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FAMÍLIA SARCOCYSTIDAE Disciplina: Parasitologia I Profa. Dra. Deriane Gomes Medicina Veterinária - Unilago Toxoplama gondii Toxoplamose - Introdução A toxoplasmose é uma antropozooonose de distribuição universal que acomete milhões de pessoas no mundo; O Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular, que pode parasitar os mais diversos tecidos de vários mamíferos e aves; O gato e outros felídeos são os únicos hospedeiros definitivos desse parasita; Essa doença causa grande impacto na saúde pública, já que a transmissão ocorre de animais para o homem a partir de alimentos contaminados; Atualmente, em decorrência da toxoplasmose em indivíduos com diversas formas de imunossupressão (portadores do vírus HIV, transplantados, entre outros), além da toxoplasmose congênita e ocular, tem sido dada grande importância ao estudo desse protozoário no mundo todo. Toxoplamose - Etiologia • Toxoplasma gondii Agente etiológico • Gato doméstico e outros felídeos Hospedeiro definitivo: • Mamíferos : carneiro, cabra, porco, gatos, outros felídeos e homem • Aves Hospedeiros Intermediários: • HD: Intestino • HI: vários tecidos, células (exceto hemácias) e líquidos orgânicos (saliva, leite, esperma, líquido • peritoneal, etc) Localização: • Mundial Distribuição: Morfologia Múltipla • O parasito apresenta uma morfologia múltipla, dependendo do hábitat e do estado evolutivo. As formas infectantes que o parasito apresenta durante o ciclo biológico são: • É a forma encontrada durante a fase aguda da infecção, sendo também denominada forma proliferativa, forma livre ou trofozoíto. Apresenta-se com a forma grosseira de banana ou meia-lua, com uma das extremidades mais afilada e a outra arredondada, medindo cerca de 2 x 6 µm, com o núcleo em posição mais ou menos central. Um taquizoíto retirado de líquido peritoneal de rato. Quando corado com o Giemsa apresenta citoplasma azulado e o núcleo vermelho. É uma forma móvel, de multiplicação rápida (tachis = rápido), por um processo denominado endodiogenia (forma especializada de divisão assexuada onde duas células filhas são formadas dentro da célula-mãe). Pode ser encontrada dentro do vacúolo citoplasmático (vacúolo parasitóforo) de várias células, como nos líquidos orgânicos, como as excreções, as células do sistema mononuclear fagocitário (SMF), as células hepáticas, as pulmonares, as nervosas, as submucosas, e as musculares. Destaca-se que os taquizoítos são pouco resistentes à ação do suco gástrico no qual são destruídos em pouco tempo. Taquizoíto • A forma encontrada em vários tecidos (musculares esqueléticos e cardíacos, nervoso, retina), geralmente durante a fase crônica da infecção, sendo também denominada cistozoíto. Os bradizoítos são encontrados dentro do vacúolo parasitóforo de uma célula, cuja membrana forma a cápsula do cisto tecidual. Os bradizoítos se multiplicam lentamente (brady = lento) dentro do cisto, por endopoligenia (mesmo processo da endodiogenia, mas mais rápido e com formação de mais células filhas). A parede do cisto é resistente e elástica, que isola os bradizoítos da ação dos mecanismos imunológicos do hospedeiro. O tamanho do cisto é variável, dependendo da célula parasitada e do número de esporozoítos no seu interior, podendo atingir até 200 µm. Os bradizoítos são muito mais resistentes à tripsina e à pepsina do que os taquizoítos e podem permanecer viáveis nos tecidos por vários anos. Apesar de serem mais frequentemente encontrados na fase crônica, em algumas cepas os bradizoítos podem ser encontrados na fase aguda da infecção toxoplásmica. Bradizoíto • É a forma de resistência que possui uma parede dupla bastante resistente às condições do meio ambiente. Os oocistos são produzidos nas células intestinais de felídeos não imunes e eliminados imaturos junto com as fezes. Os oocistos são esféricos, medindo cerca de 12,5 x 11,0 µm e após