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TEORIA GERAL DOS RECURSOS
Prof Míria Soares Enéias
Aula 01
1. Recurso 
Recurso: é um instrumento processual voluntário, que objetiva, dentro do mesmo processo, a reforma, a cassação, o esclarecimento ou a integração de determinada decisão judicial. Trata-se de manifestação do princípio do duplo grau de jurisdição. 
1.1 Espécies - art. 994 
-Apelação 
-Agravo de instrumento
-Agravo interno
-Embargos de declaração
-Recurso Ordinário (RO)
-Recurso Extraordinário (RE)
-Recurso Especial (RESP)
-Agravo em Recurso especial ou extraordinário
-Embargos de divergência
2. Ações autônomas de impugnação: dão ensejo à formação de um novo processo, diverso daquele em que foi prolatado o decisum gerador da insatisfação.
2.1 Exemplos: 
- Ação rescisória 
- Mandado de Segurança contra ato jurisdicional
- Embargos de terceiros 
- Embargos do devedor 
3. Ônus processuais
4. Objeto do recurso
Todo ato judicial expedido no exercício da função jurisdicional e que seja pronunciamento com conteúdo decisório e que cause o consequente gravame a algum dos litigantes.
5. Efeitos dos recursos
-Obstativo
- Suspensivo
-Devolutivo
-Regressivo
-Translativo
-Substitutivo
-Expansivo
5.1 Obstativo: É comum a todos os recursos. Consiste no impedimento à formação da coisa julgada da decisão recorrida provocada pela interposição do recurso.
5.2 Suspensivo: Em regra, os recursos não são dotados de efeito suspensivo (art. 995 NCPC). Para que o recurso tenha efeito suspensivo é preciso disposição legal ou decisão judicial concessiva. Consiste na ineficácia da decisão, que não pode ser objeto de execução imediata, nem mesmo provisória (art. 995 CPC).
OBS: A Ausência do efeito suspensivo ex vi legis pode ser suprida pela concessão judicial (parágrafo único do art. 995 NCPC).
5.3 Devolutivo: Consiste na transferência da matéria impugnada do órgão judiciário a quo para o tribunal ad quem. Se a impugnação for parcial, apenas a matéria recorrida poderá ser apreciada pelo tribunal ad quem (art. 1.002 NCPC e 1.005 NCPP). Está relacionado à interposição do inconformismo.
5.4 Regressivo ou juízo de retratação: Também diz respeito à interposição do recurso, porém difere do efeito devolutivo, porque enseja o retorno da matéria impugnada ao próprio órgão judiciário prolator da decisão recorrida. (Ex: ED, AGRAVOS)
5.5 Translativo: Está consubstanciado na apreciação oficial pelo órgão julgador do recurso de questões cujo exame é obrigatório ex vi legis, sendo irrelevante a ausência de impugnação específica pelo recorrente. Ex: Incomp. Absoluta (art. 64, § 1˚); Nulidades decretáveis de ofício (art. 278, § ú); 485, § 3º; 1.013, §1˚ questões anteriores a sentença ainda não decididas, desde que relativas ao capítulo impugnado; art. 210 CC, decadência estabelecida por lei.
5.6 Substitutivo: A decisão recorrida geralmente é substituída pela proferida no julgamento do recurso_ salvo quando há o ingresso no mérito do inconformismo ou é constatada a ocorrência de erro in procedendo (art. 1.008 NCPC)
5.7 Extensivo ou expansivo subjetivo: consiste na expansão do julgamento além da decisão recorrida e do recorrente. Configura exceção no sistema recursal. Isso ocorre quando o julgamento favorece também quem não recorreu (art. 1.005 NCPC) e atinge outras decisões além da recorrida (art. 64 § 2˚ NCPC – decretação de nulidade dos atos decisórios no caso de incompetência absoluta).
Aula 02 
1. Vícios suscitáveis nos recursos: Defeitos das decisões
1.1 ERROR IN PROCEDENDO= Segundo autorizada doutrina, o error in procedendo (há cassação, vicio na estrutura) consiste no defeito de forma que contamina a decisão jurisdicional enquanto ato jurídico, tornando-a invalida. O error in procedendo é marcado pela existência do vício na estrutura, na construção do ato jurídico consubstanciado na decisão jurisdicional, o que justifica a cassação, ou seja, a invalidação do decisum. 
Ex: Acórdão proferido sem prévia inclusão em pauta quando é espécie do rol do 934 NCPC; Sentença proferida sem fundamentação (art. 489, § 1˚ NCPC e 93, IX CF).
 
1.2 ERROR IN JUDICANDO= vício de juízo ( questão de fato e de direito)  conteúdo da decisão jurisdicional, há reforma). O vício de juízo está consubstanciado no erro ocorrido na solução de questão de fato e de direito, ainda que de cunho processual. O defeito reside no fundo, no conteúdo da decisão jurisdicional. Ora, se não há vicio sob o ponto de vista formal, a decisão jurisdicional é válida. No entanto, injusta, por vício de fundo. Basta a reforma, modificando-se o conteúdo do julgado.
