Quando se trata do esporte de alto rendimento, 
estamos nos referindo a atletas que já possuem resultados de alto nível e já estão 
buscando chegar no máximo do seu rendimento há algum tempo. Se os resultados 
já são excelentes, conseguir uma melhora nos mesmos, ou nas marcas, 
pontuações, desempenhos, etc, se torna uma tarefa de difícil execução. Assim, o 
psicólogo esportivo deve buscar trabalhar com esses atletas quais são os pontos 
fortes que estes possuem e que ainda podem ser desenvolvidos ainda mais. 
Novamente o foco aqui está direcionado para as potencialidades, e não para as 
deficiências. Corrigir as mesmas se torna parte do processo de “buscar a melhora”, 
de “busca da excelência”, e não o enfoque principal do trabalho. 
Porém percebe-se que essa perspectiva ainda é pouco conhecida no meio 
esportivo, e o psicólogo ainda é visto como um profissional que “cuida dos 
problemas”. Provavelmente esse seja o principal motivo de muitos atletas, técnicos e 
dirigentes ainda terem preconceitos com esse trabalho, fazendo com que esse não 
seja considerado como uma prioridade dentro do orçamento da equipe, clube ou 
instituição. O pensamento mais comumente encontrado ainda continua sendo o de 
que “se não somos loucos, para que precisamos de um psicólogo aqui?”. 
Dosil e Garcés de Los Fayos (2006) reforçam essa premissa ao destacarem que o 
número de atletas que buscam o trabalho psicológico ainda é muito reduzido, 
possivelmente devido a falta de conhecimento dos benefícios que o 
acompanhamento de um psicólogo esportivo pode trazer para sua performance e 
qualidade de vida. Os autores destacam que parte dessa responsabilidade é dos 
próprios psicólogos esportivos, que não estão conseguindo encontrar e/ou divulgar 
métodos de trabalho suficientemente aplicáveis e/ou eficientes. 
 
10
 
No contexto do esporte de alto rendimento a situação se torna mais complicada e a 
abertura para o trabalho psicológico ainda menor. Por isso que Dosil e Sanches 
(2008) destacam a importância de desenvolvermos e divulgarmos um novo enfoque 
no trabalho da Psicologia do Esporte, que possibilite que os atletas tenham uma 
visão da atuação do psicólogo do esporte totalmente direcionada para a 
maximização do rendimento esportivo. Os autores ainda destacam que hoje 
evidencia-se também a importância da especificidade do trabalho de acordo com a 
modalidade com a qual se está realizando a intervenção, sendo que serão as 
peculiaridades da mesma que irão direcionar a atuação do profissional. Desta forma, 
este deve buscar adaptar as sessões de acordo com as necessidades e exigências 
da modalidade em questão, propondo atividades atrativas e motivadoras que façam 
com que o atleta compreenda a importância do conteúdo trabalhado e veja sentido e 
necessidade em treinar essas habilidades. Se conseguirmos contribuir para que esta 
aprendizagem se torne significativa, seguramente teremos como resultado o 
aumento da adesão do atleta ao programa de treinamento mental e da abertura do 
mercado de trabalho para o psicólogo esportivo. 
Por isso uma das principais discussões hoje dentro da Psicologia do Esporte é 
exatamente a respeito de como podemos mostrar nosso trabalho utilizando a 
linguagem utilizada e compreendida no meio esportivo. Não adianta falar o 
“psicologuês” para o técnico ou para o fisioterapeuta, pois desta forma só estaremos 
contribuindo para abrir ainda mais o abismo que infelizmente ainda hoje existe entre 
as diferentes áreas de atuação que fazem a interlocução nesse contexto. Temos que 
criar estratégias e desenvolver um instrumental de intervenção que nos aproxime 
dos outros atores desse cenário, que possa transmitir a eles com uma linguagem 
compreensível e significativa os conceitos e conteúdos queacreditamos serem 
relevantes. 
Desta forma estaremos divulgando os benefícios desse trabalho para todos que 
estejam inseridos no contexto esportivo, independente destes “apresentarem 
problemas” ou não. Podemos até fazer um paralelo com o trabalho desenvolvido 
pelas outras áreas envolvidas, como por exemplo, a preparação física e técnica. 
Primeiramente tanto o técnico quanto o preparador físico irão fazer uma avaliação 
das aptidões que o atleta já possui, buscando identificar “o que ele faz melhor”, ou 
“quais são as qualidades e pontos fortes” que ele já apresenta. Nas próprias escolas 
 
