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1 
 
 
1º Fórum de Atenção à APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO no 
SUS 
 
 
No dia 23 agosto de 2014 foi realizado na cidade de São Paulo o 1º. 
Fórum de Atenção à Apneia Obstrutiva do Sono. Participaram desse evento 
profissionais médicos de diversos estados da federação que atuam em 
medicina do sono inseridos no Sistema Único de Saúde. No programa desse 
evento foram abordados os seguintes temas: 
 Panorama atual da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono no Brasil 
(SAOS). 
 Apresentação de programas de atenção à SAOS que estão em 
funcionamento no SUS. 
 Discussão de dificuldades e desafios na atenção à SAOS no SUS. 
 Apresentação de um plano de ação para o enfrentamento da SAOS 
no SUS. 
Deste modo, esse documento irá discorrer sobre alguns tópicos relevantes 
acerca da SAOS e irá sintetizar os fatos ocorridos nesse evento. 
 
 
2 
 
1. Epidemiologia 
 
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é caracterizada por 
obstruções recorrentes das vias aéreas superiores durante o sono. A 
prevalência da SAOS é variável, em um estudo brasileiro na cidade de São 
Paulo a prevalência de SAOS foi estimada em 32,8% (1-6). Esse valor é 
superior ao outras doenças crônicas, como doença arterial periférica (7), 
epilepsia (8) e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (9). 
Hoje podemos fazer alguns estudos em relação ao impacto da SAOS na 
população brasileira. Assumindo que a estimativa do IBGE para população de 
brasileira em 2013 era de 201 milhões de pessoas, e que a prevalência da 
SAOS seja de 32,8% da população adulta. Possivelmente, em 2013, tínhamos 
algo próximo de 45 milhões de indivíduos com SAOS. Desse total, 
possivelmente metade apresentava a doença nos seus estágios moderado ou 
grave, ou seja, próximo de 23 milhões de pessoas no Brasil tem a Síndrome da 
Apneia Obstrutiva do Sono em intensidade modera ou grave, apresentando um 
alto risco para morte. Apesar desse número alarmante, pouca atenção tem sido 
dada a essa condição. 
 
 
 
3 
 
2. Manifestações clínicas 
 
 As manifestações relacionadas à SAOS são diversas, estando 
relacionadas na tabela 1. 
 
Tabela 1. Manifestações da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono 
Roncos Apneia presenciada 
Sonolência diurna excessiva Boca seca 
Noctúria Insônia 
Cefaleia matinal Alterações de humor 
Alterações cognitivas Redução de libido 
Pirose Engasgos 
Tosse Sono não reparador 
Sudorese Dispneia 
Irritabilidade Impotência 
 
 
 
4 
 
3. Consequências 
 
As principais consequências relacionadas à SAOS estão relacionadas 
no tabela 2. 
 
Tabela 2. Consequências da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono 
Aumento do risco de morte (10) 
Aumento do risco de acidentes automobilísticos (11) 
Associação com hipertensão arterial sistêmica (12, 13) 
Aumento do risco de arritmias cardíacas (14) 
Aumento do risco de morte súbita (15) 
Aumento do risco de doença coronariana isquêmica (16) 
Aumento do risco de acidente vascular cerebral (16) 
Aumento dos custos em saúde (17) 
Aumento do risco de insuficiência cardíaca (18, 19) 
Alterações da função endotelial (20) 
Redução da capacidade cognitiva (21-23) 
Redução da qualidade do sono (24) 
Redução da qualidade de vida (25) 
Associação com a síndrome metabólica (26) 
 
 
 
5 
 
4. Avaliação 
 
Existindo a suspeita de SAOS o paciente deve ser avaliado por meio de 
uma entrevista clínica e uma avaliação complementar. Essa última é realizada 
por meio de uma monitorização tipo 1, também conhecida como 
polissonografia (PSG), ou de uma monitorização tipo 3, também conhecida 
como avaliação cardiorrespiratória (MCR). 
 O exame de PSG consiste na avaliação de um conjunto de variáveis 
biológicas relacionadas ao sono, como: eletroencefalograma, 
eletrooculograma, eletromiograma mentoniano, ronco, fluxo aéreo, esforço 
respiratório, posição, eletromiograma em membros inferiores, saturação 
periférica de oxigênio e eletrocardiograma. Enquanto na monitorização 
cardiorrespiratória o número de variáveis avaliadas é menor, consistindo na 
avaliação dos seguintes parâmetros: ronco, fluxo aéreo, sensores de esforço 
respiratório, sensor de posição, saturação periférica de oxigênio e 
eletrocardiograma. A PSG de noite inteira realizada no laboratório de sono sob 
supervisão de um profissional habilitado é o método padrão ouro para 
avaliação (27). 
 
