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APOSTILA FISIOPATOLOGIA LOCOMOTOR

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO 
CENTRO DE CIÊNCIAS E SAÚDE 
CURSO DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL 
DISCIPLINA: FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA LOCOMOTOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA 
LOCOMOTOR I 
 
Prof. VAGNER SÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2006.1
 
Fisiopatologia do Sistema Locomotor I – Prof. Vagner Sá 
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LESÃO 
 
 É o dano causado por trauma físico ou químico, sofrido pelos tecidos do corpo. O 
sistema musculoesquelético, como qualquer sistema biológico, não é estático. Está em um 
estado de equilíbrio constante, que é denominado homeostase. 
 
MECANISMOS DE LESÃO 
 
• Os tecidos corporais experimentam cargas continuamente durante as atividades 
normais sem qualquer lesão óbvia. 
• A probabilidade de lesão aumenta quando as cargas ultrapassam a gama 
fisiológica. Neste caso o tecido experimenta uma sobrecarga. 
• A lesão pode resultar quando uma única sobrecarga ultrapassa a tolerância máxima 
do tecido. 
• A sobrecarga repetida corresponde ao uso excessivo (overuse). Como por 
exemplos, a tendinite e a síndrome do túnel do carpo, que são classificadas como 
distúrbios por traumatismos cumulativos ou síndrome de estresse repetitivo. 
 
 
LESÃO CRÔNICA VERSUS AGUDA 
 
 As lesões podem resultar de um único insulto (lesão aguda) ou de cargas repetidas à 
longo prazo (lesão crônica). Os insultos crônicos persistentes dos tecidos podem 
resultar progressivamente em condições degenerativas que preparam o “palco” para 
uma lesão aguda. 
 
 
MICROTRAUMA VERSUS MACROTRAUMA 
 
 A lesão crônica pode começar com danos microscópicos das estruturas dos tecidos 
tendinosos e ósseo. Se não forem tratadas, as microlacerações tendinosas prenunciam a 
ruptura do tendão, e o osso sofrerá uma fratura por estresse. 
 
LESÃO PRIMÁRIA VERSUS SECUNDÁRIA 
 
 Na lesão primária, a lesão é uma conseqüência direta e imediata do traumatismo. 
Uma fratura de crânio por traumatismo contuso ou uma ruptura do ligamento colateral 
medial do joelho em virtude de um impacto lateral violento são exemplos. 
 
 Na lesão secundária a manifestação ocorre algum tempo após o traumatismo inicial. 
Uma mulher, com entorse de tornozelo, pode alterar sua marcha e colocar cargas 
excessivas sobre articulações e tecidos tanto ipsilaterais quanto contralaterais. 
 
OUTROS FATORES DETERMINANTES PARA OCORRÊNCIA DE LESÃO 
 
• Estrutura tecidual 
 
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• Idade 
• Sexo 
• Genética 
• Estado fisiológico e condição física 
• Nutrição 
• Estado psicológico: estresse, distração, fadiga, depressão, fatores de 
personalidade. 
• Fadiga física 
• Ambiente 
• Equipamento de Proteção Individual – EPI 
• Lesão prévia e doenças 
 
 
 
LESÕES TRAUMÁTICAS 
 
 
MECANISMOS DE LESÃO 
 
DIRETO � A força se aplica no local da lesão. Ex. contusão. 
 
INDIRETO � A força se aplica em um local diferente do local da lesão. Ex. entorse. 
 
 
TIPOS DE LESÕES 
 
ABERTAS � A pele está danificada. Possuem comunicação com o meio externo. Ex. 
escoriação e ferida. 
 
Escoriação: lesão superficial (atinge somente a epiderme) 
Ferida: lesão mais profunda, atingindo epiderme e derme (tecido celular 
subcutâneo). 
 
FECHADAS � A pele está integra. Não possuem comunicação com o meio externo. Ex. 
contusão. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS ABERTAS 
 
PUNTIFORME: até 1 cm, com bordas regulares e arredondadas. 
Ex. alfinete, picada de cobra e insetos. 
 
PERFURANTE: acima de 1 cm, com bordas regulares e arredondadas. 
Ex. furador de gelo e vergalhão. 
 
INCISA: mesma profundidade do início ao fim da lesão, com bordas regulares. 
Ex. bisturi. 
 
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CORTANTE: bordas um pouco irregulares, mais profunda no início da lesão. 
Ex. corte com faca. 
 
CONTUSA: bordas e profundidade irregulares, potencialmente contaminada. 
Ex. pedrada. 
 
CORTO-CONTUSA: lesão mista, afeta partes moles. 
Ex. machadada. 
 
PÉRFURO-CONTUSA: lesão mista, também afeta partes moles. 
Ex. perfuração por arma de fogo (PAF) 
 
FERIDA PENETRANTE: quando uma cavidade é atingida. 
Ex. facada ou PAF penetrando a cavidade peritonial ou cavidade medular. 
 
FERIDA TRANSFIXANTE: tem porta de entrada e saída. 
Ex. PAF 
 
 
LESÕES FECHADAS 
 
CONTUSÃO: lesão fechada causada por trauma direto em tecidos moles. Presença de 
sinais flogísticos (dor, calor, edema, rubor e impotência funcional). E de acordo com a 
energia do trauma, podemos encontrar também equimose ou hematoma. 
 
Equimose: hemorragia de pequenos vasos, tendo como consequência o 
aparecimento de uma mácula (mancha) hemorrágica visível na pele. 
 
Hematoma: hemorragia com maior volume de sangue abaixo da pele, com o 
aparecimento de um abaulamento na mesma. Às vezes é necessário drenagem, pois 
pode se tornar meio de cultura de bactérias. 
 
ENTORSE: lesão aguda do ligamento, causando perda temporária da congruência articular, 
causado por trauma indireto. 
 
 Grau I � não há ruptura, apenas um esgarçamento. 
 Grau II � ruptura parcial. 
 Grau III � ruptura total. 
 
LUXAÇÃO: perda definitiva ou permanente da congruência articular, causado por trauma 
indireto. A luxação exige uma manobra de redução para restaurar anatomicamente uma 
articulação através de manobras técnicas utilizadas por profissionais habilitados. 
 
 Redução incruenta: redução fechada. 
 Redução cruenta: redução aberta ou cirúrgica. 
 
 
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LESÕES MÚSCULO-TENDINOSAS 
 
 
DISTENSÃO: Indica que houve algum grau de ruptura nas fibras musculares, na junção 
músculo-tendão, no tendão ou na inserção óssea de uma unidade musculotendinosa. 
Alongamento excessivo, excesso de exercício, excesso de uso do tecido mole, podem ser 
causas de distensão; tende a ser menos grave que uma entorse. Ocorre devido a trauma leve 
ou traumas não usuais repetidos de grau mínimo. 
 
RUPTURA OU LACERAÇÃO ENTRE MÚSCULO E TENDÃO: Se a ruptura ou 
laceração é parcial, ocorre dor na região da fissura quando o músculo é alongado ou quando 
se contrai contra resistência. Se a ruptura ou laceração é completa, o músculo não traciona 
o local lesionado, de modo que alongamento ou contração do músculo não causa dor. 
 
TENOSINOVITE: É uma inflamação da bainha sinovial que cobre um tendão. 
 
TENDINITE: É a inflamação de um tendão; pode ocorrer a formação de cicatriz ou 
deposição de cálcio em um tendão. 
 
