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Aula 09 - Financiamento de Longo Prazo

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Aula 9. Financiamento de Longo Prazo
Professora Waleska Monteiro
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Operações do SFN
As operações do Sistema Financeiro Nacional podem ser realizadas por meio de quatro grandes segmentos:
a) mercado monetário;
b) mercado de crédito;
c) mercado cambial;
d) mercado de capitais.
Os dois primeiros são típicos para o financiamento de curtíssimo prazo, e os dois últimos de longo prazo.
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O mercado cambial identifica-se pelas várias negociações (compra e venda), que envolvem instituições financeiras bancárias e não bancárias autorizadas com moedas estrangeiras conversíveis.
O mercado de capitais centra sua especialização nas diversas operações financeiras de médio e longo prazos.
O mercado de capitais, no que concerne às origens das captações de longo prazo disponíveis às empresas brasileiras, pode ser subdividido 
mercado acionário, em que são realizados financiamentos por meio de recursos próprios (subscrição de capital) e 
mercado de empréstimos e financiamentos, no qual se processam captações de recursos de terceiros.
Operações do SFN
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O financiamento de uma empresa por meio de recursos próprios pode desenvolver-se pela retenção de seus resultados líquidos (autofinanciamento) principalmente, pela integralização de novas ações.
O processo de integralização de novas ações, desenvolve dentro do segmento acionário do mercado de capitais, obedece a um fluxo sequencial de atividades
Financiamento por Recursos Próprios
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Emissão de ações equivale a colocar os valores mobiliários em negociação (em circulação para venda) no mercado.
Emissão pública de ações é o lançamento para venda de ações destinado ao público investidor. A operação é realizada mediante a intermediação de uma instituição financeira.
Subscrição de capital representa um compromisso assumido por um investidor de participação na constituição (formação) ou no aumento do capital social de uma empresa. 
A integralização de capital é a liquidação financeira do capital subscrito.
Financiamento por Recursos Próprios
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Tipos de Subscrição
A instituição financeira - IF intermediadora constitui, basicamente, um elo entre a empresa carente de recursos e os agentes econômicos poupadores (superavitários) identificados no mercado primário.
Subscrição do tipo puro ou firme
Essa modalidade de underwriting prevê a subscrição e a integralização, por parte da IF (ou consórcio de instituições), do total das novas ações emitidas por uma empresa. 
A IF assume amplamente o risco de sua colocação no mercado ao público em geral, e garante à empresa emitente o pagamento do valor total das ações lançadas.
Subscrição do tipo stand-by (residual)
A IF não se responsabiliza, no momento do lançamento, pela integralização do total das ações emitidas. 
Há um comprometimento, entre a IF e a empresa emitente, de negociar as novas ações no mercado durante certo tempo, findo o qual ocorrerá a subscrição total, por parte da instituição, do volume não negociado, ou seja, da parcela das ações que não for absorvida pelos investidores individuais e institucionais.
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Tipos de Subscrição
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Tipos de Subscrição
Subscrição do tipo de melhor esforço
A IF não assume nenhum tipo de responsabilidade sobre a integralização das ações em lançamento, e o risco de sua colocação no mercado corre exclusivamente por conta da empresa emitente.
Existe, na verdade, um comprometimento, por parte da IF , de dedicar o melhor esforço para colocar o maior número de novas ações no mercado, dentro de certo período de tempo, promovendo ainda as melhores condições possíveis para a empresa emitente. 
Findo o prazo estabelecido de negociação, as ações restantes (residuais) serão devolvidas (e não integralizadas pela IF) à empresa de origem.
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Mercado Primário e Secundário
No mercado primário ocorre a canalização direta dos recursos monetários superavitários disponíveis aos poupadores, para o financiamento das empresas, pela colocação (venda) inicial das ações emitidas. Os recursos captados pelas empresas no mercado primário servirão para implementar seus projetos de investimentos, promovendo, em consequência, o incremento da riqueza nacional.
