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Aula 07 Parte 02

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL PARA POLÍCIA FEDERAL E POLÍCIA CIVIL DF 
1 
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PRINCÍPIOS PARA SOLUÇÃO DE CONFLITOS APARENTE DE NORMAS 
PENAIS 
28. É muito comum na análise de um fato criminoso ou contravencional 
ficarmos em dúvida sobre qual norma aplicar, ou seja, decidirmos o tipo penal 
mais adequado ao fato. Veja, por exemplo, a conduta da mãe que mata o 
próprio filho recém nascido sob a influência do estado puerperal. Bom, 
aparentemente duas normas parecem ser adequadas para tipificar a conduta 
da autora, a do art. 121 (“matar alguém”) e a do art. 123 (“matar, sob a 
influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após”). 
De fato, a mãe não deixa de “matar alguém”, no entanto o art. 123 representa 
melhor o fato concreto analisado. Talvez você não tenha percebido, mas foi 
aplicado um princípio para resolver esse aparente conflito entre os dois artigos. 
29. Os princípios que solucionam o conflito aparente de normas são os 
seguintes: 
a. consunção; 
b. alternatividade; 
c. subsidiariedade; 
d. especialidade. 
Para memorizar: C.A.S.E. (OU S.E.C.A.) 
 ( FCC - 2009 - MPE-SE - Analista do Ministério Público) Para a solução 
de questões relacionadas a conflito aparente de normas, cabível a 
adoção do princípio da 
a) subsidiariedade. 
b) fragmentariedade. 
c) anterioridade. 
d) tipicidade. 
e) culpabilidade. 
 
 
 
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Resposta: A 
28. Princípio da especialidade (Lex specialis derogat generali”) 
O princípio da especialidade impõe que normas especiais (específicas) 
prevalecem sobre normas gerais. Mas, o que seriam as “normas especiais”? 
Dizemos que uma norma é especial quando ela possui todos os elementos da 
geral com mais alguns detalhes que a fazem mais específica. Falei agora a 
pouco do infanticídio, lembra-se? Pois então, perceba que o infanticídio é um 
“matar alguém” mais específico (especial). Ou seja, não é matar “qualquer 
pessoa”, mas sim o próprio filho (detalhe 1) e durante o estado puerperal 
(detalhe 2). Perceba, deste modo, que o infanticídio possui detalhes que o 
torna especial em relação ao homicídio. 
O professor Fernando Capez dá o seguinte exemplo que vou repetir aqui por 
ser muito ilustrativo: a norma geral é uma caixa. A norma especial é a mesma 
caixa, agora com um laço vermelho (com um detalhe especial). 
29. A comparação entre as duas normas independe de um caso concreto. 
Posso dizer, apenas ao ler as duas normas, que uma é especial em relação à 
outra. Veja outros exemplos: a) o tráfico de drogas é especial em relação ao 
contrabando; b) O crime militar é especial em relação ao crime comum; c) o 
homicídio culposo no trânsito é especial em relação ao crime de homicídio 
culposo comum; d) o dano ao meio ambiente é especial em relação ao dano 
comum e) o crime qualificado é especial ao crime básico (ex.: furto qualificado 
pelo arrombamento e furto simples) etc. A norma especial pode ou não ser 
mais gravosa do que a norma geral. 
( MPE-SP - 2010 - MPE-SP - Promotor de Justiça-adaptada) Segundo o 
princípio da especialidade, a norma específica derroga a norma geral, 
ainda que aquela contenha conseqüências penais mais gravosas. 
 
 
 
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Resposta: correto 
30. Princípio da subsidiariedade (Lex primaria derogat subsidiariae) 
Norma subsidiária é o mesmo que norma secundária. O tipo subsidiário cabe 
dentro do tipo primário. No exemplo das caixinhas, o tipo subsidiário está 
dentro da caixinha maior (a norma primária). Não existe relação de 
especialidade, mas sim de primariedade. 
Veja, como exemplo, o crime de roubo. O roubo nada mais é do que uma 
subtração com violência ou ameaça. Então, dentro do crime de roubo eu vejo, 
pelo menos, três tipos secundários (o furto, a lesão corporal e a ameaça). 
Esses três cabem dentro do crime de roubo, que é mais amplo. Veja outros 
exemplos: a) crime de lesão corporal cabe dentro do crime de homicídio; b) o 
crime de porte de arma cabe dentro do disparo de arma de fogo; c) o crime de 
constrangimento ilegal cabe dentro do crime de estupro etc. 
28. É muito importante observar que a análise do princípio da 
subsidiariedade depende do caso concreto, ao contrário do princípio da 
especialidade. Isso porque vai depender muito da vontade do agente e da 
circunstância dos fatos. Se José dispara um tiro contra João, devemos analisar 
aspectos como: o dolo, o manuseio da arma, o motivo pelo qual José estava 
portando tal arma. 
29. Vamos criar algumas hipóteses: 
1ª José possui autorização para porte de arma e a estava limpando quando 
acidentalmente efetuou um disparo contra João, ferindo-o: disparo de arma de 
fogo x tentativa de homicídio x lesão corporal. No caso, não houve dolo de 
matar (afasta-se a tentativa de homicídio), mas houve a lesão. Restaram duas 
normas (disparo x lesão). Veja que o disparo foi uma passagem para a lesão 
culposa. No caso concreto, o disparo está dentro da lesão por disparo. Regra: 
norma primária absorve a secundária. Por qual crime José responderá? Pela 
norma primária (mais ampla), qual seja, a lesão culposa. 
 