TENOVAGINITE: É uma inflamação com espessamento da bainha tendínea. 
 
TENDINOSE: É uma degeneração do tendão devido a microtraumas repetitivos. 
 
CONDIÇÕES CLÍNICAS RESULTANTES DE TRAUMA OU PATOLOGIA 
 
DISFUNÇÃO: Perda da função normal de um tecido ou região. A disfunção pode ser 
devido ao encurtamento adaptativo dos tecidos moles, adesões e fraqueza muscular, ou 
qualquer condição resultante em perda da mobilidade normal. 
 
CONTRATURAS: Encurtamento ou retração de pele, fáscia, músculo ou cápsula articular 
que restringe a mobilidade ou flexibilidade normal dessas estruturas. 
 
ADESÕES: Aderência anormal de fibras de colágeno nas estruturas vizinhas durante a 
imobilização, após trauma, ou como complicação cirúrgica, que restringe a flexibilidade e 
elasticidade normal das estruturas envolvidas. 
 
REFLEXO DE PROTEÇÃO MUSCULAR: A contração prolongada em resposta a um 
estímulo doloroso. A proteção cessa quando a dor é aliviada. 
 
ESPASMO MUSCULAR INTRÍNSECO: Contração prolongada de um músculo em 
resposta a mudanças circulatórias e metabólicas locais que ocorrem quando um músculo 
está em estado de contração contínua. O espasmo pode ser também uma resposta no 
músculo ainfecção viral, frio intenso, períodos prolongados de imobilização, tensão 
emocional ou trauma direto ao músculo. 
 
 
 
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FRATURAS 
 
Provocadas por lesões traumáticas e patologias que levam a perda da continuidade 
óssea. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
A) Quanto ao mecanismo de lesão: 
 
Traumatismo direto: 
 
• Fraturas por impacto: ocorre quando uma força é aplicada em uma pequena 
área. A maior parte da energia é absorvida pelo osso, havendo pouca lesão 
de partes moles. Ex. chute e golpe com cassetete. 
• Fraturas por esmagamento: apresentam extensa lesão de partes moles. O 
osso fica extensamente fragmentado ou fraturado transversalmente. 
• Fraturas penetrantes (PAF): as feridas de alta velocidade dos rifles e fuzis, 
levam a extensas lesões de partes moles e fragmentos do osso. 
 
 
 
Traumatismo indireto: 
 
• Fraturas por angulação: produz uma linha de fratura transversa co 
presença ou não de um fragmento triangular no seu lado côncavo. 
• Fraturas por tração ou tensão: produz uma linha de fratura transversal. 
Ex. patela, olécrano, maléolo tibial. 
• Fraturas rotacionais: produz uma linha de fratura espiral que faz uma 
rotação completa no osso. 
• Fraturas por compressão: a diáfise dura de um osso longo é 
impulsionada para dentro da extremidade esponjosa, dando origem a 
fratura em forma de T ou V. Ex. extremidade inferior de úmero ou 
fêmur. 
• Fraturas devido a angulação, rotação e compressão axial: produz uma 
linha de tração oblíqua. 
 
B) Quanto ao estado do osso 
 
Traumática: o osso estava em condições de normalidade estrutural. 
Patológica: o osso estava previamente afetado por uma patologia. Ex. osteoporose, 
osteomielite, tumor. 
 
C) Quanto ao contato com o meio externo 
 
Fechada: não há contato. 
Aberta: há contato. 
 
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D) Quanto ao número de fragmentos 
 
Simples: 2 fragmentos com 1 traço de fratura 
Cominutiva: mais de dois fragmentos 
Esquirulosa: vários fragmentos pequenos (esquirola) 
 
E) Quanto à localização 
 
Ossos longos: epífise, diáfise e metáfise 
Ossos curtos e irregulares: citar o acidente anatômico envolvido. Ex. fratura do colo 
do escafóide. 
 
Fraturas com nomes especiais: ex. fratura de Colles, Bennett, etc. 
 
F) Quanto à direção do traço de fratura 
 
Transversa 
Longitudinal 
Oblíqua 
Espiralada 
 
G) Quanto ao desvio 
 
Lateral 
Angular 
Rotacional 
Acavalgamento 
 
 
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TRAUMATISMOS DA CINTURA ESCAPULAR 
 
 
 
FRATURA OBSTÉTRICA DA CLAVÍCULA 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
� história (parto complicado - uso de fórceps, vácuo, etc.) 
� tumefação discreta 
� crepitação à palpação 
� radiografia simples em ap 
 
TRATAMENTO MÉDICO: 
 
� bandagem de velpeau (ataduras elásticas) durante 1 semana 
 
obs.: verificar se há comprometimento do plexo braquial. realiza-se o teste de moro. 
 
 
FRATURA DA CLAVÍCULA 
 
LOCAIS MAIS FREQUENTES: 
 
a) segmento distal – próximo ao ligamento coracoacromial – 15 a 20% 
b) segmento intermediário – 75 a 80 % 
c) segmento proximal – 5% 
 
POSICIONAMENTO DOS FRAGMENTOS NA FRATURA INTERMEDIÁRIA: 
 
a) fragmento distal sofre depressão 
b) fragmento proximal sofre elevação 
 
MECANISMO DE LESÃO: 
 
� queda com apoio na mão ou queda sobre o ombro 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
� história 
� dor local 
� tumefação 
� crepitação à palpação 
� radiografia simples em AP 
 
 
 
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TRATAMENTO MÉDICO: 
 
� imobilização em 8 (oito) posterior 
� como segunda opção o velpeau gessado 
 
FATORES QUE LEVAM AO TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
 
� fragmentos muito afastados 
� fraturas distais que envolvam ligamentos 
 
COMPLICAÇÕES: 
 
� Lesão De Plexo Braquial 
� Veia Subclávia 
� Pulmão e Pleura 
 
 
OMBRO 
 
 
 
LUXAÇÃO DE OMBRO 
 
 
FORMAS DE APRESENTAÇÃO: 
 
• traumáticas 
• atraumáticas 
• recidivante 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 
• ANTERIOR: Produz ruptura do labrum (lesão de Bankart) e dos ligamentos 
glenoumerais, que compõem a cápsula articular. 
 
• POSTERIOR: Produz ruptura da cápsula articular posterior. 
 
• INFERIOR: A cabeça do úmero se alojará na axila em posição extra-articular. 
 
• SUPERIOR: Para ocorrer este tipo de luxação, é necessário que ocorra também fratura 
do acrômio e uma provável lesão do manguito rotador. 
 
• TRANSTORÁCICA: este tipo de luxação causa complicações sérias, pois a cabeça 
umeral encontra-se entre as costelas, provocando lesões no pulmão. 
 
 
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DIAGNÓSTICO; 
 
• história clínica 
• posição do braço deslocado: 
 
a) abdução e rotação externa; luxação anterior. 
b) abdução e rotação interna; luxação posterior. 
c) abdução acima de 100 graus; luxação inferior. 
 
• sinal da dragona 
• radiografia: ap, lateral da escápula e trans-axilar 
 
 
LESÕES ASSOCIADAS: 
 
• Lesão nervosa 
• Lesão vascular 
• fraturas 
 
TRATAMENTO MÉDICO: 
 
• CONSERVADOR 
 
a) redução e imobilização com velpeau . 
 
