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DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 1 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br AULA 3 - DA COMPETÊNCIA e DA PROVA. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 9 DAS PROVAS 9 CONCEITO 9 CONSIDERAÇÕES GERAIS 9 FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA 9 DO EXAME DE CORPO DE DELITO 9 EXAME DE CORPO DE DELITO DIRETO 9 EXAME DE CORPO DE DELITO INDIRETO 9 DA PROVA 9 Dos Assistentes Técnicos 9 Das outras perícias. 9 EXAME NECROSCÓPICO. 9 EXUMAÇÃO. 9 LESÕES CORPORAIS. 9 EXAME GRAFOTÉCNICO. 9 OUTRAS QUESTÕES SOBRE PROVA 9 DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 9 Disposição Constitucional 9 Lei 9.296/96 – Da interceptação telefônica. 9 Dos requisitos do artigo 1o da Lei 9.296/96. 9 Dos requisitos do artigo 2o da Lei 9.296/96. 9 1.4. Da prorrogação. 9 1.5 – Do procedimento. 9 1.6. Da prova ilícita 9 1.7. Figura Criminosa 9 QUESTÕES MENCIONADAS DURANTE A AULA 99 DDOOS S SSUUJJEEIITTOOS S PPRROOCCEESSSSUUAAIISS 99 DDOO JJUUIIZZ 99 AATTOOS S IINNSSTTRRUUTTÓÓRRIIOOS S 99 DDO O IIMMPPEEDDIIMMEENNTTO O E E DDA A SSUUSSPPEEIIÇÇÃÃO O DDO O JJUUIIZ Z 99 DDO O IIMMPPEEDDIIMMEENNTTOO 99 OOUUTTRRA A SSIITTUUAAÇÇÃÃO O D DEE IIMMPPEEDDIIMMEENNTTOO 99 DDA A SSUUSSPPEEIIÇÇÃÃO O DDO O JJUUI IZZ 99 CCEESSSSAAÇÇÃÃO O DDO O IIMMPPEEDDIIMMEENNTTO O OOU U SSUUSSPPEEIIÇÇÃÃOO 99 DDO O MMIINNIISSTTÉÉRRI IOO PPÚÚBBLLIICCOO 99 DDOOS S PPRRIINNCCÍÍPPIIOOS S CCOONNSSTTIITTUUCCIIOONNAAIISS 99 PPRRIINNCCÍÍPPIIOO DDO O PPRROOMMOOTTOOR R NNAATTUURRAALL 99 DDO O CCOONNTTRROOL LEE EEXXTTEERRNNO O DDA A AATTIIVVIIDDAADDE E PPOOLLIICCIIAALL 99 DDA A CCOONNDDUUÇÇÃÃO O D DEE IINNVVEESSTTIIGGAAÇÇÕÕEES S CCRRIIMMIINNAAIISS 99 DDO O IIMMPPEEDDIIMMEENNTTO O DDO O MMP P DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 2 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br 99 DDOO IIMMPPUUTTAADDO O OOUU AACCUUSSAADDOO 99 DDO O DDEEFFEENNSSOORR 99 DDO O AASSSSIISSTTEENNTTE E DDE E AACCUUSSAAÇÇÃÃOO 99 DDOOS S AAUUXXIILLIIAARREES S DDA A JJUUSSTTIIÇÇA A DAS PROVAS. Antes de ingressarmos na analise dos dispositivos legais mencionados no edital (artigo 158 até 184 do CPP), devemos, para facilitar a compreensão da matéria, tratar de alguns conceitos doutrinários. CONCEITO Prova pode ser conceituada de várias maneiras. Mas, uma coisa é certa: pprroovvaa éé aa lluuz z qqu uee iilluummiinna a oo eessppíírriit too jjuullggaaddo orr ppaar raa qquue e ppoosss saa ddeecciiddiirr.. Para a doutrina majoritária: “PPRROOVVAA constitui o instrumento por meio do qual se forma a convicção do juiz a respeito da ocorrência ou não dos fatos controvertidos no processo”1. Mirabete, ao conceituar prova, afirma que PPRROOVVA A é o conjunto de atos praticados pelas partes, por terceiros e até pelo próprio juiz para averiguar a verdade e forma a convicção deste último. Mas, podemos, ainda, conceituar pprroovvaa como sendo a convicção formada pelo juiz após a apreciar os elementos de prova trazidos para os autos. Não se pode confundir meio de provas com instrumentos para obtenção da prova ou meio para obtenção da prova. A busca e apreensão, por exemplo, constitui meio para obtenção de uma prova documental. Para Capez2, “MMEEIIO O DDE E PPRROOVVAA compreende tudo quanto possa servir, direta ou indiretamente, à demonstração da verdade que se busca no processo. Assim, temos prova documental, pericial, testemunhal, etc...” 1 Teoria Geral do Processo – Grinover, Cintra e Dinamarco – Editora Malheiros. 2 Capez – Fernando – Curso de Processo Penal – Editora Saraiva – 1997. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 3 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br Observado o conceito, podemos dizer que a prova tem como finalidade primeira satisfazer a pretensão do julgador – que é de conhecer a realidade dos fatos – de modo que possa decidir a questão que lhe é posta. Mas, não podemos nos esquecer de que a prova objetiva, ainda, em segundo plano, a obtenção de consenso social em torno da decisão que será proferida3. CONSIDERAÇÕES GERAIS Já notamos que a prova objetiva dar ao magistrado condição de decidir sobre a matéria que lhe é apresentada. Assim, podemos concluir, pela experiência, que há fatos que dependem de prova e outros, por sua vez, que não necessitam de demonstração. O direito (matéria de direito) não depende de prova, já que cabe ao magistrado conhecer o direito. No entanto, o direito Estadual, Municipal, Estrangeiro ou consuetudinário (costumes) depende de demonstração por que o alega. FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA De acordo com a doutrina4, não dependem de prova: 1- fatos notórios; 2- fatos axiomáticos ou intuitivos; 3- as presunções legais e os 4- fatos inúteis. 