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Externalidades 4.1. Tipos de externalidades 4.2. O poluidor pagador 4.3. Eficiência

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TEORIA DOS JOGOS
UNIDADE IV: 4. Externalidades 4.1. Tipos de externalidades 4.2. O poluidor pagador 4.3. Eficiência
UNIDADE V: 5. Bem Público 5.1. A produção do bem público 5.2. Eficiencia
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O que são os Princípios Poluidor Pagador e Usuário Pagador? 
O Princípio do Poluidor Pagador, tem previsão constitucional e legal, estabelece que o poluidor tem a obrigação de tentar prevenir a ocorrência de danos ambientais, e além disso, de no caso deles ocorrerem, repará-los integralmente.
Ademais, este princípio determina que o poluidor tem o dever de reparar mesmo que os danos causados ao meio ambiente tenham ocorrido sem culpa do poluidor. É o caso, por exemplo quando o dano ambiental ocorre dentro dos padrões pré-estabelecidos como permitidos para o meio ambiente. Ou seja, mesmo dentro de critérios previamente existentes, caso seja comprovado dano ambiental, cabe ao poluidor a obrigação de ressarcir o meio ambiente.
Obviamente, o pagamento de uma indenização não dá ao usuário o direito de poluir, este princípio tem apenas um caráter reparatório e compensador.
Por outro lado, temos o denominado Princípio do Usuário-Pagador (previsto também em lei) em que nada se assemelha ao outro. Vejamos.
Este princípio entende que o usuário deve pagar uma quantia pela outorga do direito de uso privativo de um recurso natural (ex: recurso hídrico), em razão da possibilidade de sua escassez, e não como uma penalidade decorrente do ilícito (o que ocorre no princípio do poluidor pagador).
Em tese, os valores gastos com a utilização desse recurso natural deveria ser voltado exclusivamente para manutenção deste.
Por exemplo, no caso das águas, esses valores são recolhidos pela Agência Nacional de Água (ANA) e repassado aos Comitês das Bacias de onde vem aquele recurso.
Qual a diferença então entre esses dois princípios?
O princípio do poluidor pagador determina um ressarcimento por um dano ao meio ambiente causado, voluntariamente ou não, pelo poluidor. Já o princípio do usuário-pagador parte do pressuposto que o usuário de um recurso natural deve pagar por essa utilização. Ou seja, aqui não estamos falando de penalização e sim de uma “taxa” (no sentido não técnico da palavra).
EFICIÊNCIA DE PARETO
Eficiência ou óptimo de Pareto é um conceito de economia desenvolvido pelo italiano Vilfredo Pareto. Uma situação econômica é ótima no sentido de Pareto se não for possível melhorar a situação, ou, mais genericamente, a utilidade de um agente, sem degradar a situação ou utilidade de qualquer outro agente econômico. Ou seja, refere-se a uma condição em que todos os recursos disponíveis são alocados da maneira mais eficiente. Como tal, quaisquer alterações que beneficiam de qualquer uma das partes vão piorar outra festa. Se não houver nenhuma eficiência de Pareto, uma festa pode tornar-se melhor sem prejudicar o bem-estar do outro partido.
Existem algumas condições que necessitam ser preenchidas para que uma economia possa ser considerada Pareto Eficiente:
eficiência na produção - quando é possível produzir mais de um bem sem reduzir a produção de outros.
eficiência no mix de produtos - quando os bens produzidos na economia refletem as preferências dos agentes econômicos. Um sistema de preços de concorrência perfeita permite satisfazer a esta condição.
O princípio 80/20
 No verão de 1896, na Suíça, Vilfredo Pareto foi fazer seu costumeiro passeio matinal na horta de sua casa.  Como engenheiro e economista na universidade de Lausanne, observava cuidadosamente sua produção. Era o tempo das ervilhas. Passeando entre as fileiras de sua plantação, coletou várias vagens e voltou para casa. Sentou-se à mesa da cozinha e começou a descascar uma a uma, fazendo meticulosamente suas anotações. Era assim todos os dias.
Ele foi abrindo as vagens e colocando as respectivas ervilhas ao seu lado, formando assim duas colunas: uma de vagens, outra de ervilhas. Ao final de 15 vagens, conseguiu 45 ervilhas. Quando estava pronto para fazer suas anotações, percebeu naquele momento uma coisa estranha: três vagens haviam rendido 36 ervilhas. As demais 12 renderam apenas nove! Isso dava muitos espaços vazios na maioria das vagens. Resolveu checar suas anotações anteriores.
Para sua surpresa, a proporção se mantinha. Folheando suas anotações, percebeu sempre que 1/5 das vagens continha 4/5 das ervilhas. Como se fosse um sino na cabeça, lembrou-se de uma notícia lida no jornal há dois dias. Pegou a notícia e releu:
“– Os ricos ficam cada vez mais ricos: Cerca de 80% das terras italianas pertencem a uma elite minoritária.” Perplexo, Pareto foi lendo: minoritária quanto? Vinte por cento. Um Quinto.
