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Antropologia Subáreas da antropologia Arqueologia: estuda a evolução da espécie humana, da chamada pré-história e do passado das civilizações já desaparecidas da antiguidade. (Egípcios e Hebreus) Etnologia: estuda a diversidade da espécie humana, ou seja, a identificação das diversas etnias existentes e sua herança genética. Antropologia cultural: estuda as sociedades não europeias e povos sem escrita, para que fossem desvelados seus modelos de organização social e dinâmica. Principais escolas antropológicas Escola Evolucionista Principal teórico – Lewis Henry Morgan (1818-1881) Homo-sapiens se espalhe por todos os continentes a partir da África. No século XIX o movimento imperialista diminui seu ímpeto Evolucionismo Social e Etnocentrismo Os autores considerados evolucionistas Frazer, Taylor e Morgan possuíam métodos teóricos e metodológicos que lhes deram a alcunha de Antropólogos de Gabinete. Baseavam-se, de forma predominante, na ideia de uma linearidade da cultura humana, na qual a mesma, de forma gradativa, iria evoluindo. Havia, portanto, uma hierarquia cultural. Para esses autores não existiam “culturas”, mas sim “cultura”, uma única, que iria evoluindo no decorrer do tempo. Chegaram a classificar a sociedade em três estágios fundamentais: Selvageria, Barbárie e Civilização, nessa ordem. Percebe-se aí um forte etnocentrismo. Utilizavam também o Método Comparativo, que consistia em fazer análises de diversas sociedades através de descrições relatadas (em papel, diários, documentos etc.) por exploradores, religiosos que se instalavam ou passavam por essas regiões ou por qualquer um que tivesse escrito algo sobre determinada população. Os três pais da antropologia utilizavam esse método, hoje claramente ineficiente, para tentar comprovar uma regra geral e uma suposta linearidade entre as diferentes sociedades. Em decorrência de toda essa linha de pensamento surgiu a máxima: “Um só caminho, uma só humanidade”. Lewis Henry Morgan Considerado um dos fundadores da antropologia moderna, Morgan nasceu em (1818-1881) no estado de Nova Iorque. Fez pesquisa de campo entre os iroqueses, de onde retirou material para sua reflexão sobre cultura e sociedade. * Iroqueses = É uma nação indígenas americanas. Evolucionismo - Morgan Morgan defende que a humanidade passa por um contínuo processo de evolução não apenas biológica, mas também cultural. A partir dessa ideia, aponta para a questão de haver seres humanos culturalmente “menos evoluídos” em relação a outros, por estarem em diferentes níveis da caminhada evolucionista. Para os antropólogos evolucionistas, todos os grupos humanos teriam que atravessar necessariamente as mesmas etapas de desenvolvimento Evolucionismo - Morgan Estado Selvagem Estado Barbárie Estado da Civilização Período em que predomina a apropriação de produtos da natureza, prontos para ser utilizados Período em que aparecem a criação de gado e a agricultura, e se aprende a incrementar a produção da natureza por meio do trabalho humano Período em que o homem continua aprendendo a elaborar os produtos naturais Franz Boas (1858-1942) Não estava interessado nas leis, mas nos processos e na história do desenvolvimento de costumes e crenças. Recusou-se a comparar culturas diferentes como parte de um mesmo processo histórico Pretendia estudar determinado fenômeno em relação às complexas relações de cada cultura em particular “Particularismo histórico”: cada cultura segue os seus próprios caminhos em função dos diferentes eventos históricos que enfrentou. A antropologia de Franz Boas A crítica ao evolucionismo serviu para a construção da antropologia moderna. Boas acredita nas diferenças culturais dentro do relativismo e critica a antropologia universalista, praticada pelos evolucionistas. O pensamento de Boas é marcado pelo empirismo e pela descrição. A preocupação com os detalhes etnográficos foi iniciada com este pesquisador. Com Boas inicia a transição do difusionismo para o culturalismo. As palavras-chave de seu trabalho são: história, língua e cultura. Relativismo Cultural Franz Boas traz o pensamento relativismo cultural. Que estabelece a tolerância e respeito em relação aos costumes sociais. É uma forma de encarar as outras culturas ou as práticas culturais a partir do contexto de onde acontecem. Entender a lógica da cultura. Oposto de etnocentrismo. “...civilização não é algo absoluto, mas (...) é