11- - FFAATTOOS S NNOOTTÓÓRRIIOOSS.. Os fatos notórios são aqueles cujo conhecimento faz parte da cultura de uma sociedade. Assim, no Brasil não é necessário demonstrar que no dia 07 de setembro comemora-se a independência ou que, para ódio de nossos “ermanos”, Pelé foi o maior jogador de futebol do mundo (kkkk). 22- - FFAATTOOS S AAXXIIOOMMÁÁTTIICCOOS S OOU U IINNTTUUIITTIIVVOOSS.. São aqueles evidentes que se auto demonstram. É o que ocorre, por exemplo, na dispensa de exame interno cadavérico quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte (art.162, parágrafo único, do CPP). ¾ Questões sobre o tema. 1. (JUIZ/AGOSTO) No que diz respeito às provas no processo penal, julgue os itens a seguir. 128 Os fatos axiomáticos são objetos de prova no processo penal. 3 Nucci – Guilherme de Souza – O valor da Confissão – Editora dos Tribunais. 4 Capez – Fernando – Curso de Processo Penal – Editora Saraiva – 1997. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 4 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br 33- - AAS S PPRREESSUUNNÇÇÕÕEESS LLEEGGAAIISS.. As presunções legais podem ser absolutas – que não admitem prova em sentido contrário – ou relativas – que permite a prova que demonstre o oposto. No caso das PPRREESSUUNNÇÇÕÕEESS AABBSSOOLLUUTTAASS (jures et de jure) não há necessidade de produção de qualquer prova. Já as PPRREESSUUNNÇÇÕÕEESS RREELLAATTIIVVAAS S (juris tantum), admitem a prova. No entanto, há inversão do ônus. Caberá à parte que pretende repelir seus efeitos ou conseqüências a demonstração do oposto. A IINNIIMMPPUUTTAABBIILLIIDDAADDEE do menor de 18 anos de idade decorre da lei. Portanto, trata-se de uma presunção. No caso, absoluta, pois não admite prova em sentido oposto. Será necessária, sim, demonstração da idade. Mas, demonstrada ela, a conseqüente inimputabilidade é decorrente da lei. 44- - FFAATTOOS S IINNÚÚTTEEIISS.. Os FFAATTOOS S IINNÚÚTTEEIIS S OOU U IIRRRREELLEEVVAANNTTEESS ou, ainda, IIMMPPEERRTTIINNEENNTTEESS não serão objeto de prova. Caberá ao magistrado ou autoridade presidente da investigação aferir a inutilidade ou não da prova. Vale lembrar que no processo penal, diferentemente do ocorre no processo civil, os FFAATTOOS S IINNCCOONNTTRROOVVEERRSSOOSS (aqueles admitidos pela parte contrária) não serão excluídos da necessidade de demonstração. DOS PRINCÍPIOS DAS PROVAS De acordo com a doutrina majoritária há alguns princípios que nortearão a produção das provas no processo penal. Ressalto, desde já, que não há consenso na doutrina. Então, destacaremos aqueles que mais no chamam a atenção. Vejamos: 11- - PPrriinnccííppiioo d daa ccoommuunnhhã ãoo ddaas s pprroovvaas s ((oou u dda a aaqquuiissiiççããoo)).. As provas carreadas ao processo não serão consideradas da parte que a requereu, mas sim do processo. Portanto, não se pode dizer que a prova é da acusação ou da defesa. Assim, a prova produzida a requerimento da acusação poderá, sem qualquer prejuízo, ser utilizada pela defesa para subsidiar a sua tese. O STF, tratando do acesso do advogado ou acusado à prova produzida em sede de investigação realizada pelo Ministério Público, decidiu que, desde que a prova já tenha sido produzida, não se poderá obstaculizar o acesso por tais pessoas, DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 5 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br especialmente pelo fato de que, no processo – com contraditório – terão acesso a todos os elementos de provas – princípio da comunhão da prova. Vejamos, abaixo, trecho da decisão do STF “O regime de sigilo, sempre excepcional, eventualmente prevalecente no contexto de investigação penal promovida pelo Ministério Público, não se revelará oponível ao investigado e ao Advogado por este constituído, que terão direito de acesso - considerado o princípio da comunhão das provas - a todos os elementos de informação que já tenham sido formalmente incorporados aos autos do respectivo procedimento investigatório”. (STF - HC 87610 / SC - SANTA CATARINA – JULGADO 27/10/2009). O STJ ao tratar da comunhão das provas asseverou o seguinte “As declarações do co-réu, pelo princípio da comunhão das provas, integra o material cognitivo que, no seu conjunto, pode, sem desprezo àquelas, conduzir a um fundado juízo condenatório”. (STJ – RESP 252617/MG – DE 23/10/2001). 22- - PPrriinnccííppi ioo d daa oorraalliiddaaddee.. A prova no processo penal será, em regra, produzida oralmente. No entanto, serão, posteriormente, reduzidas a termo. É o que ocorre, por exemplo, com a oitiva das testemunhas. Os depoimentos serão tomados oralmente e reduzidos a termo. Há casos, entretanto, que a prova testemunhal será trazida aos autos por escrito. O Presidente da República, por exemplo, poderá optar por testar seu depoimento por escrito. 