 
 
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2ª José com dolo de matar efetua disparo contra José, matando-o: disparo de 
arma de fogo X homicídio por disparo. Prevalece o homicídio. 
3ª José dispara contra João com dolo de matar, sem acertá-lo: disparo x 
periclitação à vida x tentativa de homicídio: o disparo e a periclitação estão 
dentro da tentativa de homicídio. 
4º José porta a droga com ânimo de usá-la x José porta a droga com ânimo de 
vendê-la: o porte para uso está dentro do porte para venda. 
Poderíamos criar milhares de situações com o referido princípio. Veja que a 
norma secundária fica ali de reserva, caso a norma primária não seja aplicável. 
É por esse motivo que a doutrina chama a norma secundária de “soldado de 
reserva”. 
30. Apesar de não ser obrigatório que isso ocorra, algumas vezes a própria 
lei expressa a subsidiariedade. Ou seja, a própria norma reconhece 
expressamente seu caráter subsidiário. Exemplos: o tipo penal previsto no art. 
132 do CP (Perigo para a vida ou à saúde de outrem) estabelece que “se o fato 
não constitui crime mais grave”; o art. 129, § 3º (lesão corporal seguida de 
morte), dispõe que “as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o 
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo”. Claro, porque se ele quis ou 
assumiu o risco do resultado, estamos falando de homicídio e não de lesão 
seguida de morte. 
31. Princípio da consunção (Lex consumens derogat consumptae) 
O princípio da consunção (ou absorção) é utilizado para resolver as situações 
de: a) crime progressivo; b) progressão criminosa; c) crime complexo. 
Eu, particularmente, penso que o princípio da consunção é uma consequência 
dos princípios da especialidade e da subsidiariedade, tanto que os exemplos 
são muito semelhantes. No entanto, a doutrina ensina que na subsidiariedade 
comparam-se os fatos concretos para depois comparar as normas. Na 
especialidade somente se comparam as normas, sem fato concreto. Já na 
 
 
 
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consunção comparam-se apenas os fatos concretos, sem dar bola para a 
norma. 
Eu acho isso muito confuso. De qualquer forma, vamos ver como o princípio é 
aplicado e, assim, fica mais fácil entendê-lo.Vamos lá! 
28. Crime progressivo: para alcançar um crime “X” o agente, 
necessariamente, terá que passar pelo crime “Y” menos grave que o primeiro. 
Para matar, primeiramente ele terá que ferir. Veja que o dolo é de matar, mas 
ele deve progredir com as lesões até chegar ao resultado desejado. Nesse 
caso, ele responde apenas pelo crime que ele pretendeu, pois a lesão ficará 
absorvida. 
( MPE-SP - 2010 - MPE-SP - Promotor de Justiça-adaptada) Segundo o 
princípio da consunção, na hipótese de crime progressivo, as normas 
que definem crimes mais graves absorvem as de menor gravidade. 
Resposta: correto. 
 ( FCC - 2010 - DPE-SP - Defensor Público) A absorção do crime-meio 
pelo crime-fim configura aplicação do princípio da 
a) sucessividade. 
b) alternatividade. 
c) consunção. 
d) especialidade. 
e) subsidiariedade. 
Resposta: C 
29. Crime complexo: é o que resulta da união de mais de um crime. 
Exemplo: furto + ameaça = roubo. Nesse caso, as partes ficam absorvidas 
pelo todo. 
 
