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1 TRANSFORMAÇÕES SOCIETÁRIAS, FORMAÇÃO E EXERCÍCIO PROFISSIONAL: um estudo sobre o serviço social na realidade brasileira e alemã Jussara Maria Rosa Mendes 1 Beatriz Gershenson Aguinsky 2 Alzira Maria Baptista Lewgoy 3 Martha Helena Weizenmann 4 Resumo: O estudo analisa os rebatimentos das Transformações Societárias na formação e no exercício profissional dos Assistentes Sociais no Brasil e na Alemanha através de um Projeto de Cooperação Acadêmica Internacional. Tomando-se como referência a realidade de ambos os países, na interlocução com a historicidade da inserção sócio- profissional dos assistentes sociais nos diferentes espaços sócio- ocupacionais, busca-se contribuir para a qualificação de respostas operativas da profissão às demandas e necessidades da formação e do exercício profissional, sem descuidar-se das referências teórico- metodológicas e ético-políticas que dão sustentação ao projeto profissional dos assistentes sociais. Palavras-chave: Formação e exercício profissional; Transformações Societárias; Serviço Social. Abstract: The study examines the rebut of the societal transformations in training and professional practice of social workers in Brazil and in Germany through a Project of International Academic Cooperation. Taking as a reference the reality of both countries, in dialogue with the history of socio-professional oh the social workers in different socio- occupational areas, seeks to contribute to the operational status of responses to the demands of the profession and training needs and professional practice, without neglecting are the theoretical references and methodological and ethical-political project to give support to professional social workers. Key words: Training and professional practice; Corporate Transformations; Social Work. 1 Docente. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E-mail: mjussara@pucrs.br 2 Docente. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E-mail: aguinsky@pucrs.br 3 Docente. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E-mail: lewgoy@terra.com.br 4 Mestranda. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E-mail: marthaweizenmann@yahoo.com.br 2 1. INTRODUÇÃO O presente artigo é fruto de um Projeto de Cooperação Acadêmica Internacional entre Brasil e Alemanha (PROBRAL), através dos Programas de Pós-Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a Universidade de Kassel. Deste modo, toma-se como referência o reconhecimento das tradições, brasileira e alemã, na formação profissional em Serviço Social, e, também, os novos desafios que as transformações societárias colocam à competência dos docentes, pesquisadores e profissionais da área de ambos os países. O estudo aborda, nos marcos sócio-históricos, as tendências com que o Serviço Social vem se configurando na realidade de ambos os países, levando em consideração as especificidades políticas, sociais e culturais da realidade brasileira e alemã com vistas aprofundar as análises sobre os rebatimentos das transformações societárias na formação e no exercício profissional do assistente social e responder aos desafios contemporâneos postos à profissão em ambos os países. Em contraste com a realidade do Serviço Social na Alemanha, onde o grau de juridificação da profissão é pequeno e são embrionárias as formas organizativas da categoria na convergência de princípios e orientações que dêem direção ao exercício e formação profissional, a profissionalização do Serviço Social no Brasil alcançou profundo amadurecimento. Os patamares de profissionalização do Serviço Social brasileiro são assegurados pela trajetória histórica da regulamentação da profissão, estabelecendo as competências e atribuições privativas do assistente social que se atualizam no diálogo com as conquistas acumuladas pela democratização da sociedade brasileira e com o desenvolvimento da esfera pública no país. Nesse sentido, através do papel dos Conselhos Profissionais, erige seu Código de Ética Profissional, em um movimento claro de autodeterminação na definição dos patamares desejáveis para o exercício profissional com clareza de direção ético-política. Além disso, o Serviço Social brasileiro vem construindo permanentemente esforços na qualificação das diretrizes da formação dos profissionais da área, sob a liderança da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). 