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* * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS CONCEITO Arts. 1.639 a 1.688 do NCC Lei 6.515/77 Código Civil de 1916 “É o conjunto de regras aplicáveis à sociedade conjugal considerada sob o aspecto dos seus interesses patrimoniais. Em síntese, é o estatuto patrimonial dos cônjuges.” (Orlando Gomes) “É o conjunto de regras que disciplina as relações econômicas dos cônjuges, quer entre si, quer no tocante a terceiros.” (Carlos Roberto Gonçalves) * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS PRINCÍPIOS Imutabilidade (mutabilidade motivada) Impossibilidade de modificar o regime após o casamento No CC-16 essa vedação era absoluta Salvo para o estrangeiro após naturalizar-se brasileiro, que queria adotar a comunhão parcial Súmula 377, STF Exceção: no regime da separação legal comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento Abertura para modificação do regime (separação com caracteres de comunhão) No NCC: Mutabilidade motivada (1.639, §2°) Depende de pedido e sentença judicial Pedido deve ser consensual Exceção: Regime da separação obrigatória (ou legal) (1.641) Causas suspensivas; maiores de 60; suprimento judicial p/ casar * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS PRINCÍPIOS Imutabilidade (mutabilidade motivada) No NCC: Mutabilidade motivada (1.639, §2°) Cautela no deferimento do pedido Documentos referentes aos bens Comprovar inexistência de dívidas do casal/cônjuges (STJ) A sentença é averbada no Registro Civil e na Junta Comercial (se empresários os cônjuges) Pode ser pedido a qualquer tempo Art. 977 NCC – exemplo de motivo para mudança do regime É a sentença que dá o alcance do novo regime, atingindo ou não os bens anteriores Para alteração da Comunhão Universal: deve-se antes apurar o ativo e o passivo existente Direito intertemporal: Art. 2.039 NCC – não se aplica à mudança de regime – consenso das partes em detrimento do direito adquirido * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS PRINCÍPIOS Variedade de Regimes O NCC prevê 4 regimes Comunhão Parcial Comunhão Universal Participação Final nos Aqüestos Separação Total No CC-16 existia o regime dotal, hoje substituído pelo da participação final nos aqüestos. Os nubentes podem, salvo art. 1.641, podem adotar qualquer deles ou mescla entre os regimes Todavia não podem estipular contrariamente às normas de ordem pública atinentes ao Direito de Família (ex: privar o cônjuge do Poder Familiar). * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS PRINCÍPIOS Livre Estipulação Antes do casamento, podem os nubentes estipular o que lhes aprouver quanto aos seus bens (1.639) Essa escolha se dá antes do matrimônio, na habilitação, não se exigindo pacto antenupcial para o regime da Comunhão Parcial (1.640) Para os demais regimes, inclusive para mesclar os mesmos, a escolha é feita através do Pacto Antenupcial Inexistindo o Pacto ou sendo nula a convenção, adota-se o Regime Legal – Comunhão Parcial * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS ADMINISTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DOS BENS Sem autorização um do outro, independente do regime adota, podem os cônjuges: Praticar atos de administração ou disposição que necessitem no exercício da profissão Administrar os bens próprios Com exceção dos imóveis Que não integrem a comunhão Reivindicar/desobrigar os imóveis que tenham sido vendidos/hipotecados sem sua autorização, salvo suprimento judicial do consentimento Ação Anulatória (Legítimos: cônjuge prejudicado/herdeiros) Direito de regresso do terceiro prejudicado Anular a fiança, o aval e a doação dos bens comuns ou que possam integrar a comunhão Salvo se o regime for o da separação total Direito de regresso do terceiro prejudicado * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS ADMINISTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DOS BENS Sem autorização um do outro, independente do regime adota, podem os cônjuges: Reivindicar móveis ou imóveis comuns doados ou transferidos ao concubino, se com esforço comum destes não foram adquiridos e se a separação de fato não tiver mais de 5 anos. A separação de fato, por si só (sem todo esse prazo) já importa em incomunicabilidade dos bens futuros, desde que provada a aquisição posterior Todos os demais atos, desde que não vedados expressamente Adquirir à vista/crédito o necessário à economia familiar quotidiana Obter empréstimo com essa finalidade Alimentação, lazer, vestuário, saúde e educação O supérfluo não se enquadra nessa permissão legal * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS ADMINISTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DOS BENS Sem autorização um do outro, não podem os cônjuges, exceto no regime da separação total de bens: Alienar ou gravar de ônus real os imóveis Inclui-se a doação, a permuta e afins Casamento antes do NCC: Regra também aplicada na Separação Total Mesmo quando os bens são particulares, salvo estipulação em pacto antenupcial no regime da participação final nos aqüestos Se for empresário, pode vender, sem autorização, os bens da empresa Pleitear, como autor ou réu, esses bens e direitos Apenas direitos reais imobiliários (reivindicatória, p. ex.) Excluídas as ações pessoais relativas a imóveis (locação) Prestar fiança ou aval Atos anuláveis Embargo de terceiro (penhora) * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS Doação não remuneratória de bens comuns ou que possam integrar futura meação Os particulares não sofrem essa restrição As doações aos filhos quando casarem e forem se estabelecer com economia própria Em qualquer situação, a autorização