 
 
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30. Progressão criminosa: compreende três situações: 
a. Progressão criminosa propriamente dita: nessa hipótese, o agente 
pretende praticar um crime “X”. Após, resolve progredir para um crime mais 
grave. Exemplo: José, após lesionar João, decide matá-lo. Veja que há duas 
situações bem definidas e dois dolos (de ferir e de matar), o que não ocorre 
com o crime progressivo (quando a vontade é uma só). Apesar de existirem 
dois fatos bem distintos, o agente somente responde pelo resultado final. 
Interessante que, ao tempo que escrevo esta aula, a TV está ligada no 
programa do Datena (ótimo para pegar exemplos, hehe). O programa está 
mostrando um clássico exemplo de crime progressivo. Um rapaz é espancado 
por dois sujeitos que saem do local. Poucos instantes depois, retornam em 
uma moto e matam a vítima com um disparo de arma de fogo. Irão responder 
apenas pelo homicídio. 
b. Fato anterior (“ante factum”) não punível: são os atos preparatórios 
puníveis que ficam absorvidos pelo crime fim. Exemplo: o porte de arma de 
fogo em relação ao disparo. O primeiro fica absorvido pelo segundo. Cuidado 
com esse exemplo, pois se entende que somente ocorrerá a consunção se o 
porte foi realizado apenas para efetuar os disparos. Desse modo, se João anda 
armado para cima e para baixo e, eventualmente, resolver efetuar um disparo 
em via pública, responderá pelos dois crimes. No entanto, se portou a arma 
especificamente para efetuar o disparo, o porte fica absorvido (ex.: na virada 
do ano José pega a arma de João para efetuar um disparo de comemoração). 
Outro exemplo: falsificação de documento fica absorvido pelo estelionato 
(Súmula 17 do STJ: “quando o falso se exaure no estelionato, fica por ele 
absorvido”). 
(FCC - 2009 - DPE-MA - Defensor Público) Na consideração de que o 
crime de falso se exaure no estelionato, responsabilizando-se o agente 
apenas por este crime, o princípio aplicado para o aparente conflito de 
normas é o da 
a) subsidiariedade 
 
 
 
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b) consunção. 
c) especialidade. 
d) alternatividade. 
e) instrumentalidade. 
Resposta: B 
c. Fato posterior (“post factum”) não punível: trata-se do que a doutrina 
denomina de “exaurimento do crime”. 
 A tendência do ladrão é vender a coisa subtraída. O sujeito que falsifica um 
documento, o faz para utilizá-lo para algum fim. Essas condutas posteriores ao 
fato, realizando nova ofensa contra o mesmo bem jurídico, buscando 
alguma vantagem com o crime anterior, podem ficar absorvidas. 
31. Princípio da alternatividade: alguns tipos penais trazem vários verbos 
para descrever a ação típica. O verbo do tipo representa o seu núcleo. Desse 
modo, tipos penais com vários núcleos são denominados de tipos mistos (de 
ação múltipla ou de conteúdo variado). Geralmente, esses tipos penais 
trazem a ideia de alternatividade, expressa no termo “ou” ou pela separação 
por vírgula. No artigo 33 da Lei de Drogas, por exemplo, temos o seguinte: 
“importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, 
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, 
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar”. O tipo traz, ao todo, dezoito verbos. Se o agente, em um 
mesmo contexto, importar cocaína, transportar esta droga para depois 
revender, terá praticado apenas um crime de tráfico. Isso ocorre porque nos 
crimes de tipo misto alternativo a norma descreve várias formas de realização 
da figura típica, em que a realização de uma ou de todas configura um único 
crime. 
 
 
 
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INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
32. O Direito Penal possui uma linguagem própria. A interpretação consiste 
na atividade de decodificar a norma penal, buscando seu exato alcance e 
significado. Essa interpretação deve ser orientada, como sempre, pelo princípio 
da legalidade, impedindo assim deturpações do sentido escrito no texto. 
33. Vamos tomar como parâmetro o crime de homicídio (“matar alguém”). 
Parece simples essa expressão “matar alguém”, não é mesmo? Se José dispara 
contra João, matando-o, temos a conduta de “matar alguém”. 
Ok, mas pense em outro exemplo: o médico José, ao perceber que João estava 
sem atividade cardíaca, aplica-lhe injeção letal, a pedido desde último que não 
desejava mais viver. Opa, se não havia mais atividade cardíaca, havia vida 
para ser ceifada? Ou seja, José matou João? 
Vou complicar um pouco: João estava sem atividade cerebral, mas ainda havia 
batimentos cardíacos. E agora? Mudou alguma coisa? 
Para entender o sentido e alcance da expressão “matar alguém” devemos 
aplicar técnicas de interpretação. 
a. A primeira delas é a denominada interpretação gramatical, literal ou 
sintática: inicialmente, devemos entender o sentido literal das palavras. Essa 
interpretação é o ponto de partida, mas ela não é suficiente para resolver o 
problema. Ao aplicar a interpretação literal, sei que a lei descreve que alguém 
mata outra pessoa. Mas a interpretação literal é sempre insuficiente. Assim, o 
princípio in claris cessat interpretatio (não se interpreta o que está 
claro) não há como ser aplicado, pois não há lei tão suficientemente clara que 
não precise ser interpretada. 
( CESPE - 2008 - STF - Analista Judiciário - Área Judiciária) Segundo a 
máxima in claris cessat interpretatio, pacificamente aceita pela 
doutrina penalista, quando o texto for suficientemente claro, não cabe 
ao aplicador da lei interpretá-lo. 
Resposta: errado. 
 
