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1 FACUDADE DE TECNOLOGIA APOSTILA RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS XI Elaborado: Alvaro Henrique Pereira – DME Data: 17/05/2007 Revisão: 0 Contato: tel: 24-33540194 - e-mail: alvarohp@fat.uerj.br 2 1 - TENSÕES COMBINADAS - Quando um componente estrutural ou um elemento de máquina é dimensionado, o mais comum é que se tenhaM tensões combinadas atuando nesse elemento. - Num eixo, por exemplo, (vide a figura 1.1) o acionamento devido a corrente (forças F1 e F2) gera um torque T no eixo assim como uma força resultante R. Figura 1.1 - Nesse caso específico, teremos várias tensões combinadas (tensão devido à flexão; tensão de cisalhamento devido à torção; tensão de cisalhamento devido ao cortante). - E o somatório dessas tensões combinadas, nos dará as tensões equivalentes atuantes no elemento. - Outro ponto que devemos considerar numa análise de tensões é se a mesma é variável ou não. - Sendo a carga variável, quais valores máximos e mínimos, qual a freqüência dessa carga, esse é outro ponto que deve ser analisado. A carga variável pode provocar a fadiga em uma determinada peça. - Outro fator é a concentração de tensões. Esse fenômeno ocorre devido a entalhes, rasgos ou qualquer descontinuidade nas seções das peças. É importante frisar que para cargas variáveis esse efeito é mais danoso ainda. - Muitas vezes uma trinca que pode acarretar a ruptura de uma peça, pode começar simplesmente por um risco na superfície de uma peça. - Preste bastante atenção! principalmente sob cargas variáveis, quando tiver que fazer alguma modificação, tipo um rasgo ou furo numa peça. - Dependendo da magnitude das cargas e da sua freqüência, a conseqüente fratura de uma peça devido à fadiga é muito rápida e desastrosa para o equipamento. Esse tópico referente a cargas variáveis será visto em outro capítulo. 1.1 – VASOS DE PRESSÃO - Como introdução a tensões combinadas, iniciaremos nossos estudos analisando vasos de pressão com paredes finas. A seguir cópia do livro: “Resistência dos Materiais” Autor: R. C. Hibbeler (5ª edição). Dessa página até a página 6, as numerações de figuras, tabelas e fórmulas estão conforme original citado, não seguindo portanto as numerações dessa apostila. 3 4 5 6 7 8 1.2 - TENSÕES COMBINADAS - É bom citar que existem várias teorias utilizadas para analisar tensões combinadas. Não iremos nos ater a nenhum método específico. 1.2.1- Tensão normal numa direção - Veja bem, para análise de tensões combinadas é utilizado um modelo de cubo infinitesimal (tridimensional), onde são lançadas as tensões atuantes nesse ponto do elemento que está sendo analisado. Figura 1.2 Utilizando-se círculo de Mohr; 9 Figura 1.3 Nesse caso, tem-se: σστ == máxmáx 2 1 Considerando que a tensão máxima de tração (normal) atuante no corpo máxσ , seja limitada pela tensão de escoamento. Nesse caso estamos utilizando a teoria de máxima tensão de cisalhamento, que segue a seguinte expressão: ..2 1 2 1 SF e máxmáx σστ == ← tensão de escoamento/fator de segurança Aplicação 1: Seja uma placa conforme figura abaixo com uma espessura de 12,5 mm sujeita a uma força de tração F= 8.000Kgf (estática). Figura 1.4 - O material é aço carbono E= 21.000Kgf/mm² que apresenta uma tensão de escoamento de 32Kgf/mm². Determine qual F.S. utilizado. - Utilize o método da máxima tensão de cisalhamento para determina o fator de segurança utilizado. F.S. = 1,5 10 - Para completar essa análise de uma tensão normal numa direção, podemos também utilizar a teoria da maior tensão normal. Figura 1.5 - Por esse método, tem-se: ..SF e ADM σσ = - Que na verdade dá o mesmo resultado calculado anteriormente, pois se você observar o círculo de Mohr a tensão de cisalhamento máxima é a metade da tensão de tração máxima. - Dessa forma ADMmáx σσ = . Isto se aplica no ponto 1 da figura 27 (círculo de Mohr). 