No mercado secundário, são estabelecidas as renegociações entre os poupadores das ações adquiridas no mercado primário. Na verdade, a existência de um mercado primário ativo somente é possível mediante certas condições de liquidez para as ações emitidas, as quais são verificadas fundamentalmente nas Bolsas de Valores (mercado secundário) .
Avaliação de ações fora do contexto de uma carteira
Um tratamento mais rigoroso dispensado a essa avaliação é desenvolvido por meio do critério do fluxo de caixa descontado, o qual é complementado, para certos pressupostos, pelo denominado modelo de Gordon.
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Valor das Ações
Po = valor de aquisição de ação;
Dn = dividendo recebido (previsto) ao final do período (na data da venda da ação)
Pn = preço de venda previsto da ação;
i = taxa de desconto que representa o retorno requerido (esperado) na aplicação.
t = tempo
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Valor das Ações
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Exemplo - 1
Suponha-se, como ilustração, que determinada ação tenha sido adquirida, no início de um ano, por R$ 2,20, sendo vendida ao final desse mesmo período por R$ 2,50, após ter o investidor recebido R$ 0,15 sob a forma de dividendos.
Qual o retorno (i) produzido por essa aplicação em termos nominais?
Qual o retorno (r) em termos reais, supondo uma inflação de 6%?
O retorno (i)
Valor das Ações
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Valor das Ações
O retorno (r)
Para a situação exposta, observa-se que o valores de uma ação é função dos dividendos e de sua valorização de mercado (ganho de capital), ou seja, seu preço teórico de mercado é definido pelo valor presente desses benefícios futuros esperados de caixa.
Inflação
Retorno Nominal
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Exemplo - 2
Suponha-se que um investidor tenha estimado em R$ 0,30 e R$ 0,50 os dividendos por ação a serem distribuídos, respectivamente, ao final de cada um dos próximos dois anos. Admitindo-se que o valor previsto de venda ao final do segundo ano seja de $ 6,90 por ação, o preço máximo a ser pago por essa ação hoje, ao fixar-se em 20% a.a. a rentabilidade mínima desejada, será igual a:
Valor das Ações
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Assim, desejando auferir um retorno equivalente anual de 20%, o preço máximo que o investidor pagaria por essa ação hoje, considerando os benefícios estimados da aplicação, seria R$ 5,39.
Para qualquer prazo definido da aplicação, e quaisquer que sejam os valores e os critérios de recebimento dos benefícios, a identidade sugerida permite que se calculem o valor teórico de compra (P0) e o de venda (Pn) da ação, assim como o retorno esperado (i) do investimento.
Valor das Ações
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Exemplo – 3 = Série de Pagamento infinito (perpétuo)
Suponha-se que uma empresa decida alterar sua política de dividendos atual, que prevê uma distribuição anual de $ 4,00/ação indefinidamente, pelo seguinte esquema: serão distribuídos, ao final de cada um dos próximos cinco anos, dividendos fixos de $ 2,00/ação; a partir do sexto ano, os dividendos anuais elevam-se para $ 6,00/ação indefinidamente. Admitindo-se ainda que os acionistas dessa empresa desejam obter uma rentabilidade mínima de 20% a.a. na situação atual
Valor das Ações
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Nesse caso podemos assumir que:
O valor presente da perpetuidade que se inicia no ano 6 está matematicamente um ano antes por se tratar de uma série postecipada de valores, isto é, no ano 5.
Valor das Ações
Cálculo VP – Valor Presente
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Se não houvesse pagamento perpetuo, o valor das ações seria:
Observa-se que a alteração na política de dividendos, conforme considerada, prevê uma redução de $ 1,96/ ação ($ 20,00 - $ 18,04) na riqueza do acionista, sendo determinada pela perda de valor de suas ações.
Valor das Ações
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As linhas de financiamento para o setor produtivo, disponíveis no mercado financeiro nacional, possuem diversas características que as diferenciam de outras economias
desenvolvidas, dentre as quais se podem citar três delas:
altos encargos financeiros;
baixa oferta interna de crédito de longo prazo;
restrições a ofertas de novas ações e debêntures no mercado, determinadas principalmente pelo estágio ainda pouco desenvolvido do mercado de capitais no Brasil.