a esporulação no meio ambiente contém dois esporocistos, com quatro esporozoítos cada.Oocisto Morfologia Epidemiologia • Ampla distribuição geográfica com índices de 20-83% dependendo de fatores climáticos, econômicos e sociais; • As chaves da epidemiologia são: • os gatos de rua, por serem os únicos hospedeiros da forma sexuada, • a areia e o solo contaminados por fezes contendo oocistos, serem fontes duradouras de infecção, • os felinos cobrem suas fezes, aumentando as condições de sobrevivência do oocisto; • Para ocorrer esporulação, são necessárias condições ideais de umidade, oxigenação e temperatura, podendo o oocisto permanecer infectante por até 18 meses Ciclo Biológico O ciclo possui duas fases distintas, a Fase Assexuada, nos tecidos de vários hospedeiros e a Fase Sexuada, nas células do epitélio intestinal de jovens felinos. Durante a fase assexuada o hospedeiro susceptível (mamíferos e aves) ingerem oocistos maduros ou tecidos contendo cistos com bradizoítos. Os taquizoítos são destruídos pelo suco gástrico, mas se penetrarem na mucosa oral poderão evoluir como os oocistos e os bradizoítos. Os esporozoítos e bradizoítos se transformam em taquizoítos dentro das células intestinais. Após esta rápida passagem pelo epitélio intestinal, os taquizoítos vão invadir vários tipos de células do corpo, formando um vacúolo parasitário, onde se multiplicarão intensamente por endodiogenia, formando novos taquizoítos (fase proliferativa), que irão romper a célula e invadir novas células. Essa disseminação no organismo ocorre através de taquizoítos livres na linfa e na corrente sanguínea pode acarretar um quadro polissintomático, de gravidade variável, podendo levar o indivíduo à morte. Ciclo Biológico Com o aparecimento da imunidade, os parasitas extracelulares desaparecem do sangue e há uma diminuição da multiplicação intracelular. Os parasitas resistentes evoluem para a produção de cistos. Esta fase cística, juntamente com a diminuição dos sintomas, caracteriza a fase crônica, podendo durar por muito tempo ou, por mecanismos ainda não totalmente esclarecidos (diminuição da imunidade, alteração hormonal, etc.) poderá haver reagudização, com sintomatologia semelhante à primoinfecção. Já durante a fase sexuada, somente nas células epiteliais do intestino de gatos e outros felinos jovens (não imunes). São por isso considerados hospedeiros definitivos. Assim, o gato não imune se infecta ingerindo oocistos, taquizoítos ou cistos tissulares (quem sabe comendo um rato), desenvolverá o ciclo sexuado. Os esporozoítos, bradizoítos ou taquizoítos, ao penetrarem no epitélio intestinal do gato sofrerão um processo de multiplicação por endodiogenia e merogonia, dando origem á vários merozoítos. Ciclo Biológico Alguns merozoítos penetrarão em novas células epiteliais e se transformarão nas formas sexuadas masculinas e femininas: os gametócitos. Após um processo de maturação se transformam no gameta masculino móvel (microgameta) e no feminino, imóvel (macrogameta). O macrogameta permanece dentro da célula epitelial enquanto os microgametas irão sair da sua célula e fecundar o macrogameta, formando o ovo ou zigoto. Este evoluirá dentro do epitélio, formando uma parede externa dupla, resistente, dando origem ao oocisto. A célula epitelial se rompe e os oocistos são liberados na luz do intestino e levados ao meio ambiente pelas fezes, e num período de quatro dias, ficará maduro com dois esporocistos com quatro esporozoítos cada. O felino é capaz de eliminar oocistos por um mês, aproximadamente. O oocisto, em boas condições de umidade e temperatura e em local sombreado, é capaz de se manter infectante por cerca de 12 a 18 meses. Ciclo Biológico Ciclo Biológico Ciclo Biológico Transmissão • Ingestão de oocistos eliminados nas fezes de gatos, presentes na água contaminada, no solo, areia, frutas e verduras. Os oocistospodem ser disseminados pelo ambiente por meio de