No jovem: 3 semanas. 
No adulto: 2 semanas. 
No idoso: procura-se não imobilizar pelo risco de perda de função. 
 
• CIRÚRGICO 
 
a) cirurgia de bankart: reinserção do labrum no rebordo da glenóide 
b) artroscospia reparadora 
 
 
 
 
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SÍNDROME DO IMPACTO 
 
 
DEFINIÇÃO 
 
 É a compressão mecânica das estruturas subacromiais (tendão do supra espinhoso, 
porção longa do bíceps, bursa subacromial e tendão do infra-espinhoso) sobre o arco 
subacromial. É caracterizada pôr um processo degenerativo, iniciando com inflamação, 
seguido de fibrose e ruptura do manguito rotador. 
 
CAUSAS DO IMPACTO 
 
• osteófitos, esporão do acrômio 
• configuração anatômica irregular do acrômio 
• lassidão ou retração da cápsula glenoumeral 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
 
• exame físico 
• radiografia simples 
• ultra-sonografia 
• ressonância nuclear magnética 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
 
• CONSERVADOR 
 
a) Medicação com antiinflamatórios 
b) Encaminhamento para a fisioterapia e terapia ocupacional 
 
• CIRÚRGICO 
a) Artroscopia para eliminação da causa e reparo de estruturas. 
 
 
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FRATURA DE ÚMERO 
 
 
 
FRATURAS PROXIMAIS 
 
Estas fraturas envolvem a diáfise proximal do úmero, o colo anatômico e cirúrgico, a 
pequena e grande tuberosidade e a cabeça umeral. É uma das fraturas de maior dificuldade 
de tratamento. 
 
MECANISMOS DE LESÃO: 
 
• traumatismo direto sobre o ombro 
• queda ao solo apoiando-se com a mão ou o cotovelo 
 
IRRIGAÇÃO: 
 
• A cabeça umeral é irrigada principalmente pela artéria circunflexa umeral anterior e 
posterior. 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 
CHARLES NEER � Fratura de diáfise, pequena tuberosidade, grande tuberosidade e 
cabeça. 
 
QUANTO AO TIPO: 
 
a) Com deslocamento mínimo: São aquelas com deslocamento menor que 1 cm. 
Representa 80 % das fraturas proximais. 
O tratamento é conservador, com a utilização de tipóia e Velpeau pôr 2 – 3 semanas. 
 
b) Fraturas-luxações em duas partes: Acontecem em 10 % casos e podem ocorrer no colo 
cirúrgico, colo anatômico, tubérculo maior e tubérculo menor. 
O tratamento dependerá da estrutura acometida, sendo assim podemos destacar que: 
 
• Colo cirúrgico e colo anatômico: se forem estáveis realiza-se redução incruenta (tração, 
flexão e adução); se forem instáveis realiza-se redução cirúrgica fechadacom o uso de 
fios metálicos percutâneos, ou aberta utilizando-se pino intramedular. 
• Tubérculo maior: redução cirúrgica com fixação interna (cerclagem ou amarria usando 
fio metálico). 
• Tubérculo menor: tratadas conservadoramente na maioria dos casos. 
 
c) Fraturas luxações em três partes: São instáveis e de difícil tratamento conservador. A 
melhor opção é o tratamento cirúrgico. Em idosos devido ao grau de osteoporose e a 
 
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necessidade de mobilizar precocemente o ombro, preconiza-se artroplastia parcial de 
úmero. 
 
d) Fraturas luxações em quatro partes: É a mais grave, onde a cabeça está desvascularizada 
pelos deslocamentos simultâneos das tuberosidades e da diáfise. O tratamento cirúrgico 
com fixação interna é a primeira tentativa, porém pode-se caminhar para artrodese e 
ressecção da cabeça do úmero e mais comumente a artroplastia parcial de úmero, que 
tem se mostrado de grande valia nesta fratura. 
 
e) Fraturas especiais: São fraturas impactadas da cabeça do úmero, que geralmente 
ocorrem durante uma luxação posterior. O tratamento deverá seguir os seguintes 
princípios: 
 
• Menos que 20% do envolvimento da cabeça: redução incruenta e imobilização; 
• Entre 20 e 50 %: tratamento cirúrgico. 
• Mais que 50 %: prótese de ombro. 
 
QUADRO CLÍNICO: 
 
• dor, edema e crepitação local 
• impotência funcional 
• equimose tardia 
• rotação interna e abdução 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
• história clínica 
• exame radiológico ( ap, perfil e axilar) 
• tomografia computadorizada 
 
COMPLICAÇÕES: 
 
• lesão do nervo mediano no trajeto axilar 
• lesão do plexo braquial 
• lesão do nervo supra-escapular 
• lesão do nervo musculocutâneo 
• necrose avascular da cabeça umeral 
• pseudo-artrose 
• infecção 
 
 
 
 
 
 
 
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FRATURAS DA DIÁFISE DO ÚMERO 
 
 
TRAUMÁTICAS: 
 
• queda sobre o cotovelo ou mão espalmada 
• impacto direto 
• acidentes de trânsito 
• acidentes de trabalho 
• paf 
 
PATOLÓGICAS: 
 
• osteoporose 
• neoplasias 
• metástases 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 
 Seguem o modelo normal de identificação de uma fratura. (anatomia do osso, tipo 
de desvio, comunicação com o meio ambiente, etc.) 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
• história clínica 
• deformidade: 
 
a) Se o traço de fratura for acima da inserção do deltóide, o fragmento proximal estará 
desviado medialmente; 
b) Se o traço de fratura for abaixo da inserção do deltóide, o fragmento proximal estará 
desviado lateralmente. 
 
• edema e dor 
• radiografia em ap e perfil do úmero 
• pesquisar lesões associadas 
 
 
TRATAMENTO CONSERVADOR: 
 
• VELPEAU � Para uso em fraturas sem desvio e em crianças superativas. 
• PINÇA DE CONFEITEIRO � Para fraturas sem deslocamento do úmero. 
• GESSO TORACOBRAQUIAL 
• TALAS PLÁSTICAS � Pré fabricadas ou feitas sob medida, constituem um método 
moderno de tratamento, tem como princípio a compressão firme das partes moles ao 
redo do úmero fraturado, mantendo o alinhamento até a consolidação óssea. Permite a 
mobilidade precoce do cotovelo e ombro. 
 
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TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
 
• fixadores externos 
• redução cruenta e fixação interna 
 
obs.: há um consenso quase que geral entre os ortopedistas para tratarem as fraturas de 
úmero de maneira conservadora. 
 
COMPLICAÇÕES: 
 
• lesão do nervo radial 
• lesão do nervo mediano e ulnar 
• lesão da artéria braquial 
• retardo de consolidação 
• pseudo-artrose 
• distrofia simpático-reflexa 
• infecção 
 
 
 
 
FRATURA SUPRACONDILIANA 
 
• é a mais comum da região do cotovelo na criança 
• mais comum entre os meninos de 3 a 10 anos de idade 
 
MECANISMO DE LESÃO 
 
• queda para frente com apoio na mão e cotovelo em flexão. o impacto leva a extensão 
abrupta. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE La Grange e Rigault 
 
• GRAU I – fratura incompleta, com rotura de apenas uma cortical e sem desvio. 
• GRAU II – fratura completa sem desvio 
• GRAU III - fratura completa com dois ou mais desvios, mas persistindo contato entre 
os fragmentos, sinal que os fragmentos ainda estão mantidos pelo tríceps e o braquial. 
• GRAU IV – fratura com grande desvio, na qual os fragmentos, além de dois ou mais 
desvios, perderam o contato entre si. 
 