33- - PPrriinnccííppi ioo d daa ccoonncceennttrraaççããoo.. Em regra, a prova deverá ser produzida em uma única oportunidade. O objetivo é realçar a necessidade de o magistrado ter contato com a prova imediatamente antes de decidir. Assim, quando da prolação da sentença os fatos melhor se apresentarão em sua memória para a decisão. Atualmente, com as alterações do Código de Processo Penal, especialmente a respeito dos procedimentos, o princípio da concentração se mostra mais nítido. DA CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 6 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br Há vários modos de se classificar as provas. Mais uma vez deveremos dispensar atenção àquilo que a doutrina vem estabelecer de modo, mais ou menos, consensual. Quanto ao objeto: 1- Direta: refere-se diretamente ao fato probando. Assim, considera-se direta a prova feita por meio de testemunha que declara ter visto o acusado portando a arma de fogo na hora do roubo. 2- Indireta: São aquelas que, de modo indireto, por meio de raciocínio lógico, permitem concluir a existência ou não de determinado fato. Referem-se a outro fato. É o que ocorre com o “álibi”. O acusado, por meio de prova testemunhal ou documental, demonstra que na hora do crime estava noutro lugar. Conclusão: Não poderia ser o seu autor. ¾ Questões sobre o tema. 2. (PERITO/CRIMINAL/PB/2009) Acerca do conceito de prova, das formas de prova e do objeto da prova, julgue o item. Se a testemunha afirma apenas que viu o réu ser preso e, com ele, ter sido encontrado o objeto reclamado pela vítima, tem-se, apenas, uma prova indireta do roubo, pois, para se chegar ao fato probando, é usado o raciocínio indutivo Quanto ao efeito ou valor: 1- Plena: É a prova eficiente, ou seja, aquela necessária para o convencimento do julgador. Para a condenação é necessário que a prova seja plena, a dúvida não permitirá o decreto condenatório. 2- Não-Plena: É aquela que não permite um juízo de certeza quanto ao fato probando. Para a condenação se mostra insuficiente. No entanto, há situações, como na sentença de pronúncia, em que a prova não plena permitirá uma decisão em desfavor do acusado. Quanto ao sujeito ou causa: 1- Real: É a prova originária de elemento externo, ou seja, que não dependa do conhecimento de alguém. É diferente da prova testemunhal, por DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 7 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br exemplo, que depende de alguém, de uma pessoa. Exemplo de prova real é a fotografia, a filmagem. 2- Pessoal: É aquela que se origina de afirmações pessoais. A prova testemunhal é exemplo clássico. Quanto à forma ou aparência: 1- Testemunhal: é aquela que tem origem nas declarações de pessoa que não faça parte da relação processual. Portanto, são declarações de pessoas sobre o fato probando. 2- Documental: é aquela produzida por meio de documento. 3- Material: São as provas obtidas por meio de uma analise material do fato. É o que ocorre com os instrumentos do crime, exames químicos etc.. ONUS DA PROVA O ônus da prova é o encargo que possui a parte de demonstra fato que lhe venha beneficiar. Não é uma obrigação, já que a parte poderá abrir mão de tão encargo. Em processo penal não podemos tratar do tema sem considerar o princípio da não culpabilidade ou da presunção de inocência. A prova da alegação compete a quem a fizer. Cabe ao Ministério Público, na ação penal pública, e ao querelante, na ação penal privada, a demonstração do que afirmar na inicial (denúncia ou queixa). Caso, não o faça de maneira satisfatória, fatalmente o acusado será absolvido por insuficiência de provas. À defesa competirá demonstrar os fatos que tenha alegado com o fito de desconstituir a imputação condita na peça acusatória. No entanto, caso não o faça de modo eficiente, não poderemos afirmar que será condenado, pois, caso a acusação não demonstre a imputação, a absolvição será imperiosa, ainda que a defesa não se tenha mostrado eficiente na instrução. O magistrado poderá, por si, produzir prova no processo penal? Não podemos nos esquecer de que o sistema de nosso processo é o acusatório. Portanto, o magistrado não poderá tomar a postura de parte, já que isso poderá levar à sua parcialidade. Mas, o CPP, atualmente admite a produção de prova pelo magistrado, ainda que não se tenha uma ação penal. Vejamos o disposto no artigo 156, I, do CPP. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 8 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. O magistrado não poderá substituir-se às partes. Desse modo, podemos dizer que a sua atuação na produção da prova será supletiva. A regra inserta no artigo 156, I, do CPP deve ser interpretada com cautela, de modo que não tenhamos ofensa à imparcialidade do magistrado. A prova produzida pelo magistrado antes da ação penal deve ter caráter cautelar. Assim, deve ser justificadaem uma situação emergencial e que, de outro modo, não poderia ser superada. Ademais, é necessário que haja um procedimento anterior que a motive. Não seria razoável que o magistrado, por exemplo, diante de uma notícia na imprensa, empreenda atividade investigatória. DA APRECIAÇÃO DA PROVA A prova será apreciada pelo magistrado livremente. Formará ele sua convicção levando em conta as provas trazidas aos autos. Não há hierarquia entre as provas. O magistrado é livre ao apreciá-las. No entanto, deverá fundamentar sua decisão de modo a permitir a sua compreensão lógica. Disso podemos afirmar que o sistema adotado é o ddoo lliivvrree ccoonnvveenncciimmeennttoo mmoottiivvaaddoo oouu ppeerrssuuaassããoo rraacciioonnaall. Sobre o tema, vejamos o disposto no artigo 155 do CPP. Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Os elementos do inquérito podem influir na formação do livre convencimento do juiz para a decisão da causa quando complementam outros indícios e provas que passam pelo crivo do contraditório em juízo. Portanto, o magistrado não poderá fundamentar sua decisão somente em elementos colhidos na fase inquisitorial. 3. 30. Disciplina da prova no processo penal. (A) Considerando a repartição do ônus da prova, para que se alcance uma absolvição, à defesa incumbe a prova da alegação de ter agido o réu em situação que exclua a ilicitude da conduta. (B) Desistindo o Ministério Público das testemunhas arroladas porque estas não foram localizadas na fase DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 9 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br judicial, o magistrado poderá condenar o acusado com base nos depoimentos de inquérito porque a prova colhida na investigação se tornou irrepetível. (C) O juiz que recebeu a denúncia com base em prova posteriormente declarada ilícita não pode ser o mesmo a prolatar a sentença, sob pena de nulidade. (D) A reforma parcial do código de processo penal permitiu que a prova ilícita por derivação seja considerada válida para a condenação quando obtida através de fonte independente ou quando, por raciocínio hipotético, sua descoberta teria sido inevitável. (E) No processo penal, é inadmissível uma condenação quando a prova da autoria é feita exclusivamente por indícios. PROVAS EM ESPÉCIE DO EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL Agora, vamos ingressar no estudo dos dispositivos legais previsto no nosso edital. Vamos tratar, então, do disposto no artigo 158 a 184 do CPP. Ressalto, desde já, que houve grande modificação legal em 2008. DO EXAME DE CORPO DE DELITO De acordo com o disposto no artigo 158 do CPP, ““qquuaannddo o aa iinnffrraaççã ãoo ddeeiixxa arr vveessttííggiiooss,, sseerrá á iinnddiissppeennssáávve ell o o eexxaam mee d dee ccoorrppo o dde e ddeelliittoo, , ddiirreetto o oou u iinnddiirreettoo, , nnã ãoo ppooddeennddoo ssuupprrii--llo o aa ccoonnffiissssãão o ddo o aaccuussaaddoo””. Há infrações que deixam rastro (vestígios). Outras, por sua vez, não deixam qualquer sinal – ex: injúria verbal. Aquelas dependem de exame do corpo de delito. Agora, o que é exame do corpo de delito? O que seria, antes disso, o corpo de delito? De acordo com a doutrina, o CCOORRPPO O DDE E DDEELLIITTO O é o conjunto dos elementos sensíveis do crime e a sua materialidade, isto é, a prova de sua existência5. O EEXXAAMME E DDE E CCOORRPPOO de delito é a sua demonstração que se dará, em regra, por meio de perícia. A PPEERRÍÍCCIIAA é o exame técnico feito em pessoa ou coisa por quem possui conhecimento técnico ou científico capaz da demonstração ou comprovação do fato. ¾ Questões sobre o tema. 5 Nucci – Guilherme de Souza – Código de Processo Penal Comentado – Editora RT. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 10 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br 4. (DELEGADO/TO/2008) 104 Não se faz distinção entre corpo de delito e exame de corpo de delito, pois ambos representam o próprio crime em sua materialidade. Os CCRRIIMMEESS TTRRAANNSSEEUUNNTTEESS são aqueles que não deixam vestígios e, com isso, não necessitam de exame de corpo de delito. Já os NNÃÃO O TTRRAANNSSEEUUNNTTEESS, como o homicídio, as lesões corporais e outros, exigem o exame de corpo de delito para sua comprovação. Apesar de sua indispensabilidade nos crimes não-transeuntes, a jurisprudência tem asseverado que, ainda que presentes os vestígios do crime, a presença do laudo de exame de corpo de delito direto não é imprescindível quando do oferecimento da denúncia. Assim, a ação penal poderá ter início sem o laudo. Há casos, entretanto, em que a perícia e o respectivo laudo constituem requisito de procedibilidade. Neste caso, não se admite a ação penal sem que seja trazido aos autos. EXAME DE CORPO DE DELITO DIRETO O EEXXAAMME E DDE E CCOORRPPO O DDE E DDEELLIITTO O DDIIRREEIITTOO é aquele realizado por peritos oficiais ou não-oficiais (leigos). A perícia poderá ser feita na fase de inquérito policial como também em juízo. Hoje, com a alteração do CPP, não se exige que a perícia seja realizada por dois peritos oficiais. BBAASSTTA A UUM M SSÓ Ó PPEERRIITTO O OOFFIICCIIAALL (artigo 158 do CPP). Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial (Artigo 159, parágrafo 7º do CPP). PPEERRIITTO O OOFFIICCIIAAL L é aquele que é legalmente investido em tal função. Em regra, são ocupantes de cargo público. Exige-se que o perito oficial seja portador de nível superior de escolaridade (artigo 159 do CPP). ¾ Questões sobre o tema. 4. (DELEGADO) 106 Dispõe a lei processual penal que os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos por dois peritos oficiais, o que significa que esses técnicos podem desempenhar suas funções independentemente de nomeação da autoridade policial ou do juiz, uma vez que a investidura em tais cargos advém da lei. 6. (PMVITÓRIA) Acerca do direito processual penal, julgue os itens seguintes 83 Os exames de corpo de delito e as outras perícias devem ser feitos por dois peritos oficiais, todavia, inexistindo peritos oficiais no quadro do órgão pericial responsável, o exame deve ser feito por duas pessoas idôneas, portadoras de DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 11 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame. Caso inexista perito oficial, a perícia será realizada por DDOOIISS PPEERRIITTOOS S NNÃÃOO--OOFFIICCIIAAIISS OOU U LLEEIIGGOOSS que serão nomeados pela autoridade judiciária ou, quando a perícia for realizada na fase de inquérito, pela autoridade policial. De acordo com o disposto no artigo 159, parágrafo 1º, do CPP, ““NNA A FFAALLTTA A DDE E PPEERRIITTOO OOFFIICCIIAALL, , O O EEXXAAMME E SSEERRÁ Á RREEAALLIIZZAADDOO PPOOR R 2 2 ((DDUUAASS) ) PPEESSSSOOAAS S IIDDÔÔNNEEAASS, , PPOORRTTAADDOORRAAS S DDE E DDIIPPLLOOMMA A DDEE CCUURRSSO O SSUUPPEERRIIOOR R PPRREEFFEERREENNCCIIAALLMMEENNT TEE NNA A ÁÁRRE EAA EESSPPEECCÍÍFFIICCAA, , DDEENNTTRREE AAS S QQU UEE TTIIVVEERREEM M HHAABBIILLIITTAAÇÇÃÃOO TTÉÉCCNNIICCA A RREELLAACCIIOONNAADDA A CCOOMM A ANNAATTUURREEZZA A DDO O EEXXAAMMEE””.. A jurisprudência, especialmente dos tribunais superiores, tem dito que a ausência de duas pessoas não leva a vício insanável da perícia. A sua nulidade, quando realizada por uma só pessoa, é relativa. Portanto, só será declarada se houver prejuízo comprovado. Na realização da perícia, os peritos (oficial ou não oficial) elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. O laudo pericial será elaborado no PPRRAAZZO O MMÁÁXXIIMMO O DDE E 1100 DDIIAASS, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. Conforme dispõe o artigo 161 do CPP, o exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora. É certo, entretanto, que se a perícia tiver que ser feita no local do crime é imprescindível que se respeite a garantia constitucional à inviolabilidade do domicílio (artigo 5º, XI, DA CF). EXAME DE CORPO DE DELITO INDIRETO Na doutrina há controvérsia a respeito do que seria o exame de corpo de delito indireto. Para a doutrina majoritária, o exame de CCOORRPPO O DDE E DDEELLIITTO O IINNDDIIRREETTOO seriam as declarações testemunhais prestadas com o objetivo de suprir o exame direto quando não mais existirem os vestígios. A quem entenda, todavia, que o exame de corpo de delito indireto seria a perícia realizada por peritos sobre outros elementos que não os vestígios do crime. Seria, por exemplo, a análise pericial a respeito das declarações das testemunhas ou do prontuário médico relativo aos primeiros socorros prestados à vítima. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 12 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br O certo é que o CPP prevê a possibilidade de prova testemunhal suprir a falta do exame de corpo de delito, desde que desaparecidos os vestígios (artigo 167 do CPP). É possível a condenação de alguém por crime de homicídio sem que se tenha encontrado o corpo da vítima? A ausência de vestígios, no caso de crimes não transeuntes, levará à necessidade de outros elementos de prova a indicarem a materialidade delitiva. A prova testemunhal tem se mostrado de grande valia. ¾ Questões sobre o tema. 7. (ANALISTA/EXEC/STF/2008) Com base no CPP, julgue os itens a seguir, relativos a provas. 131 Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto. Não sendo possível sua realização em decorrência de os vestígios terem desaparecido, a prova testemunhal ou a confissão poderão suprir-lhe a falta. DA RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES TRATADAS EM AULA 1.(CESPE/TRF5/TO/JUIZ/AGOSTO/2007) No que diz respeito às provas no processo penal, julgue os itens a seguir. 128 Os fatos axiomáticos são objetos de prova no processo penal. RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. Os fatos axiomáticos são aqueles evidentes que se auto demonstram. Com isso, de acordo com a doutrina, não dependem de prova. 