 
 
6 
 
5. Diagnóstico 
 
O diagnóstico da SAOS, segundo a 3ª. edição da Classificação 
Internacional dos Transtornos do Sono, consiste na presença dos critérios A+B 
ou C, conforme o tabela 3. 
 
Tabela 3. Critérios diagnósticos da Síndrome da Apneia Obstrutiva 
do Sono (SAOS) 
A Pelo menos 1 dos seguintes: 
 Queixas de sonolência, sono não restaurador, fadiga ou insônia. 
 Paciente acorda com apneia, engasgos ou sobressalto. 
 Parceiro relata ronco, apneias ou ambos durante sono. 
 Diagnóstico de HAS, depressão, disfunção cognitiva, doença 
coronariana, AVC, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e DM2. 
 
B. Polissonografia ou monitorização cardiorespiratória: 
Presença de 5 ou mais eventos respiratórios predominantes 
obstrutivos (apneias obstrutivas/mistas hipopneias e RERAS) por 
hora de sono na PSG ou por hora de monitorização na MCR. 
 
C. Polissonografia ou monitorização cardiorespiratória: 
Presença de 15 ou mais eventos respiratórios predominantes 
obstrutivos (apneias obstrutivas/mistas hipopneias e RERAS) por 
hora de sono na PSG ou por hora de monitorização na MCR. 
HAS: hipertensão arterial sistêmica; AVC: acidente vascular cerebral; DM2: diabetes mellitus 
tipo 2; RERAS: esforços respiratórios associados ao despertar; PSG: polissonografia; MCR: 
monitorização cardiorrespiratória. 
 
 
 
 
7 
 
6. Estratificação de gravidade 
 
 Para classificação de gravidade da SAOS utilizamos o índice de apneia 
e hipopneia do sono, conforme a fórmula abaixo: 
IAH = [(número de apneias + número de hiponeias) / número de horas de sono] 
Dessa forma, para estratificação da SAOS é necessário o exame 
complementar relacionado ao sono, e a condição pode ser graduada conforme 
o tabela 4. 
 
Tabela 4. Estratificação de gravidade na Síndrome da Apneia Obstrutiva 
do Sono (SAOS) 
SAOS leve IAH ≥ 5 e < 15 
SAOS moderada IAH ≥ 15 e < 30 
SAOS grave IAH ≥ 30 
IAH: índice de apneia e hipopneia 
 
 
 
 
8 
 
7. Tratamento 
 
 Em linhas gerais o tratamento pode ser divido em: 
 Medidas clínicas gerais: 
o Redução de peso 
o Terapia posicional 
o Tratamento de patologias do nariz 
o Medidas anti-refluxo 
o Eliminar o uso de substâncias com propriedades de 
relaxantes musculares (álcool e benzodiazepínicos) 
 Dispositivo intra-oral 
 Tratamento cirúrgico 
 Terapia miofuncional 
 Neuromodulação do nervo hipoglosso 
 Terapia com pressão positiva 
o Aparelho de pressão positiva contínua (CPAP) 
o Aparelho de pressão positiva em dois níveis (BIPAP) 
 
 
 
 
9 
 
8. Benefícios do tratamento com aparelhos de pressão positiva 
 
Abaixo estão relacionados os desfechos relacionados ao tratamento da 
SAOS com equipamentos de pressão positiva: 
 Redução da morte por causas diversas (10, 29) 
 Redução do número de mortes associados doença cérebro-
cardiovascular (16) 
 Redução do número de acidentes de trânsito (30) 
 Redução do número de eventos coronarianos e acidentes 
vasculares cerebrais não fatais (16) 
 Redução dos níveis pressóricos (13, 31, 32) Melhora do controle glicêmico (32) 
 Melhora da qualidade de vida (33) 
 Melhora da função cognitiva (34) 
 Redução da incidência de arritmias cardíacas (35) 
 Redução dos custos relacionados à saúde (36) 
 Redução dos custos relacionados a acidentes automobilísticos (36) 
 Redução dos custos relacionados a acidentes automobilísticos (36) 
 Melhora da função cardíaca (37) 
 