 
 
 
 
 
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TRATAMENTO MÉDICO: 
 
• GRAU I e II: Imobilização gessada – braquiopalmar com cotovelo a 90º 
pôr três semanas. 
• GRAU III: redução da fratura e fixação percutânea com dois fios de 
Kirschner e imobilização com tala gessada pôr 30 dias. 
• GRAU IV – Se não for exposta ou houver lesão neurovascular, trata-se 
como se fosse o grau III ou através de tração transolecraniana durante 15 a 
20 dias; se houver comprometimentos neurovasculares a indicação é 
cirúrgica. 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
• história clínica 
• exame físico 
• deformidade 
• radiografia simples em ap e perfil 
 
COMPLICAÇÕES: 
 
• rigidez articular 
• lesão do músculo braquial - miosite ossificante 
• descolamento epifisário 
• lesão artéria braquial 
• lesão nervo ulnar 
• lesão nervo radial 
• lesão nervo mediano 
• deformidade de cúbito varo 
• paralisia isquêmica de volkmann 
 
EDEMA � ESTASE VENOSA � AUMENTO DA PRESSÃO � 
FALÊNCIA DA MUSCULATURA � MORTE CELULAR � RETRAÇÃO 
SECUNDÁRIA (retração isquêmica de Volkmann). 
 
OBS.: ESTE QUADRO INSTALA-SE EM POUCAS HORAS. 
 
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OUTRAS FRATURAS DO COTOVELO 
 
• fratura do côndilo lateral umeral 
• fratura do colo do rádio 
• fratura do epicôndilo medial (epitróclea) 
• fratura do olecrânio 
• fratura do capítulo 
 
 
LUXAÇÃO DE COTOVELO 
 
• mais comum em jovens na terceira década de vida 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
• deformidade característica 
• dor 
• impotência funcional 
 
TRATAMENTO MÉDICO: 
 
• redução sob anestesia focal ou troncular 
• imobilização pôr 3 semanas 
 
 
FRATURAS DE ANTEBRAÇO NA CRIANÇA 
 
 
INCIDÊNCIA: 
 
• 80 % acontecem no terço distal; 
• 15 % acontecem no terço médio; 
• 5 % acontecem no terço proximal 
• mais de 50 % desses tipos de fraturas são em galho verde, e 15 % acontecem na 
cartilagem de crescimento (fise). 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 
• DEFORMIDADE PLÁSTICA � Há uma deformidade em angulação (envergamento) 
do osso sem sinal radiológico de lesão de continuidade. 
• POR COMPRESSÃO 
• EM GALHO VERDE � Fratura incompleta onde uma das corticais do osso continua 
íntegra. 
• FRATURA COMPLETA 
 
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• FRATURA AO NÍVEL DA CARTILAGEM DE CRESCIMENTO PROXIMAIS OU 
DISTAIS 
• FRATURAS ESPECIAIS: De Montegghia e de Galeazzi 
 
FRATURA DE MONTEGGIA 
 
Foi descrita em 1814 pôr Monteggia e que consiste em uma fratura do terço proximal 
da ulna com luxação da epífise proximal do rádio. 
 
FRATURA DE GALEAZZI 
 
Foi descrita em 1934 pôr Galeazzi, e consiste na fratura do rádio, acompanhada de 
luxação radioulnar distal. 
 
MECANISMO DA LESÃO: 
 
• Queda sobre a mão espalmada, geralmente com o antebraço pronado. 
 
 
TRATAMENTO MÉDICO: 
 
• FRATURAS SEM DESLOCAMENTO: Tala gessada, como as fraturas pôr 
amassamento, compressão, incompletas sem desvios. 
• DEFORMAÇÃO PLÁSTICA: Em crianças abaixo de 4 anos e deformidade de menos 
que 20 graus costumam se remodelar. Acima disso devem ser corrigidas com 
manipulação sob anestesia geral. 
• FRATURA EM GALHO VERDE: Deve-se completar a fratura, fraturando a cortical 
que estiver íntegra para depois reduzir. 
• FRATURA DE MONTEGGIA:Realiza-se redução fechada em pacientes com menos 
de 13 anos, e apesar da gravidade da fratura os resultados são excelentes. A redução 
aberta está indicada se a redução fechada não for bem sucedida. 
• FRATURA DE GALEAZZI: Geralmente a redução é fechada e o antebraço 
imobilizado em supinação máxima. 
 
OUTROS TIPOS DE FRATURAS DO ANTEBRAÇO: 
 
• fraturas da extremidade distal do rádio e ulna 
• fraturas do terço distal do rádio 
• fraturas da diáfise do rádio e ulna 
 
 
 
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FRATURAS DO ANTEBRAÇO NO ADULTO 
 
 
TIPOS MAIS COMUNS: 
 
• FRATURA DE POUTEAU-COLLES � É uma fratura do terço distal de rádio e 
processo estilóide da ulna, com desvio dorsal do fragmento distal do rádio. A 
deformidade que se apresenta é a do dorso de garfo. 
• FRATURA GOYRAN- SMITH � Fratura do terço distal com deslocamento ventral. 
• FRATURA DE BARTON � Fratura luxação do punho dorsal ou ventral. 
 
QUADRO CLÍNICO: 
 
• dor intensa na região distal do antebraço 
• deformidade 
• alterações neurológicas pôr compressão do nervo mediano 
 
TRATAMENTO MÉDICO: 
 
• redução e imobilização gessada 
• osteossíntese com placa e parafuso 
• osteossíntese com placa intramedular 
• fixador externo 
• fixação percutânea com fios de kirschner 
• redução aberta 
• artroscopia de punho 
 
COMPLICAÇÕES: 
 
• pseudo-artrose 
• bloqueio articular de cotovelo e punho 
• consolidação viciosa 
• sinostose radio-ulnar 
• síndrome de volkmann 
• distrofia simpático-reflexa de sudeck 
• ruptura do extensor longo do polegar 
 
 
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19 
 
TRAUMATISMOS DO PUNHO E MÃO 
 
 
FRATURA DO ESCAFÓIDE 
 
• Ocorrem com mais freqüências em adultos jovens 
• È o osso mais fraturado entre os ossos do punho 
• Acontece geralmente após queda com o punho em hiperextensão 
• Apresenta pobreza de sinais clínicos, o que facilmente é confundida como simples 
contusão ou entorse 
 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 
• Fraturas do terço proximal (pior prognóstico) 
• Fraturas do terço médio 
• Fraturas do terço distal 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
• Idade do paciente 
• Mecanismo de lesão 
• Dor local a palpação 
• Aumento de volume ao nível da tabaqueira anatômica 
• Radiografia em quatro incidências: AP, perfil absoluto, oblíquas com 30º de pronação e 
obliquas com 30º de supinação ( as vezes inicialmente é difícil diagnosticar a fratura, 
devendo o paciente realizar novos exames após 3 semanas). 
 
TRATAMENTO MÉDICO: 
 
• Gesso axilopalmar com cotovelo a 90º de flexão, antebraço em posição neutra e punho 
em discreta extensão pelo período de 45 dias 
• Nas fraturas instáveis o procedimento será cirúrgico, através de redução e osteossíntese. 
 