 
 
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28. O segundo passo é interpretação lógica ou teleológica: devemos 
buscar a vontade da lei, atendendo-se aos seus fins e à sua posição dentro do 
ordenamento jurídico. No caso, devo considerar que o crime de homicídio é um 
delito contra a vida, descrito no art. 121 do CP. Sei, também, que a vida é um 
bem indisponível. Assim, pouco importa que a vítima do homicídio autorize sua 
morte (como nos exemplos de eutanásia). Ela não tem esse poder. A eutanásia 
fere a lógica do ordenamento jurídico brasileiro. 
Na interpretação lógica, o intérprete deve servir-se de todos os recursos 
disponíveis, como: a evolução histórica da lei; aanálise da lei em compasso 
com o momento histórico em que ela é aplicada (interpretação 
progressiva); direito comparado, ou seja, o tratamento do assunto em outros 
países; o significado de termos jurídicos ou extrajurídicos, como o conceito 
médico de vida e morte, o conceito de “veneno”, de “cheque”, de “mãe” etc.). 
No caso utilizado como exemplo, devo saber até quando uma pessoa pode ser 
morta. Antigamente, dizia-se que a pessoa estava morta após a “tríplice 
parada” (coração, respiração e cérebro). Atualmente, a Lei de Transplante de 
Órgãos (Lei nº 9.434/97) determinou que a retirada post mortem de tecidos, 
órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento 
deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e 
registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e 
transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos 
por resolução do Conselho Federal de Medicina. Para a lei, por conseguinte, a 
morte encefálica é o parâmetro legal para determinar o falecimento de uma 
pessoa, pouco importando que haja atividade cardíaca ou pulmonar. 
Ressalte-se que a interpretação lógica pode ser utilizada, inclusive, em 
prejuízo do réu. 
( FMP-RS - 2008 - MPE-MT - Promotor de Justiça) A interpretação 
analógica é permitida somente para beneficiar o acusado. 
Resposta: errado. 
 
 
 
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29. A interpretação da lei penal pode receber a seguinte classificação, 
dependendo de quem a realiza: 
a. Interpretação legislativa, contextual ou autêntica: é aquela 
realizada pelo próprio parlamento quando explica o termo de uma lei através 
de outra norma (ex.: o art. 327 do CP explica o conceito de “funcionário 
público”). Essa interpretação tem força vinculante. 
b. Doutrinária ou científica: sem força vinculante, realizada pelos 
doutrinadores e professores de Direito. Observe que a “exposição de motivos” 
da lei é considerada interpretação doutrinária, já que não faz parte da lei. 
(MPE-PB - 2010 - MPE-PB - Promotor de Justiça) A Exposição de 
Motivos do Código Penal é considerada pela Doutrina como uma das 
formas de interpretação autêntica e contextual da lei penal. 
Resposta: errado. 
CESPE - 2008 - STF - Analista Judiciário ) A exposição de motivos do 
CP é típico exemplo de interpretação autêntica contextual. 
Resposta: errado. 
c. Judicial ou jurisprudencial: é aquela realizada pelo Poder Judiciário na 
atividade judicante. Em regra, não tem força obrigatória, salvo em dois casos: 
coisa julgada material (que vincula as partes no caso concreto) e Súmula 
Vinculante (CF, art. 103-A e Lei 11.417/2006). 
(CESPE - 2008 - STF - Analista Judiciário) O presidente do STF, em 
palestra proferida em seminário para magistrados de todo o Brasil, 
interpreta uma lei penal recém-publicada, essa interpretação é 
considerada interpretação judicial. 
Resposta: errado. 
 