OBS: O error in procedendo consiste em vício de forma, em defeito estrutural, de construção do pronunciamento jurisdicional. O error in judicando está consubstanciado no vício de fundo, no defeito que reside no próprio conteúdo da decisão. No error in procedendo há cassação da decisão, no error in judicando há reforma. 
2. Juízo de admissibilidade e juízo de mérito
 Com o advento do novo CPC, o duplo juízo de admissibilidade, como regra, está superado. Assim, o órgão juízo ou tribunal a quo (de origem) remete os autos ao tribunal de origem É certo afirmar que a regra está consubstanciada na existência de duplo juízo de admissibilidade, é igualmente correta à conclusão de que existem exceções, marcadas pelo juízo único de admissibilidade, realizado apenas no órgão julgador do recurso, por exemplo: os embargos de declaração perante órgão de interposição, além dos agravos quando têm processamento perante órgão de interposição, também não pode ter o seguimento negado pelo juízo ou tribunal a quo.
Juízo de admissibilidade -> conhece/não conhece ; admite/inadmite
Juízo de mérito -> nega provimento/provimento parcial/ provimento total
3. Requisitos de admissibilidade 
Doutrina moderna 
* Requisitos intrínsecos  relacionados à existência do direito de recorrer. São eles: cabimento, legitimidade recursal, interesse recursal, inexistência de fato extintivo ou impeditivo (pressupostos negativos).
* Requisitos extrínsecos  relacionados ao exercício do direito de recorrer. São eles: tempestividade, regularidade formal e preparo.
Doutrina clássica 
* Requisitos subjetivos: legitimidade e interesse
* Requisitos objetivos: recorribilidade, adequação, tempestividade, preparo, motivação e regularidade procedimental.
Aula 03
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS
1) Legitimidade recursal
Conforme o art. 996 do NCPC são legitimados para recorrer: parte vencida, o MP e o terceiro prejudicado.
OBS: o réu tem legitimidade para recorrer até mesmo quando revel, seu prazo recursal corre independentemente de intimação, a partir da publicação da sentença em audiência ou em cartório.
1.1) Parte vencida
1.1.1) Litisconsortes (litisconsórcio unitário (EX: Anulação de venda e casamento) e Simples (EX: Ação de divisão e demarcação))
É certo que o recurso de um litisconsorte beneficia o outro quando há litisconsórcio unitário, o mesmo não ocorre na hipótese de litisconsórcio simples. No litisconsórcio unitário o recurso de um favorece até mesmo aquele que nem sequer recorreu.
1.1.2) Devedores solidários – art. 1.005, § único
No caso da defesa comum de devedores solidários, o recurso de um favorece aos demais; o mesmo não ocorre quando a defesa é pessoal.
1.1.3) Terceiros intervenientes – art. 996, § único
Os terceiros intervenientes que ingressaram no processo também são considerados partes, pelo que tem legitimidade recursal em tal qualidade.
1.1.4) Assistente litisconsorcial (EX: Ação reivindicatória promovida por um dos condôminos, outro condômino pode adentrar) e assistente simples (EX: Ação de despejo, onde o sublocador é o assistente simples)
O assistente litisconsorcial ou qualificado está habilitado a recorrer sem restrições, já que atua na defesa do próprio direito. O assistente simples também pode recorrer, salvo contra sentença proferida em razão da desistência da ação do assistido, de reconhecimento da procedênciado pedido, de transação e de renúncia ao direito sobre que se funda a ação. O assistente simples não precisa da anuência do assistido para recorrer, mas não pode interpor recurso em divergência com o assistido.
1.2) Legitimidade recursal do MP – causas do art. 178
 1.2.1)Autonomia recursal  não está o MP obrigado a recorrer
O MP tem legitimidade para recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, ainda que não haja recurso da parte. Súmula 99 STJ
Seja na atuação como parte ou no oficio de fiscal da lei, o MP não está obrigado a recorrer. Ele tem autonomia recursal, não dependendo da anuência do derrotado.
1.2.2) Prazo recursal do MP_ art. 180 NCPC
*Em dobro independentemente de ser parte ou fiscal
 
1.2.3)Intimação pessoal
OBS: O prazo recursal do MP é em dobro (art. 180 NCPC), que só começa a fluir no 1º dia útil após a intimação pessoal (art. 183, §1º). A propósito, a duplicação do prazo recursal ocorre quando o parquet atua como parte e também quando oficia como custos legis.
1.2.4) Desistência do recurso pelo MP
É possível ao MP, tanto como parte quanto como fiscal da Lei, desistir do recurso no Processo Civil. Diferentemente do Processo Penal, devido ao principio da indisponibilidade da ação penal.
