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Aula 11 - Administração de Caixa

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Aula 11. Administração de Caixa
Professora Waleska Monteiro
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Fluxo de Caixa
O caixa é um componente do capital de giro. Existem custos e benefícios em manter um saldo elevado de caixa, assim como existem vantagens e prejuízos em manter um saldo baixo.
O caixa tem, entre outros gastos, um custo de oportunidade. O dinheiro mantido poderia estar aplicado em outros ativos que prometem melhores rendimentos.
A falta de caixa, por seu lado, reduz a capacidade imediata de pagamento da empresa.
Quanto menor o caixa, maior o risco da empresa em não pagar corretamente seus compromissos, principalmente os desembolsos imprevistos.
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Fluxo de Caixa
Fluxos de caixa são os recursos que transitam (entram e saem) pelo caixa em determinado intervalo de tempo.
O Fluxo de Caixa Líquido mede o resultado de caixa da empresa, sendo apurado pela soma do resultado líquido com as despesas não desembolsáveis, como depreciação, amortização e exaustão ou seja:
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A administração de caixa visa, fundamentalmente, manter uma liquidez imediata necessária para suportar os desembolsos das atividades de uma empresa. 
Por não apresentar retorno operacional atraente, o saldo de caixa ideal deveria ser o mínimo possível. 
Uma posição extrema de caixa zero, no entanto, é inviável na prática, já que a empresa precisa normalmente manter certo nível de caixa para, entre outras razões, fazer frente à incerteza associada a seu fluxo de recebimentos e pagamentos.
Razões para uma empresa manter dinheiro disponível em caixa
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Motivo de Transação
O motivo de transação (ou negócio) é explicado pela necessidade que uma empresa apresenta de manter dinheiro em caixa para efetuar os pagamentos oriundos de suas operações normais.
Sazonalidade: por exemplo, o comércio varejista costuma apresentar maiores saldos de caixa em determinadas épocas, normalmente final de ano, que empresas siderúrgicas que convivem com férias coletivas das indústrias consumidoras.
Ciclo operacional: empresas com ciclo financeiro mais longo, como indústria aeronáutica, costumam apresentar necessidades de caixa maiores que aquelas de ciclo mais curto.
Razões para uma empresa manter dinheiro disponível em caixa
Em verdade, a falta de sincronização verificada entre os momentos dos recebimentos e dos vencimentos dos compromissos é que determina a demanda por caixa pelas empresas.
O motivo de transação tem por finalidade cobrir as necessidades de caixa geradas pelos negócios normais da empresa.
Motivo Precaução
O motivo de transação prevê a presença certa de dispêndios na atividade normal de uma empresa; a incerteza descrita está associada às datas (momentos) e aos valores de seus fluxos de caixa.
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Razões para uma empresa manter dinheiro disponível em caixa
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Razões para uma empresa manter dinheiro disponível em caixa
É comum ocorrerem certas despesas imprevistas e extraordinárias nos negócios empresariais (variações inesperadas nas rendas e nos preços de alguns fatores de produção, insolvência de clientes e outras contingências), e, quanto maior for o saldo de caixa para enfrentar essas exigências monetárias inesperadas, tanto maior será a margem de segurança de atuação da empresa.
O motivo de precaução visa manter caixa com o objetivo de atender a necessidades de pagamentos eventuais e imprevistas.
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Razões para uma empresa manter dinheiro disponível em caixa
Motivo Especulação
O motivo de especulação, refere-se por exemplo, ao aproveitamento de oportunidades especulativas em relação a certos itens não monetários (estoques, normalmente), desde que a empresa acredite numa valorização atraente de seus preços, pode justificar maiores investimentos de caixa.
Diversas oportunidades de investimentos atraentes costumam surgir de forma não prevista sem dar tempo para a empresa buscar financiamento no mercado. Estas oportunidades somente podem ser aproveitadas com caixa.