COMPLICAÇÕES: 
 
• NECROSE AVASCULAR DA PORÇÃO PROXIMAL DO ESCAFÓIDE 
• CONSOLIDAÇÃO VICIOSA 
• PSEUDO-ARTROSES 
 
 
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20 
FRATURAS DOS METACARPIANOS E FALANGES 
 
Fraturas dos metacarpianos: 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 
• Fraturas da cabeça 
• Fraturas do colo 
• Fraturas da diáfise 
• Fraturas da base 
 
Fraturas do primeiro metacarpiano: 
 
Green classifica em quatro tipos: 
 
I) Fratura-luxação de Bennett 
II) Fratura de Rolando 
III) Fratura extra-articular 
IV) Fratura com deslizamento epifisário 
 
Fraturas das falanges: 
 
Distal: 
 
• São estáveis e podem ser tratadas com uma tala de alumínio acolchoada por 2 semanas. 
• As cirurgias estão indicadas quando associadas a fratura houver lesão de partes moles. 
Neste caso utiliza-se a fixação com fio de Kirschner. 
 
Média e proximal: 
 
• Estão revestidas dorsalmente pelo aparelho extensor e ventralmente pelos tendões 
flexores, o que favorece a aderência destes no foco de fratura, dificultando seu 
deslizamento e limitando a movimentação. 
• Ás vezes a cirurgia pode agravar a situação. 
• A mobilização precoce deve ser preconizada o mais rápido possível para este tipo de 
lesão. 
• As fraturas intra-articulares cominutivas são melhores tratadas por tração, modelando 
manualmente a fratura, a fim de restaurar o alinhamento geral, iniciando a mobilidade 
em 2 a 3 semanas. Pode haver maus resultados, tendendo a artrodese interfalângica. 
• As fraturas do colo das falanges são mais freqüentes nas crianças, e o tratamento 
indicado é o conservador. 
 
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21 
LESÕES TENDINOSAS DA MÃO 
 
Tendões flexores: 
 
CAUSAS: 
 
• perfuração por objetos cortantes 
• acidentes de trabalho 
• lesões degenerativas 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
• através da postura digital 
• testes funcionais 
 
TRATAMENTO: 
 
• tenodese 
• após 5 dias começa-se a mobilização precoce afim de evitar a aderência entre os 
tendões e entre estes e as estruturas vizinhas. 
 
Tendões extensores: 
 
• Dependendo do nível, podem apresentar mais complicações do que as dos flexores. 
• Do ponto de vista funcional, são menos graves do que as dos flexores. 
 
ZONAS DE LESÕES: 
• ZONA I – É caracterizada pela deformidade do dedo em martelo. 
• ZONA II – Inclui a área sobre a falange média e o quadro clínico e semelhante a zona I. 
• ZONA III – Inclui a área sobre a articulação interfalângica proximal. O quadro clínico é 
a lesão em botoeira, onde ocorre a flexão da articulação interfalângica proximal e 
hiperextensão da interfalângica distal. 
• ZONA IV – Inclui a área sobre a falange proximal. Este tipo de lesão pode estar 
associada a fraturas ou a lesão do periósteo local. 
• ZONA V – É a lesão do aparelho extensor sobre a articulação metacarpofalângica. 
Clinicamente a articulação metacarpofalângica encontra-se em flexão, e existe a 
incapacidade para extendê-la. 
• ZONA VI – É a área sobre o dorso da mão, e o quadro clínico e semelhante a zona V. 
 
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22 
• ZONA VII – Inclui a área sobre a articulação do punho. A dificuldade de reparação 
nesta área é muito grande, pois os tendões flexores passam por canais osteofibrosos que 
predispõem à aderência tendinosa. 
• ZONA VIII – É sobre o terço distal do antebraço. Neste local são afetados tanto os 
extensores do punho, quanto os extensores dos dedos. 
 
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23 
QUADRIL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
 
 
FRATURAS DO TERÇO PROXIMAL DO FÊMUR NA CRIANÇA 
 
• Mais comum nos meninos. Relação de 3:2 
• Acontecem em torno de 12 anos de idade 
• É comum em crianças maltratadas, espancadas, principalmente nos dois primeiros anos 
de vida. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
• TIPO I: Fratura transepifisária 
• TIPO II: Fratura transcervical 
• TIPO III: Fratura cervicotrocantérica (basocervical) 
• TIPO IV: Fratura transtrocanteriana 
 
DIAGNÓSTICO 
 
• história de trauma severo 
• dor intensa 
• não consegue ficar de pé ou andar 
• rotação externa e leve abdução 
• radiografia em ap, perfil e panorâmica. 
• tomografia computadorizada 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
 
CONSERVADOR 
 
• Nas fraturas sem deslocamento: aparelho gessado, em abdução, rotação interna pôr 8 a 
12 semanas 
 
CIRÚRGICO 
 
• HAVENDO DESLOCAMENTO: a fratura deve ser fixada com pinos ou parafusos e 
fixação in Situ. 
 
COMPLICAÇÕES 
 
• Doença de Legg-Perthes-Calvé 
• Pseudo-artrose 
• Coxa vara 
• Fechamento precoce da cartilagem de crescimento 
 
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24 
 
 
QUADRIL DO ADULTO 
 
OSTEONECROSE DA CABEÇA FEMORAL 
 
 É a interrupção do fluxo sangüíneo, que pode ocorrer em qualquer parte da rede 
vascular, ou seja, arterial, capilar ou venosa. A interrupção leva a isquemia tissular, 
causando necrose óssea. Acirculação da cabeça femoral, vem principalmente das artérias 
circunflexas lateral e medial. 
 
ETIOLOGIAS 
 
• Luxação traumática da cabeça femoral 
• Fraturas do colo do fêmur 
• Anemia falciforme 
• Uso de medicamentos cortisona 
• Alcoolismo 
• Moléstia de gaucher 
• Doença dos mergulhadores 
• Gravidez 
• Radiação 
• Moléstia do colágeno 
• Transplante renal e quimioterapia 
• Pancreatite crônica e gota 
 
DIAGNÓSTICO 
 
• dor intensa 
• dificuldade de movimentação 
• ausência de sinais de calor e rubor 
• ausência de alterações laboratoriais 
• radiografia simples normal, podendo levar mais de 5 meses para visualizar alterações. 
• cintilografia com tecnécio 99 positiva 
• tomografia: o mesmo caso da radiografia 
• o melhor exame seria a ressonância nuclear magnética, com resultado positivo após 72 
horas do início da patologia. 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
 
• Perfurações ou foragens: múltiplas perfurações com brocas finas na cabeça e no colo 
do fêmur, para fazer canais a serem revascularizados. 
• Descompressão da cabeça femoral: fazer grandes e pequenos túneis a partir da região 
trocantérica até a cabeça femoral, permitindo descompressão da elevada pressão intra-
óssea. 
 
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25 
• Osteotomia em varo ou em valgo: mudança da área de apoio da cabeça femoral em 
relação ao acetábulo pela osteotomia subtrocanteriana em valgo ou em varo. 
• Osteotomias rotacionais: com o mesmo objetivo de mudar a área de carga entre a 
cabeça femoral e o acetábulo. 
• Estimulação elétrica: uso de corrente elétrica para induzir a formação de osso. 
• Artroplastia: uso de próteses totais ou parciais para substituir a área lesionada. 
 