11
 
de iniciação esportiva normalmente esse é o processo que é levado a cabo: a 
criança passa por testes que visam identificar essas qualidades e aptidões que ela já 
vem desenvolvendo de forma espontânea (ou devido seu estilo e hábitos de vida), 
para direcioná-la para uma atividade que os profissionais acreditam que ela terá 
mais sucesso. Por exemplo, de uma forma bem simplista (mas destacando que 
estamos tratando de uma questão muito mais complexa do que o exposto aqui), 
poderíamos considerar que uma criança que já praticou ginástica olímpica e chega 
numa equipe de atletismo, poderá ter muito sucesso na prova de salto com vara, 
distância ou altura, devido à flexibilidade já desenvolvida. Já o(a) jovem com 
estrutura corporal forte e ágil, poderá ter um excelente desempenho no grupo de 
lançamentos e arremessos, assim como o atleta que é tanto veloz, como forte e 
resistente poderá ter grande destaque nas provas combinadas. Porém não são 
somente esses fatores que serão avaliados para realizarmos esses 
encaminhamentos, logicamente, mas serão pontos a serem considerados nessa 
avaliação mais global. Esses são alguns exemplos das avaliações de aptidões feitas 
pelos profissionais que geralmente compõem uma equipe interdisciplinar no contexto 
esportivo. 
O trabalho do psicólogo deve entrar nessa mesma linha de raciocínio e de 
intervenção, podendo contribuir de forma significativa para o desenvolvimento 
desses atletas. Porém nosso enfoque será um pouco mais abrangente, e buscará 
identificar não só as qualidades físicas, técnicas e táticas dos praticantes, mas 
incluirá como principal enfoque as habilidades psicológicas. 
Porém na prática da atuação profissional percebe-se que essas dimensões estão 
sempre correlacionadas, pois seria impossível, por exemplo, trabalhar com o 
controle emocional ao longo de uma competição sem fazer um planejamento prévio 
da mesma. Esse plano deve englobar questões como a preparação física, técnica e 
tática, além da psicológica. Para exemplificar ainda mais, ao planejarmos uma 
competição de atletismo, por exemplo uma prova de 800 metros, um dos pontos 
trabalhados é a estratégia que será utilizada ao longo da prova. Cada atleta tem sua 
característica própria, sendo que uns são mais velozes e menos resistentes, outros 
já são mais resistentes e menos velozes. Uns conseguem fechar bem uma corrida 
acelerando nos últimos 200 ou 100 metros. Outros já não possuem essa 
característica e necessitam ganham posição antes, saindo forte desde o início da 
 