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Ciclo de caixa e controle de seu saldo
Ciclo operacional é o período identificado desde a compra da matéria-prima (ou mercadoria) até a venda e recebimento do produto vendido.
O ciclo financeiro (de caixa) identifica as necessidades de recursos da empresa que ocorrem desde o momento do pagamento aos fornecedores até o efetivo recebimento das vendas realizadas.
O Ciclo de Caixa representa, em outras palavras o tempo em que a empresa deve selecionar fontes de financiamento para sustentar seu ciclo operacional
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Ciclo de caixa e controle de seu saldo
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Ciclo de caixa e controle de seu saldo
Prazos
Meses
Prazo Médio de Estocagem de Matérias-primas
3,0 meses
Prazo Médio de Fabricação
1,0 mês
Prazo Médio de Venda (Estocagem de Produtos Acabados)
1,0 mês
Prazo Médio de Cobrança das Vendas a Prazo
2,0 meses
Ciclo Operacional
7,0 meses
Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores de Matérias-primas
2,0 meses
Ciclo Financeiro (de Caixa)
5,0 meses
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Ciclo de caixa e controle de seu saldo
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Ciclo de caixa e controle de seu saldo
O giro de caixa serve para saber o número de vezes que o caixa de uma empresa gira (se renova) num determinado período (mês, trimestre, semestre, dias, etc.).
Para o exemplo considerado, o giro de caixa da empresa é igual a 2,4 ou seja, os recursos alocados em disponibilidades revezam-se 2,4 vezes no período (ano).
A maximização do giro de caixa, que pode ser alcançada por uma gradativa redução do ciclo de caixa, determina menores necessidades de recursos monetários no disponível. É uma medida de eficiência na administração de caixa de uma empresa. 
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As medidas de controle que podem ser acionadas para uma eficiente administração de caixa que podem ser classificação em dois grupos: medidas do caixa e medidas da empresa.
As medidas do caixa podem incluir maior dinamização nos recebimentos de clientes, mediante contatos com os bancos com que a empresa trabalhe, visando à agilização na liberação dos cheques recebidos; emissão e entrega mais rápida de títulos representativos das vendas a prazo (faturas e duplicatas); melhor adequação e controle das datas de recebimentos e pagamentos; maior controle no registro dos valores a receber, evitando-se, entre outras consequências, extravios de títulos ou preenchimentos equivocados, os quais poderão retardar suas liquidações ou dificuldades de localização
Estratégias de Controle do Saldo de Caixa
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As medidas da empresa envolvem alterações diretas (e, muitas vezes, relevantes) nos outros ativos circulantes. Por exemplo, uma diminuição do prazo de produção (com a introdução de técnicas e processos mais dinâmicos e eficiente traria como consequência de uma elevação no giro de caixa, conforme visto, menor demanda pela moeda. 
Evidentemente, reduzindo-se o prazo de produção, os recursos são imobilizados por um tempo menor, o que determina uma antecipação na realização dos produtos de venda (entradas de caixa
Estratégias de Controle do Saldo de Caixa
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O termo float refere-se a um montante de cheques emitidos, mas que não foi debitada (sacados) na conta corrente bancária. Em outras palavras, float é o intervalo de tempo que vai desde a emissão do cheque até sua efetiva liquidação financeira pelo banco.
Float são recursos pagos pelo devedor mas que ainda não foram recebidos (creditados) pelo credor do pagamento. Quanto maior o float, mais elevado se apresenta o prazo de recebimento da empresa.
Float
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Objetivo de manter um saldo mínimo de caixa é o de permitir que a empresa possa corretamente:
Saldar seus compromissos
Financiar a presente falta de sincronização
Motivo negócios da empresa
Especulação
Já as entradas e saídas de caixa motivadas por decisões de investimento permanente, captações de longo prazo e outras que não participam da gerência diária do caixa não costumam ser regulares. Ou seja, o saldo do caixa não é continuamente influenciado por essas decisões e ocorrem normalmente em intervalos mais esporádicos e irregulares que os apresentados no ciclo financeiro operacional.
