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BIGAMIA

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BIGAMIA – art. 235, CP
Este delito protege a preservação da família e do casamento monogâmico. Trata-se de crime próprio, material, de forma vinculada e instantâneo de efeitos permanentes.
É crime casar, sendo anteriormente casado.
Ação Penal: pública incondicionada.
Pressupostos do crime:
Pessoas de sexos diferentes;
Matrimônio civil anterior;
Matrimônio religioso com efeito civil (art. 226, CF/88).
Não caracteriza bigamia, se:
O casamento anterior era apenas religioso; o agente vivia em união estável com outra mulher.
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BIGAMIA – art. 235, CP
Caracteriza a bigamia, se:
Houve divórcio posterior ao segundo casamento; o agente era separado judicialmente ou de fato; houve a concordância do primeiro cônjuge; desquite anterior ao casamento; declarada a ausência do 1º cônjuge.
Consumação: com a declaração positiva de vontade dos nubentes.
Tentativa: admita, em tese, somente a partir da celebração solene do casamento.
Concurso de Agentes: admite a participação de terceiro não casado, que pode responder pelo caput. (Solteiro que induz casado a casar-se de novo).
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BIGAMIA – art. 235, CP
Poligamia e Poliandria: existe corrente que acredita existir concurso material de crimes. Outra entende haver crime único, em face da interpretação extensiva da lei. Prevalece o entendimento da 1ª. 
Pessoa solteira que se casa com quem já era casado, sabendo disto: Responde pelo § 1º.
Falsidade Ideológica: É absorvida pelo crime de bigamia, em face do princípio da consunção.
Prescrição: nos termos do art. 111, IV, CP, o prazo passa a correr da data em que o fato tornou-se conhecido.
Causa Especial de Exclusão da Tipicidade:prevista no § 2º, onde a nulidade do casamento anterior opera efeito ex tunc = desde a origem.
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Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento – art. 236, CP
O delito consiste em induzir (sugerir, incutir) em erro essencial, ou ocultar (esconder) impedimento.
Inexiste o delito em relação à união estável.
Trata-se de norma penal em branco em sentido lato, uma vez que o Código Civil – arts. 1557 e 1521, trata da matéria.
Erro essencial – art. 1557, CP:
Que diz respeito à identidade, honra e boa fama do cônjuge, sendo que esse erro, conhecido depois, tornará insuportável a vida em comum ao enganado;
A ignorância de crime, anterior ao casamento quem, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
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Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento – art. 236, CP
A ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou pela herança, capaz de por em risco a saúde do outro cônjuge ou da prole;
A ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum do cônjuge enganado.
Impedimentos, art. 1521, CP:
Não podem casar:
I – os ascendentes com os descendentes;
II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante;
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tent. hom. Contra seu consorte.
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Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento – art. 236, CP
Havendo impedimento, o casamento é nulo, nos termos do art. 1548, II, CC; se houver erro essencial, o casamento é anulável, nos termos do art. 1550, III, CC e 1556.
Casamento nulo: efeito ex tunc (daí para trás); anulável: efeito ex nunc (daí para frente)
Tentativa: Inadmissível.
Ação penal: privada personalíssima.
Somente o contraente enganado pode intentar queixa crime ou requerimento solicitando a instauração de Inq. Pol.
Condição de procedibilidade: Parágrafo único = deve se aguardar o trânsito em julgado da sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento anterior.
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Conhecimento prévio de impedimento – art. 237, CP
O delito consiste em contrair núpcias conhecendo a a existência de impedimento absoluto para o casamento, nos termos do art. 1521, CC.
Trata-se de norma penal em branco em sentido lato (Código Civil).
Havendo desconhecimento: exclusão do fato típico.
Os impedimentos estão elencados no art. 1521, CC.
Se o impedimento for casamento anterior (inciso VI), o crime será o de bigamia.
Consumação: com a realização do casamento.
Tentativa: admitida, em tese.
Ação penal: pública incondicionada.
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Simulação de autoridade para celebração de casamento – art.238
O delito consiste em alguém se atribuir autoridade para celebrar casamento, não a possuindo. Trata-se de crime comum, formal e instantâneo.
Vítimas serão: O Estado, e os contraentes enganados pela simulação da autoridade.
Trata-se de delito subsidiário: havendo crime mais grave, o agente responderá por este, e não pelo art. 238.
Elemento normativo do tipo: “falsamente”.
É necessário que o agente pratique atos inequívocos de celebrante de casamento (juiz de paz).
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Simulação de autoridade para celebração de casamento – art.238
Concurso de Crimes:
Art. 328, CP – Usurpação de função pública. Caso o agente auferir lucro com a simulação de celebrante de casamento, o crime será o do art. 328, Parágrafo único, CP.
Consumação: ocorre quando o agente pratica ato próprio da autoridade que se atribui falsamente.
Ação penal: pública incondicionada.
Tentativa: admitida em tese.
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Simulação de Casamento – art. 239, CP
É um crime contra a ordem jurídica do casamento.
O crime consiste em simular (fingir, representar) casamento. É mister que haja a falsa atribuição de autoridade, pois se a autoridade é competente, o casamento será verdadeiro.
O engano pode ser do outro contraente, ou da pessoa que consentiu no casamento.
Concurso de agentes: respondem pelo crime todos aqueles que participaram tendo ciência da simulação, como noivos, padrinhos, testemunhas etc.
Delito subsidiário: se houver crime mais grave, o agente responderá por ele. Ex.: art. 215, CP.
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Art. 240 – ADULTÉRIO
REVOGADO PELA LEI Nº 11.106/05

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