12
 
prova para garantir um bom posicionamento. Uns conseguem fazer uma boa prova 
reservando energias (se protegendo do atrito com o ar/vento) ao correr atrás de 
outro atleta e ultrapassando-o no final; outros já necessitam correr na frente o tempo 
todo e puxar a prova, pois não possuem velocidade suficiente para fazer a 
ultrapassagem no final, ou se desmotivam com a situação de não-liderança na 
prova. A partir da identificação dessas características, podemos formular estratégias 
e métodos que possibilitem esse esportista desenvolver ao máximo o seu potencial 
e melhorar suas habilidades. Se por acaso durante a preparação psicológica surgir 
questões como a problemas de concentração ou nervosismo, estes também serão 
trabalhados, mas sempre com o foco na melhora de resultado, e não na resolução 
de problemas. 
De acordo com essa visão, as intervenções psicológicas no âmbito esportivo devem 
enfocar não somente os aspectos que estão interferindo negativamente no 
rendimento esportivo do atleta, mas também buscar promover um ambiente que 
possibilite que este se desenvolva, que dê oportunidade para que ele possa se 
manifestar de forma integral e com total liberdade de expressão, onde as relações 
entre todos os membros equipe (atletas e corpo técnico) sejam saudáveis e 
estimulantes e que o atleta seja visto como uma pessoa na sua totalidade, com 
defeitos e qualidades. 
Sobre essa questão, Seligman et al (2005) apontam que uma ciência e uma prática 
psicológica completas deveriam compreender tanto os aspectos que levam ao 
sofrimento e ao desajuste emocional, mas também devem enfocar os aspectos que 
podem produzir a felicidade. Os autores defendem a necessidade de nos 
aprofundarmos na investigação de como todos esses processos interagem, 
objetivando desenvolver uma prática interventiva que possam, ao mesmo tempo, 
diminuir o sofrimento existente e ajudar o indivíduo a criar recursos para lidar com os 
problemas existentes em sua vida, mas também aumentem a felicidade e bem estar 
da pessoa. O ideal seria que esses mecanismos fossem trabalhados de forma 
conjunta e indissociável (“separable endeavors”). 
Snyder & Lopez (2009) também corroboram com essa afirmativa destacando que na 
área clínica, o comportamento anormal geralmente chama mais a atenção do 
psicólogo, e os “aspectos do comportamento normal e do funcionamento saudável 
(aquilo que está dando certo)” podem não receber a mesma importância no 
 
13
 
processo de diagnóstico e tratamento. Os autores apontam ainda que muitas vezes, 
ao longo desse processo de intervenção, os defeitos e as emoções negativas 
costumam ser mais enfocados do que as qualidades e emoções positivas. 
Apesar de normalmente a prática esportiva ser procurada como uma atividade 
prazerosa, sabe-se que a inserção na mesma pode resultar em uma mistura de 
emoções, tanto positivas quanto negativas (Jackson, 2000). Porém tudo dependerá 
de como essa atividade for conduzida e os objetivos dos dirigentes e participantes, 
sendo que o esporte pode propiciar um ambiente que possibilite e favoreça que as 
pessoas vivenciem sentimentos e afetos positivos, proporcionando um contexto 
muito propício para a investigação de conceitos psicológicos como o prazer, 
diversão e “flow”. 
Um dos pontos que devem ser enfatizados em uma atividade esportiva, seja ela 
realizada com um objetivo educacional, social ou até mesmo no esporte de alto 
rendimento, é a vivência do prazer e da diversão. Sem isso, não conseguimos 
conquistar a adesão do praticante, para que a prática esportiva passe a fazer parte 
de sua vida cotidiana por um longo período de tempo (se possível, pro toda a vida). 
No contexto da iniciação esse é um dos fatores cruciais e determinantes da 
permanência da criança no esporte, sendo considerado também um dos pontos 
fundamentais no contexto competitivo de alto nível. Se o atleta não conseguir 
encontrar essas sensações de prazer, diversão, satisfação, auto-realização, tanto 
nos treinos quanto nas situações competitivas, a probabilidade dele não utilizar o 
máximo do seu potencial é muito grande, não alcançando assim o nível mais 
elevado do seu rendimento. Garfiel e Bennett (1984, apud Jackson, 2000) 
investigaram alguns dos fatores que contribuem para que um atleta tenha uma 
excelente performance, e concluíram que os principais são: o atleta estar relaxado 
física e mentalmente, estar confiante, se sentindo com o controle da situação, estar 
centrado no momento presente, estar com muita energia e ativação, extremamente 
atento e desconectado do ambiente externo e as distrações provindas do mesmo. 
A relação entre emoções e a performance do atleta é o tema principal dos estudos 
realizados atualmente por Yuri Hanin (2000). O autor desenvolveu o IZOF Model 
(IndividualZones of Optimal Functioning Model), que foca na “descrição, predição, 
explicação e regulação dos estados biopsicossociais relacionados à performance, 
que afetam as atividades individuais e grupais” (Hanin, 2000, p. 66). O autor destaca 
 