Saldo mínimo de caixa
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Um critério
mais simples e bastante utilizado na prática baseia-se no ciclo de caixa (financeiro) da empresa, determinando o saldo mínimo com base na identidade:
Os desembolsos totais de caixa representam todos os dispêndios de caixa previstos no ciclo operacional da empresa no período.
Saldo de Caixa pelo Ciclo Financeiro
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Saldo de Caixa pelo Ciclo Financeiro
No critério de cálculo do saldo mínimo de caixa não se incorporou ainda a variável incerteza. Isto é, o caixa mínimo necessário foi obtido sem levar conta, como é típico ocorrer, a incerteza e os riscos associados aos fluxos financeiros operacionais de entradas e saídas. 
É importante frisar que, em condições de inflação, o valor apurado deverá ser periodicamente corrigido em função da queda do poder de compra da moeda.
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Ajustes sugeridos no modelo:
trabalhar com horizontes de tempo mais curtos na fixação do saldo mínimo de caixa. Com isso, podem-se avaliar com maior frequência no exercício os resultados efetivamente obtidos, ajustando-os a uma nova situação;
ao apresentar a empresa uma acentuada sazonalidade operacional, o giro de caixa e, consequentemente, seu saldo mínimo podem ser obtidos para cada um desses intervalos típicos. Procura-se, com isso, diluir a dispersão desses valores ao longo do tempo;
em contextos de inflação, principalmente quando os índices gerais de preços variam mais acentuadamente, é indispensável que se trabalhe com resultados em moeda constante, obtendo-se, assim, maior confiabilidade no saldo de caixa necessário apurado etc.
Saldo de Caixa pelo Ciclo Financeiro
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Os modelos de administração de caixa visam fundamentalmente fornecer ao administrador financeiro condições mais científicas para definir o nível ótimo de caixa de uma empresa.
O modelo do lote econômico, também conhecido por modelo de Baumol, baseia-se no critério do lote econômico bastante utilizado na administração de estoques.
O modelo proposto por Baumol, em linhas gerais, efetua uma análise do custo associado à manutenção de dinheiro em caixa, ou seja, o custo de oportunidade determinado pelos juros que a empresa deixa de receber ao não aplicar esses recursos em títulos negociáveis, e do custo de obtenção do dinheiro pela conversão de títulos negociáveis em caixa.
Modelos de administração
de caixa
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O modelo de Miller e Orr é probabilístico e sua aplicação é recomendada preferencialmente para situações de incerteza dos fluxos de caixa.
Miller e Orr, ao contrário de Baumol, admitem que o saldo de caixa pode ser elevado ou diminuído em função de transações desconhecidas com antecedência. Com isso, são estabelecidos limites para as transferências de títulos negociáveis caixa, e vice-versa.
Ou seja, quando o saldo monetário de caixa atingir determinado volume ( limite superior), os recursos são transferidos para títulos mobiliários, ocorrendo o inverso quando o inferior for atingido.
Modelos de administração
de caixa
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Modelos de administração de caixa
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Orçamento de caixa é um instrumento de projeção das entradas e saídas de caixa para um período futuro. Permite que se identifiquem as necessidades de financiamento de curto prazo da empresa, assim como eventuais sobras de caixa para aplicações.
A projeção das necessidades de caixa será desenvolvida pelo levantamento de todas as entradas e saídas de recursos previstas em determinado período de tempo.
Projeção de necessidades de caixa - orçamento de caixa
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A técnica do orçamento de caixa permite que se obtenha maior eficiência no controle de seu saldo, obtida mediante divisões de um período de planejamento maior em intervalos de tempo menores (em bases mensais, por exemplo).
Isso permite acompanhar o nível de caixa da empresa e efetuar os ajustes devidos tão logo ocorram os eventuais desvios entre os valores previstos (orçados) e os valores reais.