 
 
 
10 
 
9. Medicina do Sono no sistema público 
 
Por meio da portaria GS/SAS/No. 165 de 1998 foi regularizada o exame 
de PSG no SUS. Nesse documento foi criado um grupo de procedimentos na 
Tabela do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde 
(SIH/SUS) relacionada à PSG sob os códigos 81.500.19.0 e 81.300.20.2. 
Ademais, foi determinado que somente os Hospitais Universitários 
credenciados para alta complexidade em Neurocirurgia e que possuam 
profissionais com título de especialista em neurologia, psiquiatria, pneumologia, 
otorrinolaringologista (portaria 165 - 2013) bem como odontólogos com 
especialização em aparelhos intra-orais para apneias, possam realizar a PSG. 
De acordo com a resolução nº 267 de 15 de fevereiro 2008, que dispõe 
sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o 
credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e 
§§ 1º a 4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro, fica exigida a avaliação 
de transtornos do sono na renovação, adição e mudanças para as categorias 
C, D e E. Essa avaliação é composta pela análise de parâmetros subjetivos, 
como a sonolência diurna, e parâmetros objetivos, como o Índice de Massa 
Corpórea e o perímetro cervical. A critério médico, o condutor pode ser 
encaminhado para avaliação médica específica e realização do exame de 
PSG. 
Em 25 de novembro de 2013 foi oficializado um Grupo Técnico de 
Medicina do Sono na Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Estado de São 
Paulo. Ele é constituído por profissionais de saúde que participam dos serviços 
que prestam assistência em Medicina do Sono para SES. Suas atribuições 
estão relacionadas a 1) identificar objetivamente e dimensionar a Medicina do 
Sono no âmbito do SUS; 2) avaliar e quantificar a necessidade ampliação da 
assistência à Medicina do Sono no SUS; 3) criar protocolos clínicos relativos 
à polissonografia onde devem constar critérios objetivos de solicitação e 
encaminhamento para realização do exame; 4) criar protocolos de 
regulação de acesso, definindo competências dos serviços nos diferentes 
níveis hierárquicos de complexidade; 5) identificar as lacunas assistenciais 
decorrentes da carência do exame de polissonografia e da assistência em 
 
11 
 
MS. Dessa forma, esses objetivos delineiam uma estratégia da SES em 
relação à medicina do sono. 
 
Em meados de 2012 a Associação Brasileira do Sono iniciou o processo 
junto a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS a fim de 
incorporar o CPAP para tratamento da SAOS no SUS. O CPAP já é 
incorporado pelo SUS em algumas condições específicas, mas ainda não para 
a SAOS. 
 
 
 
 
 
12 
 
10. Programas regionais de assistência ao paciente com SAOS no SUS 
 
Foram identificados 10 serviços que realizam atendimento de pacientes 
com SAOS no SUS, sendo quatro no Estado de São Paulo e o restante nos 
Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Pernambuco, Ceará 
e o Distrito Federal. 
Em linhas gerais, o financiamento das atividades é realizado pela 
Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria Estadual de Saúde. O número 
médio de atendimentos realizados pelos centros ao ano foi de 663 pacientes, 
com centros atendendo crianças e adultos. Em relação ao exame diagnóstico, 
em 75% dos centros o procedimento é realizado em um local externo, sendo 
aceitos monitorizações tipo 1 e tipo 3. O tempo médio entre o diagnóstico e o 
início do tratamento com pressão positiva é de 3,6 meses, ou seja, 108 dias. 
No seguimento dos pacientes, em 80% dos serviços essa avaliação era 
realizada pelo próprio programa e em 20% esse serviço era realizado por uma 
equipe externa contratada, como distribuidores/revendas de equipamentos de 
pressão positiva. De uma maneira geral, as equipes eram constituídas por 
profissionais médicos e fisioterapeutas, também sendo observados a presença 
de enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, odontólogos, assistentes sociais e 
fonoaudiólogos. Em dois terços dos programas havia critérios de exclusão do 
projeto, ou seja, havia características que justificavam a retirada do 
equipamento de pressão positiva do paciente com SAOS, como a baixa 
adesão, o não comparecimento as consultas e a mudança de domicílio. 
Nos próximos parágrafos faremos uma descrição dos programas 
regionais de atendimentos aos pacientes com SAOS no SUS. 
 
