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Nutrição e Alimentação de Filhotes de Cães

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Revista da FZVA 
Uruguaiana, v. 7/8, n.1, p. 157-162. 2000/2001. 
NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DE FILHOTES DE CÃES 
THE NUTRITION AND FEEDING OF PUPPIES 
Joelsio José Lazzarotto1 
RESUMO 
Este trabalho procura mostrar alguns dos cuidados fundamentais que se deve ter com a 
nutrição e alimentação de filhotes de cães. Neste sentido, evidencia-se a necessidade de 
dispensar grande atenção às fases de gestação, lactação e início da alimentação sólida, as 
quais são cruciais ao adequado desenvolvimento dos filhotes. 
Palavras-chave: alimentação, filhotes de cães, nutrição, desempenho, saúde. 
ABSTRACT 
This work searches to show some of the fundamental cares that one person should 
have with the nutrition and feeding of puppies. In this sense, it’s very important to dispense 
great attention to the phases as gestation, nursing and initiation of the solid feeding, which are 
crucial on the appropriate development. 
Key Words: feeding - health - nutrition - performance - puppies. 
 
1
 Méd. Vet. DAE-MAR/UFLA, Lavras - MG. E-mail: lazaroto@ufla.br 
 
INTRODUÇÃO 
Uma nutrição adequada, que aporte 
todos os nutrientes (proteínas, gorduras, 
carboidratos, vitaminas, minerais e água), é 
essencial para uma vida saudável, porém o 
requerimento de cada nutriente varia de 
acordo com a idade, estado físico e modo 
de vida. Desta forma, dietas com excesso 
ou deficiências nutricionais poderão 
provocar diversas alterações fisiológicas, 
predispondo o organismo animal a sérios 
problemas, como incorretos: 
desenvolvimento corporal e constituição 
óssea, assim como obesidade e alterações 
reprodutivas. 
DIETA DAS FÊMEAS PRENHES E EM 
LACTAÇÃO 
Quando se trata da nutrição de 
filhotes de cães, é imprescindível dispensar 
uma correta atenção à dieta das fêmeas 
prenhes e em lactação. Quanto às fêmeas 
gestantes, estas devem receber uma devida 
atenção com relação aos seus requerimentos 
nutricionais, através da utilização de dietas 
Lazzarotto, J.J. 
Revista da FZVA 
Uruguaiana, v. 7/8, n.1, p. 157-162. 2000/2001. 
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corretamente balanceadas e que satisfaçam 
as suas exigências fisiológicas, 
especialmente no terço final da gestação, 
pois é nesta fase que ocorre o maior 
desenvolvimento fetal e mobilização de 
imunoglobulinas, constituídas basicamente 
de aminoácidos para a glândula mamária, 
formando o colostro, o qual deve ter 
qualidade e ser ingerido obrigatoriamente 
pelos recém-natos nas primeiras horas pós-
parto, com o objetivo de determinar uma 
excelente imunidade passiva, essencial para 
proteção contra inúmeros patógenos, uma 
vez que o filhote ao nascer é muito 
susceptível a infecções, pois nasce 
praticamente desprovido de anticorpos 
específicos contra antígenos comuns, além 
de ter seu sistema imunológico não 
completamente desenvolvido para 
determinar uma boa defesa orgânica por 
meio de uma imunidade ativa 
(SCROFERNEKER, 1996). 
Quanto à dieta da fêmea lactante, é 
fundamental que tenha adequado conteúdo 
de todos os nutrientes, já que é ela a 
principal fonte alimentar para os filhotes 
logo após o nascimento. Portanto, o 
recomendado é fornecer um alimento de 
qualidade, incluindo altíssima 
palatabilidade, digestibilidade e um alto 
teor de energia, podendo ser administrado 
através de várias pequenas refeições ao dia, 
com o intuito de proporcionar condições 
para a produção suficiente de leite, 
atendendo a demanda necessária dos 
filhotes, principalmente nas três primeiras 
semanas de idade, pois até este período 
dependem basicamente do leite materno 
para obter os nutrientes necessários 
(EDNEY, 1989). 
O REQUERIMENTO ENERGÉTICO 
Cães com idade inferior a oito 
meses têm seus requerimentos protéico e 
energético muito superiores aos adultos em 
mantença. O teor de energia é em torno de 
50% maior, e a proteína cerca de duas vezes 
mais, sendo que para filhotes deve-se 
prover pelo menos 25% da energia, a partir 
de uma proteína de qualidade (McGINNIS, 
1991; POFFENBARGER et al, 1990). 
As necessidades diárias de energia, 
que os filhotes requerem varia em função 
da idade e raça. Cães de raças pequenas têm 
um requerimento de cerca de 200 kcal por 
quilo de peso corporal até atingir metade de 
seu desenvolvimento, a partir do qual 
começa haver uma diminuição em tal 
exigência, ficando ao redor de 150 kcal, 
cujo teor poderá ser reduzido gradualmente 
até chegar às necessidades dos animais 
adultos (em torno de 90 kcal por quilo de 
peso corporal). Os filhotes de raças de porte 
médio e grande precisam aproximadamente 
250 kcal por quilo de peso corporal até a 
metade de seu desenvolvimento, quando 
Nutrição e alimentação... 
Revista da FZVA 
Uruguaiana, v. 7/8, n.1, p. 157-162. 2000/2001. 
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ocorre redução para cerca de 190 kcal até o 
estado adulto (EDNEY, 1989). 
No entanto, existem variações 
individuais quanto ao requerimento 
energético, pois há animais que podem 
necessitar 20% a mais ou 20% a menos da 
exigência comum, por isso é relevante um 
acompanhamento rotineiro do estado físico 
do cão em crescimento, recebendo uma 
dieta balanceada com suas exigências 
nutricionais, uma vez que são indesejáveis; 
tanto uma deficiente como excessiva 
ingestão de nutrientes, já que tais 
desequilíbrios predispõem a inúmeros 
problemas que podem comprometer o 
desenvolvimento e desempenho futuro 
(EDNEY, 1989; GRANDJEAN & 
PARAGON, 1992). 
O REQUERIMENTO PROTÉICO 
As proteínas são de alta relevância 
para o cão em crescimento, a fim de 
sustentar o desenvolvimento dos novos 
tecidos, especialmente o muscular. Dessa 
forma, é imprescindível que a dieta 
contenha níveis apropriados de todos os 
aminoácidos essenciais (arginina, histidina, 
isoleucina, leucina, lisina, metionina, 