	
1.3) Legitimidade recursal do terceiro prejudicado – art. 996, parágrafo único
É possível, o advogado recorrer em nome próprio para impugnar o julgado quanto aos honorários advocatícios. Trata-se de recurso de 3º prejudicado, pois o causídico não atuava como parte, mas, sim, como representante técnico
OBS: Além do prazo recursal igual, o terceiro prejudicado pode interpor os mesmos recursos das partes, até mesmo as espécies recursais próprias de tribunais superiores.
2) Interesse recursal
2.1) Binômio: Necessidade_ Utilidade
Consiste na existência de que o recurso seja ÚTIL e NECESSÁRIO ao recorrente. É útil, se puder trazer ao recorrente alguma vantagem sob o ponto de vista prático. É necessário se constituir na única via hábil à obtenção do beneficio desejado pelo recorrente.
2.2) Interesse de o vencedor recorrer
Em regra, apenas o vencido tem interesse em recorrer, sabido que o interesse recursal envolve binômio necessidade_ utilidade do provimento judicial. É possível admitir-se, no entanto, a interposição de recurso pela parte vencedora, a depender do resultado prático que seu provimento ensejar. Ex: sentença de improcedência por insuficiência de provas em ação popular ou Ação Civil Pública, porém o vencedor (réu) pode interpor recurso para tentar alcançar a coisa julgada material, caso contrário, poderá sofrer outra ação baseada em novas provas visa um resultado prático mais vantajoso no plano recursal.
Para Flávio Cheim Jorge:
- Sucumbência formal: simples derrota ou vitória da parte
-Sucumbência material: o julgamento do recurso pode trazer alguma vantagem prática ao recorrente.
Aula 04 
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS
3. Cabimento 
3.1) Conceito 
Consiste na exigência de que o recorrente utilize, dentre as espécies recursais existentes na CF ou na legislação federal vigente, aquela adequada para impugnar decisão jurisdicional causadora da insatisfação. Este pressuposto concretiza os princípios da taxatividade, da singularidade e do esgotamento das vias recursais. Ex: art. 1.009, 1.015, 1.022, 1.027, 1.029 NCPC e art. 102, II, III A e B, CF art. 105, II e III CF.
 
3.2) Exemplos: 
Sentença definitiva ou terminativa: apelação 
OBS: cabe apelação tanto contra a sentença terminativa ato definitivo. Exceção: Recurso Ordinário e recurso inominado. 
OBS: contra decisão monocrática proferida por magistrado de tribunal cabe agravo interno. Convém lembrar que o recurso é adequado independentemente da natureza da decisão monocrática: interlocutória, terminativa ou definitiva.
Decisão interlocutória: agravo instrumento
OBS: cabe agravo em recurso especial ou extraordinário (art. 1.042 NCPC) contra a decisão monocrática presidencial ou vice-presidencial (exceção ao agravo interno) negativa no primeiro juízo de admissibilidade dos recursos extraordinários julgados pela técnica dos recursos repetitivos.
4. Inexistência de fato extintivo ou impeditivo
Consiste na exigência de que não tenha ocorrido nenhum fato que conduza à extinção do direito de recorrer ou que impeça a admissibilidade do recurso.
4.1) * Fatos extintivos do direito de recorrer: 
renúncia ao direito de recorrer(999 NCPC); aceitação da decisão desfavorável (art. 1.000, § único do NCPC) .
 
4.2) * Fatos impeditivos do direito de recorrer: 
Desistência do recurso (art. 998 NCPC); desistência da ação (art. 485, VIII, NCPC) ; reconhecimento da procedência do pedido; renúncia ao dir. sobre o qual se funda a ação (487, III, “a” e “c” NCPC) e a ausência do depósito de multa processual de pagamento imediato.
OBS: Tendo havido renúncia expressa ao direito de recorrer sem reserva alguma, não sobra nem mesmo o acesso pela via adesiva. Pois, se a parte renunciar, mas ressalvar o recurso adesivo poderá interpô-lo.
A aquiescência (art. 1.000 NCPC) pode ocorrer antes ou depois da concretização do dir. de recorrer, com a interposição do recurso (corrente majoritária). Todavia, a corrente minoritária entende que após a aceitação o legitimado não poderá recorrer_ art. 1.000 CPC. Esta impede tanto a admissibilidade de recurso independente quanto adesivo. Não está condicionada à anuência do adversário, nem de litisconsorte. E pressupõe a existência de decisão, não sendo válida quando manifestada antes do pronunciamento jurisdicional.
A desistência é ato pelo qual o recorrente abre mão do recurso interposto, demonstra o desinteresse no respectivo julgamento. Pressupõe a existência de recurso interposto. Não depende de concordância do recorrido, nem de litisconsorte, mesmo que este já tenha apresentado contra-razões.