3 Esta auto-organização dos profissionais brasileiros se traduz na orientação hegemônica da direção social da profissão identificada com as lutas históricas pela universalização e ampliação dos direitos sociais. Através desta direção a profissão se apresenta à sociedade, resultando em um processo identitário que se conforma na relação com a sociedade. Considerando as especificidades do Serviço Social brasileiro, dadas pela sua trajetória histórica e política, tornam-se evidentes as diferenças do Serviço Social brasileiro e alemão, tanto no processo de formação, quanto no exercício profissional. Tal questão é a amálgama essencial do processo de cooperação, o que remete à relevância do aprofundamento de estudos que possam decifrar os desafios profissionais do Serviço Social impulsionando a articulação entre Escolas e Programas de Pós-graduação no âmbito nacional e internacional. Por tratar-se de uma aproximação recente e de um estudo em fase inicial, aqui serão apresentadas algumas questões que demarcam as diretrizes essenciais constantes nesta trajetória, retratando a realidade da formação e exercício profissional dos assistentes sociais, em ambos os países. 2. O SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: FORMAÇÃO E EXERCÍCIO PROFISSIONAL O debate acadêmico contemporâneo sobre o significado social do Serviço Social como profissão na realidade latino-americana e nela, particularmente, a brasileira, é herdeiro de uma perspectiva crítica genericamente identificada como Reconceituação do Serviço Social (IAMAMOTO, 1982; 1994). A exigência de uma perspectiva crítica para iluminar as possíveis formas da produção de conhecimentos da área conceber o Serviço Social prevalece desde esta herança e vem se adensando em contribuições plurais na análise dos fundamentos, dos objetivos, das funções, das atribuições e das práticas dos profissionais (BARROCO, 2005; GUERRA, 2000; IAMAMOTO, 1999, 2005; MARTINELLI, 1989; VASCONCELOS, 2002; YAZBEK, 2000). Em que pese à tendência hegemônica da produção de conhecimento da área urdida neste processo, instaurado no Brasil na segunda metade do século passado (mais especificamente a partir da década de 1970) e pela qual as possibilidades de leitura crítica 4 sobre o significado social do Serviço Social localizam-se em uma via de ruptura com um projeto profissional historicamente conservador (IAMAMOTO, 1994), as contradições dos interesses em disputa no tecido social atualizam o pensamento conservador nas formas de ver e exercer o trabalho dos assistentes sociais na contemporaneidade, que convivem com a vertente crítica na atribuição de significados ao exercício profissional (NETTO, 1996). No solo histórico destas contradições, renovam-se os desafios de construírem-se contribuições analíticas sobre o lugar social do Serviço Social na perspectiva assumida no vigente Código de Ética Profissional (1993) que pode ser situado, em termos amplos, como compromisso com a igualdade social, que decorre da exigência de leitura crítica da realidade do país como regida pelo perverso signo da desigualdade, naturalizado na tessitura da vida social. O Serviço Social tem como matéria prima ou objeto de sua ação as refrações da questão social, ou seja, o conjunto de desigualdades que expressam as condições objetivas da reprodução do capitalismo na sociedade brasileira e também os processos de lutas e resistências, singulares e coletivas, dos sujeitos sociais na transformação destas condições (IAMAMOTO, 1999). A questão social que repercute no modo e condição de vida da população brasileira, certamente, não se explica apenas pelas conjunturas de governo ou pelas circunstâncias existenciais da população, pois apresentam origens estruturais, como as desigualdades sócio- econômicas, o desemprego, a fome e todas as outras dificuldades às quais os cidadãos encontram-se expostos, exigindo respostas da esfera pública ao seu enfrentamento e também novas alternativas, consentâneas com a magnitude e o agravamento da questão social para a formação e o exercício profissional. Além disso, as reformas do Estado também alteraram significativamente as condições de trabalho de todos os trabalhadores, tanto na esfera pública como na privada, através da extinção de postos de trabalho e serviços, das demissões, da contenção de salários, da corrida à aposentadoria, do aumento dos índices de desemprego, e ainda, pela alta precarização das condições do exercício profissional, repercutindo na categoria dos assistentes sociais, como trabalhadores assalariados. Essa lógica marca os espaços ocupacionais dos assistentes sociais que vêm sofrendo significativas mutações e, automaticamente, trazendo imensos e renovados desafios. 