14
 
que existe um consenso entre os profissionais da área clínica e educacional que as 
emoções positivas são indicadores de um estado de bem-estar pleno, produzindo 
quase sempre efeitos positivos, em contrapartida das emoções negativas, que 
normalmente são disfuncionais. O IZOF Model contradiz essa premissa enfatizando 
a influência tanto das emoções positivas quanto das negativas como determinantes 
da performance do atleta. Porém essa é uma discussão a ser aprofundada em outra 
ocasião. 
Na discussão sobre a importância das emoções positivas no esporte, devemos 
considerar também que quando o atleta não possui essa vivência, as chances dele 
não permanecer na atividade aumentam significativamente, podendo resultar no 
abandono esportivo ou da modalidade praticada. Feldman & Blanco (2006) 
destacam a importância do estudo das emoções no contexto laboral e os efeito das 
mesmas no desempenho do trabalhador. 
Jackson (2000) destaca que historicamente as disciplinas da área da saúde têm 
direcionado suas atenções mais para os problemas e patologias do que para o bem-
estar e a prevenção, e a Psicologia Positiva surgiu nesse contexto enfatizando a 
importância do estudo de conceitos como o prazer e a felicidade. Dentro dessa 
mesma abordagem, Cuadra & Florenzano (2003) destacam a relevância do conceito 
de bem-estar subjetivo, que se refere ao que as pessoas pensam e sentem sobre 
suas vidas e as conclusões cognitivas e afetivas alcançadas a partir da avaliação da 
sua existência. 
Esse enfoque vem de encontro aos preceitos do enfoque psicoprofilático de 
intervenção, onde a promoção de saúde (no caso do esporte, tanto física quanto 
mental) é sempre o foco principal. Os termos saúde mental e saúde psicológica são 
quase sinônimos, mas na psicologia, o primeiro termo é mais utilizado com um 
enfoque voltado às doenças mentais (ou a ausência delas) e o segundo se refere a 
uma visão de saúde mais positiva, voltada aos aspectos saudáveis do indivíduo 
(Sanches, 2004). Como a Psicologia do Esporte trabalha, de um modo geral, com 
indivíduos saudáveis, que não apresentam nenhum sintoma de doença mental, 
considera-se o termo saúde psicológica mais apropriado. 
A medicina tradicional define saúde como sendo “a ausência de sintomas”. Silva et 
al (1998) destaca alguns dos conceitos fundamentais dentro da área médica: (I) 
maior ênfase em uma orientação curativa do que em uma orientação preventiva; (II) 
 