2. (PERITO/CRIMINAL/PB/2009) Acerca do conceito de prova, das formas de prova e do objeto da prova, julgue o item. Se a testemunha afirma apenas que viu o réu ser preso e, com ele, ter sido encontrado o objeto reclamado pela vítima, tem-se, apenas, uma prova indireta do roubo, pois, para se chegar ao fato probando, é usado o raciocínio indutivo RReessoolluuççããoo: : CCeerrttoo. De fato a testemunha não tomou conhecimento do roubo, mas sim de fato que poderá levar à conclusão de que tenha havido o roubo. 3. 30. Disciplina da prova no processo penal. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 13 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br (A) Considerando a repartição do ônus da prova, para que se alcance uma absolvição, à defesa incumbe a prova da alegação de ter agido o réu em situação que exclua a ilicitude da conduta. (B) Desistindo o Ministério Público das testemunhas arroladas porque estas não foram localizadas na fase judicial, o magistrado poderá condenar o acusado com base nos depoimentos de inquérito porque a prova colhida na investigação se tornou irrepetível. (C) O juiz que recebeu a denúncia com base em prova posteriormente declarada ilícita não pode ser o mesmo a prolatar a sentença, sob pena de nulidade. (D) A reforma parcial do código de processo penal permitiu que a prova ilícita por derivação seja considerada válida para a condenação quando obtida através de fonte independente ou quando, por raciocínio hipotético, sua descoberta teria sido inevitável. (E) No processo penal, é inadmissível uma condenação quando a prova da autoria é feita exclusivamente por indícios. GGaabbaarriittoo: : DD 4.(DELEGADO) 104 Não se faz distinção entre corpo de delito e exame de corpo de delito, pois ambos representam o próprio crime em sua materialidade. RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. O CCOORRPPO O DDE E DDEELLIITTO O é o conjunto dos elementos sensíveis do crime e a sua materialidade, isto é, a prova de sua existência6. O EEXXAAMME E DDEE CCOORRPPOO de delito é a sua demonstração que se dará, em regra, por meio de perícia 5.(DELEGADO) 106 Dispõe a lei processual penal que os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos por dois peritos oficiais, o que significa que esses técnicos podem desempenhar suas funções independentemente de nomeação da autoridade policial ou do juiz, uma vez que a investidura em tais cargos advém da lei. RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. Atualmente, não é necessário que a perícia seja feita por dois peritos oficiais. Com a atual redação do artigo 159 do CPP, podemos concluir que as períicias, em regra, serão realizadas por um perito oficial. Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. 6.(PMVITÓRIA) Acerca do direito processual penal, julgue os itens seguintes 6 Nucci – Guilherme de Souza – Código de Processo Penal Comentado – Editora RT. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 14 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br 83 Os exames de corpo de delito e as outras perícias devem ser feitos por dois peritos oficiais, todavia, inexistindo peritos oficiais no quadro do órgão pericial responsável, o exame deve ser feito por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame. RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. Atualmente, não é necessário que a perícia seja feita por dois peritos oficiais. Com a atual redação do artigo 159 do CPP, podemos concluir que as períicias, em regra, serão realizadas por um perito oficial. Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. 7.(ANALISTA/EXEC/STF) Com base no CPP, julgue os itens a seguir, relativos a provas. 131 Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto. Não sendo possível sua realização em decorrência de os vestígios terem desaparecido, a prova testemunhal ou a confissão poderão suprir-lhe a falta. RReessoolluuççããoo: : CCEERRTTAA.. Na verdade, de acordo com o artigo 167 CPP, o exame de corpo de delito poderá ser suprido por prova testemunhal e não por confissão do acusado. Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. Dos Assistentes Técnicos Com a nova redação do CPP, hoje é possíveltermos assistente técnico com o mesmo perfil daqueles admitidos no processo civil. Assim, de acordo com o artigo 159, parágrafo 3º, serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de AASSSSIISSTTEENNT TEE TTÉÉCCNNIICCOO. O assistente técnico é o perito indicado pelas partes para ratificar ou rechaçar as conclusões do perito judicial. Atuará A A PPAARRTTIIR R DDE E SSUUA A AADDMMIISSSSÃÃO O PPEELLOO JJUUIIZZ e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 15 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br Havendo requerimento das partes, o MMAATTEERRIIAALL PPRROOBBAATTÓÓRRIIOO QQUUEE SSEERRVVIIUU DDE E BBAASSEE ÀÀ PPEERRÍÍCCIIA A SSEERRÁ Á DDIISSPPOONNIIBBIILLIIZZAADDOO no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, PPAARRA A EEXXAAMME E PPEELLOOSS AASSSSIISSTTEENNTTEESS, salvo se for impossível a sua conservação. Portanto, a atuação do assistente técnico será realizada mediante admissão pelo Juiz e após a elaboração do laudo pericial pelo perito judicial. Este atua de modo imparcial; aquele será indicado pelas partes e, com isso, não se exige a imparcialidade. 