conjugal deve ser expressa e via de regra por instrumento público Suprimento da Autorização Conjugal Sendo injustificada a recusa ou impossível a concessão do consentimento, pode o interessado pleiteá-la judicialmente (1.648) Quando se mostrar evidente o prejuízo ou duvidoso o benefício ao casal, deve o juiz negar o suprimento A incapacidade ou desaparecimento do outro cônjuge é motivo para requerer Sem autorização ou suprimento o ato é anulável O prazo é de 2 anos após o fim da sociedade conjugal e cabe ao cônjuge e a seus herdeiros se falecido (prazo inicial após a morte.) Direito de regresso do terceiro prejudicado É possível a convalidação do ato com a autorização posterior * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS PACTO ANTENUPCIAL É por ele que os nubentes elegem o regime de bens do casamento Sendo nulo ou inexistindo vigora no casamento o regime da comunhão parcial de bens (1.640) É contrato solene e condicional (1.653) Exige escritura pública Validade depende do casamento realizado. Caducará se o nubente falece ou casa com outrem Exige capacidade dos contraentes Admitida assistência aos relativamente incapazes (idade núbil entre 16 e 18 anos) Necessita ser averbado no Registro de Imóveis – gera efeitos contra terceiros, caso contrário vale apenas entre os cônjuges – para terceiros o regime é o da comunhão parcial Registro na Junta Comercial se empresário os cônjuges Não pode haver estipulação contrária às normas de ordem pública (1.655), sob pena de ser nulo e ineficaz o pacto A nulidade ou anulabilidade de uma das cláusulas não afeta todo o pacto A nulidade integral do pacto não implica em invalidade do casamento, mas o contrário sim * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL OU OBRIGATÓRIA Art. 1.641 É regime legalmente imposto, por isso não necessita de pacto antenupcial Casamento realizado sob causa suspensiva Art. 1.523 Cessada a condição, pode ser modificado o regime apenas em algumas situações Pessoa maior de 60 anos Restrição de caráter exclusivamente protetivo A jurisprudência/doutrina não assentem com essa condição (dignidade da pessoa humana) Os que dependem de autorização judicial p/ casar Refere-se tanto ao suprimento judicial da idade quanto o do consentimento * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL OU OBRIGATÓRIA Visando efetivamente proteger os consortes, que pela lei adotariam o regime da separação obrigatória, a jurisprudência permite que os bens adquiridos a título oneroso na constância do casamento – Súmula 377, STF O entendimento do STJ é nesse mesmo sentido, só que exige o esforço comum (sociedade de fato quanto ao bem adquirido) * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL Também chamado de Regime Legal Caracteriza-se pela separação quanto aos bens anteriores ao casamento, adquiridos com esforço pessoal e comunhão dos posteriores ao matrimônio. É metade comunhão parcial e metade separação total Bens excluídos da comunhão Art. 1.661 (Causa anterior) Art. 1.659 Apesar dos bens anteriores e particulares não se comunicarem, seus frutos são de ambos cônjuges As obrigações anteriores: se beneficiam ambos, o casal responderá pelas mesmas frente aos credores (ex: lucros de uma locação) Inciso V – apenas os indispensáveis ao exercício da profissão Inciso VI – apenas não se comunica o direito de receber os proventos. Uma vez integrado ao patrimônio é comum ao casal e os bens adquiridos com seu produto (discussão doutrinária) (inciso VII) Comunicam-se os bens Art. 1.660 Sem prova da aquisição: presume-se ocorrida na vigência do casamento * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL Estipulado em Pacto Antenupcial Comunicam-se todos os bens presentes e futuros, salvo os legalmente excluídos (1.667) Inclusive os frutos dos bens incomunicáveis vencidos ou percebidos no casamento (1.669) Excluem-se da comunhão Art. 1.668 Inciso I – doação com cláusula de reversão Inciso II – espécie de substituição (ou sucessão) testamentária – fiduciário > fideicomissário (somente enquanto pendente o fideicomisso) * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQÜESTOS Estipulado em Pacto Antenupcial Regime misto ou híbrido: é separação total durante o casamento e comunhão parcial em sua dissolução, quanto aos bens adquiridos pelo casal a título oneroso Deixa livre os consortes para administrarem livremente os bens que cada um adquirir Na separação será apurado o monte partilhável (aqüestos) até a extinção da convivência Apuração contábil dos ganhos de cada consorte. O que enriqueceu menos recebe metade do saldo, excluídos os bens do art. 1.674, I a III. Procedimento básico: 1) verifica-se o acréscimo patrimonial do casal individualmente; 2) apura-se o saldo em favor de um ou outro consorte; 3) passa-se à execução do crédito. Este regime recebe severas críticas da doutrina: torna o casamento uma empresa; cunho eminentemente mercantilista; necessita de constante contabilidade, inclusive de avaliação prévia dos bens ao casar. * * * REGIME MATRIMONIAL DE BENS REGIME DA SEPARAÇÃO TOTAL OU CONVENCIONAL 1.687 Estipulado em Pacto Antenupcial Plena propriedade e integral administração e fruição dos bens pessoais Pode alienar ou gravar de ônus real sem necessitar de autorização marital ou outorga uxória É a separação integral do patrimônio, mas a comunhão da vida pessoal Ambos consortes são obrigados, todavia, a prover as despesas do casal e do lar conjugal Comunicam-se as dívidas contraídas em prol da família, com proveito comum Comunicam-se os bens adquiridos com esforço comum devidamente comprovado – Sumula 377 STF (aplicação extensiva)
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