Seus olhos se arregalavam enquanto insights percorriam sua cabeça. Ervilhas. Produtividade. Riqueza. Trabalho. Saúde. Investimentos. Natureza, resultados, economia, recursos, tudo ia se encaixando.
O Princípio 80/20 de Pareto
Pareto acabou demonstrando o famoso princípio 80/20: 80% da riqueza é produzida por 20% da população. Ou, 80% dos resultados podem ser atribuídos a 20% dos esforços. E esta fórmula passou a ser aplicada e comprovada de maneira geral em diversas áreas além da economia, em variados contextos:
80% das consequências derivam de 20% das causas.
80% dos resultados vêm de 20% dos esforços e tempo gasto.
80% do lucro das companhias derivam de 20% dos produtos e consumidores.
Pense agora na sua Organização: será que poderíamos também afirmar que 20% de nossos esforços/clientes seriam responsáveis por 80% de nossos resultados? De acordo com Pareto, sim. Faça um teste e diga o que você encontrou.
Pareto e o Marco Regulatório
Em 2011 o governo suspendeu o repasse para as ONGs com quem tinha convênios. Motivo? De 70 a 80% dos recursos públicos eram gastos indevidamente pelas entidades que recebiam verbas federais, conforme o relatório de tomadas de contas especiais da Controladoria Geral da União (CGU). Desperdício era o nome da farra administrativa e financeira.
A partir deste contexto de fiscalização e desconfiança nasceu o Marco Regulatório: havia desperdício, ineficiência, má administração e mesmo crimes sendo cometidos com o dinheiro público e mesmo com doações privadas. Seguindo o princípio de Pareto, 80% (ou mais) das entidades tinham sérios problemas no uso de recursos, infraestrutura inadequada ou irregular, desperdício, além de muitas vezes serem usadas para empregar “amigos.”
Contando as ervilhas de cada setor
Pense novamente em sua organização e seus departamentos: administrativo, financeiro, operacional, marketing, comercial, e assim por diante. Faça a seguinte pergunta: estamos realmente entregando o máximo com os recursos disponibilizados? Tenho pessoas comprometidas com o resultado da minha causa? Onde posso detectar eventuais desperdícios e eventualmente promover a eficiência, a inovação e a transparência?
O Princípio de Pareto é um alerta para as organizações. Hoje dispomos cada vez mais de recursos e tecnologia para uma devolutiva social de qualidade. Devemos nos preocupar não apenas com os resultados, mas também em como os entregamos. Ser ético é ser também eficiente no uso de recursos.
A experiência de Pareto e a nossa história apontam ambas na mesma direção: a ineficiência é clássica e matematicamente verificável. Resta a cada gestor verificar onde existem eventuais problemas e apontar suas saídas. Podemos sempre melhorar.
Como disse Steve Jobs: foque em 20% das operações que produzem os melhores resultados. Livre-se dos 80% que consomem tempo e recursos desnecessários. Na grande maioria das vezes, menos é mais.
O bem público 
O Dilema dos Prisioneiros Iterado tem sido o modelo mais aplicado quando se trata de estudar a cooperação entre duas partes egoístas, mas que dependem uma da outra para atingir um resultado ótimo. Entretanto, se o número de participantes sobe acima de dois jogadores, o trato fica difícil de ser modelado por meio de matrizes. 
Os jogos chamados de Bens Públicos são umaextensão do Dilema dos Prisioneiros para mais de dois jogadores. Em economia, um bem público é entendido como algo que deve ser usufruído em proporções semelhantes por todas as partes envolvidas em sua produção e consumo. Em geral, os bens públicos são oferecidos por instituições governamentais, mas nada impede que empresas privadas também os gerem. Com gerenciar isto? E os conflitos? Podem ser serviços ou efeitos colaterais da ação de um grupo ou indivíduo que seja membro deste. A poluição é um exemplo do impacto (externalidade negativa) das ações de indivíduos sobre a natureza que afetam todos em uma região ou até mesmo em escala global.
Nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento, os parques industriais e a expansão de fronteiras agrícolas provocam a emissão de gases – fumaça decorrente da transformação dos materiais, queima de combustíveis, ou queimada de florestas. Os resultados dessa devastação são sentidos por todos os habitantes do planeta Terra, quando o aquecimento da atmosfera, gerado por esses gases afetam o clima em escala mundial. Nações subdesenvolvidas, ou mesmo aquelas desenvolvidas que investem em meios de produção sustentáveis ecologicamente, têm reivindicado o direito ao “ar puro” ou uso de tecnologias que não agridam tanto o meio ambiente. O suposto direito ao ar puro também é passível de troca por meio de tratados internacionais que exigem compensações adequadas pela perda de um pouco desse bem comum.

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