5 Constata-se que as relações sociais na sociedade contemporânea são clivadas de manifestações históricas que expressam transformações intensas, seja no campo de valores ou no dos costumes, em que as mais variadas formas de injustiça e violações são naturalizadas. As pessoas, nos diversos contextos sociais, em todos os continentes, países e comunidades vivenciam diariamente perdas de cidadania. Este fenômeno, sem dúvida, não é recente, mas certamente o que hoje mais impacta é a manifestação quase fora de controle que este vem assumindo. A construção social das vulnerabilidades sociais e as decorrentes necessidades de acesso e garantia de direitos, transformam-se em demandas paras as diversas áreas de conhecimento e os mais diversos programas, projetos e serviços, como também de políticas públicas. Além das mais diversas áreas de conhecimento que são necessárias para o enfrentamento destas questões, sublinha-se a necessidade de uma intensa articulação inter- programas de pós-graduação que possibilitem uma formação profissional alinhada com estes novos tempos. O aumento da desigualdade em face do crescimento da concentração de renda e da acentuação das desigualdades entre o capital e o trabalho impulsiona diversos autores a refletirem sobre as evidências do agravamento da situação social e sobre os contornos dramáticos da pobreza nos países em desenvolvimento. A flexibilização torna-se uma das estratégias da precarização do trabalho e das condições de vida da população, inscrevendo-se como um novo modo de exploração. Vulnerabilidades, desfiliações, suscetibilidades, seja o nome com o qual queiramos denominar, é o essencial o alongamento do olhar para que possamos identificar e observar o movimento do real, demarcando o campo de investigação/intervenção a partir da conformação sócio-histórica da questão social, de suas mediações e seus desdobramentos. O quadro de profundas modificações pelo qual têm passado a sociedade brasileira e a mundial tem sido o solo histórico que exige novas respostas profissionais. Como nos diz Iamamoto (1999), [...] solo histórico que tornou possível e impôs como socialmente necessário um amplo movimento de renovação do Serviço Social, derivando em mudanças significativas nos campos do ensino, da pesquisa e da organização dos assistentes sociais. 6 Movimento este que busca assegurar ao Serviço Social sua conciliação com o tempo presente, decifrando necessidades e afirmando-se como profissão necessária no tempo e no espaço dessa sociedade. Ao Serviço Social impõe-se o desafio de fortalecer sua identidade, seu ethos profissional, no tensionamento destas relações na esfera da produção social – sociedade civil, Estado, mercado - espaço no qual se situa o seu trabalho. Sem dúvida, são questões que traduzem exigências e requisições ao trabalho do Assistente Social ao mesmo tempo em que sinalizam novos espaços ocupacionais e de trabalho, que reeditam dilemas éticos presentes nas tensões historicamente enraizadas na constituição da profissão e nas estratégias de respostas a questão social (IAMAMOTO, 2005). A identidade profissional, todavia, não tem uma localização espacial e temporal delimitada, ela vai se construindo, simultaneamente, durante o processo de formação, continuando durante todo o exercício profissional. A arquitetura da identidade profissional fundamenta-se na constituição de diversos personagens que ora se conservam, ora se sucedem, ora coexistem, ora se alternam, mas com a aparência unívoca e estável (CIAMPA, 1987). Esse processo exige superação de dicotomias, pois sua compreensão envolve, ao mesmo tempo, o igual e o diferente, o permanente e o mutante, o individual e o coletivo (JACQUES, 2002). Além disso, a articulação entre identidade e trabalho confere ao papel social dos profissionais expressividade na constituição da identidade, ao afirmar que o exercício de atividades coletivas e de trabalho conjunto é responsável pelo aparecimento das especificidades próprias do homem, como pensamento, consciência e linguagem (LEONTIEV, 1978). As conformações identitárias que o Serviço Social vai historicamente assumindo, portanto, expressam-se no pensar, na consciência e na linguagem dos profissionais que atribuem significados às requisições que se colocam à profissão e a forma de respondê-las. São estes significados que a pesquisa em curso propõe-se a alcançar. 