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Guia rápido de parasitologia Otavio Moreli Carneiro Monteiro UFMS 2017 Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 2 Índice Malária _________________________________________________________________ 3 Leishmaniose ____________________________________________________________ 7 Doença de Chagas _______________________________________________________ 10 Toxoplasmose ___________________________________________________________ 14 Cripstosporidiase ________________________________________________________ 18 Amebíase ______________________________________________________________ 20 Giardíase ______________________________________________________________ 22 Tricomaníase ___________________________________________________________ 24 Enterobiose ____________________________________________________________ 26 Ascaridíase _____________________________________________________________ 28 Ancilostomose ___________________________________________________________ 31 Larva migrans ___________________________________________________________ 33 Estrongiloidíase__________________________________________________________35 Tricuríase_______________________________________________________________38 Teníase_________________________________________________________________40 Cisticercose_____________________________________________________________43 Himenolepíase___________________________________________________________ 44 Hidatidose_______________________________________________________________46 Esquistossomose_________________________________________________________48 Baseado no livro “Parasitologia Humana; NEVES, David Pereira Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 3 Malária Agente etiológico Gênero Plasmodium, dividida em 4 espécies: 1) P. falciparum 2) P. vivax 3) P. malarie 4) P. ovale (restrito ao continente africano) Ciclo 1) HV (hospedeiro vertebrado) - Ciclo exoeritrocitico: vetor => infecta com ESPOROZOITOS=> vão para as células (hepatócitos) por meio da proteína CS => se diferenciam em TROFOZOITOS=> se multiplicam por esquizogonia (assexuada) => originam os ESQUIZONTES => posteriormente os MEROZOITOS - Ciclo eritrocítico ou sanguíneo: MEROZOITOS invadem os eritrócitos => esquizogonia gera mais MEROZOITOS (lise do eritrócito) => se divide: a) Diferenciação em GAMETÓFITOS (infectam o mosquito vetor) b) Continuidade da infecção por MEROZOITOS Obs.: esse ciclo invasão-esquizogonia-lise é o que causa as ondas de febre ritmadas (a cada 3 ou 4 dias dependendo da espécie de Plasmodium que infectou) 2) HI (hospedeiro invertebrado) => fêmea de anofelinos (popularmente = mosquito prego) - Ciclo sexuado ou esporogonico: GAMETOFITO infectam o mosquito vetor => G. FEMININO transforma-se em MACROGAMETA e G. MASCULINO em MICROGAMETA => fecundação => zigoto => começa a se movimentar => OOCINETO =>atinge a parede intestinal do vetor => se encista => processo de divisão esporogânica => ruptura do oocisto => liberação dos ESPOROZOITOS => caem na linfa e se espalham, pelo corpo do inseto => glândulas salivares => são levados junto com a picada Formas biológicas 1) Esporozoíto: Forma alongada Forma infectante do HV Membrana externa contendo proteína CS Habita o hepatócito Contém complexo apical HV e HI 2) Merozoíto: Piriforme - arredondados Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 4 Contem complexo apical Invade as hemácias HV 3) Trofozoítos: Aspecto de anel Núcleo não central Habita as hemácias HV 4) Esquizontes Tem aspecto irregular “Um monte de bolinha juntas” Habita as hemácias HV 5) Gametócito: Único de diferencia entre as espécies: a) P. vivax: redondos b) P. falciparum: formato de foice Forma infectante do HI Transmissão 1) Natural: por meio do mosquito vetor (fêmea do anofelino – m. prego) 2) Transfusão sanguínea* * = sem ciclo exoeritrocítico 3) Compartilhamento de seringas* 4) Acidentes de laboratório* 5) Infecção congênita* Imunidade 1. Resposta Imune (RI) inata: importante para a RI adquirida, pouco conhecida 2. RI adquirida: produção de anticorpos espécie-especifica e estagio-especifica, ou seja, ataca um estágio de uma determinada espécie. Grande participação do IgG. Depende também de fatores inerentes ao parasito (como espécie, linhagem, carga viral) e do hospedeiro (estado nutricional, fadiga, uso de imunossupressores). Além disso tem conexão com as áreas endêmicas: em áreas de alta transmissão e risco contínuo tem-se os recém nascidos protegidos durante os primeiros meses de vida por mecanismos como: Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 5 Transferência de anticorpos (IgG) da mão imune pro filho (através do leite materno) => principal proteção Hemoglobina fetal (HB-f), que tem um formato pouco favorável para a continuidade da infecção Deficiência na dieta do recém-nascido de PABA Patogenia Mecanismos Destruição de eritrócitos parasitados, que acarreta também a destruição de eritrócitos não parasitados (“sujeira”) Toxicidade resultante da liberação de Citocinas, que podem estimular uma disfunção na medula óssea Sequestro de eritrócitos parasitados na rede capilar, já que o parasito deixa uma “marca” na parede do eritrócito (PFEMP1) que interage com as paredes dos vasos => possível entupimento Formação de roseta: união das hemácias =>trombos => trombose Lesão capilar pela deposição de imunocomplexos: altera a permeabilidade e induz a perda maciça de proteína Quadro clinico Geralmente, a fase sintomática inicial apresenta sintomas comuns e, portanto, inconclusivos. A especificidade fica por conta do acesso malárico (febre alta durante 15min-1h, podendo atingir 41ºC) 1) Malária não complicada Manifestações clinicas comuns para todas as espécies Exame físico: pálido e baço palpável (abdome rígido) +- anemia Hepato-esplenomegalia => diagnostico diferencial: leishmaniose visceral 2) Malária grave e complicada Fatal= P. falciparum Afeta adultos não imunes, gestantes e CRIANÇAS Pode evoluir para: a) Malária cerebral: forte cefaleia, em crianças=convulsões Geografia Tem ampla distribuição no norte + MT + MA = Amazônia Diagnóstico Diagnóstico clínico Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 6 Em áreas endêmicas, indivíduos com febre alta tem altíssimas probabilidades de ter malária Sintomas inespecíficos Anamnese é importante: viajou para áreas endêmicas? = suspeita! Atente as formas de transmissão Diagnóstico laboratorial Pesquisa do parasito no sangue periférico => gota espessa + esfregaço sanguíneo, uso da coloração de Giemsa. Única que permite identificar a espécie. Tem uma escala de cruzes (+) para sinalizar a quantidade de parasitos: + => 1-10 parasitos por 100 campos de gota espessa ++ => 11-20 parasitos por 100 campos de gota espessa Diagnóstico imunológicos São testes rápidos, usados muitas vezes quando não há suporte de um laboratório (regiões isoladas/de difícil acesso) Pesquisam os anticorpos específicos e enzimas Consegue diferenciar as demais espécies do P. falciparum PCR Eficaz Extração do DNA Técnicas sendo simplificadas e barateadas Exclusivo para laboratório de pesquisa, ainda muito caro e complicado Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 7 LeishmanioseAgente etiológico São vários da família trypanosomatidae: L. infantum = leishmaniose visceral L. donovani = leishmaniose visceral (restrito a Índia) L. braziliensis = leishmaniose tegumentar L. guyanensis = leishmaniose tegumentar L. amazonenses = leishmaniose tegumentar Ciclo biológico Infecção do HV PROMASTIGOTAS metaciclicas (forma infectante do HV) inoculadas na picada do inseto vetor (fêmeas de flebotomineos) => adesão a membrana do macrófago => endocitose do parasito => diferenciação em AMASTIGOTA => sucessivas multiplicações (divisão binaria simples) => + AMASTIGOTAS (forma infectante do HI) Infecção do HI AMASTIGOTAS no sangue do HV (atentar-se para os reservatórios, como os cães!) => picada do mosquito vetor => infecção do vetor => os parasitos vão para o intestino médio do inseto => diferenciação em PROMASTIGOTAS delgadas => diferenciação em PROMASTIGOTAS metaciclicas => repasto sanguíneo => infecção do HV Formas biológicas Amastigotas Interior dos macrófagos Ovais ou esféricos na microscopia de luz Núcleo grande e arredondado + cinetoplasto pequeno e bastonete Infecta o HI Promastigotas Trato digestivo do HI Alongadas com flagelo longo Núcleo arredondado situado na região mediana Cinetoplasto entre a parte anterior (com o flagelo) e o núcleo Infecta o HV Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 8 Transmissão Ocorre por meio da picada de mosquitos do gênero Lutzomia, também conhecidos como mosquitos- palha ou birigui (L. tegumentar). Já a transmissão da L. visceral ocorre pela picada do mosquito flebotomineo, o uso compartilhados de seringas e a transfusão sanguínea; há também a transmissão congênita, mas é rara e de pouca relevância epidemiológica Imunidade O corpo humano, na resposta imunitária, pode adotar duas vias: a) Ativação das células TCD4+ do tipo Th1, que consegue auxiliar de forma satisfatória no controle da parasitemia b) Ativação das células TCD4+ do tipo Th2, que não tem muita função contra o parasito, deixando o HV suscetível Patogenia L. tegumentar (Ag. Etiológicos: L. braziliensis, L. guyanensis, L. amazonensis) Formação de lesões ulcerocrostosa que são a junção de um processo infamatório e dos parasitos se multiplicando (esse material está repleto de parasitos, sendo excelente para o diagnóstico – BIOPSIA). As bordas dessas lesões são ligeiramente saliente, com o fundo granuloso. Com o desenvolvimento, ela torna-se uma típica úlcera leishmaniótica, com bordas altas e fundo granuloso intensamente vermelho (dependendo da assepsia do local, pode ocorrer contaminações e consequentes co-infecções) L. visceral Como os parasitos migram para as vísceras, é muito raro encontrar formas livres no sangue periférico. Pode ocorrer uma pequena ferida no local da picada relacionada as substancias da saliva do inseto. Depois, evolui para formas mais graves: 1. Alterações hepáticas: hepatomegalia 2. Alterações no tecido hemocitopoético: a medula óssea fica densamente parasitada, podendo ocorrer desregulação da hematocitopoiese, causando anemia. 