fenilanina, treonina, triptofano e valina) e 
também aporte suficiente de nitrogênio para 
a síntese endógena dos aminoácidos não 
essenciais e outros compostos dependentes 
desse elemento químico (JOHNSON, 
1993). 
O teor de proteína, na dieta para 
filhotes, é em torno de 25% da ingestão 
total de energia, porém, tal nível poderá ser 
maior ou menor de acordo com o valor 
biológico da proteína usada na composição 
da dieta (DEFETRIN, 1994). Contudo, 
dietas com quantidade muito excessiva 
desse nutriente podem propiciar alguns 
transtornos na homeostasia orgânica, como 
uma sobrecarga renal para a eliminação de 
concentrações excessivas de catabólicos 
nitrogenados. 
O REQUERIMENTO MINERAL 
Os cães em crescimento requerem 
adequados teores dos minerais, sendo 
crucial para seu correto desenvolvimento 
cuidados com os níveis de cálcio e fósforo 
presentes na dieta, pois as exigências são 
muito maiores que as dos cães adultos, em 
função de serem os principais elementos 
para a formação do esqueleto, o qual tem na 
sua constituição aproximadamente dois 
terços de matéria inorgânica. 
Os níveis mínimos adequados de 
cálcio e fósforo são respectivamente 320 
mg e 240 mg por quilo de peso corporal por 
dia. É importante manter uma relação 
cálcio/fósforo em torno de 1,2-1,4 : 1, 
respectivamente, para prevenir efeitos 
Lazzarotto, J.J. 
Revista da FZVA 
Uruguaiana, v. 7/8, n.1, p. 157-162. 2000/2001. 
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adversos à saúde geral, sobretudo às 
estruturas ósseas (McGINNIS, 1991). 
ADMINSTRAÇÃO DOS ALIMENTOS 
Novos alimentos, juntamente com o 
leite materno, podem ser incluídos na dieta 
de filhotes de cães após um balanceamento 
nutricional, com o intuito de suplementar 
suas exigências, auxiliando, dessa maneira, 
a fêmea na alimentação de sua prole, além 
de induzir uma adaptação progressiva a um 
novo processo alimentar. Tal mudança na 
alimentação poderá se iniciar a partir das 
três semanas de idade, o que é justificável, 
pois, nesseperíodo, inicia-se naturalmente 
o desmame, uma vez que os cães se 
dedicam a explorar os arredores, passando a 
consumir facilmente alimentos úmidos e 
leves, ao mesmo tempo o trato 
gastrintestinal está fisiologicamente mais 
funcional e, portanto, com melhores 
condições de se adaptar ao incremento de 
uma nova dieta (McGINNIS, 1991; CASE 
& CZARNECK-MALDEN, 1990). 
Os alimentos iniciais, para filhotes 
bastante novos, devem ter alta concentração 
de energia e nutrientes, além de serem 
muito apetecíveis, sendo que aqueles com 
alto teor de umidade são geralmente bem 
aceitáveis pelos cães jovens, enquanto os 
alimentos secos devem ser umedecidos com 
água ou leite numa proporção em torno de 
cinco partes de alimento e uma de líquido 
durante os primeiros períodos de sua 
ingestão, uma vez que possuem menor 
apetecibilidade. Tal teor de umidade pode 
ser reduzido gradativamente, coincidindo 
com um aumento rápido e progressivo no 
consumo de alimentos, em função da 
adaptabilidade alimentar, tanto que a 
maioria dos cães podem ser desmamados 
completamente às seis semanas de idade, 
administrando-se uma ração variada ou um 
único alimento completo (McGINNIS, 
1991). 
A alimentação dos cães em 
crescimento deve ser o suficiente para 
satisfazer as suas necessidades, sendo que o 
aporte de alimento (peso dessecado) 
necessário, diariamente, é 
aproximadamente 5% com relação ao peso 
da sua massa corporal. No entanto alguns 
cuidados devem ser observados para evitar 
a ocorrência de desconforto, principalmente 
abdominais, como se verifica casos de 
expansão e tensão estomocal demasiada, ou 
vômito, após a refeição, sinais estes 
indicativos de um possível consumo 
excessivo de alimentos em uma única vez. 
Assim, iniciar com alimentações menores e 
mais freqüentes obtém-se melhor eficiência 
para evitar certos transtornos, ao mesmo 
tempo o trato gastrintestinal terá maior 
facilidade de adaptação para digerir e 
absorver adequadamente os nutrientes 
Nutrição e alimentação... 
Revista da FZVA 
Uruguaiana, v. 7/8, n.1, p. 157-162. 2000/2001. 
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presentes nessa nova dieta (McGINNIS, 
1991). 
Portanto, pode-se iniciar a oferecer 
alimentos às três semanas de idade, 
fornecendo até aos três meses quatro 
refeições diárias, desta idade aos seis meses 
diminui-se para três vezes, quando então 
administra-se somente duas refeições 
diárias até atingir o seu completo 
crescimento, o qual ocorre próximo aos 
doze meses de idade para os cães de raças 
pequenas, ao passo que as raças grandes 
não o alcançam antes dos dezoito meses 
(McGINNIS, 1991). 
Quando os filhotes são 
desmamados, seria importante alimentá-los 
separadamente, pois isto permitiria fazer 
um controle do quanto cada um está 
consumindo, evitando, ainda, que o filhote 
dominante consuma um excesso de 
alimento em detrimento ao consumo dos 
outros cães. 
Para filhotes que não foram 
alimentados inicialmente com uma dieta 
adequadamente balanceada com todos os 
nutrientes necessários, deve-se fazer uma 
mudança gradual quando se deseja passar a 
alimentá-los com tal dieta, pois mudanças 
bruscas freqüentemente causam alterações 
gastrintestinais, caracterizadas, sobretudo 
por diarréia, que poderá comprometer o 
status orgânico. 
CONCLUSÃO 
Os requerimentos nutricionais dos 
filhotes de cães são diferentes para as 
distintas fases de seu crescimento, por isso 
é de fundamental importância a 
administração de dietas nutricionalmente 
equilibradas, de acordo com o estágio de 
desenvolvimento, pois uma nutrição e 
alimentação adequadas são fatores 
determinantes para um correto 
desenvolvimento dos mesmos, propiciando 
condições para uma excelente saúde geral e 
performance futura. 
REFERÊNCIAS 
CASE, L.P. & CZARNECK-MALDEN, G. 
Protein requirements of growing pups fed 
practical dry-type diets containing mixed-
protein sources. American of Journal 
Veterinary Research, Shaumburg, v. 51, p. 
808 - 812, 1990. 
 