 
 
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30. Quanto ao resultado, a intepretação pode ser: 
a. Declaratória, declarativa ou estrita: a lei não é ampliada nem 
reduzida em seu sentido. Isso é quase impossível. Veja que , no caso do 
homicídio, o entendimento antigo (tríplice parada) aumentava o sentido da 
norma, enquanto que o posicionamento atual é mais restritivo. 
b. Extensiva: amplia-se o sentido da norma, respeitando sua lógica (ex.: o 
crime de bigamia pune também a poligamia; a extorsão mediante sequestro 
abrange a extorsão mediante cárcere privado). 
c. Restritiva: a vontade da lei é restringir, pois a lei disse mais do que 
queria dizer. 
1. ( CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Execução de 
Mandados) Por meio do princípio constitucional da irretroatividade da 
lei penal, veda-se que norma penal posterior incida sobre fatos 
 
 
 
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anteriores, assegurando-se, assim, eficácia e vigor à estrita 
legalidade penal. Nesse sentido, na Constituição Federal de 1988 
(CF), garante-se a ultratividade da lei penal mais benéfica. 
COMENTÁRIO: questão muito mal elaborada pelo CESPE. O erro da questão 
está em afirmar que o princípio da legalidade é irrestrito. Vimos que as 
normas temporárias e excepcionais não devem respeito à retroatividade ou 
ultratividade benéfica. 
Resposta: errado. 
2. ( VUNESP - 2011 - TJ-SP - Juiz) Antônio, quando ainda em vigor 
o inciso VII, do art. 107, do Código Penal, que contemplava como 
causa extintiva da punibilidade o casamento da ofendida com o 
agente, posteriormente revogado pela Lei n.º 11.106, publicada no 
dia 29 de março de 2005, estuprou Maria, com a qual veio a casar em 
30 de setembro de 2005. O juiz, ao proferir a sentença, julgou extinta 
a punibilidade de Antônio, em razão do casamento com Maria, 
fundamentando tal decisão no dispositivo revogado (art. 107, VII, do 
Código Penal). Assinale, dentre os princípios adiante mencionados, 
em qual deles fundamento tal decisão. 
a) Princípio da isonomia. 
b) Princípio da proporcionalidade. 
c) Princípio da retroatividade da lei penal benéfica. 
d) Princípio da ultratividade da lei penal benéfica. 
e) Princípio da legalidade. 
 
 
 
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COMENTÁRIO: na época do crime o CP previa uma causa extintiva de 
punibilidade posteriormente revogada. Como a lei era mais benéfica à época 
do crime, aplica-se o princípio da ultratividade da lei mais benéfica. 
Resposta: D 
3. ( CESPE - 2011 - TJ-ES - Comissário da Infância e da Juventude) 
Uma das funções do princípio da legalidade refere-se à proibição de 
se realizar incriminações vagas e indeterminadas, visto que, no 
preceito primário do tipo penal incriminador, é obrigatória a 
existência de definição precisa da conduta proibida ou imposta, sendo 
vedada, com base em tal princípio, a criação de tipos que contenham 
conceitos vagos e imprecisos. 
COMENTÁRIO: o preceito primário é a descrição típica (ex.: “matar 
alguém”). O preceito secundário é a pena cominada (ex.: reclusão de seis a 
doze anos). Quando o preceito primário é vago, indiretamente o princípio da 
legalidade fica ameaça (Lex certa). Assim, tal princípio veda a criação de tipos 
com conceitos duvidosos. 
Resposta: correto 
4. ( CESPE - 2009 - PGE-PE - Procurador de Estado-adaptada) Fere 
o princípio da legalidade, também conhecido por princípio da reserva 
legal, a criação de crimes e penas por meio de medida provisória. 
COMENTÁRIO: 
Resposta: correto 
5. ( MPE-SP - 2006 - MPE-SP - Promotor de Justiça) Em relação ao 
princípio da insignificância ou de bagatela, assinale a alternativa incorreta: 
a) seu reconhecimento exclui a tipicidade, constituindo-se em 
instrumento de interpretação restritiva do tipo penal. 
 