3. Alterações dos linfonodos: geralmente aumentados 4. Alterações pulmonares: quadro de pneumonia, que leva a debilidade Quadro clínico L. tegumentar L. cutânea: infecção confinada na derme, com epiderme ulcerada (ulcera de Bauru), no teste de Montenegro tem resultado positivo L. cutaneomucosa: infecções na derme, com úlceras. Ocorre também a destruição da mucosa e da cartilagem. No teste de Montenegro, tem resultado positivo com resposta exagerada. L. cutâneo difusa: infecções confinadas na derme, formando nódulos não ulcerados (“verrugas”). Disseminação por todo o corpo. No teste de Montenegro, tem resultado negativo, pois a imunidade celular está comprometida. Ocorre principalmente em pacientes suscetíveis (AIDS) Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 9 L. visceral Forma assintomática: sintomas poucos específicos, sem nenhuma evolução clinica por toda a vida. No entanto, o equilíbrio apresentados por esses indivíduos pode ser perturbado por uma baixa da imunidade, geralmente relacionados a AIDS e a fármacos pós-transplantes. Forma aguda: período inicial da doença. Observa-se febre alta, palidez das mucosas e hepatoesplenomegalia discretas. Forma sintomática crônica: febre regular e agravamento dos sintomas. Pode apresentar emagrecimento progressivo e uma piora no quadro de hepatoesplenomegalia (ou seja, “incha” mais). Como a leishmaniose é uma doença debilitante é comum infecções associadas que muitas vezes leva a morte do paciente. Geografia Amplamente distribuída, mais casos concentrados no nordeste, MG, MS, SP, PA, e alguns em MT Diagnóstico Diagnóstico clínico 1) L. tegumentar: pode ser feito com base na lesão que se forma, associado a anamnese para ver áreas endêmicas. 2) L. visceral: Pode ser facilmente confundido com: malária, toxoplasmose, tuberculose... (DIAGNOSTICO DIFERENCIAL). A anamnese continua sendo uma ferramenta importante, pois possibilita saber se o paciente visitou uma área endêmica. Diagnóstico laboratorial 1) L. tegumentar: biopsia do material extraído da ferida (esfregaço corado). Tem outros métodos, mas somente em centro de pesquisas, ficando inviável sua aplicação em laboratórios. 2) L. visceral: Pesquisa do parasito: a partir de material obtido da medula óssea (esterno) ou de biopsia das vísceras (muito arriscado) Diagnostico imunológico 1) L. tegumentar: teste de Montenegro (avalia a hipersensibilidade do sistema imunitário, possibilitando saber se aquele paciente já esteve em contato com o parasito recentemente). Tem também o RIFI, que tem boa eficiência, mas o resultado pode dar positivo com a doença de chagas e leishmaniose visceral. 2) L. visceral: pode usar RIFI, mas tem resultados cruzados com outras doenças. Tem o ELISA, que possibilita um grande número de exames em um curto espaço de tempo. Além disso, tem o teste rápido imunocromatográfico, possibilita o emprego em campo. Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 10 Doença de Chagas Agente Etiológico Trypanossoma cruzi Ciclo biológico Infecção do HI Ingestão de TRIPOMASTIGOTA pelo vetor (triatomíneo = barbeiro) => diferenciação em EPIMASTIGOTA, nos intestino posterior => multiplicação por divisão binaria simples => diferenciação em TRIPOMASTIGOTA metacíclica =>pronto para infectar o HV (pelas fezes, não pela picada!) Infecção do HV Picada do inseto abre uma ferida => durante o repasto sanguíneo o triatomíneo defeca => fezes contaminam a pequena ferida => penetração das TRIPOMASTIGOTAS metacíclicas no HV => transformação em AMATIGOTAS => multiplicação por divisão binária => transformação em TRIPOMASTIGOTA => rompimento da célula parasitada => liberação das TIPOMASTIGOTAS => pode infectar outra célula ou o HI Formas biológicas Amastigotas Encontrados no HV e forma infectante para o HV Forma arredondada, com flagelo não visível Tripomastigotas Forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo (+ próximo da face sem flagelo) Flagelo forma uma membrana ondulante (não visível nos microscópios) Encontrado tanto no HI quanto no HV, infectam ambos Divide-se em: a) Tripomatigotas delgadas: + infectantes, sensíveis os anticorpos, preferem o HV e células do SFM (sistema fagocitário mononuclear), predomina na fase aguda no baço, medula óssea e fígado. b) Tripomastigotas largas: - infectantes, resistentes aos anticorpos, preferem o HI, predomina na fase crônica nos tecidos musculares. Epimastigota Forma alongada com cinetoplasto próximo ao núcleo Encontrada no intestino posterior do barbeiro Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 11 Transmissão Vetorial: penetração do tipomastigota mataciclicos das fezes do triatomíneo pela ferida do repasto sanguíneo Transfusão sanguínea: transfusão de sangue infectado, importância nas grandes cidades. Está caindo com medidas de controle nos postos de coleta de sangue. Transmissão congênita: amastigotas na placenta, que liberam tripomastigotas na circulação fetal. Acidentes de laboratórios Transmissão oral: está ganhando importância (açaí), ingestão de comidas contaminadas com fezes de barbeiro. A amamentação pode transmitir Chagas Transplante: paciente recebe um órgão infectado e, por conta de fármacos imunossupressores, pode desenvolver a fase aguda da doença. Imunidade A resposta imunitária controla a multiplicação do parasito, mas não consegue exterminá-lo; logo há uma presença permanente do parasito e da resposta imune. Imunidade humoral Exerce papel fundamental no controle da parasitemia No inicio tem-se grande mobilização de macrófagos e células natural killers Níveis elevados de IgM e IgG na quinta semana Após três meses, IgM cai e desaparece progressivamente IgG continua aumentando, depois decresce e se estabiliza em um nível que varia de acordo com o paciente Autoimunidade Quando os órgãos adquirem alguma característica do parasito e passa a ser atacado pelos anticorpos Causa um agravamento nas lesões da fase crônica Patogenia e Quadro Clinico Fase aguda Pode ser sintomática (+ comum na infância) ou assintomática (+ comum nos adultos) Pode apresentar sinal de Romanã (edema nas duas pálpebras) ou chagoma de inoculação (inflamação da derme e epiderme no local de inoculação do parasito) Apresenta também complexo linfadenite-satélite, que é uma inflamação dos linfonodos próximos do chagoma de inoculação. Fase crônica 1) Forma indeterminada Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 12 Após a fase aguda Pode ser chamada de latente Positividade de exames sorológicos e parasitológicos Ausência de sintomas Eletrocardiograma normal Coração, esôfago e colón normais Mostram lesões parecidas com as da fase aguda, mas + brandas Morte súbita 2) Fase crônica sintomática Depois de passarem vários anos assintomáticos, podem apresentar sintomas. Isso ocorre devido a intensa mudança na fisionomia dos órgãos afetados por conta das lesões a) Forma cardíaca Insuficiência cardíaca congestiva (ICC): se deve a diminuição da massa muscular por conta das lesões, que formou áreas de fibrose que não contraem mais Destruição do SNA simpático e parassimpático Destruição do nódulo atrioventricular e do feixe de Hiss (controlam as batidas do coração)=>arritmia Coração aumentado Pode ter inchaço e arroexeamento das extremidades inferiores (sangue não circula direito) b) Forma digestiva Caracterizada pelo aparecimento dos megas (por destruir o SNA, cessa-se o peristaltismo do esôfago e do colo, fazendo com que ocorra um acúmulo de material naqueles espaços) => megacolon e megaesôfago. Parasitismo acentuado das células musculares e nervosas da região afetada c) Forma nervosa Quando afeta o psicológico, comportamento e a memória Ainda muito discutida Variações da doença de chagas D. de Chagas transfusional Não apresenta sinal de Romanã, nem chagoma de inoculação Mais branda na fase aguda, mas pode evoluir normalmente para fase crônica e para forma indeterminada D. de Chagas congênita Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 13 Pode ser considerada rara A transmissão pode ocorrer em qualquer momento da gravidez, ocasionando abortos, partos prematuros