ARTROPLASTIA DE QUADRIL 
 
 É a substituição da articulação do quadril, pôr componentes apropriados em 
desempenhar a função original da articulação. 
 
DIVISÃO 
 
• Próteses totais cimentadas 
• Próteses totais não cimentadas 
• Próteses híbridas 
 
MATERIAL 
 
• O componente femoral é uma haste de metal inerte (cobalto e cromo, aço inoxidável); e 
o componente acetabular é feito de polietileno de alta densidade. 
 
TIPOS DE PRÓTESES MAIS ENCONTRADAS 
 
• bipolar 
• Prótese de Charnley 
• Prótese de Thompson 
• Prótese de cerâmica 
• Prótese de Lord 
 
FATORES QUE LEVAM AO INSUCESSO DA PTQ 
 
• Má técnica 
• Desgaste do componente acetabular 
• Má qualidade do osso 
• Atividade e idade do paciente 
• Infecção 
• Forma e material do implante 
 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES 
 
• Osteoartrite de quadril 
• Artrite reumatóide 
• Necrose asséptica 
 
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26 
• Espondilite anquilosante 
• Instabilidade ou deformidade do quadril 
• Fraturas, principalmente em idosos do colo femoral e acetábulo 
• Luxações crônicas do quadril 
 
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIA 
 
• Afrouxamento dos componentes da prótese 
• Trombose venosa profunda 
• Complicações pulmonares 
• Infecções 
 
COMPLICAÇÕES À LONGO PRAZO 
 
• Afrouxamento dos componentes da prótese 
• Luxação 
• Desgaste dos componentes 
• Osteoporose e ossificação ectópica 
 
 
FRATURAS DO FÊMUR 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
a) Quanto à estrutura em: impactadas, não deslocadas e deslocadas. 
b) Quanto à causa em: traumática, por sobrecarga e patológicas. 
 
LOCALIZAÇÃO DA FRATURA 
 
a) Fratura capital 
b) Fratura subcapital 
c) Fratura colo femoral 
d) Fratura transtrocanteriana 
e) Fratura subtrocantérica 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
 
1) Fratura impactada: este tipo de fratura quase sempre se consolida sem que o paciente 
saiba do ocorrido. A queixa pode ser dor na virilha, ou referida no lado medial do 
joelho. Os pacientes podem até deambular com claudicação. Através de cirurgia, 
utiliza-se 2 ou 3 parafusos esponjosos. 
2) Fraturas transtrocantéricas: é um local extracapsular, muito rico em vascularização, 
na qual promove uma consolidação rápida do processo de fratura. Pode ser feito 
tratamento conservador ou cirúrgico. Os materiais usados são placas anguladas fixas, 
placas tubo com parafuso deslizante, hastes intramedulares, próteses parciais. 
 
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27 
 
DIÁFISE DO FÊMUR 
 
• Podem levar a risco de vida, pelas complicações (lesão vascular e infecção) 
 
DIAGNÓSTICO 
 
• História clínica 
• Deformidade angular 
• Mobilidade anormal 
• Encurtamento do fêmur 
• Radiografia em AP e perfil 
 
TRATAMENTO CONSERVADOR: 
 
• Tração trans-esquelética, com pino de Steinmann na região proximal da tíbia. 
• Controles radiológicos são feitos no leito a cada semana. 
• Deve ser evitada a distração, formando espaço entre os fragmentos, risco de retardo de 
consolidação. 
• A tração é aplicada até o aparecimento do calo ósseo radiológicamente visível, depois o 
paciente é tratado com aparelho gessado pelvipodálico. 
• O tratamento total pode durar de 5 a 6 meses. 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
 
• Pacientes politraumatizados graves: possibilita a colocação do paciente sentado 
precocemente, e atuação da mobilização passiva. 
• Trauma craniano 
• Fraturas expostas: são emergências, para diminuir o risco de osteomielite. 
• Lesões vasculares associadas 
• Fraturas do colo do fêmur ou luxação do quadril 
• Lesões ligamentares graves do joelho 
• Joelho flutuante: fratura do fêmur e tíbia do mesmo lado. 
 
Obs.: Os materiais de osteossínteses mais utilizados são: Haste intramedular (bloqueada e 
não bloqueada), placa e parafuso e fixação externa. 
 
LUXAÇÃO TRAUMÁTICA DO QUADRIL 
 
 
• São lesões ocasionadas pôr alto impacto ou alta energia; 
• Podem ser acompanhadas pôr lesões de órgãos pélvico-abdominais; 
• É considerada de emergência, devendo ser reduzida rapidamente. 
 
 
 
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28 
CLASSIFICAÇÃO: 
 
a) Centrais 
b) Anteriores 
c) Posteriores 
 
TRATAMENTO CONSERVADOR: 
 
• Redução fechada com o paciente anestesiado 
• Após a redução, realiza-se o teste de estabilidade do quadril 
• Radiografia de controle pós-redução 
• Repouso no leito em posição neutra com ou sem tração trans-esquelética 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
 
• No caso de luxações irredutíveis ou reduções não concêntricas 
• Realiza-se controle através de TC e radiografia em AP e perfil 
 
COMPLICAÇÕES: 
 
• Choque hipovolêmico 
• Hematoma retroperitoneal 
• Lesão do nervo isquiático 
• Lesão do nervo e vasos femorais (anteriores) 
• Lesões viscerais 
• Acidente tromboembólicos 
• Artrose pós-traumática 
• Necrose avascular 
• Miosite ossificante 
 
 
 
 
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29 
JOELHO DO ADULTO 
 
 
LUXAÇÃO DE PATELA 
 
• Sempre luxa lateralmente 
• Pode ser traumática ou recidivante 
• O mecanismo mais usual é a contração excessiva do quadríceps, estando o joelho em 
flexão. 
• A redução acontece facilmente, e na maioria das vezes, quando o paciente executa a 
extensão do joelho. 
• A luxação traumática leva ao quadro de derrame articular (hemartrose). 
• O componente a ser fortalecido é o músculo vasto medial. 
 
TRATAMENTO CONSERVADOR 
 
• Aparelho gessado com o joelho a 10 º de flexão, pôr 3 até 6 semanas, a fim de 
cicatrizar os elementos periarticulares danificados. 
• Supressão do apoio pelo tempo de imobilização – sem carga. 
• Exercícios isotônicos e isométricos de quadril e tornozelo 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
 
• Liberação do vasto lateral: Em casos de luxação ou subluxação permanente. 
• Medialização do tendão patelar: é o método mais utilizado, e consiste em corrigir o 
ângulo Q, mudando a inserção do tendão patelar na TAT. 
• Plastia do VMO: é utilizada quando há um displasia do VMO. 
 
 
OBJETIVOS DE TRATAMENTO• Eliminar sinais inflamatórios 
• Reeducar o vasto medial oblíquo – VMO 
• Alongar os isquiotibiais 
• Melhorar trofismo, tonicidade e elasticidade do membro afetado 
 
 
 
LESÃO MENISCAIS 
 
• A lesão meniscal leva a alterações na cartilagem do joelho (osteoartrite). 
• Os meniscos são estruturas fibrocartilaginosas 
• O menisco é dividido em três porções: corno anterior, corpo e corno posterior. 
• As lesões do menisco medial são muito mais comuns do que as do menisco lateral. 
 