O orçamento (projeção) de caixa constitui um importante instrumento de controle da liquidez e, em sua elaboração, a empresa deve dedicar uma atenção permanente evitando ao máximo que surjam, de forma inesperada, saldos insuficientes ou excessivos
Projeção de necessidades de caixa - orçamento de caixa
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Projeção de necessidades de caixa - orçamento de caixa
Descrição dos fluxos
Total
Prazos
P1
R$
P2
R$
P3
R$
P4
R$
Pn
R$
A. Saldo Inicial de Caixa
B. Entradas Previstas de Caixa
C. Total das Entradas mais o Saldo Inicial (A + B)
D. Saídas Previstas de Caixa
E. Total das Saídas
F. Saldo Líquido de Caixa (C - E)
G. Saldo Acumulado de Caixa
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É importante ressaltar, ainda, que a elaboração de um modelo de projeção de caixa deve permitir, em última análise, que a empresa possa antecipar-se a eventuais necessidades futuras de recursos (programando, desde já, opções para captar os fundos carentes no mercado) , como também melhor programar suas aplicações com os excedentes de caixa que vierem a ser projetados.
Projeção de necessidades de caixa - orçamento de caixa
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Projeção de necessidades de caixa - orçamento de caixa
Exemplo
a) Saldo de caixa existente no início do semestre: $ 1.800.
b) Vendas previstas: $ 17.000. Espera-se que 60% desses valores sejam recebidos no semestre, permanecendo os 40% restantes no realizável para a liquidação no segundo semestre do ano.
c) As compras de estoque previstas para o período atingirão $ 6.000 e serão totalmente pagas no período de planejamento.
d) O total das despesas operacionais desembolsáveis atingirá $ 3.000 no semestre.
e) Ao final de maio, a empresa deverá pagar $ 3.000 a título de despesas financeiras.
f) No início de março, está previsto um aumento de capital mediante subscrição e integralização de novas ações no valor de $ 1.000.
g) No período (início de abril), ainda, a empresa espera receber $ 800 provenientes do realizável a curto prazo.
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Projeção de necessidades de caixa - orçamento de caixa
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Projeção de necessidades de caixa - orçamento de caixa
Como somente 60% das vendas serão financeiramente realizadas no período, as entradas de caixa provenientes dessas receitas atingem, portanto, $ 10.200 (60% x $ 17.000). Os demais valores do item A são facilmente obtidos nas informações fornecidas. 
Dessa maneira, o total dos ingressos previstos de caixa da empresa, somados ao saldo inicial para o primeiro semestre de X8, é de $ 13.800.
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Projeção de necessidades de caixa - orçamento de caixa
Aspectos importantes do orçamento de caixa:
O primeiro diz respeito às eventuais faltas de sintonia entre os momentos de ocorrência dos recebimentos e pagamentos. Mesmo que apresente um saldo líquido satisfatório ao final do semestre, nada impede que a empresa possa enfrentar problemas de caixa durante o semestre. 
Como foi observado anteriormente, uma sincronização perfeita entre os fluxos de entrada e os de saída de caixa é de difícil realização prática.
Para poder detectar eventuais desequilíbrios financeiros durante o período, é importante que a empresa divida sua projeção semestral em bases mensais
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Projeção de necessidades de caixa - orçamento de caixa
Outro ponto que merece ainda cuidadosa atenção diz respeito à influência da inflação sobre fluxos monetários projetados. É sabido que o fenômeno inflacionário determina ganhos em alguns elementos e perdas em outros.
Dessa forma, deve a empresa avaliar os resultados (ganhos ou perdas) inflacionários de cada um de seus elementos de caixa, de acordo com suas características de formação, com a finalidade de estabelecer valores finais líquidos expressos em moeda representativa do poder aquisitivo da época.
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Dúvidas – Capítulo 25 do Livro Assaf Neto – Administração de caixa

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