e natimortos A placenta pode apresentar alterações de volume, de coloração e de peso D. de Chagas em imunossuprimidos Reativação da doença por conta da baixa na imunidade O envolvimento do SNC é o fato mais marcante, com consequências mais sérias que na forma nervosa. Destacam-se três diferenças: o Encefalite multifocal com aspecto necrotizante o Alguns tem a forma tumoral da doença, com múltiplas lesões no cérebro o Os parasitos são abundantes nos macrófagos, células da glia e neurônios Geografia Principalmente no Nordeste, MG, GO, MS, RS, PR, SC Lembrar da importância da transmissão oral e da vetorial (casas de pau a pique e/ou locais com muitas frestas e espaços escuros – esconderijo do barbeiro de dia) Diagnostico Diagnostico Clinico 1) Fase aguda Origem do paciente Presença do sinal de Romanã e chagoma de inoculação Hepatoesplenomegalia Taquicardia Edema generalizado 2) Fase crônica Alterações cardíacas Insuficiência cardíaca Alterações do cólon e esôfago Não são confiáveis, tem que fazer o exame laboratorial Diagnóstico laboratorial 1) Fase aguda Exame de sangue a fresco Gota espessa Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 14 Esfregaço sanguíneo com Giemsa RIFI e ELISA 2) Fase crônica Difícil encontrar o parasito no sangue, logo tem que usar métodos parasitológicos indiretos Xenodiagnóstico: o barbeiro suga o sangue e se infecta (muito custoso => inviável) PCR: muito bom, mas caro RIFI: pode dar um falso positivo, confundido com leishmaniose, mas pode ser filtrado e se tornar confiável. Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 15 Toxoplasmose Agente etiológico Toxoplasma gondii Ciclo biológico Apresentam um ciclo assexuado, em vários hospedeiros, e uma fase sexuada, na célula do epitélio intestinal do gato (felídeos) Infecção do HI (Hospedeiro Intermediário) Ingestão de oocistos maduros contendo EPOROZOITOS e/ou cistos contendo BRADIZOITOS => ESPOROZOITOS => ganham a corrente sanguínea => multiplica por reprodução assexuada (endodiogenia) => TAQUIZOITO => infecção de novas células Infecção do HD (gato) Infecção oral por OOCISTOS => penetração no epitélio intestinal => multiplicação por esquizogonia => originam vários MEROZOITAS => eles estão contidos dentro de um vacúolo parasitóforo, formando um ESQUIZONTE => liberação e infecção de novas células => transformação em GAMETÓCITOS => formação dos gametas => fecundação => zigoto => formação do OOCISTO => ruptura da célula liberando um oocisto imaturo => meio exterior => maturação por esporogonia => formação de dois ESPOROCISTOS, cada um contendo quatro ESPOROZOITOS (prontos para infectar o HI) Formas biológicas 1) Taquizoíto: Forma de “arco” (forma de banana ou meia lua) Núcleo central Parasita SMF, células hepáticas, pulmonares, nervosas, submucosas e musculares Fase aguda da infecção 2) Bradizoíto Fase crônica da infecção Encontrados dentro dos cistos! “Círculo cheio de pontinhos” 3) Oocistos Bem resistente Parasitam as células intestinais de felídeos Forma eliminada nas fezes Esféricos Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 16 Após a esporulação no meio ambiente, contém dois esporocistos com quatro esporozoíto cada. Transmissão São três as principais vias de transmissão: 1) Ingestão do oocisto 2) Ingestão de cistos encontrados em carnes malpassadas ou cruas 3) Passagem transplacentária => mulheres que apresentam imunidade antes da gravidez não infectam o feto, a não ser por uma baixa na imunidade Imunidade Os mecanismos que levam à imunidade na toxoplasmoseenvolvem a ativação de diferentes linhagens celulares que por sua vez induzem a síntese de imunoglobulinas e de citocinas pró e anti- inflamatórias Patogenia e Quadro clínico Toxoplamose transplancetária Gestante em fase aguda da doença ou reativação da mesma durante a gravidez (imunossupressão) Podem abortar o feto, parto precoces e crianças normais ou com anomalias graves Uma das formas mais graves da doença Toxoplasmose adquirida 1) Ganglionar Comprometimento ganglionar Aumento no tamanho e volume 2) Ocular Resultado de uma infecção aguda com presença de traquizoítos ou crônica Manifestação tardia Lesões na retina, evoluindo para cegueira parcial ou total Dificuldade de focar objeto (escotoma) 3) Cerebrospinal Frequente em imunossuprimidos (AIDS) Parasitos invadem células nervosas => lesões múltiplas no cérebro, gânglio basal e cerebelo Podem causar febre, cefaleia, paralisia, convulsões 4) Generalizada Rara, mas mortal (até mesmo em imunocompetentes) Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 17 Geografia Muito bem adaptado, pode ser encontrado nos mais variados climas e países Animais podem se contaminar ao ingerir agua e comida contaminados Atenção para o gato, mas pode infectar através do contato com terra com oocistos Diagnóstico Diagnóstico clínico Pode ser extremamente difícil devido ao quadro pouco específico e grande número de casos assintomáticos. Diagnóstico laboratorial Demonstração do parasito: difícil de dar resultado Testes sorológicos: indicam a presença de anticorpos a) RIFI: pode ser usada na fase aguda e crônica b) ELISA: + objetivo, + fácil, + automático => capaz de mostrar a fase aguda Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 18 Criptosporidiose Agente etiológico Cryptosporidium ssp. Ciclo biológico Ingestão do OOCISTO de parede grossa => desencistamento => liberação de TROFOZOITOS => se fixam entre a microvilosidades intestinais => criam um vacúolo parasitóforo aderido a membrana da célula (não há invasão) => formação do MERONTE I com 8 núcleos => merogonia => MERONTE II com 4 MEROZOITOS => diferenciação em GAMETÓCITOS => fecundação => zigoto => esporogonia => OOCISTO de dois tipo: a) Parede grossa: + resistentes, vão para o ambiente b) Parede fina: autoinfecção interna Formas biológicas São as já conhecidas: trofozoito, meronte, merozoito, gametócitos e oocistos Transmissão Acontece por meio do contato feco-oral, que pode ter causa na: Contaminação da água e comida contaminados com oocistos Animais contaminados liberando oocistos nas fezes Práticas sexuais que facilitem o contato feco-oral Imunidade + grave nos pacientes imunossuprimidos Patogenia e quadro clínico São influenciados por fatores que incluem idade, competência imunológica e associação com outros patógenos As alterações provocadas pelo parasitismo podem levar a uma má absorção e uma passagem muito rápida do alimento por conta da perda das microvilosidades => desencadeia a diarreia aquosa Desencadeia a apoptose do epitélio intestinal Na criança o quadro se torna mais grave, podendo levar a desidratação e déficit de crescimento Em pacientes imunodeficientes, as manifestações são agravadas. Pode ocorrer apendicite aguda, cirrose hepática e pneumopatias Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 19 Geografia Bem distribuída no território nacional, pode ter surtos por causa da água contaminada. Diagnóstico Pesquisa de oocistos nas fezes, auxiliados ou não por métodos de concentração. (aqui se recomenda uma coleta de amostra seriada para ter mais chances de coletar o parasito) Pesquisa dos anticorpos específicos (ELISA) PCR (caro e pouco difundido – restrito a centros de pesquisa) Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 20 Amebíase Agente etiológico Entamoeba histolytica Ciclo biológico Ingestão de CISTOS maduros => passam pelo estômago, resistindo a ação do sulco gástrico => chegam ao final do intestino delgado e início do grosso => desencistamento => saída do metacisto => divisões sucessivas => oito TROFOZOÍTOS => migram para o intestino grosso => aderem a mucosa do intestino => transformam-se em CISTOS TETRANUCLEADOS => eliminação nas fezes formadas*** Obs.: em fezes pastosas e formadas a forma mais comum de parasito eliminado é o PRÉ-CISTO, enquanto em fezes diarreicas, é o TROFOZOITO. Formas biológicas Trofozoito o Tem um só núcleo o Núcleo bem visível nas formas coradas Cisto (tem lâmina) o São esféricos o Núcleos bem visíveis com coloração o A quantidade de núcleos varia de um a quatro o Os corpos cromatóides parecem charutos ou bastonetes Há gêneros diferentes dentro dessa doença que tem importância medica, pois evidencia a possibilidade de se encontrar a E. histolytica e, consequentemente, contrair amebíase. Dentre eles, temos: Entamoeba coli: possui mais núcleos (de 1 a 8) e não possui corpo cromatóide E. nana: possui quatro núcleos, mas é a menor de todas (bem diferenciável pelo tamanho) I. bütschü: possui um núcleo e um grande vacúolo de glicogênio Transmissão O mecanismo de transmissão ocorre através de ingestão de cistos maduros, com alimentos (sólidos ou líquidos). O uso de água sem tratamento, contaminada por dejetos humanos, é um modo frequente de contaminação; ingestão de alimentos contaminados (verduras cruas - alface, agrião; frutas - morango) é importante veículo de cistos. Alimentos também podem ser contaminados por cistos veiculados nas patas de baratas e moscas (vetor mecânico). Além disso, falta de higiene domiciliar pode facilitar a disseminação de cistos dentro da família. Os "portadores assintomáticos" que manipulam alimentos são os principais disseminadores dessa