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Ciencias naturais 2

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Ciencias naturais 
Aula 2: O Ensino das Ciências Naturais: Fases e Tendências Dominantes
A ciência na historia: as três principais concepções da ciência
Chauí (1997) destaca que, historicamente, há três principais concepções de ciência, ou ideais de cientificidade. São elas:
A concepção racionalista nasceu com os gregos e se estendeu ate o fim do século XXII. Ela afirma que ciência é o conhecimento racional e dedutivo como a matemática, e que deve ser capaz de elaborar enunciados e atingir resultados que sejam verdades universais, sem que haja nenhuma duvida. O objeto científico, por sua vez, corresponde à própria realidade e as experiências servem apenas para verificar o verdadeiro conhecimento, que é obtido inteiramente pela teoria.
Podemos dizer então: 
Racionalista = prova da verdade dos enunciados sem deixar duvidas! Exemlo: matemática.
Dos gregos ate o século XVII
Representação universal intelectual, necessária e verdadeira, corresponde à própria realidade.
Experiências são realizadas para confirmar as demonstrações teóricas. 
“O grande livro d natureza está escrito em caracteres matemáticos”. (GALILEU)
A concepção empirista, que também surge com os gregos, mas se estende até o fim do século XIX, afirma que a teoria científica resulta das observações e dos experimentos, ao contrário do que pensam os racionalistas.
A CIÊNCIA
A ciência, para o empirismo, é a interpretação de fatos observados e que, por indução, oferecem definições e propriedades do objeto de estudo. Isso exige o cuidado para estabelecer métodos experimentais rigorosos, já que é em função deles que é produzida a teoria.
CONCEPÇÕ EMPIRISTA
Na concepção empirista, o fundamental é a experiência e a utilização do método científico. O estudo dos fenômenos físicos acontece sem interferência do observador, são comprovados somente pela experimentação e são vistos como objetivos, neutros, incontestáveis.
DIFERENÇAS
Empirista – baseada na observação e nos experimentos. Exemplo: Medicina Grega e História Natural.
De Aristóteles até o final do século XIX.
Ciência baseia-se em observações e experimentos, que permitem estabelecer induções.
Experiência como produtora de conhecimentos.
Métodos experimentais rigorosos.
As duas concepções de cientificidade possuíam o mesmo pressuposto, embora o realizassem de maneiras diferentes. Ambas consideravam que a teoria científica era uma explicação e uma representação verdadeira da própria realidade, tal como esta é em si mesma. A ciência era uma espécie de raio-X da realidade.
CONCEPÇÃO RACIONALISTA
A concepção racionalista era hipotético-dedutiva, isto é, definia o objeto e suas leis e disso deduzia propriedades, efeitos posteriores, previsões.
CONCEPÇÃO EMPIRISTA
A concepção empirista era hipotético-indutiva, isto é, apresentava suposições sobre o objeto, realizava observações e experimentos e chegava à definição dos fatos, às suas leis, suas propriedades, seus efeitos posteriores e previsões.
Racionalismo x Empirismo
Mesmo pressuposto – Ciência era uma explicação verdadeira da realidade.
Racionalismo: Hipotético-Dedutivo.
Empirismo: Hipotético-Indutivo.
No século XX, porém, surge a concepção construtivista
Período Aristotélico Período Medieval Século XX CONCEPÇÃO CONTRUTIVISTA
A concepção construtivista considera a ciência uma construção de modelos e não uma explicação daquilo que a realidade seria por si mesma. O cientista construtivista alia o estabelecimento de postulados e axiomas dos racionalistas e o poder de mudar dos experimentos empiristas. No entanto, difere de ambos ao tratar o objeto de estudo como um modelo construído, e não a realidade em si mesma. A busca, portanto, não é a de encontrar verdades absolutas, mas verdades aproximadas que possam ser corrigidas e abandonadas por explicações mais acuradas que sejam desenvolvidas.
A Concepção Construtivista
De acordo com a concepção construtivista, o conhecimento é uma construção do sujeito e não algo que ele possa receber passivamente. Borges (1996) destaca que para o construtivismo, o conhecimento “não se encontra em nós, nem fora de nós”, mas é construído, progressivamente, pelas interações que são estabelecidas; sendo assim a ciência é vista como um processo dinâmico.
Começou no século XX.
Ciência como uma construção de modelos explicativos da realidade.
A ideia é da verdade aproximada, que pode ser estendida e corrigida.
Combina aspectos do Empirismo e do Racionalismo.
