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Concurso de Pessoas; Crime Culposo, crime omissivo, punibilidade.

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Concurso de Pessoas:
Crime Culposo
Crime omissivo
Punibilidade
Crime Culposo
É o crime resultante da inobservância do cuidado necessário do agente.
Acaba por gerar um resultado antijurídico não desejável, porém previsível. 
É possível coautoria em crime culposo, mas não é possível a participação.
Quem induz ou instiga alguém à praticar uma ação imprudente, também é imprudente, responde pelo mesmo crime culposo.
As doutrinas e jurisprudência já se pacificaram para admitir o concurso de pessoas em crimes culposos.
Concurso em crime culposo
302 “Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor”, parágrafo único, inciso I “não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação”, ambos da Lei 9.503/97.
artigo 29, caput, do Código Penal “Quem, de qualquer modo, concorrer para o crime incide na pena a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”.
HABEAS CORPUS 107.550 RIO DE JANEIRO
Os pacientes foram condenados pelo Conselho Especial de Justiça do Exército da 1ª Auditoria da 1ª CJM, em 12/11/2007, a 6 (seis) anos de reclusão, em regime inicial semiaberto, como incursos no art. 205, caput, c/c os arts. 29, § 2º, parte final, 33, inc. I, in fine, 72, inc. I, e 53, todos do Código Penal Militar, sendo-lhes assegurado o direito de apelar em liberdade.
HABEAS CORPUS 107.550 RIO DE JANEIRO
O Superior Tribunal Militar proveu, parcialmente, em 02/08/2010, recurso de apelação da defesa, e desclassificou o elemento subjetivo do tipo, de dolo eventual para a modalidade culposa, reduzindo, em consequência, a pena para 2 (dois) anos de reclusão, em regime inicial aberto, e concedeu o sursis pelo prazo de 2 (dois) anos
HABEAS CORPUS 107.550 RIO DE JANEIRO
A teoria que foi adotada para o critério de penalização dos agentes, foi a teoria unitária ou monista, “todos os que contribuem para a prática do delito cometem o mesmo crime, não havendo distinção quanto ao enquadramento típico entre autor e partícipe. Daí decorre o nome da teoria: todos respondem por um único crime.” (Capez, 2016). 
Concurso em crime omissivo impróprio
Ao esconderem as vestes e objetos da vítima, fecharam parcialmente as tampas da cisterna e silenciado sobre o ocorrido, assumiram os apelantes a condição de garantidores, conforme preceitua o art. 29, parágrafo 2º, do CPM.
§ 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de outra forma assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu comportamento anterior, criou o risco de sua superveniência. 
Crime omissivo próprio - É o crime que se consuma pela simples abstenção do agente, independentemente de um resultado posterior, como acontece no crime de omissão de socorro, previsto no artigo 135 do Código Penal.
Crime omissivo impróprio - É aquele em que uma omissão inicial do agente dá causa a um resultado posterior, o qual o agente tinha o dever jurídico de evitá-lo. 
Exemplo: quando a mãe de uma criança deixa de alimentá-la, provocando a sua morte. Neste caso, a mãe responderá pelo crime de homicídio, já que tinha o dever jurídico de alimentar seu filho.
Concurso em crime omissivo
 Conforme acórdão de recurso em habeas corpus n° 53.018-CE, os recorrentes foram denunciados por homicídio culposo por omissão, em razão de negligência ao permitir ambiente de trabalho inseguro e omissão relacionada ao descumprimento das diversas Normas Regulamentadoras de observância obrigatória, que causaram a morte de seu funcionário, que foi engolido para centro da máquina, e consequentemente esmagado, vindo a óbito.  A hipótese dos autos traz, portanto, dois elementos normativos: omissão e culpa. 
Elementos da omissão imprópria 
Art.13 ,§ 2º do nosso Código Penal. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Coautoria em crimes omissivos e comissivos por omissão
 Há duas posições em relação à coautoria em crimes omissivos. 
 Uma corrente diz que é possível a coautoria em crimes omissivos, sejam eles próprios, ou ainda impróprios. Para o aperfeiçoamento da coautoria basta que dois ou mais agentes, vinculados pela unidade de propósitos, prestem contribuições relevantes para a produção do resultado, realizando atos de execução previstos na lei penal.
Coautoria em crimes omissivos e comissivos por omissão
 A segunda corrente não admite a coautoria em crimes omissivos, qualquer que seja a sua natureza. Segundo Cleber Masson, de acordo com essa posição, a coautoria não é possível nos crimes omissivos, porque cada um dos sujeitos detém o seu dever de agir (imposto pela lei e a todos, nos próprios, ou pertencentes a pessoas determinadas - CP, art. 13, § 2º -, nos impróprios, ou comissivos por omissão), de modo individual, indivisível e indelegável.
No caso dos autos, os recorrentes, qualificados como sócios do grupo Aço Cearense, possuem, em tese, o dever de agir, haja vista terem, por lei, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, com relação a seus funcionários. É notório que houve a coautoria no caso em tela , isto é, os agentes estavam obrigado a agir, então não são considerados partícipes, mas sim coautores, porque um anuiu a omissão do outro.
Decisão
 Dessa forma os recorrentes não obtiveram êxito quanto ao recurso, cujo objetivo era trancar a ação penal por inépcia da denúncia, porquanto devidamente narrada à imputação, a qual se apoia em conduta omissiva e negligente, e teve a caracterização de demanda de configuração de uma das hipóteses do artigo 13 § 2°, do Código Penal.
Punibilidade no concurso de pessoas
Requisitos do Concurso de Pessoas
 Pluralidade de participantes e de condutas;
 Relevância causal de cada conduta;
 Vínculo subjetivo entre os participantes;
 Identidade de infração penal (teoria monista ou unitária - adotada por nosso código penal conforme art. 29)
Punibilidade no Concurso de Pessoas
 Teoria monista (ou unitária) - todos respondem pelo mesmo crime;
 Teoria restritiva objetiva formal - separa a figura do autor e do partícipe na aplicação da pena;
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

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