15
 
a visão da doença como fruto de um único agente; (III) a apresentação do indivíduo 
como um mosaico de órgãos que devem ser tratados quando apresentam disfunção. 
A partir desses pontos os autores destacam que a concepção de saúde-doença a 
ser adotada deve ser marcadamente ecológica. Nessa perspectiva, o processo do 
adoecer não seria provocado por apenas um fator ambiental ou genético, mas deve 
ser considerado como fruto de uma inter-relação de fatores genéticos e ambientais. 
Desta forma, trabalha-se com uma visão de um ser humano mais integrado, 
integrando-se fatores e aspectos de cunho biológico, psicológico e social, a partir da 
concepção de um ser humano que pode ser agente ativo e crítico na manutenção de 
sua saúde ou na recuperação da mesma. Os autores enfatizam a importância da 
ampliação do “reconhecimento dos determinantes do processo saúde-doença, 
concedendo um papel ativo ao indivíduo e à coletividade”. 
Rey (1993) colabora com essa visão ao afirmar que a saúde é um complexo 
processo qualitativo que define o funcionamento completo do organismo, integrando 
de forma sistêmica o somático e o psíquico, formando uma unidade em que se um 
for afetado, atuará necessariamente no outro. Desta forma, o conceito de saúde 
deve ser considerado mais como um processo do que como um produto. 
Conseqüentemente a intervenção que objetive promover saúde deve investir no 
ambiente em que os indivíduos estão se desenvolvendo, que é onde esse processo 
está ocorrendo. 
Essa mesma temática foi abordada por Erich Fromm já em 1955, quando este 
estudou o que ele denominava de “sociedade sã”, definindo saúde mental como “a 
capacidade de amar e criar” (Fromm, p. 69, apud Snyder & Lopez, 2009). Marie 
Jahoda foi outra estudiosa do assunto que em 1958 caracterizou a saúde mental 
“como sendo a condição positiva movida pelos recursos psicológicos e desejos que 
a pessoa tem de crescimento pessoal”. A autora descreveu seis características que 
uma pessoa mentalmente saudável deve apresentar, também descritas por Snyder 
& Lopez (2009, p. 293): 
1. Atitude pessoal em relação a si que inclua auto-aceitação, auto-estima e uma 
auto-percepção verdadeira; 
2. A busca dos próprios potenciais; 
3. Pulsões direcionadas, integradas à personalidade; 
4. Identidade e valores que contribuam a uma sensação de autonomia. 
 
16
 
5. Percepções de mundo verdadeiras, em lugar de distorcidas em função de 
necessidades subjetivas; 
6. Domínio do ambiente e alegria no amor, no trabalho e na atividade lúdica. 
Rey (1993) corrobora com essas premissas destacando alguns aspectos que devem 
integrar o conceito de saúde, sendo eles: a importância do indivíduo experimentar 
bem-estar, sentir-se bem, motivado, com interesses definidos por atividades e 
pessoas concretas; outro item de grande importância é a capacidade do indivíduo de 
se auto-regular, e o último aspecto refere-se à importância do momento atual do 
organismo representar um momento essencial da otimização futura dos mecanismos 
e processos implicados na saúde humana. 
O autor ainda afirma que a saúde não é uma ausência de sintomas, mas um 
funcionamento integral que aumenta e otimiza os recursos do organismo para 
diminuir sua vulnerabilidade aos diferentes agentes e processos causadores de 
doenças (Rey, 1993). A partir da revisão dos conceitos de saúde para diferentes 
abordagens psicológicas, realizada pelo autor, verificou-se que a psicologia 
humanista compreende a personalidade saudável a partir dos indicadores do seu 
funcionamento psicológico, enfatizando a necessidade de superar o sintoma como 
unidade essencial da diferença entre saúde e doença. Alguns desses indicadores 
definidos pelos psicólogos humanistas são: 
- Capacidade de assumir suas próprias decisões; 
- Capacidade de amar; 
- Criatividade; 
- Capacidade de realizar um trabalho produtivo 
- Capacidade de integrar experiências negativas dentro de si; 
- Abertura para novas idéias; 
- Preocupação consigo mesmo, com as outras pessoas e pelo mundo natural. 
Desta forma, a ausência desses indicadores expressa uma maior vulnerabilidade do 
indivíduo para danos à sua saúde somática. 
Ansbacher (1982) também sugere que diversas teorias defendem a idéia de que as 
desordens mentais estão relacionadas com imaturidade e a saúde mental positiva 
com maturidade. Ser uma pessoa com maturidade significa assumir uma função 
social que oferece suporte para outros indivíduos, além de poder ser descrito como 
responsável, justo e racional. Em contrapartida, uma pessoa imatura pode ser 
 