OBS: Renúncia (art. 999 NCPC): não há recurso interposto diferente de Desistência (art. 998 NCPC)  há recurso interposto
 OBS: Tanto as partes como o 3º prejudicado e até mesmo o MP podem desistir dos respectivos recursos.
OBS: O recorrente que desistiu expressamente do recurso interposto não pode exercer novamente o direito de recorrer, por estar consumado. Também não pode interpor recurso adesivo.
OBS: Para desistir da ação, após o oferecimento da contestação, é necessária a aquiescência da outra parte, entretanto, para desistir do recurso não.
 Aula 05
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS
5. Tempestividade
5.1) Conceito
É a exigência de que o recurso seja interposto dentro do prazo peremptório estabelecido em lei
5.2) Prazos
5.2.1) Regra:
-15 dias úteis
Apelação
Recurso Ordinário
Recurso Especial
Recurso extraordinário
Embargos divergentes
Agravo de instrumento, interno e em recurso especial ou extraordinário
-10 dias úteis
Recurso Inominado
-5 dias úteis
Embargos declaratórios
 5.3) Prazo para 3º prejudicado, e partes é idêntico
O prazo recursal do 3º prejudicado é idêntico ao das partes. No caso do MP (art. 180 NCPC), a Advocacia Pública dos entes federados (art. 183 NCPC) e Defensoria Pública (art. 186 NCPC), o prazo para recorrer é em dobro para qualquer espécie recursal. A partir do NCPC, o prazo é em dobro inclusive para apresentação de contrarrazões recursais. 
5.4) Prazo para o MP, Fazenda Pública e Defensorias Públicas._arts. 180, 183 e 186 NCPC.
OBS: Inexistência de prazo diferenciado nos JEC(s)
OBS: Importante! não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recurso (art. 2º da Lei 10.259), pois atenta contra o principio da celeridade que norteia os processos nos Juizados Especiais Cíveis.
5.5) Prazo para litisconsortes art. 229 NCPC
Os prazos recursais para recorrer e para responder são duplicados quando há litisconsortes com diferentes patronos. Todavia, esta regra só é valida quando ambos os litisconsortestenham interesse recursal. Súmula 641 STF
5.6) CONTAGEM DO PRAZO RECURSAL –art. 219 NCPC
 
A)Dies a quo e Dies ad quem (exclui-se o dia do começo e inclui o do final)
Tanto as fontes como a legislação processual brasileira consagram a regra de que o dia do inicio não é considerado na contagem do prazo, enquanto o ultimo dia é computado.
O dies a quo do prazo recursal é o dia da intimação.
 
5.7) SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO PRAZO RECURSAL
5.7.1) Ocorre à suspensão do prazo recursal:
a) Em razão da superveniência do recesso de 20 de dezembro a 20 de janeiro. (art. 220 NCPC)
b) Em decorrência de obstáculos ao exercício do direito de recorrer (art. 221 NCPC) (carga quando o prazo é comum. Perda do processo no cartório ou secretaria durante o prazo processual)
c) Em virtude da perda da capacidade processual (art. 221 c/c 313, I, NCPC)
d) Em razão do oferecimento de exceção de incompetência relativa, de suspeição ou de impedimento_ art. 221, 313, III NCPC.
5.7.2) Ocorre à interrupção do prazo recursal
a) pelo falecimento da parte ou de seu advogado 1.004 NCPC
b) por motivo de força maior 313, VI e 1.004 NCPC
c) em razão da interposição de embargos declaratórios ADMISSÍVEIS
5.8) Flexibilização procedimental: art 190
5.9) Recurso prematuro: art 218, parágrafo 4º
Aula 06
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS
6. Preparo_ art. 1.007 NCPC
6.1) Conceito
Consiste na exigência de que o recorrente efetue o pagamento dos encargos financeiros que dizem respeito ao recurso.
6.2) Encargos recursais
* as custas dos processamentos dos recursos nos órgãos judiciários a quo e ad quem;
* os portes de remessa e de retorno
6.3) Independem de preparo
* Embargos declaratórios (1.023 NCPC)
* Agravo contra decisão do presidente ou de vice-presidente (art. 1.042 NCPC)
* Recursos (Lei 8069_ECA)
* Recursos interpostos pelo MP, União, Estados, DF, municípios, respectivas autarquias e os que gozam de isenção legal (art. 1.007, § 1º NCPC)
OBS: Apenas as autarquias não estão sujeitas a preparo. Salvo quando dispensadas por lei específica, as demais entidades da administração indireta devem recolher os encargos financeiros dos recursos por elas interpostos.
OBS: A falta do pagamento do preparo ou da demonstração do depósito no ato da interposição NÃO MAIS dá ensejo à aplicação ex officio da sanção de deserção. (art. 1.007, § 2˚ e 4˚ NCPC). O recorrente será intimado para efetuar a complementação do preparo insuficiente ou o recolhimento em dobro do preparo não realizado.