baratas, moscas e formigas. Cães com hábito de se esfregar em fezes de gatos podem ter seus pelos contaminados com oocistos; Fecal-Oral • Pelo consumo de carnes e produtos de origem animal (principalmente de suínos, caprinos e ovinos) crus ou mal cozidos contendo cistos teciduais; Carnivorismo • Via circulação materno-fetal, com a passagem de taquizoítas presentes em grande número, na circulação materna durante a fase aguda da infecção. Trasplacentária • Os taquizoítas podem ser transmitidos também pelo leite cru de cabra e da mulher, pelo sangue em tranfusões, em acidentes de laboratório e em transplantes de órgãos. Outras formas Transmissão Transmissão Transmissão Sinais Clínicos • Não é comum a toxoplasmose clínica nesses animais. • A replicação do micro-organismo no intestino pode se associar à diarreia leve em filhotes, mas a maior parte dos sinais clínicos da toxoplasmose é causada pela formação de cistos nos mais variados tecidos, particularmente no fígado, nos pulmões, nos linfonodos, no SNC e olhos. • A doença é mais grave em gatinhos infectados no nascimento, que morrem frequentemente de forma rápida devido a uma infecção sistêmica disseminada. • Em gatos idosos, observa-se uma doença crônica. Gato • Na maioria das vezes, é secundária a uma infecção ou imunossupressão; • Uma infecção generalizada em filhotes ou cães imunossuprimidos é aguda e os animais podem vir a óbito em uma semana. • Os sinais clínicos podem ser: febre, linfoadenopatia, vômito e diarreia, tosse e desconforto respiratório, dor abdominal e icterícia, irregularidades cardíacas, uveíte e sinais nervosos, como inclinação da cabeça, nistagmo, ataxia e acessos convulsivos. • Em doenças crônicas, predominam sinais neuromusculares, mas estes podem ser variáveis: ataxia, paresia e paralisia indicam lesões na medula espinhal, enquanto inclinação da cabeça, o nistagmo, e as convulsões ocorrem no caso de lesões cerebelares e cerebrais. Miosite pode causar dor, definhamento e paresia na ausência de uma doença do sistema nervoso central; • Há transmissão via intrauterina. Cães Sinais Clínicos Neosporose – Neospora caninum Neosporose - Introdução A Neoporose representa importante causa de abortos em rebanhos leiteiros; A importância econômica da neosporose bovina é atribuída principalmente aos custos associados ao aborto, ao valor dos fetos, à inseminação artificial ou à cobertura, à diminuição da produção de leite, ao aumento do descarte e à reposição dos animais; Nos bovinos de corte soropositivos há maior risco de abortos e natimortos, além do aumento do descarte por problemas reprodutivos. Neospora • Neospora caninum Agente etiológico • Cão Hospedeiro definitivo: • Cão, bovinos, ovinos, caprinos, cervos e equinos. Hospedeiros Intermediários: • HD: células nervosas, macrófagos , fibroblastos , células endoteliais, miócitos, células epiteliais dos túbulos renais e hepatócitos; • HI: no cérebro, coração , fígado e pulmões de fetos; na placenta e na medula espinhal de bezerros. Localização: • Mundial Distribuição: Morfologia Os taquizoítos medem 6 × 2 μm e, normalmente, estão localizados no citoplasma das células. Os cistos teciduais são ovais, medem 107 μm de comprimento, apresentam parede grossa (até 4 μm) e são encontrados apenas em tecido neural. Morfologia Ciclo Biológico O parasito, sob reprodução sexuada, reproduz-se no intestino do cão e, posteriormente, seus oocistos (medindo 10-12μm de diâmetro) são levados ao ambiente pelas fezes. A esporulação ocorre nas fezes, dentro de três dias, não sendo, portanto, infecciosos em fezes frescas. Os oocistos esporulados contêm dois esporocistos, com quatro esporozoítos cada um. Os oocistos são resistentes no ambiente e permanecem viáveis por longo período até serem consumidos pelo hospedeiro intermediário, por meio de alimentos contaminados. Após a ingestão dos oocistos esporulados, pelo hospedeiro intermediário, os esporozoítos desencistam-se