relativa e nossas ideias e concepções são verdadeiras apenas na medida de nossa civilização.” Franz Boas 1887 2. ESCOLA FUNCIONALISTA Principal teórico – Bronislaw Malinowsky (1884-1942) Diferença não é sinônimo de inferioridade, nem de atraso tecnológico; Nem todas as sociedades possuem organização social simples. Principais escolas antropológicas A escola funcionalista No séc. XX surgiu o funcionalismo tentando responder as críticas que se faziam ao evolucionismo. eurocentrismo: tendência de julgar as sociedades não-europeias a partir dos valores europeus. Etnocentrismo: o princípio de considerar o seu grupo étnico, nação ou nacionalidade como padrão e modelo. Escola funcionalista Sociedades não devem ser comparadas, mas estudadas em si mesmas de forma particular e isolada. Cada sociedade constitui uma totalidade integrada e tem por função satisfazer as necessidades essenciais dos seus integrantes. Um traço cultural só pode ser entendido no contexto da cultural à qual pertence e não em relação a outra qualquer. A função que o traço ou costume desempenha é que justifica sua existência e sua permanência. Sua alteração vai depender não de um processo evolutivo, mas da perda de sua função, razão de sua existência. Bronislaw Malinowski (1884-1942) Definiu o conceito de função como resposta de uma cultura às necessidades básicas: alimentação, proteção e reprodução. A função social de determinados costumes e instituições deveriam responder a necessidades sociais do grupo. “A função das relações conjugais e da paternidade é obviamente o processo de reprodução culturalmente definido”. Bronislaw Malinowski (1884-1942) Estudou os nativos das ilhas Trobriand (Nova Guiné). Foi o primeiro a organizar e sintetizar uma visão integrada e totalizante do modo de vida não-europeu. Analisar as culturas em seu estado atual e na sua especificidade, sem preocupações com as origens. Observar cada detalhe da vida social - mesmo os sem importância e incoerentes, tentando descobrir seu significados e inter-relações. Um dos pontos importantes das diretrizes traçadas por Malinowski é que o antropólogo aprenda a língua nativa dos povos estudados. Malinowski estudou a lei e as forças legais com o objetivo de descobrir e analisar as regras, para descobrir a natureza das forças que as unem e para classificar tais regras segundo as maneiras pelas quais foram validadas. Malinowski pretende chegar a uma classificação das normas e das regras de uma comunidade primitiva e a uma distinção entre lei primitiva e outras formas de costume. Malinowski é conhecido como o fundador da antropologia social e segue a escola funcionalista, rejeitou o conceito de estrutura, preferindo o conceito de cultura. Esta escola defende a predominância da cultura sobre a economia e a política A funcionalidade das instituições sociais estão acima das opções de produção material e sobrevivência Malinowsky se preocupou com a relação biológica de parentesco. Principais escolas antropológicas Principais escolas antropológicas 3. ESCOLA ESTRUTURALISTA Principal teórico – Claude Lévi-Strauss (1908-2009) Para ele, as funções de certas instituições culturais não revelam, por si mesmas, as combinações e os sistemas decorrentes da organização específica dos grupos. Deve ser considerado o conjunto de relações sociais específicas de uma organização (ESTRUTURA) ESTRUTURALISMO Séc. XX: estudo de aspectos subjetivos e ligados à linguagem e ao imaginário dos indivíduos Análise das manifestações simbólicas Estrutura social: o que não pode ser observado, mas apreendido pela interpretação científica Lévi-Strauss (1908-2009) A estrutura é a elaboração teórica capaz de dar sentido aos dados observados em uma realidade Organizando de forma sistemática a sociedade e tendo por objetivo a sua preservação, a estrutura assemelha-se a uma “máquina” que “funciona indefinidamente” ESTRUTURALISMO Desloca a ênfase da observação para a construção teórica e abstrata de um conceito Supervalorização do movimento sincrônico da sociedade e das forças que o mantêm Estudo de processos não-histórico, diferenciando a estrutura (elementos permanentes) da conjuntura (elementos variáveis) A história perde sua importância como elemento de compreensão e o indivíduo deixa de ser o protagonista da vida social Os problemas vividos pelos homens decorrem de relações estruturais que estão acima e aquém da decisão individual
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