17
 
descrita como egocêntrica, insegura e que apresenta características de desordem 
mental. 
A psicologia sempre trabalhou com a saúde mental dos seres humanos, mas a sua 
ênfase era na doença, nos sintomas apresentados, nos desvios e distúrbios. 
Atualmente essa visão da psicologia vem sendo ampliada e a abordagem ecológica 
de Bronfenbrenner (1979/1996) trouxe uma grande contribuição nesse sentido. 
Segundo De Antoni & Koller (2001), a visão ecológica focaliza mais os processos 
sadios e a promoção da resiliência, sugerindo que o indivíduo seja visto pelo que ele 
tem de bom, de positivo e não somente pelos problemas que ele apresenta. 
Segundo Silva (2002)a saúde deve ser considerada como algo contínuo e dinâmico, 
como um processo. É preciso considerar que “as pessoas vivenciam diferentes 
estados e que existem diferentes níveis de equilíbrio e desequilíbrio entre os dois 
extremos do processo: saúde-doença” (p. 29). A autora destaca que a tendência 
atual é definir saúde como adaptação, focalizando os diferentes contextos em que a 
pessoa se desenvolve e a congruência pessoa-ambiente que acontece em cada um 
deles. Nesse sentido, a saúde é considerada como estados vivenciados em 
processos sociais, que estão diretamente ligados às percepções mais ou menos 
positivas que as pessoas tenham a respeito dos relacionamentos que possuem e da 
função social que desempenham. 
Essa visão vem de encontro com a teoria de Bronfenbrenner (1979/1996) que define 
desenvolvimento a partir da concepção que a pessoa tem do seu meio ambiente 
ecológico, da relação que ela estabelece com ele e da capacidade do indivíduo de 
descobrir, sustentar ou alterar suas propriedades. 
A respeito da construção de um conceito positivo de saúde, Silva (2002) faz uma 
revisão de diversos estudiosos deste tema, que apontam para o fato de que, para 
que um indivíduo seja considerado saudável ou não, dependerá das possibilidades 
que ele tem de ter objetivos, aspirações e anseios, de manter equilíbrio emocional, 
de conseguir ter e manter ajustes com competências sociais e autonomia, de 
desenvolver auto-aceitação, de desenvolver e manter vínculos afetivos e de sentir-
se produtivo. Além disso, o indivíduo deve conseguir ter atitudes positivas diante dos 
outros, otimismo, habilidades sociais para resolução de problemas de formas 
adequadas para si e socialmente aceitáveis, autonomia e responsabilidades (Silva, 
2002). 
 
18
 
Peterson (2000) também aponta a importância do otimismo e como ele pode ser 
uma característica psicológica extremamente benéfica relacionada com o bom 
humor, a perseverança, o alcance das metas e conquistas e a saúde física. 
A partir dessa abordagem pode-se pensar na prática esportiva como uma atividade 
potencialmente promotora de saúde psicológica. Ela pode propiciar que o praticante 
experimente bem-estar, estabeleça objetivos e metas, realize uma atividade 
produtiva, que ele aprenda a se preocupar consigo mesmo e com os seus 
companheiros, ajudando-o a assumir uma função social de solidariedade e 
responsabilidade com as outras pessoas (Sanches, 2004). Além disso, o atleta 
necessita desenvolver um equilíbrio emocional e uma capacidade de resolução de 
problemas que possibilite que ele possa lidar com todas as adversidades e desafios 
intrínsecos do contexto esportivo (derrotas, lesões, frustrações, busca de índices, 
pressão por resultados, etc). A prática esportiva também contribui para o 
desenvolvimento das habilidades sociais do praticante, à medida que este está 
inserido em um grupo e deve buscar se relacionar de forma positiva com os 
integrantes do mesmo, sem deixar de estimular também sua autonomia (ao ter que 
ter iniciativa para estabelecer suas metas e buscar alcançar-las). Ao praticar uma 
atividade esportiva, o indivíduo entra em contato também com suas aptidões e 
deficiências ou dificuldades, o que oportuniza que o mesmo aceite suas qualidades 
e limitações (não somente as suas, mas a dos outros integrantes de seu grupo 
também, ao perceber que cada pessoa possui seus pontos fortes e fracos, 
destacando-se em uma habilidade diferente). 
Ansbacher foi outro estudioso do tema que já em 1982 destacava que ao 
estudarmos o que é saúde mental, é essencial abordarmos a questão da prevenção. 
Prevenção primária é quando se busca prevenir desordens mentais em uma 
população que não apresenta nenhum problema. Na prevenção secundária o 
objetivo é prevenir que os desajustamentos já existentes se agravem ou se 
prolonguem, enquanto a prevenção terciária visa prevenir as conseqüências da 
doença mental (Sanford apud Ansbacher, 1982). 
Na prevenção primária objetiva-se que os indivíduos que já estão mentalmente 
saudáveis continuem dessa forma e por isso concentra-se em mudar os fatores do 
ambiente que estão influenciando de forma negativa no desenvolvimento da pessoa 
(fatores de risco). 
 
