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18 0.2.2 Propriedades de func¸o˜es Definic¸a˜o 0.2.11. Sejam A,B,CeD subconjuntos na˜o-vazios de R e f : A → B, g : C → D duas func¸o˜es. Enta˜o: 1. (f + g)(x) = f(x) + g(x), para todo x ∈ A ∩ C = Dom(f + g); 2. (f − g)(x) = f(x)− g(x), para todo x ∈ A ∩ C = Dom(f − g); 3. (cf)(x) = cf(x), para todo x ∈ A e c ∈ R; 4. (f.g)(x) = f(x)g(x), para todo x ∈ A ∩ C = Dom(f.g); 5. (f g )(x) = f(x) g(x) , para todo x ∈ Dom( fg ) = {x/x ∈ A ∩ C e g(x) 6= 0}. Exemplo 0.2.12. Sejam f(x) = √ 9− x2 e g(x) = x2 − 1 duas func¸o˜es. Determinar a soma, a diferenc¸a, o produto e o quociente de f e g, e ache o domı´nio de cada uma. Sabemos que Domf = [−3, 3] e Domg = R. Assim, Domf ∩Domg = [−3, 3] e: (f + g)(x) = √ 9− x2 + x2− 1, ∀x ∈ Domf+g = [−3, 3], (f − g)(x) = √ 9− x2 − x2 + 1, ∀x ∈ Domf−g = [−3, 3], (fg)(x) = ( √ 9− x2)(x2 − 1), ∀x ∈ Domfg = [−3, 3] f g (x) = √ 9− x2 x2 − 1 , ∀x ∈ Dom fg = [−3, 3]− {−1, 1}. Definic¸a˜o 0.2.13. Sejam A,B e C subconjuntos na˜o-vazios de R e f : A → B , g : B → C duas func¸o˜es. Enta˜o, podemos construir uma nova func¸a˜o, denotada por gof , cujo valor em x ∈ A e´ (gof(x)) = g(f(x)), isto e´, primeiro determina o valor de f em x para depois determinar o valor de g em f(x). A func¸a˜o gof e´ chamada a func¸a˜o composta de f com g e Domgof = {x ∈ A/f(x) ∈ B} ⊆ Domf e Imgof ⊆ Img. Figura 21: Func¸a˜o composta de f com g Exemplo 0.2.14. Sejam f(x) = √ 9− x2 e g(x) = x2 − 1 duas func¸o˜es. Determinar fog e gof e encontrar o domı´nio de cada uma. 0.2 Func¸o˜es de uma varia´vel real a valores reais 19 fog(x) = f(g(x)) = f(x2 − 1) = √ 9− (x2 − 1)2, gof(x) = g(f(x)) = g( √ 9− x2) = ( √ 9− x2)2 − 1 = 8− x2. Como Domf = [−3, 3] e Domg = R temos que Domfog = {x ∈ R/g(x) ∈ [−3, 3]} = [−2, 2], Domgof = {x ∈ [−3, 3]/f(x) ∈ R} = [−3, 3]. Definic¸a˜o 0.2.15. Uma func¸a˜o f e´ chamada de func¸a˜o crescente em um intervalo I se f(x1) < f(x2), sempre que x1 < x2 em I. A func¸a˜o e´ decrescente em I se f(x1) > f(x2), sempre que x1 < x2 em I. Exemplo 0.2.16. Seja f : R→ R dada por f(x) = x2. Figura 22: Func¸a˜o f(x) = x2 Temos que ∀x ∈] − ∞, 0[ tal que x1 < x2, f(x1) > f(x2). Portanto, a func¸a˜o e´ decrescente em ]∞, 0[. Ainda, ∀x ∈]0,+∞[ tal que x1 < x2, f(x1) < f(x2), enta˜o a func¸a˜o e´ crescente em ]0,+∞[. Exemplo 0.2.17. Encontre os intervalos de cresceˆncia e decresceˆncia das func¸o˜es abaixo. 20 Figura 23: Func¸o˜es do exemplo anterior Definic¸a˜o 0.2.18. Dizemos que a func¸a˜o f : A → B e´ injetora, quando para todo x1, x2 ∈ A tal que x1 6= x2 temos f(x1) 6= f(x2). Figura 24: Func¸o˜es injetoras e na˜o injetoras Figura 25: Func¸a˜o injetora e na˜o injetora Exemplo 0.2.19. Sejam f(x) = x2 e g(x) = x3. Verifique se essas func¸o˜es sa˜o inje- toras. Seja f(x1) = f(x2), ou seja, x 2 1 = x 2 2, enta˜o x1 = −x2 ou x1 = x2. Portanto f na˜o e´ uma func¸a˜o injetora. Seja g(x1) = g(x2), enta˜o x 3 1 = x 3 2 e x1 = x2. Portanto a func¸a˜o g e´ injetora. Definic¸a˜o 0.2.20. Dizemos que a func¸a˜o f : A → B e´ sobrejetora quando para todo y ∈ B existe um x pertencente a A tal que y = f(x), ou seja, quando Imf = B. 0.2 Func¸o˜es de uma varia´vel real a valores reais 21 Figura 26: Func¸o˜es sobrejetoras e na˜o sobrejetoras Figura 27: Func¸a˜o sobrejetora e na˜o sobrejetora Exemplo 0.2.21. Considere as func¸o˜es f(x) = 3x+ 1 e g(x) = x2 + 3. Determinar se f e g sa˜o sobrejetoras. Sabemos que Domf = Domg = R. Dado y ∈ R existe um x = y − 1 3 ∈ R. Portanto, a func¸a˜o f e´ sobrejetora. Note que para a func¸a˜o g x = √ y − 3 ∈ (R+ ∪ {0}) 6= R. Portanto, para y = 2 na˜o existe x = √ 2− 3 = √−1, logo a func¸a˜o g na˜o e´ sobrejetora. Definic¸a˜o 0.2.22. Uma func¸a˜o f : A → B e´ bijetora quando e´ injetora e sobrejetora ao mesmo tempo. Exerc´ıcios 1- Sejam f(x) = x−4k e g(x) = x2−k duas func¸o˜es. Determinar o valor de k sabendo- se que (fog)(1) = 16. 2- Determinar a soma, a diferenc¸a, o produto, o quociente e seus domı´nios, de cada func¸a˜o abaixo: a)f(x) = √ x+ 5 e g(x) = √ x+ 5; b)f(x) = 2x x−4 e g(x) = x x+5 ; c) f(x) = x x−2 e g(x) = 3x x+4 . 22 3- Determinar no exerc´ıcio acima fog e gof . Determinar tambe´m os domı´nios. 4- Deˆ exemplo de uma func¸a˜o f : R→ R que: (a) seja injetora mas na˜o seja sobrejetora; (b) seja sobrejetora mas na˜o seja injetora. 5-Sejam f : R→ R e g : R∗ → R duas func¸o˜es tais que g(x) = x−1 x e (fog)(x) = x2+ 1 x2 . Determinar f(4). 6- Seja f : R → R∗+ uma func¸a˜o tal que f(x + y) = f(x)f(y), ∀x, y ∈ R, e f(1) = 9. Determinar f(2), f(0) e f(1 2 ). Agora, determine f(n) e f( 1 n ), para todo n ∈ N. ———————————————————————- Introdução a teoria dos conjuntos Primeiros conceitos Relação entre conjuntos Operação entre conjuntos Conjunto dos números reais Módulo de um número real Existência de raízes Funções de uma variável real a valores reais Determinar o domínio de uma função Propriedades de funções
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