1.2.2 - Tensão normal em duas direções - Vamos analisar as tensões em planos Figura 1.6 11 Onde: 1σ e 2σ são as tensões principais Figura 1.7 - Veja que a seção que sofre maior esforço de cisalhamento é a seção “BDHF” que se apresenta hachurada na figura 1.7. - Lógico se nós partirmos o cubo em dois e pegarmos a parte referente à “BCDHGF”, a mesma estará em equilíbrio, com as tensões indicadas na figura 32. Figura 4.8 - Observe que 1σ e 2σ atuam em áreas → 2.. uuu = - máxτ e σ atuam em área 22u→ - Então! Vamos fazer as equações de equilíbrio: 0)245cos245cos(0 21 =−−∴=∑ uF máxx τσσ (1.1) 0)245cos245cos(0 22 =−+−∴=∑ uF máxy τσσ (1.2) Somando (1.1) e (1.2), tem-se: 0221 =−− máxτσσ 12 )( 2 1 21 σστ −=máx (1.3) - Caso 1σ ou 2σ sejam de compressão, os sinais devem ser modificados, como exemplo, seja a tensão 2σ de compressão, dessa forma teremos: )( 2 1 21 σστ +=máx - Vamos ver isso utilizando o círculo de Mohr (considerando 1σ e 2σ como tensões de tração). Seja 1σ > 2σ Figura 1.9 - E é claro que: ←−= 2 )( 21 σστmáx raio do circulo - Para uma seção qualquer que não seja os planos principais (no plano principal 0=τ ) 13 Figura 1.10 Observe bem! ;) 2 ( 222 máxxy yx ττσσ =+− 22) 2 ( xy yx máx τσστ +−= (1.4) - Veja que nesse caso, basta substituirmos a tensão máxima de cisalhamento ( máxτ ) pela tensão de cisalhamento admissível. 22) 2 ( .. 5,0 xy yxe ADM SF τσσστ +−== (1.5) - Outro método utilizado confirmado por experiências, é o método da energia de distorção (Mises – Hencky). 21 2 2 2 1 2 σσσσσ −+=ADM Ou: 2222 3 xyyyxxADM τσσσσσ ++−= (1.6) Aplicação 1: - A tensão num ponto de um suporte apresenta os seguintes valores: 2 2 2 /5,8 ;/2 ;/9 mmKgf mmKgf mmKgf xy y x = = = τ σ σ 14 - Sabendo-se que a tensão de escoamento do material ,determine o F.S utilizando: 2/28 mmKgfe =σ a) Teoria da máxima tensão de cisalhamento b) Teoria da energia de distorção Obs: Utilizando uma casa decimal a) Vamos definir as tensões máximas 1σ e 2σ , ou utilizando o circulo de Mohr ou utilizando as equações. - Utilizando as equações: 2 /2,9 ;5,8) 2 29( ;) 2 ( 212 22 22 σστ τ τσστ −== +−= +−= mmKgfmáx máx xy yx máx Temos também que: 22 21 σσσσ +=+ yx 7,3 7,14 11 4,18 2 1 21 21 −= = =+ =− σ σ σσ σσ - Utilizando circulo de Mohr Figura 1.11 15 52,1))7,3(14 ;145,0 ); 2 ( ;) 2 ( 22 =⇒−− === −= +−= FS FS FS FSFS e ADMmáx yx máx xy yx máx σττ σστ τσστ b) U 28 FS FS ADσ Resu a) b) Apli - Re xy y x = = = τ σ σ Resu a) b) Apli - Um acar - De 7,14(1= 5,1 2 = tilizando o método da distorção: 7,1 66,15,832299 ;3 222 222 = =⇒++−= ++−== FSxx FSxyyyxx e M τσσσσσ ais F.S.= 1,5 ltados fin F.S. = 1,7 cação 2: pita a aplicação 1 com as seguintes condições: 2 2 2 /4 ;/3 ;/14 mmKgf mmKgf mmKgf ltados finais: F.S.= 1,8 F.S. = 1,9 cação 3: a barra redonda com diâmetro de 50 mm é carregada com um torque estático que reta uma tensão de cisalhamento = 7Kgf/mm2. termine o FS se o aço utilizado tem uma tensão de escoamento = 45Kgf/mm2. 16 - Utilize o método de Mises-Hencky (distorção). 7,3 3773000045 ;3 2 222 = =⇒++−= ++−== FS FSxx FS FS xyyyxx e ADM τσσσσσσ Aplicação 4: - Um tubo Ø externo 100 x Ø interno 70 é carregado com um torque estático de 1200 m.Kgf. Determine o F.S. se o aço utilizado tem uma tensão de escoamento = 50Kgf/mm2. a) Utilize o método de Mises-Hencky. b) Utilize o método de máxima tensão de cisalhamento. Resultados finais: a) F.S= 3,6 F.S= 3,1b) Aplicação 5: - O carregamento de um elemento de um aço ABNT 1045 é conforme indicado na figura. As cargas são estáticas e não apresentam nenhuma concentração de tensão. Figura 1.12 - Utilizando a teoria de máxima tensão de cisalhamento, determine: a) O fator de segurança para o plano CDEF b) O fator de segurança para o plano ACGE c) O fator de segurança para o plano AFGD Resposta a) Plano CDEF: 17 Figura 1.13 Observe que a tensão de 3,5 Kgf/mm2 não provoca nenhuma tensão nesse plano. 8,35,5425,0 ; ;/42 2)1045( =→== = = FS FS x mmKgf máx admmáx e τ ττ σ b) Plano ACGE Figura 1.14 - Nesse caso as duas tensões atuam na face citada - Utilizando Círculo de Mohr 18 6,575,3425,0 ; 75,3 2 5,311 =→== = =−= FS FS x máx admmáx máx τ ττ τ c) Plano AFGD Resposta: FS = 12
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