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20/03/2016 1 PSICOFARMACOLOGIA ASPECTOS HISTÓRICOS Gustavo Caribé Psicólogo/Professor/Pesquisador ASPECTOS HISTÓRICOS � Existe desde os primórdios da humanidade; � Uso de substâncias ou extratos vegetais com o objetivo intencional de alcançar estados alterados de consciência; GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. 20/03/2016 2 ASPECTOS HISTÓRICOS � Conduta compartilhada por outros animais além do homem. Ex: Javalis, macacos... � Uso universal na história humana; � Ligado à práticas mágico-religiosas, auto- conhecimento, curas, divinação, auxílio à caça, produção artística etc... GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. ASPECTOS HISTÓRICOS � Marco histórico na década de 1950 � 1949 – Tratamentos para episódios maniformes com o uso de lítio; � 1952 – Verificação dos efeitos dos antipsicóticos da clorpromazina (Delay e Deniker) GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. 20/03/2016 3 SEGUNDA METADE DO SÉC. XX � 5 classes de fármacos psiquiátricos de destaque: � Antipsicóticos � ADT � Antimaníacos � Ansiolíticos � Antidepressivos inibidores da MAO GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. SEGUNDA METADE DO SÉC. XX � Hipótese fisiopatológica postulando a presença de alterações neuroquímicas na base dos transtornos psiquiátricos; � Destaque para a hipótese dopaminérgica da esquizofrenia; � Teoria monoaminérgica da depressão: redução de monoaminas na FS (serotonina [5- HT], noroadrenalina e dopamina) GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. 20/03/2016 4 CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL � Medicamentos Antipsicóticos ou neurolépticos: utilizados para tratar psicoses; � Medicamentos Antidepressivos: utilizados para tratar depressão; � Medicamentos Antiansiedade ou ansiolíticos: utilizados para tratar estados ansiosos; � Medicamentos Antimaníacos, ou estabilizadores de humor: utilizados utilizados para tratar o transtorno bipolar. GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL � Duas coisas concorrem negativamente para este estado da arte de prescrever: a falta de correspondência causal entre os princípios psicoativos e as modificações cognitivas e comportamentais nos pacientes – um abismo fenomenológico –, e a falta de padronização e concordância na concepção de suas propriedades funcionais – uma bruma conjetural. GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. 20/03/2016 5 DILEMAS DA CLASSIFICAÇÃO 1. Vários medicamentos de uma classe agora são utilizados para tratar problemas anteriormente atribuídos a outras classes. Ex: Muitos medicamentos antidepressivos são utilizados também para tratar uma ampla faixa de transtornos de ansiedade. GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. DILEMAS DA CLASSIFICAÇÃO 2. Medicamentos introduzidos como tratamento para a esquizofrenia, agentes como antagonistas da serotonina-dopamina (ASD), são também utilizados para o controle do transtorno bipolar e parecem ter alguma atividade antidepressiva; GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. 20/03/2016 6 DILEMAS DA CLASSIFICAÇÃO 3. Medicamentos de todas as outras quatro categorias são utilizados para tratar sintomas e distúrbios tais como insônia, transtornos da alimentação, transtornos de conduta associados a demência e transtornos do controle de impulsos; GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. DILEMAS DA CLASSIFICAÇÃO 4. Medicamentos como a clonidina, o propranolol, a verapamil, o modafinil e a gabapentina podem tratar com eficiência uma gama de transtornos psiquiátricos e não se encaixam facilmente na classificação tradicional de medicamentos; GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. 20/03/2016 7 DILEMAS DA CLASSIFICAÇÃO 5. Alguns termos psicofarmacológicos descritivos são arbitrários e se superpõem em significado. GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. DILEMAS DA CLASSIFICAÇÃO Ex: Os ansiolíticos reduzem a ansiedade, os sedativos produzem efeito calmante ou relaxante, e os hipnóticos produzem sono. “Entretanto, a maioria dos ansiolíticos são sedativos e, em doses elevadas, podem ser utilizados como hipnóticos, e todos os hipnóticos em doses baixas podem ser utilizados para sedação diurna.” GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. 20/03/2016 8 ASPECTO MICROSCÓPICO E O MACROSCÓPICO � Um infindável precipício existe entre o aspecto microscópico e o macroscópico dos efeitos objetivos estudados no uso clínico de psicofármacos; � A situação microscópica inclui a complexa interação entre estes e as moléculas biológicas envolvendo, muito além da interferência nos receptores e transportadores na neurotransmissão sináptica, mediadores intracelulares, ativação de múltiplos genes e cascatas enzimáticas, além de modificações citoarquitetônicas nos neurônios e neuróglia, promovidas por dezenas de fatores neurotróficos (Gentsch, 2003). � No referencial macroscópico, há a complexa e multifatorial concorrência de variáveis psicológicas, tanto condicionadas ao ambiente social quanto determinadas pela constituição individual, como são os vínculos terapêuticos com a família e os profissionais, aliados à predisposição cultural e existencial ao tratamento e à consciência de sua necessidade. GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. ASPECTO MICROSCÓPICO E O MACROSCÓPICO � A ausência de correspondência linear entre os mecanismos farmacodinâmicos dos psicoativos e as manifestações das melhorias clínicas, fisiológica e psicopatológica, deve ser tida como um obstáculo relativo; � Há um orbe externo, concreto, sensorialmente organizado, e um universo particular, subjetivo e intuitivamente constituído. Conscientemente ou não, cada homem navega por esses dois planos que se sobrepõem e mutuamente se implicam, e através deles planeja sua vida e busca compreender sua realidade. Um plano não exclui o outro, sendo antes complementares (Kuhn, 2005). GUSTAVO CARIBÉ ® Todos os direitos de autor reservados. 20/03/2016 9
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