19
 
Guzzo (1999) também discute essa temática ao defender que os problemas 
psicológicos ou problemas emocionais são padrões aprendidos de desajustamentos 
sociais e desgastes emocionais e não doenças. O mais importante é que eles 
podem ser evitados por meio de programas de prevenção primária, ou seja, pela 
criação de novos modelos de comportamentos mais eficazes e ajustados. O objetivo 
da prevenção primária é diminuir a incidência de desordens emocionais, por meio da 
redução das situações de ataque aos indivíduos ou ao seu desenvolvimento e 
também pela promoção de condições sociais e pessoais que aumentem 
competências específicas e capacidades para a convivência com diversas situações 
da vida cotidiana. A autora destaca alguns pontos característicos que os programas 
de prevenção primária possuem em comuns: 
1. Eles se voltam a grupos ou populações consideradas em situações de risco e 
não indivíduos que já experimentam problemas de desenvolvimento. 
2. A essência desses programas está em identificar, o mais precocemente possível, 
as condições de vulnerabilidade ou exposição a situações de risco, planejando e 
desenvolvendo estratégias de atuação imediata, antes que os problemas 
aconteçam ou se tornem graves. 
3. O principal foco têm sido crianças e adolescentes, pois estas faixas etárias 
respondem às intervenções de curta duração, podendo-se assim reduzir a 
prevalência de desajustamentos e problemas emocionais. 
A intervenção preventiva é considerada como uma intervenção psicossocial, que 
tem como objetivo construir mecanismos e estratégias públicas para a proteção de 
crianças e adolescentes em seus ambientes sociais, sendo os mais significativos a 
escola, a família e a comunidade (Guzzo, 1999). 
As idéias apresentadas acima a respeito da prevenção e da promoção de saúde 
psicológica vem de encontro aos preceitos norteadores da Psicologia Positiva, ao 
enfocar o desenvolvimento dos aspectos positivos do indivíduo e intervir sobre os 
fatores de risco que podem prejudicar esse processo. 
A concepção de Psicologia do Esporte que estamos buscando apresentar nesse 
trabalho também se insere perfeitamente nessa linha de pensamento, pois ao 
considerarmos que o psicólogo esportivo deve fazer parte da equipe interdisciplinar 
e trabalhar ao longo de todo ano com os atletas (e não ser solicitado somente 
 