A maior parte do financiamento das empresas origina-se do crédito direto bancário.
Financiamento no Brasil
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O funding dos investimentos produtivos no Brasil não atende às efetivas necessidades de financiamento das empresas, tanto pelos seus altos custos, muitas vezes superiores ao retorno de seus ativos, como também pela sua reduzida maturidade, insuficiente para promover o equilíbrio financeiro e sustentar o crescimento das atividades.
Funding são recursos que financiam (Iastreiam) um investimento. Por exemplo, o funding de uma empresa para realizar um projeto de expansão de sua atividade pode ser um financiamento externo.
Financiamento no Brasil
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Os principais são:
	a) empréstimos e financiamentos diretos;
	b) repasses de recursos internos;
	c) repasses de recursos externos;
	d) subscrição de debêntures;
	e) arrendamento mercantil (leasing) .
Empréstimos e Financiamentos diretos
Referem-se às operações de captação de recursos processadas diretamente por uma empresa nas instituições financeiras componentes do mercado de capitais.
Financiamento por Recursos de Terceiros
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As instituições financeiras não bancárias (não captam depósitos a vista) operam com linhas de crédito de longo prazo, mediante o uso de recursos próprios e, também, de captações que processam no mercado. 
Por exemplo, a colocação de Certificados de Depósitos Bancários – CDB’s, por parte dos Bancos de Investimento, visa suprir o financiamento de capital de giro que essas instituições promovem no mercado. 
Financiamento por Recursos de Terceiros
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Repasses de recursos internos
Os repasses de recursos internos identificam os recursos oficiais alocados para o financiamento da expansão e modernização do setor produtivo, e outras atividades consideradas como de interesse econômico nacional. 
A transferência desses recursos processa-se normalmente mediante a intermediação de alguma instituição financeira do mercado capitais, podendo destinar-se, entre outras, para as atividades comerciais e industriais (até mesmo de exportação), agrícolas e de construção civil.
Essa forma de financiamento assume grande destaque no Brasil, dadas as elevadas taxas de juros praticadas nas operações de crédito privado e nos reduzidos prazos de amortização.
Financiamento por Recursos de Terceiros
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Os fundos oficiais internos apresentam normalmente baixos custos aos tomadores (em geral, as taxas de juros são inferiores às praticadas no mercado) e provêm basicamente, de dotações orçamentárias da poupança compulsória (PIS, Finsocial etc.), de incentivos fiscais e de captações processadas exterior.
Os principais executores dessa política são Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), por meio de suas diversas empresas filiadas (Finame, Embramec, Ibrasa e Fibase Bancos Regionais de Desenvolvimento, Caixas Econômicas e Banco do Brasil.
Financiamento por Recursos de Terceiros
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Repasses de recursos externos
Os repasses de recursos externos são poupanças captadas no exterior, por instituições financeiras atuantes no mercado nacional e, a seguir, repassadas no mercado interno para as várias em interessadas. Em verdade, essa modalidade de crédito prevê o envolvimento de três partes: o banco estrangeiro emprestador dos recursos, o banco nacional captador e repassador dos recursos externos a empresa nacional financiada.
A captação de recursos em moeda estrangeira introduz para a empresa brasileira tomadora, o risco de variação cambial e da conjuntura internacional.
Financiamento por Recursos de Terceiros
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Subscrição de Debêntures
As debêntures são títulos privados de crédito, emitidos exclusivamente por companhias de capital aberto e colocadas no mercado à disposição de investidores interessados.
A autorização de emitir esses valores, assim como definição de suas principais características (prazo de resgate, rendimentos previstos e forma de pagamento etc.) são de competência da assembleia e acionistas da empresa, respeitada a legislação em vigor.