6.3.1) Justa Causa ou Justo impedimento (art. 223, §1º e Súmula 487 do STJ)
Para todas as espécies recursais é possível depositar e comprovar o recolhimento do preparo após a interposição do recurso, diante de justa causa (Art. 1.007, § 6˚ NCPC) devidamente comprovada.
Exemplo de justa causa: O Protocolo depois do término do expediente bancário pode ser aceito sem decretação da deserção, o preparo do recurso feito no primeiro dia útil, se foi o apelo protocolado após o encerramento do expediente bancário, a configurar o justo impedimento a que se refere o art. 1.007, § 6˚ NCPC
7. Regularidade formal
7.1) Conceito
Consiste na exigência de que o recurso seja interposto de acordo com a forma estabelecida em lei. São eles: pressupostos recursais da motivação e da regularidade procedimental.
6.2) Requisitos
6.2.1)Petição escrita (endereçamento e qualificação; motivação (exposição do fato e do direito); e pedido. Falta de fundamentação não passa pelo juízo de adm. por irregularidade formal. Exceção à necessidade de petição escrita: ED nos JEC(s)
Devem ser interpostos por petição escrita. Não sendo admissível interposição de recurso por simples cota nos autos.
Só é admissível a interposição oral de embargos declaratórios contra julgado proferido em ação processada nas JEC. Fora essa hipótese, o recurso manifestado oralmente deve sofrer juízo de admissibilidade negativo.
6.2.2) Fundamentos
Todos os recursos cíveis devem ser fundamentados, sob pena de juízo negativo de admissibilidade por irregularidade formal.
OBS: Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, não há irregularidade formal alguma na interposição de recurso por meio de petição única, contendo as razões recursais no seu interior.
6.2.3) Pedido
 Não é admissível recurso sem pedido.
6.2.4) Assinatura 
 A petição recursal deve ser assinada pelo procurador, sob pena de juízo negativo de admissibilidade. Ademais, o procurador deve ter procuração nos autos ou juntar no ato da interposição.
OBS: Razões recursais sem assinatura de advogado. Válidas se assinada a petição que apresenta o recurso. A ausência da assinatura do advogado nas razões recursais não torna inexistente o recurso se o procurador constituído nos autos assinou a petição de apresentação do recurso.
OBS: Quando o recorrente está representado em juízo por procurador com MANDATO LEGAL (MP, procuradores do DF, da Faz Nacional...), não subsiste a exigência da comprovação do instrumento de mandato. 
Aula 07
PRINCÍPIOS NORTEADORES DO SISTEMA RECURSAL CÍVEL
1. Princípio do duplo grau de jurisdição
Está consubstanciado na regra de que a causa seja submetida à apreciação de dois órgãos jurisdicionais distintos, sendo o segundo de grau hierárquico superior ao primeiro.
Não é um principio absoluto, porque comporta diversas exceções. Ex: ações cíveis de competência originária do STF.
O principio do duplo grau de jurisdição não tem previsão constitucional, nem é absoluto, já que há várias exceções na própria Constituição.
2. Princípio da taxatividade
Os inconformados só podem utilizar os recursos previstos na legislação federal, sendo vedado o uso de recursos e expedientes inexistentes no dir. positivo brasileiro vigente.
Além do rol taxativo do art. 994 NCPC, existem outras espécies recursais contidas na legislação processual civil esparsa.
Ex: Rec. Inominado (art. Lei 9099 e art. 5º da Lei 10259) e Embargos Infringentes de alçada (art. 34 da Lei 6.830). 
OBS: Recurso adesivo; remessa necessária ou reexame obrigatório; pedido de reconsideração; correição parcial ou reclamação correcional; mandado de segurança; reclamação constitucional; uniformização de jurisprudência (476 CPC); incidente de inconstitucionalidade e ação rescisória NÃO constituem espécies recursais do sistema cível pátrio.
3. Princípio da Singularidade
Também denominado princípio da Unicidade ou da Unirrecorribilidade, está consubstanciado na exigência de que cada decisão seja atacada por apenas um recurso, qual seja, o previsto na legislação como adequado à impugnação do decisum causador do inconformismo.
Exceções ao princípio da singularidade:
1ª) Reside na possibilidade da interposição de embargos declaratórios e de outro recurso contra uma mesma decisão.
2ª) Reside na possibilidade da interposição simultânea de RE e RESP contra um mesmo acórdão. Súm 126 STJ.
OBS: A sucumbência recíproca e a permissão da interposição de um recurso por cada um das partes não contrariam o principio da singularidade. Ao revés, o princípio da unidade prevalece até mesmo na sucumbência recíproca, com as mesmas exceções da sucumbência unilateral.