20
 
quando surge um problema a ser resolvido de forma imediata – o famoso “apagar 
incêndios”) estamos trabalhando com essa perspectiva da prevenção. 
A atuação deste profissional pode buscar desenvolver, por exemplo, os aspectos 
destacados acima pela psicologia humanista, como a capacidade de assumir suas 
próprias decisões, ao ter que decidir qual prova irá realizar, de qual campeonato vai 
participar ou não, se vai treinar ou deixar de treinar em um dia que está chovendo ou 
que ele está se sentindo extremamente cansado, se vai permanecer numa 
determinada equipe ou com seu técnico atual ou vai arriscar uma mudança, etc; a 
capacidade de se relacionar de forma satisfatória com os outros membros da 
equipe; a criatividade, à medida que deve sempre adaptar os treinos e competições 
às necessidades do momento, como por exemplo ter que modificar uma estratégia 
planejada previamente quando surge uma situação inusitada em um campeonato; a 
capacidade de realizar um trabalho produtivo, ao colher os frutos do seu esforço e 
empenho ao longo da temporada, a capacidade de integrar experiências negativas 
dentro de si, por exemplo ao perder uma competição importante ou não ter o 
resultado que desejava e ter que lidar com essa frustração; abertura para novas 
idéias, ao incluir uma técnica nova no seu treinamento, ou ter que consideraros 
diferentes pontos de vista dos diversos membros da equipe; preocupação consigo 
mesmo, com as outras pessoas e pelo mundo natural, ao ter que cuidar do seu 
corpo, se sua saúde de forma geral, dos seus pertences, assim como respeitar seu 
colega de equipe, seu treinador, (respeitando o modo de pensar dos mesmos, as 
suas características de personalidade, seus gostos, manias e sonhos) e cuidar do 
seu local de treinamento deixando o material organizado para os outros integrantes 
que farão uso dos mesmos posteriormente. 
Conclusão 
Considerando que toda mudança de paradigma leva um tempo para se concretizar e 
conquistar seu espaço, destacamos de modo ainda mais incisivo a importância de 
ampliarmos as pesquisas realizadas dentro dessa perspectiva. Desta forma, 
estaremos contribuindo para a divulgação de subsídios teóricos que embasem de 
forma consistente a atuação do profissional da Psicologia do Esporte a partir da 
ótica da Psicologia Positiva, fortalecendo ainda mais essa práxis. Seguramente o 
desenvolvimento desse novo enfoque irá colaborar para a efetividade desejada nos 
programas de treinamento psicológico e de busca de qualidade de vida por meio do 
 
21
 
esporte, ao enfocar a melhora das habilidades mentais, físicas e psicológicas dos 
participantes. O resultado dessa mudança de enfoque certamente se refletirá na 
melhora da performance e dos resultados, bem como da satisfação e aderência ao 
contexto esportivo. Objetiva-se também que esses benefícios possam ser 
transpostos para outros âmbitos de sua vida, visando desta forma a promoção de 
saúde psicológica de um modo global. Temos que estar mais atentos aos aspectos 
positivos que todos os seres humanos possuem, buscando valorizá-los e incentivá-
los. O resultado dessa forma de inserção na sociedade se converterá em um 
aumento da satisfação da pessoa com a sua própria vida e com si mesmo, 
refletindo-se também no aumento da qualidade das relações sociais deste indivíduo 
(afinal, quem não gosta de estar próximo de pessoas positivas, que buscam 
encontrar os pontos positivos de cada situação vivenciada e soluções para os 
problemas que inevitavelmente surgem na trajetória de todos, ao invés de reforçar 
as dificuldades e se lamentar pelos objetivos não alcançados?), bem como da 
felicidade percebida e do bem-estar subjetivo. Estes deveriam ser os preceitos 
norteadores da Psicologia em qualquer contexto de intervenção e desta forma 
estaríamos contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade mais humana, 
mais otimista, integrada e saudável em todas as suas dimensões. 
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Sobre os autores 
Simone Meyer Sanches 
Graduada em Psicologia pela PUC-Campinas SP; mestre em Psicologia Escolar 
pela PUC-Campinas; doutoranda da Faculdade de Educação da USP 
Joaquín Dosil 
Professor Doutor da Universidade de Vigo - Espanha 
Endereço para correspondência 
Rua Dr. Ruy Vicente de Mello, 441 – Cidade Universitária 
Cep: 13084-050 – Campinas/SP – Brasil 
E-mail: si_sanches@hotmail.com

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