e invadem os tecidos desenvolvendo uma infecção sistêmica (reprodução assexuada). O parasito forma principalmente no cérebro, cistos contendo de bradizoítos. Estes, apesar de estarem em estado latente, quando ingeridos pelo cão são infecciosos. No cão esses bradizoítos penetram nas células intestinais onde fazem a reprodução sexuada eliminando oocistos não esporulados para o meio ambiente. Ciclo Biológico Ciclo Biológico Transmissão Cães • É através da ingestão de taquizoítos presentes no HI; • Existe também alguma evidência de que a placenta de bovinos naturalmente infectados pode ser uma fonte de infecção para os cães; • Estes também se podem infectar pela ingestão de leite ou colostro infectados Ruminantes • A transmissão em bovinos pode ocorrer de forma vertical (mãe para cria), muito eficiente; • A transmissão horizontal ocorre através da ingestão de oocistos; • Os vitelos podem ficar infectados ao ingerirem leite contaminado, porém, esta não é considerada uma via importante de transmissão; • Sabe-se que a transmissão vertical é responsável por causar abortos esporádicos, e pensa-se que os surtos de abortos, ou seja, os abortos epizoóticos, sejam devidos a infecção pós-natal. Patogênese do aborto por N. caninum • O momento da parasitemia durante a gestação; • A capacidade da resposta imune do feto; • A eficiência da resposta imune materna; • A quantidade de parasitas e a duração da parasitemia. Sinais Clínicos - Cães Cães de qualquer idade podem desenvolver a neosporose, pode-se manifestar de forma generalizada, com vários órgãos envolvidos, inclusive a pele, a qual se observa lesões cutâneas. Ou pelas formas mais graves que são naqueles animais jovens ou filhotes que foram congenitamente infectados, onde apresentam paresia dos membros pélvicos, a qual pode progredir para paralisia. Apresentam dificuldade na deglutição, com paralisia da mandíbula, atrofia muscular e falha cardíaca. Os sinais clínicos variam de acordo com a magnitude da lesão no sistema nervoso central e periférico. Sarcocystis sp Sarcocistose - Introdução O Sarcocystis é um protozoário de dois hospedeiros, que tem os carnívoros como hospedeiros definitivos e os herbívoros como hospedeiros intermediários; As espécies de Sarcocystis do homem (S. hominis) e do gato (S. hirsuta) são pouco patogênicas para os bovinos, praticamente não causando sinais clínicos; Por outro lado, o S. cruzi, cujo hospedeiro definitivo é o cão, provoca sinais clínicos e doença severa em bovinos. Sarcocystis • Sarcocystis cruzi • Sarcocystis hirsuta • Sarcocystis hominis Agente etiológico • Sarcocystis cruzi – Cão (mais patogênico para o HI) • Sarcocystis hirsuta - Gato • Sarcocystis hominis – Primatas** (Homem) Hospedeiro definitivo: • Bovinos, ovinos e suínos Hospedeiros Intermediários: • Músculo Local • Mundial Distribuição: Morfologia Em bovinos, os merontes encontrados nas células endoteliais são bastante pequenos, medindo 2 a 8 μm de diâmetro. Em contrapartida, os cistos de bradizoítos podem ser muito grandes e visíveis a olho nu como estrias esbranquiçadas dispostas na mesma direção que as fibras dos músculos. Elas variam de 0,5 a 5,0 mm. A parede do cisto é fina e lisa e apresenta um pequeno número de protrusões achatadas de 0,3 a 0,6 μm de comprimento, sem fibrila. Morfologia Ciclo Biológico O ciclo assexuado tem início quando o oocisto é formado, no tubo digestório do hospedeiro definitivo, e eliminado. Após a sua eliminação se dá a esporulação, que é caracterizada pelo aumento de volume do parasito e pela produção de esporozoítos no seu interior. O tempo da esporulação dependedas condições ambientais do solo onde está o oocisto. A esporulação só estará completa quando cada esporoblasto formar esporozoítas, que é o que caracteriza o oocisto infectante. No caso do Sarcocystis, o processo da esporulação deve produzir, no interior do oocisto, dois esporocistos, sendo que cada um deve conter