8. (FCC/TRF4/2010) 59. No que se refere aos assistentes, é certo que (A) do despacho que admitir ou não o assistente caberá recurso em sentido estrito. (B) o Ministério Público não será ouvido sobre a admissão do assistente. (C) o assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se achar. (D) caberá ao juiz decidir acerca da realização das provas propostas pelo assistente, independentemente da oitiva do Ministério Público. (E) a eles não será permitido arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público. Das outras perícias. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na dinâmica dos fatos. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado. 11- - EEXXAAMME E NNEECCRROOSSCCÓÓPPIICCOO.. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 16 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br O EEXXAAMME E NNEECCRROOSSCCÓÓPPIICCOO (autópsia) é a perícia realizada com o objetivo de indicar a causa da morte. Em regra, esse exame ddeevvee sseerr ffeeiittoo ppeelloo mmeennooss 0066 hhoorraass aappóós s aa mmoorrttee. Trata-se de exame das partes internas de um cadáver. A necropsia poderá ser dispensada: 1. Nos casos de morte violenta, onde o simples exame externo do cadáver permitirá determinar a causa da morte. 2. Quando não houver infração penal a apurar. 3. Quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte. Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante. Não será necessário aguardar o prazo de seis horas quando pela evidencia de sinais de morte, os peritos entenderem que a perícia possa ser feita antes daquele prazo. É o que ocorre com o cadáver decaptado ou em caso de esmagamento de crânio. O PPRRAAZZO O DDE E SSEEIIS S HHOORRAASS constitui um prazo de segurança, necessário ao aparecimento dos sinais incontroversos de morte. Então, podemos dizer que o prazo objetiva a não realização de exames internos em pessoa viva. Há hipóteses em que o exame interno (necropsia) é dispensado. Não se pode confundir a dispensa de exame com a desnecessidade de se aguardar o decurso do prazo de 06 horas para sua realização. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. ¾ Questões sobre o tema. 9.(DELEGADO) 105 Por determinação legal, o exame necroscópico ou cadavérico deve ser realizado pelo menos seis horas após o óbito. Todavia, tal obrigatoriedade é dispensada se DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 17 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br houver evidência da morte, como ausência de movimentos respiratórios, desaparecimento do pulso ou enregelamento do corpo. 22- - EEXXUUMMAAÇÇÃÃOO.. A EEXXUUMMAAÇÇÃÃOO constitui perícia que recairá sobre o cadáver que já foi enterrado (inumado). Caso ocorra dúvida acerca da identidade do cadáver a ser exumado, impõe-se a realização de exame para tal finalidade. A EEXXUUMMAAÇÇÃÃOO objetiva a realização de exame pericial para a determinação da causa da morte. Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto. 33- - LLEESSÕÕEES S CCOORRPPOORRAAIISS.. A LLEESSÃÃO O CCOORRPPOORRAALL pode ser conceituada, sob aspecto penal, como a ofensa à integridade corporal ou à saúde, ou seja, como o dano ocasionado à normalidade funcional do corpo humano, quer do ponto de vista anatômico, quer do ponto de vista fisiológico ou mental7. Para que haja a demonstração das lesões corporais necessária será a realização do exame de corpo de delito. De acordo com o disposto no artigo 168 do CPP, será realizado exame complementar quando o primeiro exame se mostrar incompleto. Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. § 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. § 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.7 Cf – Mirabete – Julio Fabrini – in Manual de Direito Penal – volume II – editora Atlas. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 18 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br § 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. No caso de lesões corporais graves (artigo 129, parágrafo 1º, I, do CP), a incapacidade para as ocupações habituais dependerá de exame complementar a ser realizado após o prazo de 30 dias. É o que estabelece o artigo 168, parágrafo 2º, do CPP. A ausência de exame complementar poderá ser suprida por PPRROOVVAA TTEESSTTEEMMUUNNHHAALL. A própria palavra da vítima não se mostra suficiente para suprir a falta de exame complementar. Lesão Corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; Para a qualificação da lesão corporal como grave - inciso I do § 1º do art. 129 do CP - será necessária a submissão da vítima a exame complementar a fim de confirmar a incapacidade para as ocupações habituais pelo prazo de trinta dias. O exame inicial não pode pretender comprovar circunstância que somente deverá ser aferida após passados trinta dias da lesão sofrida pela vítima, até porque a recuperação nesse prazo dependerá sempre de diversos fatores não controláveis cientificamente. ¾ Questões sobre o tema. 10. (ANALISTA/EXEC/STF/2008) Com base no CPP, julgue os itens a seguir, relativos a provas. 