protozoose. Ou seja, práticas que facilitam o contato feco-oral. Patogenia e quadro clínico Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 21 A E.histolytica tem uma grande variabilidade no seu potencial patogênico e virulência; isso parece estar ligado a fatores inerente ao parasito e ao hospedeiro, que podem transformar ela de uma ameba comensal para uma invasiva. Isso leva a seguintes formas clínicas: Formas assintomática Forma intestinal não invasiva o Ocasiona dores abdominais o Pode apresentar fezes diarreicas Forma intestinal invasiva o Cólicas intestinais o Diarreia com evacuações mucossanguinolentas o Pode levar a um quadro de desidratação o Causa ulceras intestinais e abcessos (bolsas de pus) Forma extra-intestinal o Formação de abcessos em outros órgãos, como o fígado, pulmão, cérebro e pele. o O fígado é o local mais comum de ser acometido, levando a um quadro de dor, febre e hepatomegalia. Em 90% dos pacientes há hepatomegalia dolorosa Geografia A distribuição em território nacional é ampla, sendo o Norte o lugar de maior prevalência (em torno de 19%), sendo que Nordeste e Centro-oeste ficam em torno de 10%. Já o Sul e Sudeste tem uma variação de 2,5% até 11%. Essa doença esta intimamente ligada com as condições socioeconômicas da população em geral, com as condições sanitárias e hábitos. No Brasil, predominam as formas intestinais não invasivas e os casos assintomáticos, sendo que na Amazônia os casos são mais frequentes e de maior gravidade (é comum a evolução para a forma intestinal invasiva com abcessos hepáticos) Diagnóstico Diagnostico clinico Pode ser errôneo devido a similaridade dos sintomas Quando tiver suspeita de ser formaextra-intestinal (devido a tríade dor-febre-hepatomegalia), pode ser feito exames de raio-X, ultrassonografia, tomografia computadorizada, já que eles possibilitam saber a localização, o número e a evolução dos abcessos Diagnostico laboratórial Mesmo dependendo de variáveis, o exame de fezes é o mais utilizado e tem como objetivo identificar trofozoítos e cistos O exame de fezes a fresco é um recurso importante para diferenciar a disenteria amebiana da bacilar. Aconselha-se fazer uma coleta seriada Dois métodos de concentração são muito utilizados: o MIF e o formol-eter, que ajudam a aumentar a chance de achar um parasito Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 22 Giardíase Agente etiológico Giardia lamblia => protozoário flagelado, monóxeno Ciclo biológico Ingestão de cistos => início do desencistamento em meio ácido (estômago) => colonização do intestino delgado por TROFOZOITOS => multiplicação binária => + trofozoitos => encistamento (geralmente no ceco) e eliminação Obs.: pode ser eliminado trofozoitos quando houver diarreia aquosa e explosiva Formas biológicas Trofozoito o Forma de pera com simetria bilateral o Tem uma estrutura para fixação: disco adesivo o Apresentam corpos medianos (parecem duas virgulas) o Dois núcleos (parecem olhos) o Possui quatro pares de flagelos Cisto o Oval ou elipsoide o Possui de dois a quatro núcleos o Apresenta disco ventral o Pode apresentar um traço medial com corpos mediano (virgulas) Transmissão Ocorre principalmente por meio da via feco-oral, tornando quaisquer práticas que facilitem esse contato em uma via de transmissão. Verduras e frutas contaminadas, água deficientemente tratada (só cloro), manipulação de alimentos por pessoas contaminadas. Imunidade Ainda não é comprovado, mas temos evidências que sugerem uma resposta imune eficiente, entre elas: Natureza auto-limitante da infecção Detecção de anticorpos específicos anti-giradia Maior suscetibilidade de indivíduos imunocomprometidos Infecção crônica em animais atímicos (que tiveram o timo retirado) Patogenia e quadro clínico Há uma variação do potencial patogênico devido a fatores do parasito e do hospedeiro, logo ela pode ser dividida em: Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 23 Assintomática o Ocorre tanto em adultos quanto em crianças o O paciente pode eliminar cistos nas fezes por até seis meses Sintomática o A ingestão de um grande número de cistos pode levar a infecção até em indivíduos imunocompetentes o Os sintomas podem ser diarreia aquosa e explosiva com odor fétido, acompanhada de gases e distensão + dor abdominal o É auto limitante em indivíduos sadios o As maiores complicações se desenvolvem por conta da má absorção de nutrientes o “atapetamento”: os parasitos fazem um “tapete” por cima das vilosidades intestinais, diminuindo a área de absorção Geografia Tem ampla distribuição geográfica, com uma alta prevalência devido a facilidade de transmissão, a alta viabilidade no ambiente, a resistência ao cloro e ao grande números de casos assintomáticos. Diagnóstico Diagnóstico clínico Em crianças de oito meses a 10-12 anos, a sintomatologia mais indicativa de giardíase é diarreia com esteatorréia, irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, perda de apetite (acompanhada ou não de emagrecimento) e dor abdominal. Apesar desses sintomas serem bastante característicos, é conveniente a comprovação por exames laboratoriais. Diagnóstico laboratorial Exame de fezes para identificar cistos ou trofozoitos As formas encontradas nas fezes diferem de acordo com o aspecto e consistência das fezes, sendo mais comum encontrar cistos em fezes formadas e trofozoito em diarreicas Como o padrão de excreção de cistos mudam de individuo para individuo, recomenda-se fazer um exame seriado, com intervalo de 7 dias entre cada coleta Pode ser feito ELISA e ensaios que tem bons resultados Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 24 Tricomoníase Agente etiológico Trichomona vaginalis Características É uma DST associada a complicações de saúde, tem alta prevalência em profissionais do sexo. O habitat do agente etiológico é o trato geniturinário. Seu ciclo biológico se resume a infecção, multiplicação binária e novas infecções. Um ponto importante a se destacar é que o parasito facilita a transmissão do HIV Formas biológicas Só possui forma TROFOZOITA Parasito muito plástico, emite pseudopodes Tipicamente elipsoide, piriforme e oval Possui quatro flagelos anteriores, membrana ondulante Apresenta o axóstilo: uma estrutura afilada que atravessa a célula Transmissão É uma doença venérea, sendo que o homem é o vetor da doença já que os tricomonas são levados à vagina pela ejaculação. Ainda que rara, há a transmissão não sexual (peças de roupa, locais contaminados) e a neonatal, adquirida durante o parto. Patogenia Relacionado com gravidez o Ruptura prematura da membrana o Baixo peso e parto prematuro o Natimorto e morte neonatal Relacionado com a fertilidade o Risco de infertilidade é maior em mulheres: o parasito infecta o trato urogenital superior, desenvolvendo uma resposta imunitária que destrói os cílios da tuba uterina, impossibilitando a migração dos óvulos. Transmissão de HIV o A infecção faz surgir uma resposta imunitária agressiva, com a mobilização de grandes quantidade de leucócitos (incluindo linfócitos TCD4+ e macrófagos) o Essas células são alvo do HIV, e como estão mais próximas do local de infecção, torna-se mais fácil contrair a doença Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 25 Quadro clínico Mulher Homem O quadro pode variar de assintomático a agudo Provoca vaginite, caracterizada por um corrimento vaginal fluido de cor amarelo- esverdeada, bolhoso e de odor fétido Na menstruação, o número de parasitos diminui, mas os sintomas aumentam Dor ao urinar e coceira (prurido) Pode formar edemas e pontos hemorrágicos Comumente assintomática Pode se apresentar como uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento Ardência miccional Geografia A tricomaniase é uma DST não viral muito comum no mundo, ocorre em locais com poucos recursos. A infecção depende de vários fatores, como: idade, atividade sexual, número de parceiros e condições socioeconômicas. Em homens, a taxa de prevalência é menor, possivelmente devido a ação tricomonicida de secreções prostáticas e a eliminação mecânica durante a micção. Diagnóstico Diagnóstico clínico O diagnóstico não pode ser baseado somente na apresentação clinica dos sintomas, visto que nem todas as mulheres apresentam os sintomas e eles podem ser facilmente confundidos com outras DST’s. Diagnóstico laboratorial Difere para homens e mulheres quanto a colheita da amostra: Homem Mulher Coleta de manhã Sem ter urinado Sem ter tomado medicamento triconomicida há 15 dias Mais confiável no sêmen Pode ser feito exame do concentrado da urina matinal Sem higienização vaginal há 18-24 horas antes do exame Parasitos mais abundantes nos primeiros dias após a menstruação Deve ser realizado um exame microscópico, com o material fixado e corado ou a fresco, para que se encontre o protozoário movel. Células epiteliais e linfócitos podem atrapalhar a visualização dos parasitos, sendo que sempre der positivo deve-se fazer o exame de cultivo para complementar. Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 -UFMS 26 Enterobiose Agente etiológico Enterobius vermiculares Ciclo biológico Machos e fêmeas no ceco => ovos depositados na região perianal => ovos no ambiente externo => contaminação de alimentos ou mão contaminada levada a boca (crianças) => ingestão de ovos embrionados => eclosão de ovos no intestino delgado => migração para o ceco => reprodução sexuada => machos eliminados nas fezes e morrem => fêmeas migram para a região perianal e se rompem liberando os ovos Formas biológicas Ovo o Aspecto grosseiro de um “D” o Possui membrana dupla, lisa e transparente o Apresenta uma larva em seu interior (não visível no microscópio) Helmintos o Cor branca e filiformes o Asas encefálicas = expansões do lado da boca o Esôfago típico: claviforme o Apresentam dimorfismo sexual: Fêmeas o Cauda pontiaguda e longa o Maior que o macho Macho o Cauda recurvada ventralmente o Menor que a fêmea Transmissão Há vários tipos de infecção: Heteroinfecção: ovos presentes na poeira ou alimentos atingem um novo hospedeiro Indireta: ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o MESMO hospedeiro Autoinfecção externa ou direta: a criança (+ frequente) e o adulto (+ raro) levam a mão com os ovos da região perianal para a boca Autoinfecção interna: mais rara, as larvas eclodiram dentro do reto e depois migraram para a região do ceco, transformando-se em vermes adultos Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 27 Retroinfecção: as larvas eclodem na região perianal e penetram pelo ânus, migrando até a região do ceco Patogenia e quadro clínico Na maioria dos casos o hospedeiro não percebe que alberga o verme até os primeiros sintomas: prurido anal (à noite principalmente), ou quando vê as “lagartinhas” nas fezes. Em parasitismo agudo, pode causar apendicite. O sintoma mais característico é o prurido anal, sendo que o ato de coçar pode lesionar o local (podendo levar a infecção bacteriana secundária). Geografia Tem alta prevalência em crianças em idade escolar, sendo a transmissão facilitada em ambientes fechados (creches, asilos, enfermarias). Os ovos podem ficar viáveis por vários dias e se alojar em roupas de cama e o habito de sacudi-las dispersam ainda mais os ovos. Diagnóstico Diagnóstico clinico Prurido anal noturno e continuado podem levar a suspeita Diagnóstico laboratorial O exame de fezes é pouco confiável e preciso É melhor utilizar o método de Graham: o Corta-se um pedaço de 8-10 cm de fita adesiva o Coloca-se a parte adesiva para fora sobre um tubo de ensaio ou dedo indicador o Apõem-se várias vezes a fita na região perianal o Usa a fita como “lamínula” o Leva-se ao microscópio para procurar pelos ovos Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 28 Ascaridíase Agente etiológico Ascaris lumbricoides Ciclo biológico Eliminação de ovos não embrionados => ovo torna-se embrionado (L1 – rabditoide) no solo => L2 => L3 (filarioide - infectante) => contaminação do ambiente com ovos de L3 => Ingestão => as larvas eclodem no intestino delgado => migração para o ceco => invadem o sistema sanguíneo (sistema porta) => fígado => veia cava => coração => pulmão => faringe => as larvas são deglutidas e chegam ao intestino => vermes adultos => cópula: o ovos férteis o infestação só por fêmeas => ovos inférteis Formas biológicas Machos o Cor leitosa o Menor que as fêmeas o Tem três lábios o A extremidade posterior é recurvada ventralmente Fêmeas o Maiores que os machos o Mais robustas o A extremidade posterior é retilínea e afilada Ovos o São grandes e de cor castanha o Possuem membrana mamilonada o Podem ser: Fértil: arredondado, com membrana mamilonada, pode lembrar uma “tampinha de garrafa” Fértil decorticado: ovalado e não apresenta membrana mamilonada, distinguíveis duas membranas Infértil: ovalado e com membrana mamilonada Transmissão Ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados com ovos contendo a L3. Pode ocorrer por meios mecânicos, como poeira, moscas e baratas, já que os ovos apresentam uma grande capacidade de aderência. Em crianças, é comum a contaminação por meio do depósito subungueal (sob as unhas). Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 29 Patogenia e quadro clínico Deve ser estudada acompanhando o ciclo de vida desse helminto, ou seja, possui duas fases: 1. Larvas a. Infecções de baixa intensidade: normalmente não se observa alterações b. Infecções maciças: podem causar lesões Hepáticas: pequenos focos hemorrágicos, necroses que depois se tornam fibrosados Pulmonares: vários pontos hemorrágicos por onde passaram as larvas, edemaciação dos alvéolos por infiltrado inflamatório. Pode ainda levar a um quadro de pneumonia, com febre e tosse Obs.: esse conjunto de sintomas da via respiratória é chamado de Síndrome de Löffler 2. Vermes adultos a. Infecções de baixa intensidade: não ocorre sintomas, ou, se ocorrem, são inespecíficos b. Infecções médias (30 – 40 vermes) ou maciças (+100 vermes): podem ocorrer quatro sintomatologias distintas: Ação espoliadora: os vermes consomem grande parte das proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas que o hospedeiro ingere, levando a um déficit na alimentação e a subnutrição – principalmente em crianças Ação toxica: reações entre antígenos e anticorpos causando edema, urticaria e convulsões Ação mecânica: a presença dos helmintos causam irritação e eles podem se enovelar na luz do intestino causando obstrução. Localização ectópica: altíssimas cargas parasitarias ou que o verme sofra alguma ação irritativa, o helminto desloca-se de seu habitat normal (luz do intestino) atingindo locais não-habituais causando complicações. Obs.: é muito comum em crianças o aparecimento de alterações cutâneas – machas circulares. Geografia Condições inadequadas de higiene tem papel importantíssimo nas taxas de infecção. Em geral, áreas desprovidas de saneamento básico com alta densidade populacional concentram as maiores taxas. Por ser um geo-helminto, a transmissão do Ascaris lumbricoides está relacionada a fatores sociais, econômicos e culturais. Diagnóstico Clínico Pouco sintomática Gravidade da doença determinada pela quantidade de parasitos Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 30 A exposição continua aos ovos é a única responsável pelo acumulo de vermes no hospedeiro, já que esse helminto não se multiplica no intestino Laboratorial É feito pela pesquisa de ovos nas fezes Como as fêmeas eliminam uma grande quantidade de ovos diariamente, não há necessidade de exame seriado nem outros métodos de enriquecimento O método Kato modificado por Katz é o mais indicado, pois possibilita a quantificação dos ovos e a estimativa do parasitismo Quando é encontrado ovos inférteis, quer dizer que o paciente está infectado, mas somente com fêmeas, logo não é um reservatório. No entanto, ele esta na iminência de se tornar um, pois só é necessário que um macho o infecte para ocorrer a cópula e, consequentemente, a eliminação de ovos férteis. Quando a infecção for só por machos, o exame será consistentemente negativo, já que eles não liberam ovos. Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 31 Ancilostomose Agente etiológico Ancylostoma duodenale Necator americanos Ciclo biológico Primeira fase: no solo o Ovo recém eliminado nas fezes (contendo células germinativas) => ovo com larva => eclosão da L1 =>diferenciação em L2 => diferenciação em L3 (infectante) => penetração ativa pela pele Segunda fase: no hospedeiro o Penetração pela pele => circulação => veia cava => coração => ciclo de Loss (pulmão, traqueia, faringe) => deglutição => laringe => esôfago => estomago => intestino delgado => instalação da infecção => cópula => ovos Formas biológicas Vermes adultos Ancylostoma duodenale: apresentam capsula bucal e dois pares de dentes Necator americanos: apresentam capsula bucal com um par de lâminas cortantes o Macho: Menor (8-10 mm) Possui bolsa copuladora o Fêmea: Maiores (10-18 mm) Extremidade posterior afilada Larvas L1,L2 => rabiditoides o Esôfago rabiditoide o Vestíbulo bucal longo o Primórdio genital pouco visível o Cauda afilada o Habitat: solo L3 => filarioide o Dupla bainha: ganha uma bainha mais externa na muda o Esôfago filaroide: cilíndrico, alongado e sem bulbo Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 32 o Cauda afilada Ovos Grande Mebrana simples Massa central de células germintativas Não tem como diferenciar espécies => ovo de ancilostomideo Transmissão Penetração ativa da larva pela pele, ou oral, quando há ingestão de larvas (+ comum em A. duodenale) Patogenia e quadro clinico Etiologia primária – relacionada a penetração das lavas na pele e migração pelo organismo – que causa a fase aguda da infecção. o Manifestações cutâneas: lesões por ação mecânica e/ou metabólicos => dermatite pruriginosa (popularmente: coceira da terra). Pode estar associadas as infecções secundárias o Manifestações pulmonares: geralmente leves com a manifestação da síndrome de Löffler o Manifestações intestinais: inespecíficas Etiologia secundária – relacionada a permanecia dos parasitos no intestino – que causa a fase crônica. o A principal manifestação é a anemia – ferropriva, microcítrica (hemácias menores) e hipocrômica – devido a ação espoliadora perpetrada pelo helminto o O hospedeiro pode apresentar leucocitose e eosinofilia, além de baixa taxa de hemácias o Com a persistência dos sintomas, pode levar a um quadro de sopro cardíaco Geografia A ancilostomose ocorre preferencialmente em crianças em idade escolar. Na natureza os ovos não se desenvolvem em umidade abaixo de 90%, além disso, precisam de solo arenoso e permeável. O parasito está presente em várias áreas do planeta e do Brasil, e como todo geo- helminto está relacionado a má educação, a insalubridade do ambiente e outros fatores socioeconômicos. Diagnóstico A anamnese é um recurso fundamental, pois possibilita descobrir se o paciente manifestou sintomas cutâneos, pulmonares ou intestinais, acompanhados ou não de anemia. O exame parasitológico de fezes é decisivo e comprobatório de diagnóstico; pode-se ser feito exames complementares como o hemograma. Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 33 Larva migrans Larva migrans cutânea (LMC) Agente etiológico Ancylostoma braziliense A. caninum Ciclo biológico O homem é um “erro de percurso” no ciclo biológico desse parasito. O ciclo normal dele acontece em cães e gatos e é muito parecido com o da ancilostomose. Forma biológicas Larva em estádio L3 Transmissão Como essas larvas L3 ficam no solo contaminado com fezes de animais, é de fácil transmissão em parquinhos de areia e outras áreas nas quais haja convivência entre humanos e animais infectados. A L3 penetra ativamente pela pele. Patogenia e quadro clínico Como a infecção humana é um erro em seu desenvolvimento, a larva migra errática pelo local de entrada. Os locais mais afetados são aqueles que entram em contato com o solo: mãos, pés, pernas e nádegas. No local de penetração, pode haver uma lesão eritemato-papulosa; depois de um tempo, ocorre um dos sintomas mais característicos: prurido intenso. Enquanto ocorre a migração, as larvas produzem um rastro sinuoso e pruridoso; daí o nome “bicho geográfico”. Essa parasitose é autolimitante, porque a larva morre depois de um tempo. Geografia É bem distribuída pelo Brasil, variando de nome dependendo do local: em localidades litorâneas tem o nome de “bicho de praia”, pois as praias são as mais contaminadas e os locais de mais fácil infecção. É muito comum em crianças em idade escolar que frequentem parquinhos de areia ou que tenham contato com solo contaminado. Diagnóstico Como não há reprodução nem postura de ovos, o exame laboratorial é desnecessário. No exame clinico, as características peculiares da ferida e as informações colhidas na anamnese (frequentou local de risco, prurido intenso) são o suficiente para o diagnóstico. Larva migrans visceral (LMV) e ocular (LMO) Agente etiológico Toxocara spp. Transmissão A transmissão das duas formas ocorre por meio da ingestão de ovos contendo L3 em água e alimentos contaminados e, menos frequentemente, a ingestão de carne e vísceras do hospedeiro normal. Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 34 Patogenia A causa de ambas as doenças é a migração errática das larvas L3 pelos órgãos e sua destruição pelo organismo, formando uma lesão típica chamada granuloma alérgico. Quadro clínico A severidade do quadro clinico depende da quantidade de larvas presentes no organismo, do órgão invadido e da resposta imunológica do paciente. LMV O quadro clássico caracteriza-se por leucocitose, hipereosinofilia sanguínea, hepatomegalia e linfadenite. Quando ocorre a migração das larvas para o sistema nervoso, pode ocorrer manifestações neurológicas, como ataques epileptiformes, meningite e encefalite. LMO Os indivíduos com LMO geralmente não apresentam hipereosinofilia e a resposta imunológica é menos intensa. Acreditam que a LMO ocorra quando há baixo número de parasitos. A maioria das infecções é unilateral, podendo assumir vários aspectos clínico, sendo a endoftalmia crônica o mais comum. Diagnóstico Como não há postura de ovos, o exame parasitológico é ineficiente e como uma biopsia é muito arriscado, ela se torna inviável. Logo, o diagnostico deve ser pautado na história do paciente, sintomas e resultado do imunodiagnostico, já que há uma eosinofilia persistente com taxas aumentadas de IgM e IgE; na LMO propõem-se o exame oftalmológico como complemento. O ciclo biológico, as formas biológicas, a geografia são iguais. Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 35 Estrongiloidíase Agente Etiológico Strongyloides stercoralis Ciclo Biológico Larvas rabditoides nas fezes: 1. Ciclo direto: larvas r. no solo => larvas filarioides infectantes => penetração ativa de L3 pela pele, mucosa oral ou gástrica 2. Ciclo indireto: larvas r. no solo => diferenciação em machos e fêmeas => acasalamento => ovos triploides => larvas f. infectantes => penetração ativa de L3 pela pele, mucosa oral ou gástrica Atingem a circulação venosa => coração e pulmão => capilares pulmonares => muda para L4 => migração pela árvore brônquica => chegam a faringe => são deglutidas => atingem o intestino delgado => viram as fêmeas partenogenéticas => postura de ovos => maturação => larva r. eliminada nas fezes PPP: 15-25 dias Formas Biológicas Fêmea partenogenética: o Corpo cilíndrico com aspecto filiforme alongado o Extremidade anterior arredondada e posterior afilada o Boca com três lábios o Habitat: intestino delgado Ovos o Elípticos o Parede fina e transparente o Muito parecidos com os de ancilostomídeos o É raro aparecerem nas fezes Larva rabditoideo Cutícula fina o Apresenta primórdio genital bem nítido o Terminam em uma calda pontiaguda o Visualizadas nas fezes Transmissão Hetero ou primo-infecção o + comum Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 36 o Larvas f. infectantes penetram pela pele (+ comum) o Pode ocorrer penetração pelas mucosas Autoinfeção o Externa ou exógena Larvas r. presentes na região perianal transformam-se em larvas f. e penetram pela pele, completando o ciclo direto. Relacionados a falta de higiene o Interna ou endógena Larvas r. ainda na luz do intestino se transformam em larvas f. que penetram pela mucosa intestinal. Essa forma pode cronificar a doença. Geralmente relacionados com constipação intestinal Patogenia e Quadro Clínico Apresenta quadro variado, já que a carga parasitária e a resposta imunológica do hospedeiro determinam sua intensidade. Cerca de 40% dos portadores são assintomáticos. As manifestações são causadas por ações mecânica, traumática, irritativa, tóxica e antigênica. Apresenta lesões cutâneas causada pela penetração da L3 na pele. Pode causar hemorragia petequial e edema, gera prurido intenso e lesões urticariformes. Quando passa pelos pulmões vai acarretar lesões pulmonares. As larvas L3/L4 geraram rompimento dos capilares pulmonares. Paciente apresentará febre variável, tosse produtiva, dispneia e edema. Em indivíduos com carga parasitária muito elevada pode-se desenvolver Síndrome de Löeffler (edema pulmonar, broncopneumonia e dificuldade respiratória). As lesões intestinais são causadas pela fêmea partenogenética e são mais brandas. Acontecem por sua invasão da mucosa e submucosa intestinal. Indivíduo pode apresentar enterite catarral, hemorragias e microulcerações, enterite edematosa (síndrome da má absorção) e enterite ulcerada, que pode se agravar, evoluindo para um íleo paralítico, que, por sua vez, conduz para uma autoinfecção interna ou endógena. Os sinais mais comuns são dor no hipocôndrio, causada por úlcera gástrica, diarreia, fraqueza, emagrecimento, irritabilidade, insônia, entre outros. A nível laboratorial, apresenta-se anemia hipocrômica e eosinofilia. Geografia Presente no mundo inteiro. Sua importância é pela perda de dias produtivos pelos indivíduos infectados. É uma doença negligenciada. Mesmo em países desenvolvidos há relatos relacionados a agricultores e imigrantes. Mais comum em agricultores e em moradores do campo que não utilizam calçados. Relacionada com hábitos de higiene inadequados e condições sanitárias precárias. Diagnóstico Diagnóstico clinico: inespecífico Diagnóstico laboratorial: Exame de fezes o Busca a larva r. o Necessário amostra seriada o Se baseia no hidrotropismo e termotropismo das larvas Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 37 Coprocultura o Cultivo das larvas baseado no seu ciclo indireto o Indicado quando o exame de fezes é consistentemente negativo ou o material fecal é escasso o Limitado pela demora Pesquisa de larvas em secreções: dependendo dos sintomas pode-se utilizar certas secreções, como escarro, lavado pulmonar, urina, liquido pleural Endoscopia: recomendado quando o paciente está com uma infecção maciça e alterações no duodeno e jejuno Hemograma: taxa de eosinofilia elevada Diagnostico por imagens: identificar a síndrome de Loeffler e outras manifestações Métodos imunológicos Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 38 Tricuríase Agente Etiológico Trichuris trichiura Ciclo Biológico Machos e fêmeas no ceco => eliminação de ovos nas fezes => ovo torna-se embrionado => ovo embrionado contamina água e alimentos => ingestão dessa água e alimentos => estomago => eclosão da larva no duodeno => migração para o ceco => diferenciação => acasalamento e postura dos ovos PPP: um mês Ciclo: monóxeno Formas Biológicas Adulto