 
 
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b) somente pode ser invocado em relação a fatos que geraram 
mínima perturbação social. 
c) sua aplicação não é prevista no Código Penal, mas é amplamente 
admitida pela doutrina e jurisprudência. 
d) somente tem aplicabilidade em crimes contra o patrimônio. 
e) exige, para seu reconhecimento, que as conseqüências da conduta 
tenham sido de pequena relevância. 
COMENTÁRIO: vimos na aula várias situações em que se aplica o princípio 
da insignificância que não só crimes contra o patrimônio. 
Resposta:letra D 
6. ( FEPESE - 2010 - UDESC - Advogado) Assinale a alternativa correta. 
a) O princípio da humanidade das penas está consagrado na 
Constituição Federal. 
b) O princípio da aplicação da lei mais benéfica não é utilizado pelo 
direito penal. 
c) O princípio da intervenção mínima não se confunde com o principio 
da ultima ratio. 
d) Por força do princípio da insignificância não são punidos os crimes 
de menor potencial ofensivo. 
e) A existência de crimes funcionais ofende o princípio da igualdade. 
COMENTÁRIO: o princípio da humanidade prescreve que a finalidade da 
pena não é o sofrimento ou a degradação do apenado. O Estado não pode 
aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que lesionem 
a constituição físico-psíquica do condenado (Art. 5º, III da CF). 
 
 
 
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Resposta: letra A 
7. (CESPE - 2011 - PC-ES - Delegado de Polícia ) Segundo a jurisprudência 
do STF, é possível a aplicação do princípio da insignificância para crimes de 
descaminho, devendo-se considerar, como parâmetro, o valor consolidado 
igual ou inferior a R$ 7.500,00. 
COMENTÁRIO: vimos na aula que o entendimento do STF é que é possível a 
aplicação do princípio da insignificância para crimes tributários (inclusive 
descaminho), devendo-se considerar o valor de dez mil Reais como parâmetro. 
Resposta: errado 
8. ( CESPE - 2010 - DPU - Defensor Público) Considere a situação 
hipotética em que Ricardo, brasileiro, primário, sem antecedentes, 22 anos 
de idade, e Bernardo, brasileiro, 17 anos de idade, de comum acordo e em 
unidade de desígnios, tenham colocado em circulação, no comércio local de 
Taguatinga/DF, seis cédulas falsas de R$ 50,00, com as quais compraram 
produtos alimentícios, de higiene pessoal e dois pares de tênis, em 
estabelecimentos comerciais diversos. Considere, ainda, que, ao ser 
acionada, a polícia, rapidamente, tenha localizado os agentes em um ponto 
de ônibus e, além dos produtos, tenha encontrado, na posse de Ricardo, duas 
notas falsas de R$ 50,00 e, na de Bernardo, uma nota falsa de mesmo valor, 
além de R$ 20,00 em cédulas verdadeiras. Na delegacia, os produtos foram 
restituídos aos legítimos proprietários, e as cédulas, apreendidas. 
Nos termos da situação hipotética descrita e com base na 
jurisprudência dos tribunais superiores, admite-se a prisão em 
flagrante dos agentes, considera-se a infração praticada em concurso 
de pessoas e, pelas circunstâncias descritas e ante a ausência de 
prejuízo, deve-se aplicar o princípio da insignificância. 
 
 
 
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COMENTÁRIO: o princípio não tem sido aplicado a crimes contra a fé-pública, 
como na falsificação de moeda. O entendimento é que, ao falsificar a cédula, o 
agente desestabiliza a confiança que a população deposita em sua 
moeda, não se tratando, assim, da simples análise do valor material por ela 
representado. 
Resposta: errado 
9. ( CESPE - 2010 - TCE-BA - Procurador / Direito Penal / Princípios ) 
Considerando a interpretação do STJ e do STF a respeito da legislação penal 
extravagante, julgue os itens 
Considere que o prefeito de determinado município tenha emitido 
ordem de fornecimento de 20 L de combustível, a ser pago por esse 
município, a indivíduo que não era funcionário público nem estava 
realizando qualquer serviço público e que conduzia veículo privado nos 
termos da tipificação estipulada pelo Decreto-Lei n.º 201/1967. Nessa 
situação, segundo precedente do STJ, não se aplica o princípio da 
insignificância, pois, quando há crime contra a administração pública, 
o bem penal tutelado não é somente de ordem patrimonial, mas 
também relacionado à proteção da moral administrativa. 
COMENTÁRIO: conforme explicado na aula a banca avaliou a questão como 
correta, muito possivelmente fundamentada em decisão da época no STJ. 
(STJ, HC 115.562/SC, DJe 21/06/2010). No entanto, o STF já decidiu de 
forma diferente. No caso tratado pelo STF tratava-se de crime contra a 
Administração Pública Militar, o que, em tese, é até mais grave. 
resposta: correto. 
10. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público ) Em relação à aplicação do 
princípio da insignificância, segundo entendimento do STF, tal princípio 
qualifica-se como fator de descaracterização material da tipicidade penal. 
 