3. O SERVIÇO SOCIAL NA ALEMANHA: FORMAÇÃO E EXERCÍCIO PROFISSIONAL O Serviço Social nasceu como profissão na Alemanha na passagem do século XIX ao XX, sendo então exercido única e exclusivamente por mulheres. O primeiro discurso de 7 profissionalização surgiu nos anos de 1920 com Alice Salomon que reivindicava a implementação de instituições de formação e a intensificação da pesquisa social-pedagógica. Além disso, a autora defendia a idéia de que antes de qualquer forma de ajuda seria necessária a realização de um diagnóstico. Nas décadas de 1950 a 1970, houve um movimento de crítica à prática caritativa e filantrópica no campo da social-pedagogia e na definição da função do Trabalho Social como “serviço de ajuda”. O Trabalho Social, sob as condições de produção capitalista, foi identificado como uma agência de reprodução, socialização, compensação e disciplina (THOLE, 2008). Na década de 1980, as bases argumentativas dos trabalhadores sociais ou eram impregnadas de um saber cingido aos conhecimentos das ciências sociais, ou de um pragmatismo que rivalizava com saberes cientificamente fundados. Na década de 1990, a prática profissional é baseada na evidência e no saber empírico, acoplada à idéia de justiça social, conforme ilustra o quadro abaixo. Quadro 1 – Trajetória histórica da profissão na Alemanha 1920 1970 1980 1990 2000 Diagnóstico referido à experiência ingênua Diagnóstico politicamente motivado Diagnóstico referido ao caso e ao campo Diagnóstico estandardizado Diagnóstico orientado pelo resultado Cientificidade periférica Cientificidade acadêmica Cientificidade distanciada Conhecimento jurídico e empresarial Fundamentaçã o legitimada pela empiria Referência de caso não diferenciada Diferenciação metodológica Orientação psicossocial Orientação da ação pelo espaço social e eficiência Estandardizaçã o do agir referente ao caso e ao campo Recursos econômicos escassos Recursos econômicos crescentes Recursos econômicos altamente estáveis Recursos econômicos estáveis Recursos econômicos tendencial- mente estáveis Nível de profissionalização: baixo e ingênuo, porém básico para o diagnóstico Nível de profissionalização dinâmico e politicamente demarcado Nível de profissionaliza- ção: orientação dinâmico- regressiva e psicoterapêutica Nível de profissionaliza- ção demarcado e estandardizado economicament Nível de profissionaliza- ção baseado no conhecimento e relacionado ao problema 8 e flexível Fonte: THOLE, 2008. O Serviço Social na Alemanha surge como produto da modernização social, do desenvolvimento e dos esforços públicos a favor da seguridade e do controle sociais (THOLE, 2008). Ao longo do último século, vem destacando sua importância como parte integrante do setor de serviços. A grande questão é saber até que ponto esta ampliação quantitativa de instituições e profissionais (RAUSCHENBACH, 1999) são resultantes de uma qualificada formação profissional. Tal questão pode ser parcialmente compreendida em termos estruturais e formais, frente ao nível crescente de profissionalização e academização do Serviço Social. Contudo, não se pode concluir apenas a partir deste crescimento, em que medida os esforços de uma formação profissional qualificada podem explicitar-se efetivamente na prática, ou seja, de que modo àqueles que exercem a profissão fundamentam seu agir em termos científicos. A formação profissional do Assistente Social na Alemanha se institui em nível acadêmico e em escolas profissionalizantes de 3º Grau, sendo que na primeira tem-se a formação de profissionais Pedagogos Sociais e a segunda de Assistentes Sociais, diferenciando-se do processo de formação profissional do assistente social brasileiro. O quadro abaixo ilustra as principais características do Serviço Social e da Social Pedagogia alemã resultantes desta formação. Quadro 2 – Serviço Social e Pedagogia Social SERVIÇO SOCIAL SOCIAL PEDAGOGIA CAMPOS DE AÇÃO - Assistência educativa: da educação intramural para a assistência educativa flexível; - Assistência familiar / assistência de saúde: Serviço Social Geral e ofertas da prevenção de saúde e serviços sanitários. - Jardins de infância; - Formação extra-escolar de crianças e adolescentes / serviços complementares com referência à escola; - Ofertas e modos de formação familiar; - Aconselhamento educativo e familiar. USUÁRIOS Pessoas pobres e desamparadas (em dependência do respectivo problema) Crianças e adolescentes (em dependência da faixa etária) 9 MODOS DE AGIR Assistência/auxílio Educação/formação FORMAÇÃO Escolas profissionalizantes de 3º grau Universidades REFERÊNCIA DISCIPLINAR Direito, Economia, Ciências Sociais, Psicologia (Ciência do Serviço Social) Ciências da Educação e Ciências Sociais (Pedagogia Social) Fonte: THOLE, 2008. Apesar dos estudos realizados acerca do campo profissional e de sua mediação com o exercício profissional, a profissionalização social pedagógica, que caracteriza a profissão na Alemanha não tem sido tema de destaque para a pesquisa empírica. Incentivados pela pesquisa aplicada (BÖHM; MUHLBACH; OTTO, 1989), ao longo da década passada estudos destacavam as formas típicas de constituição da disciplinaridade e da profissionalização social pedagógicas, atribuindo centralidade aos projetos individuais de vida. Dentro desta perspectiva os estudos movimentam-se entre a descrição de casos particulares e considerações acerca de tipologias. 4. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES Compreender a realidade em cenários distintos, no Brasil e Alemanha, pressupõe reconhecer as diferenças na trajetória sócio-histórica da profissão em ambos os países. Tais questões instigam o debate e remetem à relevância do aprofundamento de estudos que decifrem os desafios profissionais do Serviço Social analisando em que contextos se configuram e como vêm se apresentando os modos de inserção dos assistentes sociais nas novas configurações globais do mundo do trabalho. Investigar como as transformações societárias vêm influenciando os processos de trabalho nos quais os assistentes sociais estão inseridos, requer indicadores objetivos para que possam ser analisadas a realidade de trabalho; o significado das experiências profissionais em 10 suas múltiplas possibilidades semelhanças e diferenças; os significados histórico-sociais do Serviço Social como profissão e a construção social da identidade profissional. As perspectivas identitárias do Serviço Social no contexto contemporâneo só podem ser alcançadas se prospectadas na consideração da história das lutas e enfrentamentos cotidianos dos sujeitos que realizam esta profissão frente às transformações societárias e às novas exigências das competências profissionais. É o diálogo com esta história que pode permitir interpretarem-se utopias – não apenas as evidentemente expressas, mas também as freqüentemente ocultas pelas particularidades das condições e relações de trabalho em que o Serviço Social se realiza. Nesta direção, norteado pelo compromisso ético-político com a formação profissional do assistente social e com os rumos da profissão, o trabalho conjunto vem se desenvolvendo, em busca da compreensão de situações particulares das diferenças e também das convergências do saber e fazer em realidades distintas. Esta modalidade de projetos de cooperação tem se constituído em instrumento importante de articulação entre os dois programas de pós-graduação na área do Serviço Social e oportunizado a implementação de inovações no ensinar e aprender a todos docentes, discentes e os profissionais dos serviços que participam das atividades decorrentes das missões de trabalho no Brasil e na Alemanha. REFERÊNCIAS BARROCO, M. L. S. Ética e Serviço Social: fundamentos ontológicos. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2005. BÖHM, W.; MÜHLBACH, M.; OTTO. H.-U. Zur Rationalität der Wissensverwendung Im Kontext behördlicher Sozialarbeit. In: BECK, U.; BONß, W. (Hrsg.). Weder Sozialtechnologie noch Aufklärung. Frankfurt am Main, 1989. CIAMPA, Antonio da Costa. A estória do Severino e a história da Severina. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987 CFESS. Código de Ética do Assistente Social e Lei 8662/93 de Regulamentação da Profissão. 3ª ed. Brasília, 1993. GUERRA, Y. Instrumentalidade do processo de trabalho e serviço social. Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo: Cortez, 2000. N. 62, p. 5-34. 11 IAMAMOTO, M. V. O debate contemporâneo do Serviço Social e a ética profissional. In: BONETTI, D. A. et al. Serviço Social e ética: convite a uma nova práxis. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2005. P.87-104. _________. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1999. _________. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social: ensaios críticos. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1994. MARTINELLI, M. L. Serviço Social: identidade e alienação. São Paulo: Cortez, 1989. NETTO, J. P. Transformações societárias e Serviço Social: notas para uma análise prospectiva da profissão no Brasil. Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo: Cortez, 1996. n° 50, ano XVII, p. 87-132. NICOLAU.M.C.C. Formaçãoe fazer profissional do assistente social:trabalho e representações sociais. In:Serviço social e sociedade nº 79, São Paulo:Cortez, 2004, p.82- 107. RAUSCHENBACH, Th. Das sozialpädagogische Jahrhundert. München: Juventa, 1999. THOLE, W. Material didático disponibilizado na 1ª Missão de Trabalho na Alemanha. Kassel, julho 2008. VASCONCELOS, A. M. O trabalho do assistente social e o projeto hegemônico no debate profissional. Cadernos Capacitação em Serviço Social e política social, mod. 04. Brasília: CEAD, 2000. p.125-137. YAZBEK, M. C. Os fundamentos do Serviço Social na contemporaneidade. Cadernos Capacitação em Serviço Social e política social, mod. 04. Brasília: CEAD, 2000. p.19-34.
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