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DOS CRIMES OCORRIDOS NA INVESTIGAÇÃO E NA OBTENÇÃO DE PROVA

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DOS CRIMES OCORRIDOS NA INVESTIGAÇÃO E NA OBTENÇÃO DE PROVA
Revelar a identidade do COLABORADOR – Art. 18
A lei buscou proteger a integridade física do colaborador e garantir sucesso da operação, punindo aquele que revelar, fotografar ou filmar o colaborador sem sua autorização (que deve ser expressa: por escrito).
 Trata-se de um crime de mera conduta, visto que não exige e nem prevê um resultado. Admite-se a tentativa nas três condutas. Exemplo: O sujeito que envia o nome do colaborador pelo correio e essa carta é interceptada pelo delegado; ou o sujeito que se prepara para fotografar o colaborador mesmo depois de alertado e ainda assim inicia os atos de fotografia ou filmagem. 
Múltiplas condutas punidas, bastando uma para consumação do delito. 
Sujeito ativo comum. Qualquer pessoa pode cometer o crime. Já o sujeito passivo é próprio, pois apenas o COLABORADOR pode ser vítima.
 Possível a consumação do delito tanto na forma comissiva como omissiva, este último no caso daqueles que possuem o dever de guardar a informação ou impedir a divulgação das imagens. Inadmiti-se a modalidade culposa.
Trata-se de um crime de médio potencial ofensivo.
Calúnia – Art. 19
Foi criado um tipo penal de calúnia específico, com pena bastante superior a calúnia prevista no art. 138 do Código Penal. (caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. – Pena: detenção de seis meses a 02 anos e multa)
Este crime direciona-se àquele que imputar falsamente infração penal a pessoa que sabe ser inocente ou passar informações inverídicas de organização criminosa.
Apenas na forma comissiva, sendo impossível a realização da conduta de forma omissiva.
Buscou-se aqui punir a conduta daqueles criminosos que na expectativa de se livrarem da acusação ou buscar receber o benefício da colaboração imputam falsamente condutas a terceiros e apresentam informações inverídicas da organização criminosa.
Por ser crime formal, admite-se a tentativa na modalidade escrita. Inadmiti-se a modalidade culposa.
Não exige qualquer atribuição do sujeito ativo, ou seja, não precisa ser colaborador para incidir neste típico específico. O sujeito passivo também é comum, podendo ser qualquer pessoa.
As duas condutas previstas no tipo penal exigem o dolo direto, posto que o sujeito deve saber que terceiro é inocente ou que as informações são inverídicas. 
Trata-se de um crime de médio potencial ofensivo, podendo ser ofertada a suspensão condicional do processo.
Descumprir o sigilo das obrigações que envolva ação controlada ou agente infiltrado – Art. 20
Este tipo penal visa punir aqueles que prejudicarem o sucesso da operação ou colocar a integridade física dos agentes envolvidos em risco.
Trata-se de um crime que pode ser cometido tanto na forma comissiva como omissiva. Como o agente policial que informa a terceiros a identidade do colega ou o escrivão que deixa de apontar intencionalmente o caráter sigiloso da investigação e permite a vista do mesmo por terceiros.
Admite-se facilmente a tentativa. Inadmite-se a modalidade culposa. 
O sujeito ativo é próprio, visto que recai apenas sobre aqueles que detinham a obrigação de manter o sigilo. Terceiro que vem a divulgar não se adequará a este tipo, mas dependendo da intenção e das circunstâncias pode vir a ser enquadrado no art. 2º, §1º (embaraçar as investigações). 
Entendemos que se o servidor que tinha a obrigação de manter o sigilo divulga intencionalmente a operação à organização criminosa, o mesmo também se adequará ao artigo 2º, §1º.
Trata-se de um crime de médio potencial ofensivo, podendo ser ofertada a suspensão condicional do processo.
 Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo – Art. 21
Este artigo visa punir a conduta daqueles que obrigados a fornecer dados e informações as autoridades se recusa ou omite a fornecê-las. Exemplo seria o diretor de uma empresa de telefonia que se recusa a passar o endereço de um suspeito ao promotor.
Evidente que deve haver o dolo de recusa ou omissão, não se exigindo o dolo específico de auxiliar a organização criminosa.
Trata-se de crime de mera conduta, bastando a mera recusa ou omissão para consumação do crime. Admite-se a tentativa.
O crime é de menor potencial ofensivo, processando-se no juizado especial criminal e admitindo a transação penal e a suspensão condicional do processo.
O parágrafo único pune aquele que indevidamente se apossa, divulga ou faz uso dos dados cadastrais.
artigo 23, explicando-o. (SLIDES) 
Lei nº 12.694/2012 (“lei do juiz sem rosto”) e o seu artigo 1º, explicando as razões da sua edição.
A sanção da lei ocorre um ano após o assassinato da juíza Patrícia Acioli e em meio a denúncias de ameaças recebidas por um juiz e uma procuradora que atuaram no processo que resultou na prisão de Carlinhos Cachoeira. 
A figura do “juiz sem rosto” ou “juiz anônimo” não é nova no ordenamento jurídico mundial, já tendo sido adotada em diversos países como Colômbia, Peru, México e Nicarágua com o objetivo de conferir, em situações de excepcional gravidade, segurança aos magistrados que atuam em processos envolvendo crime organizado e organizações criminosas de qualquer natureza.
Na Europa, a Itália 1992, quando a denominada “operação mãos limpas” foi iniciada pelo promotor Antonio di Pietro, para combater a corrupção que então assolava o país, envolvendo em tráfico de influência e corrupção diversos líderes políticos, ex-chefes de governo e empresários poderosos que foram parar no banco dos réus. As investigações envolviam a máfia, colocando em risco a vida e a integridade corporal dos promotores, juízes e suas famílias, sendo adotada então, na época, figura assemelhada ao “juiz sem rosto” que, embora de contornos diferentes, preservava a identidade das autoridades judiciárias envolvidas nas investigações e julgamentos.
A recente Lei nº 12.694, de 24 de julho de 2012, instituiu a possibilidade de formação de um colegiado de juízes para a prática de qualquer ato processual em processos ou procedimentos que tenham por objeto crimes praticados por organizações criminosas.
Assim, nos casos do ART 1º e incisos, o juiz natural poderá instaurar o colegiado, indicando os motivos e as circunstâncias que acarretam risco à sua integridade física em decisão fundamentada, da qual será dado conhecimento ao órgão correicional. Esse colegiado será formado pelo juiz do processo e por dois outros juízes escolhidos por sorteio eletrônico dentre aqueles de competência criminal em exercício no primeiro grau de jurisdição, sendo certo que a competência do colegiado limitar-se-á ao ato para o qual foi convocado.
Prevê a lei, ainda, que as reuniões poderão ser sigilosas sempre que houver risco de que a publicidade resulte em prejuízo à eficácia da decisão judicial.
No que tange às decisões do colegiado, serão devidamente fundamentadas e firmadas, sem exceção, por todos os seus integrantes, e publicadas sem qualquer referência a voto divergente de qualquer membro.
			Por Dário Gomes

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