Financiamento por Recursos de Terceiros
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As debêntures podem ser do tipo "simples" (ou não conversíveis"), as quais somente podem ser resgatadas em dinheiro, e "conversíveis" em ações, as quais permitem que o debenturista, por ocasião do resgate, possa converter o montante acumulado em ações da empresa.
O valor nominal das debêntures no Brasil é atualmente definido em moeda nacional. A debênture pode, ainda, ser negociada com ágio ou deságio .
Ocorre ágio quando o título é negociado no mercado acima de seu valor nominal (valor de emissão). 
Deságio, ao contrário, verifica-se quando a cotação do título no mercado está abaixo de seu valor nominal.
Financiamento por Recursos de Terceiros
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Financiamento por Recursos de Terceiros
Arrendamento Mercantil
Permite que uma empresa se utilize de determinado ativo mediante o estabelecimento de um contrato de aluguel (arrendamento) com uma instituição arrendadora.
Leasing Financeiro
A instituição, intervém entre a empresa produtora do bem ativo, comprando-o, e a empresa que necessita do bem, arrendando-o.
Ao final do contrato, poderão ocorrer as seguintes opções para a empresa arrendatária: 
renovação do contrato com ou sem substituição do bem arrendado, 
devolução do bem à arrendadora, ou 
aquisição do bem por um preço previamente fixado (definido como valor residual garantido)
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Financiamento por Recursos de Terceiros
O prazo mínimo de um contrato de arrendamento mercantil é de dois anos, para um bem com vida útil estimada de até cinco anos, e de três anos para os demais bens.
O leasing financeiro é uma operação similar um financiamento, e oferece como vantagem o arrendatário a dedutibilidade fiscal integral da contraprestação. No entanto, esse benefício precisa ser comparado com o custo efetivo da operação, indicando a atratividade da operação. Os principais encargos do arrendamento mercantil são:
taxa de juros;
taxa (tarifa) de abertura de crédito (TAC);
despesas adicionais, como seguros, registros de contratos etc.;
Imposto Sobre Serviços - (ISS);.
valor residual garantido.
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Financiamento por Recursos de Terceiros
Leasing Operacional
É uma modalidade de arrendamento que se aproxima muito a um aluguel, e se caracteriza pelas seguintes condições:
o aluguel do bem é inferior a sua vida útil;
o compromisso (contrato de arrendamento) pode ser rescindido a qualquer momento;
o arrendatário se obriga a manter o bem arrendado em perfeitas condições de uso;
o arrendatário, mediante negociação com a arrendadora, pode adquirir o bem ao final do contrato. O preço de exercício para comprar o bem é geralmente o seu valor de mercado.
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Exercícios - 4
Explique o que é mercado de capitais.
Descreva detalhadamente as características de cada tipo de subscrição.
Qual a diferença entre o mercado primário e o secundário? 
Como as empresas no Brasil podem captar recursos?
O que é funding?
Quais são as principais formas de captar recursos com capitais de terceiros?
Explique a diferença entre repasses de recursos internos e repasses de recursos externos?
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Exercícios - 4
Explique diferença entre mercado primário e subscrição de debêntures?
Explique a diferença entre leasing financeiro e leasing operacional.
 Suponha que determinada ação tenha sido adquirida, no início de um ano, por R$ 1,80, sendo vendida ao final desse mesmo período por R$ 2,20, após ter o investidor recebido R$ 0,35 sob a forma de dividendos.
Qual o retorno (i) produzido por essa aplicação em termos nominais?
Qual o retorno (r) em termos reais, supondo uma inflação de 4%?
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Exercícios - 4
Suponha-se que um investidor tenha estimado em R$
0,50, R$ 0,60 e R$ 0,70 os dividendos por ação a serem distribuídos, respectivamente, ao final de cada um dos próximos três anos. Admitindo-se que o valor previsto de venda ao final do terceiro ano seja de $ 5,50 por ação, o preço máximo a ser pago por essa ação hoje ao fixar-se em 25% a.a. Qual a rentabilidade mínima desejada?
Fazer em dupla
Data da entrega: 16/05

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