a) Florianópolis – SC 
Início das atividades: 2009 
Órgão financiador: Secretaria Estadual de Saúde 
Equipe de atendimento: médico e fisioterapeuta 
Equipamentos oferecidos: CPAP e BiPAP 
 
13 
 
Observações: o serviço realiza a dispensação dos equipamentos de 
pressão positiva e uma equipe externa contratada realiza o 
seguimento mensal dos pacientes. 
 
b) Brasília – DF 
Início das atividades: 2012 
Orgão financiador Secretaria de Estado de Saúde 
Equipe de atendimento: médico e fisioterapeuta 
Número de pacientes atendidos: 150/ano 
Equipamentos oferecidos: CPAP e BiPAP 
Observações: realiza o acompanhamento ambulatorial dos pacientes 
e faz a dispensação de equipamentos de pressão positiva avaliando 
aderência ao tratamento. 
 
c) Recife – PE 
Início das atividades: 200 
Orgão financiador: Secretaria de Estado de Saúde 
Equipe de atendimento: médico, nutricionista e fonoaudiólogo. 
Número de pacientes atendidos: 3.388/ano 
Equipamentos oferecidos: CPAP e BiPAP 
Observações: realiza o atendimento o ambulatorial dos pacientes e 
apresenta um serviço especializado de adaptação de pressão 
positiva. Realiza o diagnóstico com uso de PSG e faz a dispensação 
de equipamentos de pressão positiva. Atualmente já realizaram a 
dispensação de 327 equipamentos de pressão positiva. 
 
d) Vitória – ES 
Início das atividades: 2007 
Orgão financiador: Secretaria de Estado de Saúde 
Equipe de atendimento: médico, fisioterapeuta e enfermeiro. 
Número de pacientes atendidos: 899 pacientes em uso de pressão 
positiva 
Equipamentos oferecidos: CPAP e BiPAP 
 
14 
 
Observações: realiza a dispensação e o seguimento dos pacientes 
em uso de equipamentos de pressão positiva, avaliando a adesão ao 
tratamento. Apresenta uma característica surpreendente, que é a 
dispensação do equipamento em até 48 horas após a solicitação. 
 
e) Ribeirão Preto – SP 
Início das atividades: 2008 
Orgão financiador: Secretaria Municipal de Saúde e Departamento 
Regional de Saúde 
Equipe de atendimento: médico, fisioterapeuta, enfermeiro, 
fonoaudiólogo, dentista e nutricionista. 
Número de pacientes atendidos: 2.600/ano 
Equipamentos oferecidos: CPAP e BiPAP 
Observações: faz o atendimento ambulatorial realizando a avaliação 
diagnóstica com PSG e o seguimento dos pacientes com avaliação 
de adesão ao tratamento. A dispensação dos equipamentos de 
pressão positiva é realizada pela Secretaria Municipal de Saúde e 
pelo Departamento Regional de Saúde. 
 
Com as informações acima, podemos observar que os serviços públicos 
organizaram-se para suprir demandas locais de maneiras distintas. A 
inexistência de políticas públicas para SAOS, sua elevada prevalência e 
impacto contribuem para o cenário conflituoso da SAOS no sistema de saúde. 
E as poucas centenasde pacientes hoje atendidos no SUS não fazem frente 
aos milhões de cidadãos sem acesso ao diagnóstico e tratamento dessa 
condição. 
 
 
 
15 
 
11. Desafios 
Nesse evento foram discutidos os motivos pelos quais a SAOS não 
recebe a atenção adequada no SUS e na sociedade, esse conjunto de fatores 
está sintetizado na tabela 5. 
 
Tabela 5. Fatores relacionados ao desconhecimento da Síndrome da 
Apneia Obstrutiva do Sono 
População  Desconhecimento em relação à existência e 
consequência dos transtornos do sono, em especial à 
SAOS. 
Governo  Ausência de políticas públicas de saúde em medicina 
do sono, em especial à SAOS. 
Profissionais 
de saúde 
 Formação deficiente na graduação. 
 Formação deficiente na pós-graduação / 
especialização 
 Pequeno número de especialistas em medicina do 
sono. 
 Pequeno número de Programas de Residência Médica 
em Medicina do Sono. 
 Necessidade de formação de equipes 
multidisciplinares. 
Diagnóstico  Número reduzido de equipamentos diagnósticos. 
 Baixa qualidade dos exames hoje realizados. 
Tratamento  Inexistência de um programa público relacionado ao 
tratamento da SAOS 
 Inexistência de reembolso dos planos de saúde. 
 Necessidade de monitorização da aderência ao 
tratamento. 
 