O seu ideal de cientificidade exige coerência entre os princípios da teoria; 
Modelos construídos com base na observação e na experimentação;
Resultados que possam alterar os princípios da teoria, corrigindo-a quando for necessário.
A educação em ciências
No tocante à educação em ciências, a expressão “natureza da ciência”, frequentemente refere-se à epistemologia da ciência, à ciência como o caminho do conhecimento, ou ainda aos valores e crenças presentes no progresso do conhecimento científico. Alguns autores admitem correspondência entre a concepção de ciência do professor com a orientação didática. O conceito de didática surge com o aparecimento do ensino e é decorrente da concepção que é construída em cada período histórico.
Conheça as concepções de Chassot  sobre as modalidades didática
Segundo Chassot (2004), as modalidades didáticas usadas no ensino de ciências dependem, fundamentalmente, da concepção de aprendizagem de ciência adotada.
Alguns autores acreditam que as concepções de ciência e as crenças dos professores sobre a natureza da ciência influenciam diretamente na forma como veem o processo ensino e aprendizagem e o quanto determinam a sua prática pedagógica.
Classificação das ciências
Ciência, no singular, refere-se a um modo e a um ideal de conhecimento que examinamos até aqui. Ciências, no plural, refere-se às diferentes maneiras de realização do ideal de cientificidade, segundo os diferentes fatos investigados e os diferentes métodos e tecnologias empregados.
A primeira classificação sistemática das ciências de que temos notícia foi a de Aristóteles, à qual já nos referimos no início deste livro. O filósofo grego empregou três critérios para classificar os saberes:
Critério da ausência ou presença da ação humana nos seres investigados, levando à distinção entre as ciências teoréticas (conhecimento dos seres que existem e agem independentemente da ação humana) e ciências práticas (conhecimento de tudo quanto existe como efeito das ações humanas);
Critério da imutabilidade ou permanência e da mutabilidade ou movimento dos seres investigados, levando à distinção entre metafísica (estudo do Ser enquanto Ser, fora de qualquer mudança), física ou ciências da Natureza (estudo dos seres constituídos por matéria e forma e submetidos à mudança ou ao movimento) e matemática (estudo dos seres dotados apenas de forma, sem matéria, imutáveis, mas existindo nos seres naturais e conhecidos por abstração);
Critério da modalidade prática, levando à distinção entre ciências que estudam a práxis (a ação ética, política e econômica, que tem o próprio agente como fim) e as técnicas (a fabricação de objetos artificiais ou a ação que tem como fim a produção de um objeto diferente do agente).
Com pequenas variações, a classificação do filósofo grego foi mantida até o século XVII, quando, então, os conhecimentos se separaram em filosóficos, científicos e técnicos. A partir dessa época, a Filosofia tende a desaparecer nas classificações científicas (é um saber diferente do científico), assim como delas desaparecem as técnicas.
Qual classificação de ciências que se costuma usar hoje?
Das inúmeras classificações propostas, as mais conhecidas e utilizadas foram feitas or filósofos franceses e alemães do século XIX, baseando-se em três critérios: tipos de objeto estudado, tipo de método empregado, tipo de resultado obtido. Desses critérios e da simplificação feita sobre varias classificações anteriores, resultou aquela se costuma usar ate hoje.
Ciênciasmatemáticas ou lógicas matemáticas (aritmética, geométrica, álgebra, trigonometria, lógica, lógica pura, etc.)
Ciências naturais: ( física, química, biologia, geologia, astronomia, geografia física paleontologia, etc.)
Ciências humanas ou sociais: (psicologia, sociologia, antropologia, geografia humana, economia, lingüística, psicanálise, arqueologia, historia, etc.)
Ciências aplicadas: todas as ciências que conduzem à invenção da tecnologia para intervir na natureza, na vida humana e nas sociedades, como por exemplo, direito, engenharia, medicina, arquitetura, informática, etc.)
Cada uma das ciências subdivide-se em ramos específicos, com novas delimitações do objeto e do método de investigação. Assim, Poe exemplos:
a física: subdivide-se em mecânica, acústica, óptica etc.
a biologia: em botânica, zoologia, fisiologia, genética etc.
a psicologia subdivide-se em: psicologia do comportamento, do desenvolvimento, psicologia clínica, psicologia social etc.
E assim sucessivamente, para cada uma das ciências.
Por sua vez, os próprios ramos de cada ciência subdividem-se em disciplinas cada vez mais específicas, à medida que seus objetos conduzem a pesquisas cada vez mais detalhadas e especializadas.