quatro esporozoítos. A ingestão do oocisto esporulado constitui uma das formas de infecção dos hospedeiros intermediários (o boi e o porco) na sarcocistíase. No hospedeiro intermediário, o parasito se reproduz de maneira assexuada e desenvolve o cisto tecidual. A formação do cisto começa a ocorrer com maior intensidade quando o animal parasitado desenvolve imunidade específica. O cisto tecidual fica localizado nos músculos esqueléticos e cardíacos do hospedeiro intermediário. O interior dos cistos é dividido por delgados septos denominados cistozoítos, sendo que uns são redondos (metrócitos) e outros possuem forma de banana (bradizoítos). Ciclo Biológico Os metrozoítos são infectantes e os bradizoítos evoluem para gametócitos, no hospedeiro definitivo. Os cistozoítos se multiplicam bem mais lentamente que as formas livres do protozoário, mas estão menos acessíveis a resposta imune, no interior de cistos teciduais. O ciclo se completa, quando o hospedeiro definitivo ingere os tecidos infectados do hospedeiro intermediário. Isso possibilita aos cistos teciduais infectarem o seu intestino, levando a formação final de oocistos. Assim, o homem, o cão e o gato são hospedeiros definitivos do Sarcocystis, e o bovino e o suíno são seus principais hospedeiros intermediários. Quando o hospedeiro definitivo ingere carne contaminada por Sarcocystis, os cistozoítos, antes contidos no cisto tecidual, penetram na mucosa intestinal e ali desenvolvem seu ciclo sexuado. O ciclo sexuado tem início quando esses cistozoítos se diferenciam em gametócitos no interior do enterócito, sendo que aqueles que se destinam a produzir gametas masculinos são os microgametócitos, e os que se transformarão em gametas femininos são os macrogametócitos. Quando o microgametócito é liberado do enterócito, invade a célula onde está o macrogametócito formando o zigoto, que logo se encista, e por isso passa a se chamar oocisto. Ciclo Biológico Ciclo Biológico Epidemiologia A prevalência deste protozoário na população canina está relacionado aos hábitos alimentares desses animais. Os cães que alimentam-se de carne crua, através de pequenos mamíferos e pássaros ou pelo fornecimento de carnes e vísceras cruas ou mal cozidas, contendo cistos musculares viáveis, apresentam um maior risco de infecção por este protozoário; Sua maior importância está relacionada aos hospedeiros intermediários, pois nestes ocorre à dispersão do parasita por todo o sistema sanguíneo. Na maioria das espécies, ela é responsável por uma doença debilitante que pode causar a morte do animal. Sinais Clínicos Os sinais clínicos mais frequentes podem variar de acordo com o grau de infecção. Na fase aguda da infecção, observa-se febre, anorexia, palidez das mucosas, corrimento nasal e ocular, dispnéia, salivação, prostração intensa levando ao decúbito, com opstótomo. A esta fase, segue-se, rápido emagrecimento, alopecia, perda da vassoura da cauda, prostração e morte. Além desses sinais clínicos observados tanto em animais jovens como em adultos; a queda da produção leiteira, casos de abortos, retenção de placenta e nascimentos de animais fracos podem ser encontrados em fêmeas. Cisto de Sarcocystis em músculo de peito de pato Cisto tecidual de Sarcocystis sp Mieloencefalite protozoária eqüina (EPM) - Sarcocystis neurona • Sarcocystis neurona Agente etiológico • Gambás (Didelphis virginiana e Didelphis albiventris) Hospedeiro definitivo: • Equinos Hospedeiros Intermediários: • Cérebro, medula espinal. Localização: • América, Europa, África do Sul e Ásia Distribuição: Mieloencefalite protozoária eqüina (EPM) - Sarcocystis neurona A Mieloencefalite protozoária equina (EPM) é uma enfermidade que compromete o sistema nervoso central, podendo acarretar incoordenação motora decorrente da diminuição da propriocepção e fraqueza muscular; Com o aumento do desmatamento, os marsupiais estão se deslocando para as fazendas, haras, sítios, chácaras