 
 
16 
 
12. Propostas 
 
Tendo em vista os fatores acima elencados relacionados à SAOS, o 
fórum realizou uma série de propostas com objetivo de, em última análise, 
permitir a população brasileira o acesso adequado ao diagnóstico e tratamento 
dessa condição. Esse fatores constam na tabela 6. 
 
Tabela 6. Propostas para o desenvolvimento de 
População  Promover uma divulgação ampla de temas 
relacionados à medicina do sono, com inclusão de 
tópicos relacionados a boas práticas do sono desde o 
ensino fundamental. 
Governo  Criação e implantação de políticas públicas de saúde 
em medicina do sono, em especial à SAOS, com a 
inserção da atenção primária e objetivando a 
descentralização do atendimento. 
 Análise crítica dos modelos já existentes. 
Profissionais 
de saúde 
 Melhora do ensino em medicina do sono na 
graduação. 
 Melhora do ensino em medicina do sono na pós-
graduação / especialização 
 Ampliar o número de Programas de Residência 
Médica em Medicina do Sono. 
Diagnóstico  Pesquisa de novos métodos diagnósticos 
 Ampliar o número de equipamentos diagnósticos. 
 Promover programas de qualidade nos laboratórios 
diagnósticos. 
Tratamento  Implantação de um programa público de tratamento da 
SAOS. 
 Discussão de métodos de reembolso aos clientes dos 
planos de saúde. 
 Avaliação de qualidade de todo processo, do 
diagnóstico ao tratamento. 
 
 
 
17 
 
13. Referências 
 
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32. Babu AR, Herdegen J, Fogelfeld L, Shott S, Mazzone T. Type 2 
diabetes, glycemic control, and continuous positive airway pressure in 
obstructive sleep apnea. Arch Intern Med 2005;165:447-452. 
 
20 
 
33. Siccoli MM, Pepperell JC, Kohler M, Craig SE, Davies RJ, Stradling JR. 
Effects of continuous positive airway pressure on quality of life in patients with 
moderate to severe obstructive sleep apnea: data from a randomized controlled 
trial. Sleep 2008;31:1551-1558. 
34. Engleman HM, Kingshott RN, Martin SE, Douglas NJ. Cognitive function 
in the sleep apnea/hypopnea syndrome (SAHS). Sleep 2000;23 Suppl 4:S102-
108. 
35. Gami AS, Hodge DO, Herges RM, et al. Obstructive sleep apnea, 
obesity, and the risk of incident atrial fibrillation. J Am Coll Cardiol 2007;49:565-
571. 
36. McDaid C, Griffin S, Weatherly H, et al. Continuous positive airway 
pressure devices for the treatment of obstructive sleep apnoea-hypopnoea 
syndrome: a systematic review and economic analysis. Health Technol Assess 
2009;13:iii-iv, xi-xiv, 1-119, 143-274. 
37. Kaneko Y, Floras JS, Usui K, et al. Cardiovascular effects of continuous 
positive airway pressure in patients with heart failure and obstructive sleep 
apnea. N Engl J Med 2003;348:1233-1241. 
 
 
 
 
21 
 
ANEXO I 
 
 
Participantes do 1º Fórum de Atenção à APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO 
no SUS 
 
Alan Luiz Eckeli 
Danielle Clímaco 
Edilson Zancanella 
Fernanda Louise Martinho Haddad 
Francisco Hora 
Heloiza Glass 
Gisele Richter Minhoto 
Geraldo Lorenzi 
Gilmar Fernandes Prado 
Israel Silva Maia 
Lia Rita Azeredo Bitencourt 
Lucila B. Fernandes do Prado 
Luciano Drager 
Luciana Palombini 
Luciane Fujita 
Pedro Felipe C. de Bruin 
Raimundo Nonato 
Rosana Souza Cardoso Alves 
Rosa Hasan 
Silke Anna Theresa Weber 
Sonia Freire 
 
 
 
 
 
 
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