 
 
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Segundo entendimento do STJ, é possível a aplicação de tal princípio às 
condutas regidas pelo ECA. 
COMENTÁRIO: para o STF, os atos infracionais cometidos por menores (ECA) 
são passíveis de aplicação do princípio da insignificância, desde que 
preenchidos os requisitos legais (STF, HC 98381, DJe 19/11/2009). 
Resposta: correto. 
11. ( CESPE - 2010 - EMBASA - Analista de Saneamento - 
Advogado)Em virtude da aplicação do princípio da insignificância, o 
Estado, vinculado pelo princípio de sua intervenção mínima em direito 
penal, somente deve ocupar-se das condutas que impliquem grave 
violação ao bem juridicamente tutelado. 
COMENTÁRIO: é essa a essência do princípio da insignificância. Isso não 
quer dizer, contudo, que o fato não possa ter relevância para outros ramos do 
direito (administrativo, civil etc.). Ocorre que o Direito Penal deve ser o último 
recurso a ser aplicado (ultima ratio), justamente por ter medidas mais 
drásticas em relação às liberdades individuais. 
Resposta: correto. 
12. ( FCC - 2009 - TJ-MS - Juiz) O princípio de intervenção mínima do 
Direito Penal encontra expressão 
a) nos princípios da fragmentariedade e da subsidiariedade. 
b) na teoria da imputação objetiva e no princípio da fragmentariedade. 
c) no princípio da fragmentariedade e na proposta funcionalista. 
d) na teoria da imputação objetiva e no princípio da subsidiariedade. 
 
 
 
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e) no princípio da subsidiariedade e na proposta funcionalista. 
COMENTÁRIO: o princípio da intervenção mínima tem como aspectos o fato 
de que o Direito Penal representará apenas um fragmento das alternativas 
jurídicas (fragmentariedade) e pelo fato de que o Direito Penal só deve ser 
invocado se outros ramos do Direito não forem suficiente para a pacificação 
social (subsidiariedade). 
Resposta: A 
13. ( FCC - 2010 - DPE-SP - Defensor Público) O postulado da 
fragmentariedade em matéria penal relativiza 
a) a proporcionalidade entre o fato praticado e a consequência 
jurídica. 
b) a dignidade humana como limite material à atividade punitiva do 
Estado. 
c) o concurso entre causas de aumento e diminuição de penas. 
d) a função de proteção dos bens jurídicos atribuída à lei penal. 
e) o caráter estritamente pessoal 
COMENTÁRIO: conforme as palavras do prof. ALEXANDRE MAGNO 
FERNANDES MOREIRA AGUIA “é característica marcante do Direito em um 
Estado democrático é a sua fragmentariedade, ou seja, o ordenamento jurídico 
não deve se ocupar de todas as coisas e atos, o que, além de impraticável, 
resultaria em um regime de viés totalitarista, restringindo de forma brutal a 
liberdade e, por conseguinte, a dignidade humana.” Assim, a fragmentariedade 
em matéria penal relativiza a função de proteção dos bens jurídicos atribuída à 
lei penal. 
 
 
 
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Resposta: D 
14. ( CESPE - 2011 - PC-ES - Delegadode Polícia) Por incidência do 
princípio da continuidade normativo-típica, é correto afirmar que, no âmbito 
dos delitos contra a dignidade sexual, as condutas anteriormente definidas 
como crime de ato libidinoso continuam a ser punidas pelo direito penal 
brasileiro, com a ressalva de que, segundo a atual legislação, a denominação 
adequada para tal conduta é a de crime de estupro. 
COMENTÁRIO: o princípio da continuidade normativo-típica impede que um 
delito sofra abolitio, quando o tipo é apenas realocado dentro do Código Penal 
ou de outra lei penal. Com efeito, com a entrada em vigor da Lei nº 
12.015/2010 o crime de atentado violento ao pudor saiu do art. 214 do CP e 
passou a figurar no art. 213 do mesmo estatuto. Não houve revogação, 
portanto. 
Resposta: correto. 
15. ( FCC - 2009 - MPE-SE - Analista do Ministério Público) Para a solução 
de questões relacionadas a conflito aparente de normas, cabível a adoção do 
princípio da 
a) subsidiariedade. 
b) fragmentariedade. 
c) anterioridade. 
d) tipicidade. 
e) culpabilidade. 
COMENTÁRIO: só erra se quiser: SECA. 
Resposta: A 
 
 
 