 
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30 
FUNÇÕES: 
 
• Transmissão e absorção de forças 
• Estabilização do joelho 
• Proteção das superfícies ósseas articulares 
• Lubrificação articular 
 
EXAME CLÍNICO 
 
• Geralmente a lesão meniscal acontece pôr trauma rotacional 
• Presença de dor e derrame articular 
• Bloqueio articular pela interposição do fragmento lesionado entre os côndilos femorais 
(lesão em alça de balde). 
• Realizar testes para frouxidão ligamentar 
• Realizar manobra de Apley compressão 
• Realizar manobra de McMurray 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
 
• Pneumoartrografia 
• Ressonância nuclear magnética 
• Radiografia simples 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
• TRAUMÁTICA � Comum no jovens com práticas esportivas, sendo mais freqüente 
no sexo masculino. Geralmente vem associado à lesão ligamentar. 
 
• DEGENERATIVA � Característica dos mais velhos, e que não são associadas às 
lesões ligamentares. Geralmente a doença degenerativa acomete o joelho como um 
todo. 
 
• CONGÊNITAS � Como exemplo clássico temos o menisco discóide. 
 
 
TRATAMENTO MÉDICO: 
 
CONSERVADOR 
 
• Nos casos oligossintomáticos, não se preconiza nada. 
• As fissuras incompletas, as lesões periféricas pequenas, as lesões degenerativas 
geralmente são tratadas conservadoramente. 
• Antiinflamatório não hormonal. 
• Aparelho gessado afim de diminuir o quadro inflamatório e dor. 
 
 
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31 
CIRÚRGICO 
 
• A meniscectomia parcial já foi comprovada como a melhor técnica de tratamento 
cirúrgico. 
• Com a meniscectomia parcial, a área de contato decresce 10 % e há um aumento do 
estresse de contato de 65 %. Já na meniscectomia total, estes valores alteram para 75 % 
e 235 %. 
• A técnica artroscópica é a mais utilizada, porém pode ser necessário a realização de 
técnica cirúrgica aberta. 
 
COMPLICAÇÕES: 
 
• Infecções 
• Lesões vasculo-nervosas ( nervo safeno ramo infrapatelar e veia safena) 
• Trombose venosa profunda 
 
FRATURA DE PATELA 
 
• O trauma direto é o mais comum. 
• É mais freqüente em indivíduos de 20 a 50 anos de idade. 
• Correspondem a 1% de todas as fraturas do corpo 
 
DIAGNÓSTICO 
 
• História clínica (geralmente trauma). 
• Dor, edema e limitação de movimento. 
• Radiografia simples em AP, perfil com flexão moderada e axial. 
• RNM, TC e artrografia, quando suspeita-se de fraturas osteocondrais. 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
 
CONSERVADOR: 
 
• Nas fraturas que não apresentam desvios significativos (2 a 4 mm), onde o mecanismo 
extensor do joelho encontra-se preservado. 
• Na presença de hemartrose ou hematoma, realiza-se punção seguida de imobilização 
gessada ou órtese em extensão do joelho pôr 4 a 6 semanas. 
 
CIRÚRGICO: 
 
• Nas fraturas com desvios acima de 4 mm 
• O procedimento utilizado pode ser, osteossíntese através da cerclagem, associados à 
parafusos ou fios. 
• Patelectomia parcial ou total. 
• É importante a mobilização precoce da patela. 
 
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32 
 
FRATURAS DO PLANALTO TIBIAL 
 
• É considerada de difícil tratamento pela complexidade e diversidade das fraturas. 
• As fraturas são articulares 
• O planalto lateral é duas vezes mais afetado do que o planalto medial 
• O risco de rigidez articular é alto, e a mobilização passiva precoce deve ser logo 
instituída. 
• A causa mais comum são os acidentes automobilísticos. 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
• Dor e edema 
• Incapacidade funcional do joelho 
• Deformidade e instabilidade articular 
• Presença de hemartrose com gotículas de gordura, sugestiva de fratura intra-articular 
• Radiografia em AP e perfil, oblíquas internas e externas 
• Radiografias em estress para associar a fratura com possíveis lesões ligamentares. 
• RNM e cintilografia óssea 
• TC axial com reconstrução digital 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
 
CONSERVADOR: 
 
• O tratamento será conservador nas fraturas com desvios menores que 4 mm, e quando 
não existem instabilidades importantes. 
• Imobilização com aparelho gessado ou órteses funcionais por 6 semanas. Depois deste 
período mobilização precoce, porém sem carga. 
• Membro inferior sem carga pôr um período de 2 a 3 meses. 
 
CIRÚRGICO: 
 
• Osteossíntese com parafusos, convencionais, canulados ou com porca e arruela. 
• Osteossíntese com placa angulada. 
• Mobilização precoce pós-cirúrgia 
• Membro sem carga pôr 8 semanas 
• Membro com carga parcial leve até a 12ª semana 
• Tração longitudinal com controle radiográfico periódico 
 
 
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33 
FRATURAS DA PERNA NO ADULTO 
 
• A tíbia torna-se bastante vulnerável a traumatismos diretos pela sua posição superficial 
na região anterior. 
• É um dos ossos que mais fratura no corpo. 
• Há um grande índice de fraturas de diáfise de tíbia expostas ou abertas. 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
• Dor intensa 
• O paciente não deambula 
• Edema 
• Deformidade 
• Crepitação 
• Mobilidade no foco de fratura 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
 
• Imobilização com aparelho gessado: tem indicação as fraturas sem desvios e sem 
encurtamentos. O gesso é o cruropodálico, é o tempo médio fica em torno de 6 semanas 
para a consolidação. 
 
Fisioterapia: iniciar marcha com suporte parcial de peso para que acelere o processo de 
reparo ósseo através do efeito piezoelétrico do osso e acelere a recuperação funcional. 
 
• Aparelho gessado com pinos transfixantes: pinos de steinmann transfixam a tíbia acima 
e abaixo do foco de fratura, sendo englobados em aparelho gessado. É utilizado nas 
fraturas instáveis da diáfise da tíbia. 
• Fixadores externos: largamente utilizado nas fraturas expostas e pacientes que 
apresentam escoriações, queimaduras, osteomielite e tumores de tíbia. 
• Osteossíntese com placa e parafuso: é mais utilizada nas fraturas metafisárias de tíbia. 
• Osteossíntese com placa intramedular: 
 
COMPLICAÇÕES 
 
• Consolidação viciosa 
• Retardo de consolidação 
• Pseudoartrose 
• Osteomielite 
 
 
 
 
 
 
 
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34 
FRATURAS DO TORNOZELO E DO PÉ 
 
FRATURAS MALEOLARES 
 
DIAGNÓSTICO 
 
• Dor localizada 
• Havendo deslocamento a deformidade é visível ou palpável 
• Radiografias em AP e perfil 
 
CLASSIFICAÇÃO AO (Associação Internacional para o Estudo da Osteossíntese) 
 
I – Tipo A: Lesão infra-sindesmoidal do maléolo fibular 
II – Tipo B: fratura transindesmoidal da fíbula 
III – Tipo C: Fratura supra-sindesmoidal da fíbula 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
 
• Aparelho gessado: Fraturas do tipo A1 tem indicação precisa. A2 e A3 podem precisar 
de fixação com fios de Kirschner ou parafusos. 
• Redução cirúrgica e fixação interna: fraturas do tipo B e C, pois estas fraturas 
acometem a sindesmose, tornando a fratura instável. Pode ser utilizado para a 
osteossíntese fios de Kirschner, parafusos de compressão interfragmentar, placa e 
parafusos de posição. 
 