O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DAS CIÊNCIAS NATURAIS
Na educação contemporânea, o ensino de Ciências permite reconstruir a relação ser humano/natureza, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência social e universal. Não se pode pensar no ensino de Ciências como propedêutico ou preparatório, voltado apenas para o futuro distante.
Breve histórico
O Professor de Ciências, talvez mais do que seus colegas de outras áreas, deve despertar nas crianças e jovens a curiosidade pelas coisas do mundo:
pelos seus processos e fenômenos, fazendo o mesmo em relação ao homem e aos outros seres que habitam o planeta; assim, estará desenvolvendo nos seus alunos a autonomia, estimulando-lhes o rigor intelectual e criando as condições necessárias para o sucesso deles no campo do conhecimento, tanto ao nível da educação formal, quanto da educação fora da escola e daquela que necessitam durante toda a sua vida. (BIZZO, 1996)
TAREFA DOCENTE
A tarefa docente exige a apropriação de um saber sistematizado de forma autônoma e crítica - construindo a partir do conhecimento científico, um novo conhecimento: um saber escolar ao buscar a melhor forma de orientar o aluno fazendo com que ele o assimile.
Esse saber refere-se às práticas e métodos produzidos pelo professor no ambiente escolar, mas que não são devidamente considerados pois somente o conhecimento científico tem o status de válido e o próprio professor não valoriza estes saberes produzidos por ele. Uma proposta de mudança desse quadro é o emprego da metodologia da Pesquisa-Ação de Thiollent, M. (2000). 
Essa metodologia vem contribuindo para que os professores estudem sua própria prática pedagógica e para o fortalecimento da profissão e dos saberes construídos nesta prática. A Pesquisa-ação é uma linha de pesquisa, que tem como objeto de investigação a situação social e os problemas encontrados. Seu objetivo é resolver os problemas de uma situação e aumentar o conhecimento dos pesquisadores e pessoas e grupos considerados com a participação dos mesmos.
Ao mesmo tempo, é importante que o professor se familiarize com as contribuições da pesquisa e inovações didáticas, artigos científicos específicos da educação e das ciências e supere obstáculos como a falta de tempo e de recursos, desvalorização profissional, desmotivação e a falta de interesse dos alunos. Nesse sentido, é essencial que promova ações integradas com outros profissionais e com a comunidade do entorno da escola.
O ALUNO
As influências socioculturais têm papel fundamental tanto no cotidiano escolar quanto no familiar, onde o aluno adquire conhecimentos, ideias, valores e crenças influenciados pela sua vivência no grupo.
A principal característica dos alunos na sala de aula é a diversidade – de atitudes, comportamentos, motivações, ritmos de aprendizagem e raciocínio, interesses, culturas, gêneros e classe social. Ao mesmo tempo, eles têm em comum o desejo de encontrar uma explicação sobre o conhecimento das ciências naturais, pois vivem num mundo no qual ocorre uma enorme quantidade de fenômenos naturais aliados aos produtos da ciência e tecnologia usados diariamente.
O ensino de Ciências busca, então, favorecer a manifestação de conhecimentos prévios em sala de aula e o aperfeiçoamento dos saberes envolvendo os alunos em uma ambiência propícia ao aprofundamento das questões científicas. O desejo de conhecer o que se vê motiva questionamentos acerca da realidade e é o cerne dos estudos científicos. Cada criança é um pesquisador não para seguir carreira científica, mas no desenvolvimento de postura social crítica e indagadora dentro e fora da sala de aula.
A escola é um ambiente que instiga a investigação cientifica pois possibilita descobertas, transformações e interações sociais. O educador por sua vez é aquele que deve perceber os resultados dessas possibilidades e propiciar o ato de sentir o conteúdo como parte do real que nos cerca e favorecer o raciocínio e a assimilação desses conteúdos.
Para Vygotsky (2002), o processo de interação social leva naturalmente à internalização e ao desenvolvimento de conceitos espontâneos dos alunos, sendo o ensino fator atualmente na construção e internalização de conceitos científicos. Segundo o mesmo autor, a interação social se estabelece por meio de troca de emoções que desencadeiam funções capazes de organizar internamente os conteúdos absorvido pelos alunos.
O educador deve valer-se disso como elemento auxiliar ao alcance de seus objetivos, pois, ao compartilhar conhecimentos, ele busca atingir o sentimento do outro.

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