14 - Correlações clínicas Berne - Sinopse do Coração, vasos sanguíneos e sangue

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Sinopse do coração, vasos sanguíneos e sangue
Correlações clínicas
Berne
	 Em um paciente com hipertireodismo (Doença de Graves), o metabolismo basal é elevado e frequentemente associado à vasodilatação arteriolar. Essa redução na resistência arteriolar diminui os efeitos da atenuação sobre a pressão arterial pulsátil e manifesta-se por fluxo pulsátil nos capilares, como se observa no leito ungueal dos dedos dos pacientes com essa enfermidade. 
	 Anemia e hipóxia crônica (por exemplo, como resultado da vida em altitudes elevadas) estimulam a produção de eritrócitos e podem produzir policitemia, um aumento do número de eritrócitos. Quando o estímulo pela hipóxia é removido nos indivíduos com policitemia pela altitude, a elevada concentração de eritrócitos no sangue inibe a eritropoese. O número de eritrócitos está muito aumentado na policitemia vera, uma doença de causa desconhecida. A concentração elevada de eritrócitos nessa doença pode aumentar a viscosidade sanguínea, prejudicando o fluxo sanguíneo aos órgãos vitais.
	 Os principais linfócitos T são citotóxicos e responsáveis pela proteção a longo prazo do organismo, contra alguns vírus, bactérias e células cancerígenas. São também responsáveis pela rejeição de órgãos transplantados.
	 
	 A proteção contra várias doenças infecciosas tem sido conseguida pela injeção do antígeno apropriado. Também as vacinas têm sido desenvolvidas para prevenção ou tratamento de determinadas doenças. Esse tratamento envolve a injeção de organismos mortos ou atenuados (antígeno) em hospedeiros adequados (cavalos, ovelhas). As vacinas funcionam pela estimulação da produção de anticorpos específicos contra um dado microrganismo.
	 Um indivíduo Rh-negativo pode desenvolver anticorpos para os eritrócitos Rh-positivos, se for exposto ao sangue Rh-positivo. Por exemplo, durante a gestação, uma mãe Rh-negativo pode produzir anticorpos contra células Rh-positivas do feto, se esse for Rh-positivo (herança paterna). Eritrócitos Rh-positivos do feto podem entrar na circulação materna no momento da separação placentária, e induzir a formação de anticorpos Rh-positivo no plasma da mãe. Os anticorpos Rh-positivos da mãe podem também atingir o feto pela placenta e provocar aglutinação e hemólise de eritrócitos fetais. Essa condição é conhecida como eritroblastose fetal, uma doença hemolítica do recém-nascido. A destruição de eritrócitos pode ocorre também nos indivíduos Rh-negativos que receberam transfusão anterior com sangue Rh-positivo, e desenvolveram anticorpos. Se esses indivíduos receberem outra transfusão de sangue Rh-positivo, os eritrócitos transfundidos serão destruídos pelos anticorpos Rh em seu plasma.
	 O sangramento é um importante problema clínico e o trauma é sua causa mais comum. Sangramento gastrintestinal também pode ocorrer e causar anemia severa, ou mesmo choque cardiovascular, e sangue oculto nas fezes pode ser o primeiro sinal de câncer intestinal ou úlcera péptica. 
	 Ativadores exógenos do plasminogênio, como a estreptoquinase e ativador tecidual do plasminogênio (tPA), são usados clinicamente para dissolver coágulos intra-vasculares. Esse tratamento é utilizado especialmente para dissolver coágulos nas artérias coronárias de pacientes com infarto agudo do miocárdio (o dano ao músculo cardíaco mais frequentemente causado por um coágulo em um artéria coronária importante).
	 A heparina é usada nos circuitos de perfusão artificial, durante cirurgia cardíaca a céu aberto, e para prevenir a extensão de coágulo intra-vascular. Para a anticoagulação prolongada usa-se o dicumarol. Essa droga inibe a síntese de fatores dependentes da vitamina K e é usada no tratamento de condições como tromboflebites (inflamação de uma veia associada ao coágulo sanguíneo intra-vascular).