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Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. DESINFECÇÃO Cloração Professor Francisco Mauricio de Sá Barreto, Dr. barreto@ifce.edu.br Departamento: Construção Civil Cursos: Tecnologia em Saneamento Ambiental Bacharelado em Engenharia Civil Disciplina: Saneamento I Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. I. Considerações Desinfecção: processo que usa um agente químico ou não químico e objetiva a inativação de microrganismos patogênicos presentes na água, incluindo bactérias, protozoários e vírus, além de algas, por meio da ocorrência de um ou mais dos seguintes mecanismos: - destruição da estrutura celular; - interferência no metabolismo com inativação de enzimas; - interferência na biosíntese/crescimento celular, evitando a síntese de proteínas, ácidos nucléicos e co-enzimas. Considera-se que a eficiência da desinfecção resulte da oxidação ou da ruptura da parede celular, com consequente desintegração das células, e da difusão de um agente no interior da célula, o qual interfere na sua atividade. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Desinfecção: processo seletivo, isto é, não destrói todas as formas vivas e tampouco elimina todos os organismos patogênicos. Destruição completa de todas as formas de vida: esterilização. Agentes químicos utilizados na desinfecção: os oxidantes cloro, bromo, iodo, dióxido de cloro, ozônio, permanganato de potássio, peróxido de hidrogênio, ácido peracético, ferrato de potássio, e os íons metálicos prata e cobre. Agentes físicos: calor e a radiação ultravioleta. Características dos desinfetantes: - Destruir, em tempo razoável, os organismos patogênicos na quantidade em que se apresentam e nas condições da água; - Não ser tóxicos ao ser humano e aos animais domésticos e, nas dosagens usuais, não causar sabor e odor nas águas; Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. - Ser disponível a custo razoável e oferecer condições segura de transporte, armazenamento, manuseio e aplicação na água; - Ter sua concentração na água medida de forma rápida por meio de métodos simples e confiáveis; - Produzir residuais persistentes na água, assegurando, desse modo, a qualidade da água contra eventuais contaminações nas diferentes partes do sistema de abastecimento. Dentre os principais desinfetantes usados nas ETA’s para consumo humano destaca-se o cloro. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Bactéria Bactéria Protozoário Bactéria Protozoário Vírus Vírus Protozoário Bactéria e outros. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. • Inativação dos microrganismos patogénicos e eficácia da desinfecção. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Últimas décadas e atualmente: tem crescido o interesse pelo uso de desinfetantes alternativos, em decorrência da possibilidade da formação de subprodutos da desinfecção, como os trialometanos, ácidos haloacéticos, haloacetonas, aldeídos, etc., compostos halogenados que podem causar risco à saúde pública e verificados quando o cloro livre está presente e a água contém os chamados precursores, normalmente MON (em geral substâncias húmicas). Halogênios: Flúor (F), Cloro (Cl), Bromo (Br), Iodo (I) e Astato (At). Com base nas suas solubilidades em meio aquoso as substências húmicas (SH) são usualmente classificadas em: Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Triclorometano ou clorofórmico CHCl3 Bromodiclorometano CHBrCl2 Iodobromoclorometano CHClBrI Dibromoclorometano CHBr2Cl Tribromometano ou bromofórmio CHBr3 Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Estratégia para a escolha de um desinfetante/oxidante ou da combinação de alguns deles depende essencialmente da qualidade da água bruta (especialmente da concentração de COD e de brometos), principalmente quando a pré-oxidação (pré-desinfecção) for necessária. No caso da desinfecção final, a escolha do agente deve garantir a produção de água tratada e isenta de organismos patogênicos. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Principais subprodutos e residuais da desinfecção: Residuais de desinfetantes: - cloro livre: acido hipocloroso, íon hipoclorito; - cloraminas: monocloramina; - dióxido de cloro. Subprodutos inorgânicos: íons clorato, clorito, peróxido de hidrogênio, bromato e iodato, amônia. II. Formação de subprodutos e residuais dos desinfetantes Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Subprodutos halogenados: - Comumente formados quando a água apresenta MON que reage com o cloro ou bromo livre. Cl livre: geralmente introduzido como desinfetante (pré ou pós) e o Br livre resulta da oxidação do íon brometo quando presente na água. Subprodutos da oxidação de compostos orgânicos: haloaldeídos, ácidos carboxílicos, carbono orgânico assimilável. Subprodutos orgânicos halogenados: trialometanos (clorofórmio, bromofórmio, etc.), ácidos haloacéticos, haloacetonas, halofenóis, etc. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. A formação dos SPDs depende principalmente: - tipo de desinfetante; - dosagem aplicada e residual; - natureza da MON e sua concentração (substâncias húmicas); - presença de íon brometo; - temperatura; - concentração de nitrogênio orgânico e de nitrato; - tempo de contato e pH. Cursos: Bachareladoem Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Remoção dos precursores (COT e COD) reduz consideravelmente a formação de SPDs. III. Subprodutos formados em água com substâncias húmicas Quando a desinfecção é realizada com Cl livre, a seguinte equação pode ser escrita sobre a formação de THM e outros SPD halogenados quando há presença de MON e brometos. HOCl + BR + MON THMs + outros SPDs A MON principal precursor com o qual os halogênios reagem para formar esses subprodutos. Na ausência de brometos, somente SPD clorados são formados, enquanto na presença destes, o HOCl os oxida rapidamente a ácido hipobromoso, o qual juntamente com o residual de HOCl, forma os compostos que possuem cloro e bromo. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. IV. Controle da formação de SPDs halogenados De acordo com a portaria 2914/2011-MS o teor máximo de TTAM (clorofórmio, dicloroetano, dibromocloroetano e bromofórmio) é de 100 g/L. Para controlar a formação de SPDs ou removê-los, tem sido sugerido as seguintes alternativas: • Controle no manancial; • Remoção dos precursores: melhorar a coagulação, usar carvão ativado granular, filtrar em membranas; • Uso de oxidantes e desinfetantes alternativos: ozônio, dióxido de cloro, permanganato de potássio, peróxido de hidrogênio e ozônio, radiação ultravioleta; • Extração por meio de aeração. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. 1. Efeito do tempo • A formação dos THMs em condições naturais não é instantânea. Em algumas circunstâncias a sua formação pode completar-se em menos de uma hora, em outra situação é possível que se exijam vários dias antes de que ocorra a máxima produção de THMs. • A reação se faz menos lenta quando aumenta a temperatura ou o pH, e em presença de brometos. • Uma grande parte dos THMs que chega ao consumidor são produzidos no sistema de distribuição onde o contato do cloro livre com os precursores ocorre por um longo período de tempo. V. Principais fatores que influem na formação dos THMs Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. 2. Efeito da temperatura • Existe uma dependência típica da temperatura que, a cada 10º C de incremento, eleva ao dobro a taxa de formação de THM. • As variações sazonais, no que se refere a produção de THM, observada em estações de tratamento que utilizam a mesma fonte de água são, em grande parte, efeito da temperatura. 3. Efeito do pH • Foi comprovado que a taxa de formação de THM depende do pH. Em geral a formação se eleva com o incremento do valor de pH para as reações entre o cloro livre e a maioria dos precursores. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. • Os resultados de várias investigações têm mostrado uma forte dependência do pH; um incremento do triplo da formação, por cada unidade do aumento do pH. • Esta elevação na taxa de produção dos THMs era de se esperar já que uma das maneiras de explicar a aparição dos mesmos, a reação clássica dos halofórmios (CHX3, onde X é um halogênio), é acrescentada por bases. • Tem-se insinuado uma explicação para o efeito do pH. Uma macromolécula do precursor húmico, simplesmente se abrevia pela mútua repulsão das cargas negativas a níveis altos de pH; incrementando assim a disponibilidade de posições ativas adicionais na molécula do precursor. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. 4. Efeito dos bromatos • É um fato comprovado que os bromatos tem uma ação acentuada na formação dos THMs. Sabe-se que o bromato afeta tanto a taxa de reação quanto a quantidade total de THM. • O efeito do bromato na cinética da reação dos trihalometanos não está bem esclarecido. O mecanismo aceito, pelo qual o bromato participa na reação incluia oxidação do bromato a bromo e ácido hipobromoso, os quais por sua vez reagem com os precursores orgânicos. • O bromo competiria mais efetivamente que o cloro pelas posições ativas das moléculas húmicas precursoras. Sabe-se que o bromo supera o cloro na formação dos THMs. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. 5. Efeito da dosagem e tipo de cloro • Tem se sustentado que os THMs se originam mediante a conhecida "reação do halofórmio" que teria lugar entre o cloro livre e os compostos orgânicos precursores. • Este ponto de vista está muito controvertido atualmente. Tem-se demonstrado que a reação pode ocorrer por mecanismos distintos aos da reação do halofórmio. • Pode-se ter em conta que qualquer oxidante usado para desinfecção da água atuará reciprocamente com os produtos químicos já presentes na água bruta para formar outros produtos indesejáveis que podem aparecer na água tratada. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. • Por consequente, algo fundamental na potabilização das águas é eliminar ao máximo os precursores antes da adição do oxidante para reduzir ao mínimo a demanda do desinfetante e a possível formação de subprodutos nocivos. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. CLORO I. Considerações Nas condições atmosféricas normais o cloro é um gás amarelo esverdeado, facilmente detectável pelo seu cheiro extremamente irritante e penetrante. O cloro tem grande afinidade com muitas substâncias, reagindo com quase todos os elementos e com a maioria dos compostos orgânicos e inorgânicos. Sua produção resulta da eletrólise do cloreto de sódio na água. Além do cloro gasoso, é comum o uso de sal de cloro, principalmente hipoclorito de sódio e do hipoclorito de potássio. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. II. Principais vantagens do cloro: - inativa eficientemente grande quantidade de microrganismos patogênicos na água; - produz residual na água facilmente medido e controlado; - é facilmente encontrado no mercado a custos razoáveis; - manuseio relativamente simples e aplicação segura; III. Os principais usos do cloro: - controle de sabor e odor; - prevenção do crescimento de algas nas unidadesda ETA; - oxidação do Fe e Mn; - destruição do sulfeto de hidrogênio; - redução da cor e controle no crescimento de filmes biológicos nas tubulações. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. IV. Principais desvantagens do cloro - Estão associadas ao fato de cloro livre reagir com diversos compostos orgânicos e inorgânicos presentes na água para formar subprodutos indesejáveis e, - Em dosagens relativamente altas, causar sabor e odor. V. Ação do cloro na água A desinfecção pode ser o principal ou o único objetivo da cloração quando a água a ser tratada não recebeu qualquer forma de poluição (ou contaminação). No entanto, no caso de águas com qualidade inferior, como as poluídas, a cloração pode ser empregada com um objetivo adicional, aproveitando a ação oxidante do cloro, desde que a água não apresente precursores da formação de compostos tóxicos ao ser humano – Ex. Trihalometanos. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Na água o cloro age de duas maneiras: - como desinfetante, para destruir/inativar microrganismos patogênicos, algas e bactérias de vida livre, especialmente as ferro- redutoras do gênero Crenothrix; - como oxidante de compostos orgânicos e inorgânicos. Considerando a água isenta de impurezas, ocorre a seguinte reação: Cl2 + H2O HClO + H + + Cl- Dependendo do pH da água, o HClO (acido hipocloroso) se dissocia, formando o ClO- (íon hipoclorito), segundo a reação: HClO ClO- + H+ + Cl- Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Para valores de pH maiores que 6, diminui a concentração de HClO e aumenta a de ClO-. O pH das águas naturais e da água filtrada de uma ETA encontra- se normalmente na faixa em que há presença tanto do HClO quanto do ClO-. Ambos os compostos apresentam ação desinfetante e oxidante, porém o HClO é mais eficiente que o ClO- na inativação de microrganismos em geral. A medida do poder do poder de oxidação de um composto de cloro, expresso em termos de cloro elementar, é denominada cloro residual livre. O cloro presente na forma de HClO e de ClO- é denominado cloro residual livre. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. VI. Ação do cloro na água contendo amônia O cloro livre combina-se com a amônia e compostos amoniacais presente na água, formando compostos clorados ativos, como as cloraminas. Quando a amônia é de origem orgânica, as cloraminas orgânicas formadas apresentam pequeno poder de destruição e inativação de microrganismos. Quando a amônia é de origem inorgânica (sulfato de amônia, cloreto de amônia, amônia gasosa, etc.) há formação de cloraminas inorgânicas, as quais podem ser usadas como desinfetantes em algumas situações. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. O teor de cloro na forma de cloraminas inorgânicas é denominado cloro residual combinado. A adição de cloreto de amônia numa água “pura”, observou-se que o cloro, na forma de HClO, combinava-se com a amônia, formando monocloramina (NH2Cl), dicloramina (NHCl2) e tricloramina (NCl3). HClO + NH3 (aq) NH2Cl + H2O HClO + NH2Cl NHCl2 + H2O HClO + NHCl2 NCl3 + H2O As reações de formação das cloraminas são governadas: pH da água, relação cloro/amônia e tempo decorrido após a adição de Cl em água contendo amônia. Com a diminuição do pH e aumento da relação Cl/amônia, a molécula de amônia torna-se mais clorada, na seqüência: NH3 NH2Cl NHCl2 NCl3. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Dentre as cloraminas, a dicloramina é a de maior poder de desinfecção, porém sua formação, assim como a de tricloramina, não é desejável, pois tais compostos conferem sabor e odor à água, dificultando sua ingestão pelo ser humano. A monocloramina é obtida poucos segundos para valores de pH entre 7 e 9 e para relação de cloro/amônia menores do que 5. A formação de dicloraminas é maximizada para valores de pH entre 4,4 e 6,0 e para relação de cloro/amônia entre 5 e 7,6. A dicloramina é relativamente instável e tende a decompor-se para valores de cloro/amônia superiores a 7,6. a formação de tricloraminas ocorre somente para valores de pH muito baixos (< 4,5) e para relação de cloro/amônia superior a 7,6. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. VII. Cloração ao breack Point Quando a água a ser tratada apresenta N amoniacal é predominante a formação de monocloramina para Cl/amônia < 5. Com o aumento da dosagem de Cl aplicado na água, de modo que a relação Cl/amônia permaneça inferior a 7,6, resulta uma mistura de monocloraminas e dicloraminas, onde parte do N amoniacal é oxidado pelo Cl a NO3 - e N2, sendo que a soma dos teores residuais de Cl nessas condições resulta inferior à dosagem de Cl aplicada. Para Cl/amônia = 7,6, ocorre, teoricamente, a oxidação de toda amônia disponível. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. A dosagem de Cl para qual ocorreria a oxidação de toda amônia disponível é denominada dosagem ao breack point, pois daí em diante, com aumento da dosagem de Cl aplicado, há aumento correspondente do teor de Cl residual livre (gráfico). Com o aumento da dosagem de Cl aplicado há diminuição da concentração de N amoniacal, porém a soma do N amoniacal remanescente com o N das cloraminas permanece constante. O ponto máximo da curva acontece quando toda a amônia disponível foi combinada com o Cl aplicado, formando cloramina. Com o aumento da dosagem de Cl aplicado, as cloraminas são oxidadas e destruídas, configurando o ramo descendente da curva. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. O ponto correspondente à concentração mínima de Cl residual, referente á dosagem no breack point, é atingido quando há destruição total das cloraminas. No ramo ascendente/descendente da curva, antes da ocorrência do breack point, o Cl residual se encontrana forma combinada. Quantidades adicionais de Cl dosado aparecerão como Cl residual livre, já que foi satisfeita toda demanda de Cl na água. Denomina-se demanda de Cl a diferença entre a dosagem de cloro aplicado e a concentração de Cl residual disponível, no final de um período especificado. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. A medida do Cl residual disponível corresponde a medida do Cl residual total (livre e combinado) em termos de Cl elementar. Quando se deseja realizar a cloração com Cl combinado, técnica também conhecida como cloro-amoniação, por meio de aplicação de amônia inorgânica e do Cl em água isenta de matéria orgânica nitrogenada, a concentração de cloro residual deve estar relacionada ao ramo ascendente da curva do cloro residual. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. - - - = Derivado clorado adicionado em água sem matéria orgânica e substâncias amoniacais. A-B = Formação de cloraminas. B-C = Decomposição de cloraminas, por excesso de cloro. FIGURA 1- Cloração acima do ponto de quebra. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005. Cursos: Bacharelado em Engenharia Civil – Tecnologia em Saneamento Ambiental Disciplina: Saneamento I - Prof. Mauricio Barreto, Dr. Aula 08: Desinfecção - Cloração Baseado em: Luiz Di Bernardo, 2005.
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