 
FRATURAS DO PILÃO TIBIAL 
 
• São causadas pôr forças de impactação longitudinal, cisalhamento, associado a rotação 
ou flexão de tornozelo. 
• De acordo com a força do impacto, pode romper a sindesmose ou fratura também a 
fíbula. 
• Podeocorrer lesão na cartilagem da cartilagem articular da tíbia e do talo, levando a 
rigidez do tornozelo. 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
 
• Nas fraturas sem deslocamento: redução incruenta e imobilização com bota gessada de 
quatro a seis semanas. 
• Nas fraturas com deslocamento: redução cirúrgica e fixação da fratura. 
 
FRATURAS DO TALO 
 
• São bastantes incomuns ( menos de 1 % das fraturas em geral) 
• A estrutura trabecular é extremamente forte, resistindo a forças de compressão duas 
vezes maiores que o calcâneo. 
 
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35 
• É comum encontrar nos desportistas, acidentes automobilísticos e de moto. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
a) Fraturas osteocondrais da cúpula (flake-fractures) 
b) Fraturas do corpo 
c) Fraturas do colo 
d) Fraturas da cabeça 
 
 
FRATURAS DO CALCÂNEO 
 
• Acontecem pôr queda em pé, por exemplo de degrau, escada, mesa, janela, andaime, 
etc. 
• O calcâneo fratura facilmente pela sua cortical fina e estrutura trabecular não muito 
densa em certas porções. 
• O mecanismo de fratura do calcâneo pode envolver traumatismos da coluna 
toracolombar, fazendo com que 10 % dos casos apresentem fratura vertebral. 
• O exame radiográfico deve ser feito nas incidências oblíqua dorsoplantar do retropé, 
perfil e axial do calcâneo. 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
 
• Tratamento conservador: Nas fraturas não desviadas ou com desvio mínimo. Pode 
instalar um programa de diminuição do edema e formações de flictenas pôr alguns dias, 
e logo após utiliza-se a bota gessada com o pé em 5º de flexão plantar, afim de evitar 
postura viciosa, dor e atuação de forças deformantes sobre a fratura. Após um período 
de 4 a 6 semanas, inicia-se a mobilização ativa do tornozelo e articulação subtalar, bem 
como apoio com calçado firme. 
• Tratamento cirúrgico: Osteossíntese com parafusos, pinos de Steinmann, fios de 
Kirschner, grampos, etc. 
 
Obs.: É comum a presença de dor residual intensa que pode durar até 3 anos. Nos casos 
mais graves utiliza-se a artrodese subtalar ou tríplice. 
 
 
FRATURAS DO MÉDIO-TARSO 
 
• São fraturas raras e resultam de traumatismos diretos como queda de objetosmuito 
pesado sobre o pé. 
• Podem levar a avulsões ligamentares ou subluxações do médio-tarso. 
• O diagnóstico é feito através de dor localizada, edema e restrição funcional. 
• A radiografia nem sempre é de fácil visualização, devido a interposição dos ossos do 
pé. 
 
 
 
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TRATAMENTO MÉDICO 
 
• As fraturas pôr avulsão de pequenos fragmentos e as fraturas com pouca deformidade 
devem ser tratadas incruentamente com tala gessada e elevação do pé para regressão do 
processo inflamatório. Depois colocar bota gessada deambulatória pôr 4 a 6 semanas. 
• As fraturas com fragmentos maiores ou deslocados, comprometendo articulações em 
pacientes jovens ou esportistas, devem ser reduzidas cirurgicamente e fixadas com fios 
de Kirschner ou parafusos para fragmentos pequenos. 
 
 
FRATURAS-LUXAÇÕES DE LISFRANC 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
TIPO A: incongruência total: todos os metatarsos estão desviados para o mesmo lado. 
TIPO B: incongruência parcial: ou o primeiro metatarsiano está deslocado e os demais 
permanecem em posição anatômica, ou os outros estão desviados e o primeiro permanece 
em sua posição. 
TIPO C: divergente: há separação entre o primeiro metatarsiano e os outros; pode ser 
parcial, quando só o primeiro ou só os demais se deslocam, ou total, quando o primeiro 
desviou mediamente e os outros lateralmente. 
 
 
TRATAMENTO MÉDICO: 
 
• Em lesões fechadas tenta-se sempre a redução incruenta. 
• A redução pode ser mantida com a fixação com fios de Kirschner, transfixando as 
articulações luxadas. Em seguida mobilização com tala gessada, e bota gessada pôr 6 
semanas 
• Nos casos de lesão exposta, fraturas irredutíveis ou redução imperfeita, o tratamento de 
escolha é a redução cirúrgica. 
 
FRATURAS DOS METATARSIANOS 
 
• São produzidas pôr quedas de objetos pesados no pé ou pôr torções ao nível do antepé. 
• O primeiro metatarso pôr ser mais groso e de maior mobilidade fratura como menos 
freqüência. 
• As radiografias de frente, perfil e oblíquas permitem confirmar e precisar o diagnóstico. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
• Fratura de base 
• Fratura de diáfise 
• Fratura de colo 
• Fratura de cabeça 
• Podem ter traços: transverso, oblíquo, espiral ou cominutiva. 
 
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TRATAMENTO MÉDICO 
 
• Conservador: elevação do pé, retirada de carga durante 3 semanas. Logo depois 
deambulação precoce em calçado suficientemente amplo, com sola espessa e semi-
rígida. A imobilização pode ser realizada, inicialmente com tala, e posteriormente com 
bota gessada. 
• Cirúrgico: Nas fraturas instáveis aplica-se redução cruenta e fixação com fios de 
Kirschner intramedulares, placas, parafuso interfragmentar 
 
 
FRATURAS E LUXAÇÕES DOS DEDOS 
 
• Geralmente ocorrem pôr choque da ponta do pé contra obstáculos fixos, ou pela queda 
de objetos pesados sobre os dedos. 
• Radiografia em AP, perfil e oblíqua confirmam o diagnóstico. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
• Luxação metatarsofalângiana 
• Luxação interfalângiana 
• Fraturas diafisárias de falanges 
• Fraturas intra-auriculares 
 
TRATAMENTO MÉDICO 
 
• As luxações devem ser reduzidas com urgência. Depois imobilização, interpondo um 
pedaço de algodão ou gaze entre o dedo afetado e seu vizinho e atando-os um ao outro 
com tiras de esparadrapo ou atadura de crepom. A imobilização é mantida pôr 3 
semanas. Este mesmo tipo de imobilização também serve para a maioria das fraturas. 
• Em casos de fraturas muito instáveis, recomenda-se a redução fechada ou aberta e a 
fixação com fios de Kirschner. 
 
 
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BIBLIOGRAFIA: 
 
ADAMS, John. Manual de ortopedia. São Paulo: Artes Médicas, 1994. 
HERBERT, Sizinio. Ortopedia e traumatologia : princípios e prática. 3 ed. Porto Alegre 
: Artes Médicas , 2004. 
HOPPENFELD, S.; MURTHY, V.L. Tratamento e Reabilitação de Fraturas. São Paulo: 
Editora Manole, 2001. 606 p.

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