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16. ( MPE-SP - 2010 - MPE-SP - Promotor de Justiça-adaptada) Segundo o 
princípio da especialidade, a norma específica derroga a norma geral, ainda 
que aquela contenha conseqüências penais mais gravosas. 
COMENTÁRIO: a norma especial derroga (afasta) a norma geral, mesmo que 
seja a pena mais gravosa. Isso ocorre porque a norma especial possui algum 
detalhe que se encaixa melhor no caso concreto. Não importa, portanto, que a 
lei especial seja mais ou menos grave que a geral. Militar que mata militar em 
serviço (homicídio militar) não vai responder por homicídio comum. 
Resposta: correto 
17. ( MPE-SP - 2010 - MPE-SP - Promotor de Justiça-adaptada) 
Segundo o princípio da consunção, na hipótese de crime progressivo, 
as normas que definem crimes mais graves absorvem as de menor 
gravidade. 
COMENTÁRIO: ocorre crime progressivo quando um delito é passagem 
necessária para outro mais grave (lesão corporal e homicídio). 
Resposta: correto. 
18. ( FCC - 2010 - DPE-SP - Defensor Público) A absorção do crime-meio 
pelo crime-fim configura aplicação do princípio da 
a) sucessividade. 
b) alternatividade. 
c) consunção. 
d) especialidade. 
e) subsidiariedade. 
 
 
 
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COMENTÁRIO: consunção significa “absorção”. O crime meio é o de 
passagem que comentamos acima. 
Resposta: C 
19. (FCC - 2009 - DPE-MA - Defensor Público) Na consideração de que o 
crime de falso se exaure no estelionato, responsabilizando-se o agente 
apenas por este crime, o princípio aplicado para o aparente conflito de 
normas é o da 
a) subsidiariedade 
b) consunção. 
c) especialidade. 
d) alternatividade. 
e) instrumentalidade. 
COMENTÁRIO: trata-se de um pós fato não punível. O estelionato, no caso, 
não existe sem o delito de passagem de falso. Perceba, apenas, que se o falso 
ainda tiver potencialidade lesiva deverá o agente responder por dois crimes em 
concurso material (somam-se as penas). Exemplo: se José falsificar um RG 
para se passar por João e, assim, praticar o estelionato, poderá reutilizar 
aquela indenidade várias vezes e para vários crimes (soma das penas). Ao 
contrário, se falsifica um cheque o passa para frente, não poderá utilizar esse 
documento em outro estelionato (responde apenas pelo estelionato). 
Resposta: B 
20. ( FMP-RS - 2008 - MPE-MT - Promotor de Justiça) A interpretação 
analógica é permitida somente para beneficiar o acusado. 
 
 
 
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COMENTÁRIO: como já tivemos a oportunidade de estudar, a interpretação 
analógica ocorre quando a lei apresenta um termo e permite que o intérprete, 
por analogia, amplie sua aplicação para situações semelhantes. O próprio 
dispositivo permite se aplique analogicamente o preceito mesmo que em 
prejuízo do réu. 
De tal modo, por exemplo, no estelionato: “Obter, para si ou para outrem, 
vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo alguém em erro, mediante 
artifício, ardil, OU QUALQUER OUTRO MEIO FRAUDULENTO” (art. 171 C. P.); 
utilizando o agente de “qualquer meio” semelhante a “artifício” ou “ardil”, pode 
ser tipificada a ação como estelionato, por interpretação analógica, pois o 
preceito do art. 171 expressamente o permite. 
Resposta: errado. 
21. (MPE-PB - 2010 - MPE-PB - Promotor de Justiça) A Exposição de 
Motivos do Código Penal é considerada pela Doutrina como uma das 
formas de interpretação autêntica e contextual da lei penal. 
22. CESPE - 2008 - STF - Analista Judiciário ) A exposição de motivos do CP 
é típico exemplo de interpretação autêntica contextual. 
COMENTÁRIO: a exposição de motivos nada mais é do que as justificativas 
do responsável pela elaboração da lei. Trata-se de documento que não faz 
parte dela, sendo apenas doutrinário. 
Resposta: errado. 
23. (CESPE - 2008 - STF - Analista Judiciário) O presidente do STF, em 
palestra proferida em seminário para magistrados de todo o Brasil, interpreta 
uma lei penal recém-publicada, essa interpretação é considerada 
interpretação judicial 
COMENTÁRIO: estava ele na posição de professor da matéria e não de Juiz. 
Resposta: errado. 
 
 
 
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24. ( CESPE - 2008 - STF - Analista Judiciário - Área Judiciária) Segundo a 
máxima in claris cessat interpretatio, pacificamente aceita pela doutrina 
penalista, quando o texto for suficientemente claro, não cabe ao aplicador da 
lei interpretá-lo. 
COMENTÁRIO: como vimos, não existe hipótese em que o texto é tão 
suficiente claro que não merece adequada interpretação. 
Resposta: errado.

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