e até mesmo as cidades em busca de alimentos, onde acabam contaminando os alimentos dos equinos que tornam-se hospedeiros acidentais. Seus hábitos são noturnos e ao anoitecer, alimenta-se de pequenos vertebrados, frutos e insetos; Ciclo Biológico No trato intestinal do hospedeiro intermediário, os esporocistos se rompem e liberam esporozoítos infectantes. Estes por sua vez, penetram na mucosa intestinal, sendo disseminados pelo sistema vascular. Eles se desenvolvem intracelularmente nas várias células endoteliais dos capilares e em outros pequenos vasos. Os esporozoítos se tornam multinucleados, transformando-se em esquizontes, os quais produzem numerosos merozoítos. A célula hospedeira se rompe, liberando merozoítos no sistema vascular. Outro ciclo de desenvolvimento ocorre normalmente nas células endoteliais, produzindo uma segunda geração de merozoítos. A última geração de merozoítos penetra nas células musculares cardíacas e esqueléticas e transformam-se em sacorcistos (cisto muscular) que contém bradizoítos. A infecção do hospedeiro definitivo ocorre pela ingestão de carne contendo sarcocistos. Os bradizoítos provenientes do sarcocistos penetram na lâmina própria do trato intestinal onde desenvolvem-se os estágios sexuados, machos (microgametas) e fêmeas (macrogametas). Ciclo Biológico O oocisto esporula no hospedeiro definitivo, produzindo dois esporocistos, cada um contendo quatro esporozoítos. Estes esporocistos livres são normalmente observados nas fezes do hospedeiro definitivo. Considerando o fato de que não foram encontrados sarcocistos de S. neurona na musculatura dos cavalos e excluindo-se a possibilidade da transmissão desse parasita para o hospedeiro definitivo a partir da ingestão da musculatura desses animais, os equinos são considerados hospedeiros aberrantes terminais. No entanto, foi demonstrado que os cavalos podem ser considerados hospedeiros intermediários naturais da EPM, quando observaram a presença de sarcocistos de S. neurona na musculatura e esquizontes no cérebro de um equino positivo para EPM que havia sido eutanasiado. Até então, somente haviam sido encontradas no encéfalo e medula espinhal de cavalos com EPM, formas imaturas do parasita. Ciclo Biológico Ciclo Biológico Sinais Clínicos Os sinais clínicos de EPM são extremamente variáveis, dependendo da localização do Sarcocystis neurona no SNC, bem como da gravidade das lesões provocadas pelo parasita e danos secundários provocados pela resposta inflamatória. As manifestações podem levar o cavalo a apresentar fraqueza, tropeçar no solo ou em objetos, arrastar as pinças no solo, apresentar espasticidade em um ou mais membros e incoodenação motora. Alterações encefálicas observadas podem afetar qualquer núcleo dos nervos cranianos. As principais anormalidades relacionadas aos nervos cranianos são paralisia do nervo facial, ataxia vestibular, desvio de cabeça, atrofia de masseter, atrofia e ou paralisia de língua, perda de sensibilidade na córnea e nas narinas, disfagia e balançar compulsivo da cabeça. Sinais Clínicos Contudo, andar em círculos, decúbito agudo, pressionar a cabeça contra obstáculos e convulsões podem ser observados. Lesões localizadas no neurônio motor inferior da medula espinhal, levam a paresia e decúbito do animal, e atrofia dos músculos quadríceps e glúteo. Em casos que a lesão for na medula sacral é observado paresia da cauda (síndrome da cauda eqüina) e incontinência urinária e anal. Alguns animais observadosque apresentaram atrofia da musculatura do lado acometido pela lesão, usavam a parede da baia para equilibrar-se. A sobrevivência dos animais acometidos depende da severidade das lesões, sendo que, indivíduos com sinais clínicos moderados ou severos têm maior probabilidade de entrar em decúbito permanente havendo necessidade da eutanásia Incoordenação motora Andar em cícurlos
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