4. Princípio do Esgotamento das vias recursais
Está consubstanciado na exigência de que o vencido utilize todos os recursos cabíveis perante o juízo ou tribunal a quo antes de interpor recurso para a corte ad quem. E a ausência da interposição de recurso cabível na justiça de origem conduz à inadmissibilidade do recurso subseqüente.
5. Princípio da Fungibilidade Recursal
Consiste na admissibilidade da troca de um recurso por outro, desde que o recorrente, apoiado na existência de dúvida objetiva acerca do recurso cabível, não tenha incorrido em erro grosseiro quando da impugnação ao pronunciamento causador do inconformismo.
Requisitos para a sua aplicação:
a) Dúvida objetiva 
 
b) Inexistência de erro grosseiro:
 Inexiste o erro grosseiro quando há acentuadadivergência doutrinário- jurisprudencial sobre qual seria o recurso próprio. E há erro grosseiro quando o inconformado interpõe recurso em total desconformidade com o texto legal, bem como em desacordo com a orientação uniforme dos doutores e dos tribunais sobre o recurso adequado.
6. Princípio da proibição da “reformatio in pejus”
Consiste na impossibilidade de o órgão julgador de recurso proferir decisum em prejuízo do único recorrente. Não é possível piorar sua situação.
6.1 Reformatio in pejus e matéria de apreciação oficial
Há a proibição da reforma para pior apenas em relação à matéria submetida ao tribunal pelo próprio recorrente. Já as matérias sujeitas à apreciação oficial são transferidas por força da lei, em razão do efeito translativo. Eventual prejuízo ao recorrente não se dá em virtude do seu próprio recurso, mas sim, em razão da exigência do julgamento ex officio previsto na legislação.
 
6.2 Reformatio in pejus e remessa obrigatória
Por não ser a remessa obrigatória recurso, e sim condição à formação da coisa julgada, é impossível aplicar o princípio da irreformabilidade para pior dos recursos. Porém, convém não esquecer que o enunciado nº 45 da súmula do STF veda a prolação de julgado prejudicial ao favorecido pela remessa obrigatória, quando não há recurso do adversário. 
 
6.3 Da proibição da reformatio in melius 
A prestação jurisdicional deve ser prestada nos precisos limites do respectivo requerimento, que igualmente não pode ser ultrapassado até mesmo em prol do recorrente.
7. Princípio da aplicação da lei vigente ao tempo da publicação da decisão. (art. 14 e 1.046 NCPC)
7.1) Regra:
O princípio geral norteador do direito intertemporal em matéria processual é o da aplicação imediata das leis (art. 14 NCPC). A norma processual nova incide sobre os processos em curso, iniciados na vigência da lei anterior. Já os processos findos e os atos processuais- dos feitos pendentes- concluídos sob a égide da lei antiga não são atingidos pela lei processual superveniente.
Em matéria de recursos, o princípio norteador é o da aplicação da lei processual vigente ao tempo da PUBLICAÇÃO, ou seja, da PROLAÇÃO da decisão.
OBS: Por força do princ. da aplicação da lei vigente ao tempo da prolação do decisum, o cabimento do recurso, o prazo recursal, a necessidade e o momento da realização do preparo, a legitimidade recursal e os demais pressupostos de admissibilidade, assim como os efeitos do recurso são regidos pela lei em vigor quando da publicação da decisão, e não pela norma processual vigente ao tempo da interposição do recurso, muito menos pela lei em vigor no momento do julgamento do recurso.
7.2 Exceções:
7.2.1 Consta da 2ª parte do art. 43 do NCPC, que revela que a alteração da competência recursal, por força da extinção do órgão judiciário anteriormente competente e da modificação da compet. em razão da matéria ou da hierarquia, dá ensejo à aplicação do principio da imediata incidência da lei processual.
7.2.2 É a de que o procedimento recursal também é regido pelo principio da aplicação imediata da lei processual nova. Mas existe contradição. Em síntese, submeter o procedimento recursal à legislação superveniente pode conduzir a grave ofensa a dir. adquirido processual, o que revela a conveniência da aplicação, também quanto ao procedimento recursal, do princ. da incidência da lei vigente ao tempo da prolação da decisão. Todavia, tal entendimento não é o que predomina na doutrina e na jurisp. Prevalece a orientação da incidência imediata da lei nova quanto ao procedimento recursal. 
7.3 Publicação da decisão # Intimação da decisão
 Publicação da decisão (é ato processual por meio do qual o magistrado singular ou o presidente do órgão colegiado externa oficialmente a decisão. Publicado, o decisum passa a ter existência no mundo jurídico. O “dia de julgamento, dia da sentença, ou da publicação” é aquela em que o juiz publicou a sentença, quer seja em audiência, na presença das partes e seus procuradores, quer em cartório, nas mãos do escrivão.) diferente da intimação da decisão (É o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.)