o Medem de 3-5 cm o Machos < Fêmeas o Parte anterior mais fina e posterior mais grossa o No macho, parte posterior recurvada ventralmente o Habitat: intestino grosso Ovo o Estilo “bandeja” o Formato elíptico o Poros salientes e transparentes o “Barril com tampas de cristais” o Três camadas distintas Transmissão Os ovos eliminados pelo hospedeiro por meio das fezes contaminam o ambiente. Como os ovos são viáveis durante muito tempo, tornam a transmissão fácil. Ela ocorre por ingestão de ovos embrionados e infectantes. A geofagia também é uma forma de transmissão, sobretudo em crianças. Patogenia e Quadro Clínico Lesões traumáticas discretas e localizadas podem aparecer nos locais de fixação dos vermes. O processo inflamatório geralmente se restringe ao epitélio. Pode aumentar o peristaltismo e diminuir a absorção de líquidos por consequência, o que acarreta perda de peso, desidratação e episódios de diarreia. Muitos pacientes são assintomáticos. Infecções moderadas vão apresentar dor e distensão abdominal, diarreia, astenia e perda de peso. Já em infecções intensas pode-se apresentar também tenesmo e prolapso retal (parte retal externalizada), por aumento do peristaltismo, podendo se visualizar os vermes fixados nessa parte externalizada. Geografia Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 39 Estudos mostram que é comum o indivíduo estar parasitado por mais de um helminto, sendo comum a associação do T. trichiura com o A. lumbricoides. Mais comum em crianças, com idade inferior a 15 anos. A viabilidade dos ovos e a facilidade de transmissão são importantes fatores para a ampla prevalência. Diagnóstico Diagnóstico clínico: é inespecífico, haja vista que muitos indivíduos são assintomáticos e que os sintomas são amplos e pouco específicos. Diagnóstico laboratorial: o mais comum é o exame parasitológico de fezes, para demonstrar os ovos. Pode-se fazer colonoscopia ou anoscopia para visualização dos parasitos na mucosa do intestino. Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 40 Teníase Introdução Cestoda São parasitos obrigatórios de ciclo monoxêno. Sem sistemas digestivo e circulatório, alimentação por absorção de alimentos, são hermafroditas - reprodução por autofertilização ou cruzada - larvas de desenvolvimento avançado. Adultos no tubo digestivo dos hospedeiros, podem estar mergulhados na luz intestinal ou com o escólex inserido entre as vilosidades intestinais. Todas essas características fazem com que esse semestre adultos permaneçam longos períodos no trato intestinal do hospedeiro definitivo, o homem. Sobrevive em ambiente anaeróbio, usando CO2 e O2 se disponíveis. Faz absorção de nutrientes por pinocitose, difusão e transporte ativo. Verme achatado dorsoventralmente. Na região anterior há uma dilatação, o escólex, onde pode se encontram os órgãos de fixação, que variam entre as espécies de tênia: sulcos, ventosas musculares ou rostelo armado com ganchos. Todas essas estruturas são importantes para a identificação. Logo abaixo dessa dilatação há o colo, desprovido de segmentação, que compreende a região de crescimento. O estróbilo é a sua parte segmentada, dotado de proglótides, que podem ser imaturas, maduras e gravídicas. Quando mais distal, mais desenvolvida a proglótide. Apólise é o desprendimento das proglótides gravídicas. “Rosto/rostelo armado” refere à presença de acúleos. A T. soluim e a T. saginata possuem quatro ventosas, porém somente a primeira apresenta rostelo armado. Esse grupo possui várias formas larvais: Cisticercoide: com escólex invaginado e acúleos no apêndice (Hymenolipsis spp.) Cisticerco: com vesículas bem desenvolvidas e o escólex invaginado(Taenia spp.) Hidátide: com escólides invaginados a partir de vesículas prolígeras geradas na parede do cisto (Echinococcus spp.) Agente Etiológico Taenia soluim => H.I.: porco Taenia saginata => H.I.: vaca Ciclo Biológico H.I. Eliminação de proglotes grávidas => liberação de ovos no solo* => contaminação do solo => hospedeiro intermediário ingere os ovos => embrióforos se rompem => oncosfera se liberta => penetração nas veias => caem na circulação sanguínea => transporte para o lugar de fixação (por bloqueio de capilar) => atravessam a parede do vaso e se instalam, preferencialmente nos músculos (cisticerco) H.D. Ingestão da carne contendo cisticercos => cai no estomago => evagina-se => vai para o intestino delgado => fixa-se a mucosa por meio dos escólex => três meses depois começa a liberação das proglotes grávidas Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 41 Formas Biológicas Verme adulto T. solium T. saginata Escólex Globoso Com rostro Dupla fileira de acúleos Quadrangular Sem rostro Sem acúleos Proglotes Ramificações uterinas pouco numerosas Tipo: dendriticas Saem passivamente com as fezes Poro genital não proeminente Ramificações uterinas muito numerosas Tipo: dicotômicas Saem ativamente pelas fezes Poro genital mais proeminente Cisticerco: enquanto o cisticerco da T. soluim possui acúleos, o cisticerco da T. saginata não os possuem. Ovos: são indistinguíveis. Denominação: ovos de Taenia spp. Transmissão A transmissão ocorre pela ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cisticercos viáveis. Patogenia e Quadro Clínico Depende da carga parasitária, que, nesse caso, refere-se ao tamanho de verme e não ao número de exemplares. A maioria é assintomática, mas ainda é possível a observação de proglótides nas fezes. Quando sintomáticos, apresentam: cefaleia, constipação, vertigem, diarreia, prurido anal (quando contaminados com T. saginata) Pode ocorrer complicações, como apendicite gerada por proglótides ectópicas. Obstrução Intestinal devido ao seu tamanho, relação da alça intestinal e o tamanho e/ou disposição do verme (massa de estróbilo se enrosca com o peristaltismo). Obstrução Brônquica, na qual há regurgitação, em virtude do peristaltismo alterado e agitado, e aspiração de proglótide, embora seja raro. Pode acarretar desnutrição quando associado a outras parasitoses. Medicação gera morte da tênia para relaxamento muscular, mas causa, como efeito lateral, náuseas, podendo ocorrer regurgitação, dependendo da resposta sensitiva do indivíduo. Geografia No Brasil, a teníase é endêmica nos está de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Dados oficiais são viciados, não traduzem o real índice de condenação, uma vez que não são feitos com a população geral e, sim, em abatedouros de alto nível. Locais onde há alta incidência de animais com cisticercose coincidem com aqueles que possuem alto índice de teníase e cisticercose em humanos. Diagnóstico Diagnóstico clínico: difícil devido a inespecificidade dos sintomas Diagnóstico laboratorial Diagnóstico genérico: exame parasitológico de fezes e fita adesiva (ou método de Graham) Diagnóstico específico: tamização: peneiração para recolher proglotes e analisar as ramificações uterinas Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 42 Cisticercose Agente Etiológico Cysticercus cellulosae Ciclo Biológico O homem vira H.I. Ingestão de ovos viáveis de T. soluim => ovos eclodem no estomago => as oncosferas invadem a mucosa do intestino delgado => veia => sistema porta => fígado => coração => pulmão => aorta => órgãos (mais comuns: olhos, cérebro e músculos) => calcificação depois de um período de tempo Formas Biológicas As mesmas formas da teníase, só que esse helminto não completa o ciclo de vida, logo não vira adulto. Transmissão A transmissão se dá pela ingestão de ovos viáveis da T. solium. Ainda não foi comprovado a possibilidade dos de T. saginata causarem cisticercose. É importante saber a espécie que causou a teníase, pois caso seja por T. solium é alta a possibilidade dos outros moradores do domicílio estarem com cisticercose. Patogenia e Quadro Clínico É uma doença pleomórfica devido a possibilidade do cisticerco alojar-se em diversos órgãos e tecidos, mas três formas merecem destaques: Cisticercose muscular o Geralmente é assintomática o Os cisticercos se instalam na sob a pele, desenvolvem-se e, depois, morrem e se calcificam o Quando eles se instalam na musculatura esquelética, podem causar dor, fadiga e cãibras Cisticerco ocular o O cisticerco se instala na retina por meio dos vasos da coroide o A larva se desenvolve ali causando a perfuração do humor vítreo o As consequências são: Opacificação do humor vítreo Perda parcial ou total da visão Pode levar a opacificação do cristalino (catarata) Neurocisticercose (NCC) o Depende de uma série de fatores, logo não há um quadro patognomônico definido Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 43 o Os cisticercos podem ser responsáveis por uma serie de processos compressivos, vasculares e obstrutivos o A NCC parenquimatosa é associada a um bom prognostico, a maioria é assintomática, mas alguns podem desenvolver crises epiléticas o Quando alojados nos ventrículos, causam a síndrome da hipertensão intracraniana (HIC) o Possui um elevado índice de letalidade Geografia Como a cisticercose é causada pela ingestão de ovos da T. solium, possui a mesma epidemiologia. Merece destaque, ainda, a heteroinfecção dentro de um domicilio que possui uma pessoa com teníase. Diagnóstico Diagnóstico clínico: se baseia na observação de sinais clínicos e em uma boa anamnese, para verificar pessoas com teníase na mesma residência e a epidemiologia. Diagnóstico laboratorial: não é possível realizar o exame de fezes, pois não há a liberação de ovos. O mais indicado são exames imunológicos como ELISA e o EITB. Diagnóstico por imagem: é um dos meios mais confiáveis para diagnosticar a cisticercose, no entanto ainda é de difícil acesso. O melhor método é a ressonância magnética ($$$), seguida da tomografia ($$) e por último o raio-x ($). Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 44 Himenolepíase Agente Etiológico Hymenolepis nana (Tênia anã) Ciclo Biológico Ciclo monoxênico Ovos eliminados nas fezes => Ingestão => intestino delgado com eclosão da oncosfera => penetra nas vilosidades do jejuno e do íleo => larva cisticercoide => depois de 10 dias => larva desenvagina- se e fixa-se na mucosa intestinal => vira adulta => eliminação de ovos Ciclo heteroxênico Ovos eliminados nas fezes => contaminação de insetos => cisticercoide no inseto => ingestão do inseto com cistercoide => larvas chegam ao intestino delgado => desenvagina-se e fixa-se na mucosa intestinal => vira adulta => eliminação de ovos Formas Biológicas Adultos o 3 a 5 cm o Escólex com quatro ventosas e um rostro retrátil armado com ganchos o Muitas proglótides Ovos o Semi-esféricos o Membrana externa delgada envolvendo um espaço claro o Membrana interna envolvendo a oncosfera, com mamelões claros em posições opostas o “Chapéu mexicano visto de cima” Larva o Pequena o Escólex invaginado Transmissão A transmissão ocorre pela ingestão de ovos viáveis. Isso pode ocorrer na ingestão de alimentos e água contaminadas, bem como em hábitos diários (levar a mão a boca). Patogenia e Quadro Clínico Os sinais clínicossão raros. Somente em infecções maciças podem ocorrer sintomas, como diarreia, desconforto abdominal e ataques epileptiformes. A diarreia resulta das lesões causadas pelos vermes quando se fixam as vilosidades. Manifestações cutâneas podem ocorrer, mas são raras. Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 45 Epidemiologia Ampla distribuição mundial, isso ocorre porque o parasito possui ciclo direto, facilitando a disseminação. Outro fator é o curto ciclo de vida desse helminto, fazendo com que os ovos estejam disponíveis rapidamente para novas contaminações. Diagnóstico Diagnóstico clínico É de pouca utilidade e difícil Diagnóstico laboratorial O mais indicado é fazer o exame parasitológico de fezes, respeitando o PPP. Pode-se usar métodos de concentração para auxiliar em infecções com baixa carga parasitária. Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 46 Hidatidose Agente Etiológico Echinococus granulosus Ciclo Biológico Ovos eliminados nas fezes de cães contaminados => ingestão => embrióforo é semi-digerido no estômago => no duodeno libera a oncosfera => oncosfera penetra na mucosa intestinal => caem na circulação sanguínea => chega ao fígado e pulmão, principalmente => após seis meses cisto hidático está maduro => no ciclo normal esse cisto infectaria ovinos e quando ingerido daria origem a vermes adultos Formas Biológicas Verme adulto o Cestoide muito pequeno o Escólex globoso ou piriforme, com quatro ventosas e um rostro armado o O colo é curto (região de crescimento) o Estróbilo pequeno, constituído de 3-4 proglotes A 1ª é imatura A 2ª é madura, com órgãos genitais masculinos e femininos Na 3ª está localizado o útero Ovos o São ligeiramente esféricos o Membrana externa espessa chamada embrióforo. No interior há a oncosfera Cisto hidático o As dimensões variam de acordo com a idade do cisto o Externamente, o cisto encontra-se envolvido por uma camada espessa de tecido resultante da reação do hospedeiro (membrana adventícia) o O cisto contém: a- membrana adventícia b- membrana anista c- membrana prolígera d- vesícula prolígera e- escólex ah- areia hidática Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 47 Transmissão Os cães contraem os parasitos ao ingerirem vísceras dos hospedeiros intermediários contendo cistos férteis. Já os hospedeiros intermediários adquirem a hidatidose ao ingerirem os ovos eliminados no ambiente pelos cães. Nos humanos ocorre principalmente na infância, quando há um maior contato com os cães. Patogenia e Quadro Clínico Como a evolução do cisticerco é lenta, as lesões e sintomas podem demorar anos para se manifestarem. A patogenia dependerá dos órgãos afetados, se for um cisto pequeno no fígado ou no pulmão pode até não manifestar sintomas, mas um cisto no cérebro causará sintomas na maioria dos casos. Quando há ruptura do cisto, há uma grande chance de agravo no prognostico, haja vista que isso espalhará novos cistos pelo corpo. São quatro as principais manifestações: Hidatidose hepática: pode ocorrer a compressão do parênquima, vasos e vias biliares. Os sintomas são distúrbios gástricos, sensação de plenitude e em casos mais graves pode ocorrer congestão portal e estase biliar. Hidatidose pulmonar: como o parênquima oferece pouca resistência ao crescimento do cisto, ele pode atingir grandes dimensões, comprimindo brônquios e alvéolos. As manifestações clinicas mais relatadas são cansaço, dispneia e tosse. Hidatidose cerebral: é rara. O tecido cerebral apresenta pouca resistência e os cistos evoluem rápido, com sintomas neurológicos de acordo com a localização dos cistos Epidemiologia A manutenção dessa parasitose está associada ao hábitos da população rural em alimentar os cães com restos das vísceras de animais abatidos, isso favorece o ciclo biológico do helminto. Isso ocorre principalmente na fronteira do rio grande do sul com o Uruguai, local onde se tem uma tradição de pastoreio de ovelhas com cães. Diagnóstico Diagnóstico clínico As manifestações clinicas, quando presente são causadas pelo crescimento dos cistos, que leva a compressão de um órgão ou estrutura. Nos exames físicos, pode-se achar massas palpáveis semelhantes a tumores. Em áreas endêmicas, isso associado a manifestações pulmonares ou hepáticas são indícios de hidatidose. Diagnóstico laboratorial A maioria dos exames são imunológicos, como ELISA, mas ainda há problemas de com reações cruzadas. Em caso de suspeita de rompimentos do cisto pulmonar, deve-se pedir exame do material de expectoração Métodos de imagem São bons artifícios, pois possibilitam o diagnóstico e a localização do cisto. A radiografia é uma aliada fundamental, assim como a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 48 Esquitossomose Agente Etiológico Schistosoma mansoni Ciclo biológico Ovo com miracídio eliminado nas fezes => ovos alcançando a água => miracídio penetra em um caramujo do gênero Biomphalaria spp. => esporocisto no caramujo => cercárias saem do caramujo => cercária penetram em um novo hospedeiro => caem no sistema porta => chegam ao pulmão => coração => fígado => se instalam nas veia mesentérica inferior do fígado => cópula => postura de ovos => fatores* => ovo para a luz intestinal => se unem ao bolo fecal => ganham o ambiente externo *Fatores: os fatores que levam os ovos a penetrarem pela mucosa intestinal são: o Reação inflamatória é um dos fatores que aumentam a pressão dentro das veias e forçam os ovos através do epitélio o Pressão dos ovos que são postos enfileirados e muito juntos, chamado de “bombeamento” o Enzimas proteolíticas produzidas pelo miracídio (dentro do ovo) Formas Biológicas Vermes adultos o Machos Medem cerca de 1 cm Cor esbranquiçados Mais robusto Apresenta o corpo dividido em duas porções: Anterior: encontramos a ventosa oral e a ventosa ventral (acetábulo) Posterior: encontramos canal ginecóforo (dobras laterais do corpo para albergar a fêmea durante a cópula o Fêmea Mais fina Mede cerca de 1,5 cm Na metade anterior temos a ventosa oral e o acetábulo o Ovo Apresenta um espículo Apresenta um miracídio no interior o Miracídio Apresenta cílios ao redor do corpo Otávio Moreli C. Monteiro Medicina 2022 - UFMS 49 A extremidade anterior apresenta uma papila apical ou terebratorium o Cercária Cauda bifurcada A cauda se perde após a penetração no hospedeiro Transmissão A forma mais comum é a penetração ativa das cercárias pela pele e mucosa. Os locais mais comum são as pernas e pés. Nessa parasitose há a famosa “lagoa de coceira”, na qual há um reservatório de cercarias, nessas reservas hídricas há os três fatores para a disseminação da doença: parasito, hospedeiro intermediário e hospedeiro definitivo. Patogenia e Quadro Clínico Está ligado a fatores inerentes ao parasito e ao hospedeiro. Os sintomas estão ligados as formas biológicas. Cercária o Dermatite cercariana o “Sensação de comichão”, erupção urticariforme, eritema, edema, pequenas pápulas e dor o Um processo imunoinflamatório importante, pois diminui o número de parasitos que o hospedeiro adquire Vermes Adultos o Os vermes vivos não causam lesões por monta o Os vermes mortos podem provocar lesões extensas o Os vermes adultos espoliam o hospedeiro Ovos o A patogenia mais comum é o granuloma hepático o O granuloma
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