DEFRETIN, V.L. Alimentando a los perros 
a lo largo de su vida. Waltham Focus, 
London, v. 4, n. 1, p. 9 - 16, 1994. 
 
EDNEY, A.T.B. El libro waltham de 
nutrición de perros y gatos. 2 ed. Zaragoza: 
Editorial Acribia, 1989, 164p. 
 
GRANDJEAN, D. & PARAGON, B.M. 
Nutrition of racing and working dogs. Part 
I. Energy metabolism of dogs. The 
Lazzarotto, J.J. 
Revista da FZVA 
Uruguaiana, v. 7/8, n.1, p. 157-162. 2000/2001. 
162 
Compendium on Continuing Education for 
the Practicing Veterinarian, Trenton, v. 14, 
n. 12, p. 1608 - 1615, 1992. 
 
JOHNSON, J.V. Necessidades protéicas del 
perro. Waltham International Focus, 
London, v. 3, n. 1, p. 9 - 14, 1993. 
 
McGINNIS, T. The well dog book. New 
York: Handon House, 1991. 
 
POFFENBARGER, E.M.; RALSTON, 
S.L.; CHANDLER, M.L. et al. Canine 
neonatology. Part I. Phisiologic differences 
betwem puppies and adults. The 
Compendium on Continuing Education for 
the Practicing Veterinarian, Trenton, v. 12, 
n. 11, p. 1601 - 1609, 1990. 
 
SCROFERNEKER, M.L. Notas de 
imunologia. Porto Alegre: Ed. 
Universidade/UFRGS, 1996, 507p.

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