As decisões singulares podem ser publicadas em 2 momentos diferentes: em audiência ou em mãos do escrivão ou chefe de secretaria. Na primeira hipótese, publicação e intimação ocorrem no mesmo instante. Na segunda, a publicação ocorre primeiro e a intimação depois. 
Já os acórdãos dos órgãos judiciário coletivos são publicados no momento em que o presidente do colegiado anuncia o resultado do julgamento. Também aqui a intimação ocorre após a publicação da decisão.
OBS: Concretizadas a publicação e a intimação em datas diferentes, prevalece, para efeito de fixação da lei reguladora do recurso, a norma em vigor na data da publicação da decisão, já que o direito ao recurso nasce no primeiro momento, e não quando da intimação oficial. A rigor, a intimação oficial serve para fixar o termo inicial para a contagem do prazo recursal.
8. Princípio da Dialeticidade (art. 932, III e art. 489, §1º, IV)
Está consubstanciado na exigência de que o recorrente apresente os fundamentos pelos quais está insatisfeito com a decisão recorrida, o porquê do pedido de prolação de outra decisão.
No sistema recursal cível todos os recursos devem conter razões, as quais devem ser apresentadas desde logo no momento da interposição, consoante a combinação dos princípios da dialeticidade e da consumação. Apresentação simultânea do termo e das razões do recurso.
9. Princípio da voluntariedade
Consiste na exigência de que não haja duvida acerca da vontade do recorrente em impugnar o decisum recorrido, sobre a insatisfação do vencido em relação à decisão atacada.
10. Princípio da Personalidade
Significa que apenas o recorrente pode ser beneficiado no julgamento do recurso; quem deixou de recorrer não é favorecido pelo recurso alheio. Entretanto, tal princípio não é absoluto. O art. 1.005 do NCPC consagra exceção, tendo em vista a extensão do julgamento do recurso também em favor em favor de quem não recorreu.
Art. 1.005 NCPC. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.
Aula 8
RECURSO ADESIVO – art. 997, § 1˚
1. Conceito 
 
Não é uma espécie recursal autônoma.
Consoante se depreende do disposto no art. 997 NCPC, trata-se de procedimento recursal secundário. Isso significa que, além da via principal da interposição independente prevista na primeira parte do caput do art. 997 NCPC, admite se a manifestação do inconformismo por via subsidiária, quando há sucumbência recíproca dos litigantes e a parte contrária interpõe recurso independente.
OBS: Não são todas as espécies que dão ensejo à interposição de recurso adesivo. Apenas a apelação, o RE e o RESP podem ser interpostos pela via secundária (art. 997, § 2˚, II NCPC). 
OBS: Não cabe recurso adesivo em sede de Juizados Especiais, por falta de expressa previsão legal.
A apreciação do mérito do recurso adesivo fica subordinada ao conhecimento do recurso principal do órgão julgador.
É inadmissível recurso adesivo interposto por quem já exerceu o direito de recorrer, já que há consumação do direito com apresentação do 1º recurso.
2. Condições necessárias para sua utilização 
a) Sucumbência recíproca; 
b) Recorribilidade por meio de apelação, recurso especial e recurso extraordinário;
c) Interposição de recurso principal pelo adversário.
d) Ausência de interposição de recurso independente pelo recorrente adesivo.
OBS: O recurso adesivo só passa pelo juízo de admissibilidade quando ele e o principal preenchem todos os pressupostos recursais. A inobservância de algum requisito de um ou de outroacarreta a prolação de juízo negativo de admissibilidade quanto ao recurso adesivo.
3. Requisitos de Admissibilidade do Recurso Adesivo
3.1) Regularidade formal – art. 997, § 2˚ NCPC
-Pet. escrita
- Dirigida à autoridade competente para admitir o rec. Principal
Forma (art. 997, § 2˚ e 1.003 § 3˚ NCPC)  Deve ser interposto por petição autônoma apresentada à autoridade competente para admitir o rec. principal.
3.2) Tempestividade
- Prazo de 15 dias 
- Desnecessidade de interposição simultânea do recurso adesivo e das contra razões do principal
Prazo: as peças recursal adesiva e de resposta podem ser apresentadas em momentos distintos, desde que respeitado o prazo de 15 dias. O inciso I do § 2˚ do art. 997 NCPC não exige a interposição do recurso adesivo no momento da apresentação da resposta (contrarrazão do principal), mas, sim, no respectivo prazo de 15 dias.
OBS: Nas hipóteses do art. 180, 183 e 186 (Faz. Pública, MP e DP) e art. 229 NCPC (procuradores diferentes) o prazo recursal é duplicado.
OBS: Não é possível tomar como adesivo o recurso principal extemporâneo e art. 5º da Lei 1060/ 50
3.3) Legitimidade
 
- Só as partes 
 Só as partes podem apresentar recurso pela via adesiva. Por conseguinte, tanto o terceiro prejudicado como o MP no ofício de custos legis NÃO tem legitimidade recursal adesiva.
“Há corrente que confere legitimidade. ao MP quando também atua como custos legis”.
OBS: Quando o recurso independente foi interposto pelo 3º prejudicado ou pelo MP, e não pela parte contraria, é inadmissível o recurso adesivo.
3.4) Preparo
- Tem que ter preparo 
O recurso adesivo está sujeito aos mesmos pressupostos de admissibilidade do recurso principal
OBS: É inadmissível recurso adesivo cruzado
RE- R. adesivo de RE
RESP- R. adesivo de RESP
Apelação- R. adesivo de apelação
4. Recurso Adesivo, juízo de admissibilidade e juízo de mérito
O juízo positivo de admissibilidade do adesivo está condicionado não só a satisfação dos pressupostos recursais por parte do principal, bem como ao preenchimento dos requisitos por parte do próprio adesivo. 
Ao revés, a apreciação do mérito do recurso subordinado geralmente não está condicionada ao resultado do juízo do mérito do recurso principal. Mas, a regra comporta exceção.
OBS: O efeito extensivo do recurso principal pode até mesmo acarretar superveniente ausência de interesse recursal em relação ao adesivo, com o consequente afastamento da regra da independência no tocante do juízo de mérito.
Remessa Obrigatória ou Reexame Necessário ou Duplo grau de jurisdição – art. 496 NCPC
É também chamado de duplo grau de jurisdição.
1.Conceito
Não configura espécie recursal. O reexame não esta condicionado a prazo peremptório, ao contrário do que ocorre com os recursos processuais.
A natureza jurídica do instituto é a condição à formação da coisa julgada.
OBS: “O denominado recurso necessário não é recurso, mas sim condição de eficácia da decisão, que só transita em julgado depois de confirmada em segundo grau de jurisdição”. Fredie Didier
Segue o procedimento “DA ORDEM DOS PROCESSOS E DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAL – Título I, Livro III, Parte Especial”. Portanto, qualquer que seja a natureza do julgamento no tribunal (recurso, remessa obrigatória ou ação originária), incidem as regras gerais do mesmo capitulo VII, ressalvados os preceitos específicos de determinada espécie recursal ou de alguma ação especifica.
2. Hipóteses de remessa obrigatória 
São duas: 
* Há necessidade de reexame pelo tribunal quando: 
- a SENTENÇA é proferida contra a União, o Estado, o DF, o Município, as respectivas autarquias e fundações de direito público.
OBS:. O acórdão contrário a qualquer dos entes públicos acima dos indicados (art. 496, NCPC) não depende de reexame, nem mesmo quando proferido em ação originaria de tribunal. Consoante o caput do art. 475, só é obrigatória a remessa diante de “sentença”.
 
- da SENTENÇA que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
3. Exceções ao Reexame Obrigatório 
Não estão sujeitas ao reexame necessário: §3º e 4º
* A sentença condenatória quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: 
I – 1.000 salários mínimos para a União e respectivas autarquias e fundações de direito público; 
II – 500 SM para os Estados, DF e Municípios capitais (incluindo as autarquias e fundações de direito público);
 III – 100 SM para os demais municípios (incluindo as autarquias e fundações de direito público). (Art. 496, § 3˚ NCPC)
* A sentença proferida, independentemente do valor da condenação ou da execução fiscal, com esteio em súmula de tribunal superior; acórdão proferido pelo STF e STJ em recursos repetitivos; em entendimento firmado em IRDR ou assunção de competência; entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. (Art. 496, § 4˚ NCPC)
Súmulas: 45, 325 e 490 do STJ
CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS CÍVEIS BRASILEIROS
O direito positivo pátrio não favorece a junção das espécies recursais cíveis em classes distintas, sendo de duvidosa utilidade teórica e prática as classificações propostas pela doutrina. Mas é preciso reconhecer que os tribunais tem prestigiado, especialmente, a classificação que divide os recursos em ordinários e extraordinários.
Classificação dos Recursos:
Ordinários e Extraordinários (têm por escopo preservar o direito objetivo. Ex: RESP, RE e Div
Totais (toda a parte da decisão desfavorável é impugnada) e Parciais (apenas parcela da decisão contrária é combatida).
Suspensivos (impedem a imediata eficácia da decisão recorrida) e Não Suspensivos (não possuem a força dos suspensivos)
Independentes (principais) e Subordinados (adesivos).
Voluntários (dependem de iniciativa recursal voluntária) e Oficiais (são interpostos pelo próprio juiz prolator da decisão).
Constitucionais (previstos na CF. Ex: RESP e RE) e Legais (não previstos. Ex: Apelação, agravos e embargos).
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