132 Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do MP, ou do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. A falta desse exame poderá ser suprida pela prova testemunhal. 44- - EEXXAAMME E GGRRAAFFOOTTÉÉCCNNIICCOO.. O objetivo do EEXXAAMME E GGRRAAFFOOTTÉÉCCNNIICCO O OOU U CCAALLIIGGRRÁÁFFIICCOO é determinar a autoria de determinado escrito. Assim, no crime de falsidade documental pode ser necessária a perícia para determinar a autoria da falsificação. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 19 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br Para tanto, a pessoa interessada será intimada a comparecer para reconhecer documentos diversos provenientes de seu punho que servirão de padrão de comparação (Ex: o sujeito é intimado para reconhecer uma carta que fora encontrada em sua residência). Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar- se-á o seguinte: I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada; II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida; III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados; IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever. A autoridade que preside o inquérito ou a ação judicial poderá, caso necessário, determinar que sejam apresentados para perícia eventuais documentos que estejam em repartições públicas e que tenham sido elaborados pelo sujeito. É o que ocorre, por exemplo, com os documentos do cartório notarial. Caso inexistam dados suficientes para o exame, a pessoa intimada será instada a fornecer material grafotécnico ou caligráfico para que se possa fazer a comparação. Nos exatos termos do art. 174, incisos II e III do CPP, outros escritos, e não apenas aqueles fornecidos espontaneamente pelo acusado, podem ser objeto de exame grafotécnico, desde que certa sua origem - o punho do denunciado ou investigado -, bem como inconteste sua autenticidade (STJ – HC 120969 RJ). QQuueessttã ãoo iinntteerreessssaannt tee é é ssaabbe err s see o o iinnddiicciiaad doo ppooddeerráá s see nneeggaar r aa ffoorrnneecceer r oo mmaatteerriia all ccaalliiggrrááffiicco o ppaarra a eexxaammee. . RReessppoossttaa: : D Dee aaccoorrd doo ccoom m aa ddoouuttrriin naa mmaajjoorriittáárriiaa, , oo ssuussppeeiittoo, , uummaa vve ezz qquue e nnã ãoo é é oobbrriiggaaddo o aa pprroodduuzzi irr pprroovva a ccoonnttrra a ssii,, nnã ãoo ppood dee sseer r ccooaaggiid doo aa ffoorrnneecceer r mmaatteerriiaal l ppaarra a aa rreeaalliizzaaççããoo ddee eexxaammee ggrraaffoottééccnniiccoo. . AAddeemmaaiiss, , oo nnãão o ffoorrnneecciimmeenntto o ddo o mmaatteerriiaal l nnã ãoo ppooddee sse err iinntteerrpprreettaad doo e emm sseeu u ddeessffaavvoor r.. DAS QUESTÕES MENCIONADAS NA AULA DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 20 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br 8. (FCC/TRF4/2010) 59. No que se refere aos assistentes, é certo que (A) do despacho que admitir ou não o assistente caberá recurso em sentido estrito. (B) o Ministério Público não será ouvido sobre a admissão do assistente. (C) o assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se achar. (D) caberá ao juiz decidir acerca da realização das provas propostas pelo assistente, independentemente da oitiva do Ministério Público. (E) a eles não será permitido arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público. Gabarito: C. 9.(DELEGADO) 105 Por determinação legal, o exame necroscópico ou cadavérico deve ser realizado pelo menos seis horas após o óbito. Todavia, tal obrigatoriedade é dispensada se houver evidência da morte, como ausência de movimentos respiratórios, desaparecimento do pulso ou enregelamento do corpo. 10. (ANALISTA/EXEC/STF/2008) Com base no CPP, julgue os itens a seguir, relativos a provas. 132 Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do MP, ou do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. A falta desse exame poderá ser suprida pela prova testemunhal. OUTRAS QUESTÕES SOBRE PROVA 11.(TJDF/ANALISTA/JUDICIÁRIA) Acerca das provas no processo penal, julgue os itens a seguir com base no Código de Processo Penal. 103 Em caso de infração que deixe vestígio, o exame de corpo de delito pode ser suprido pela confissão do acusado, desde que espontânea e efetivada perante o juiz de direito. 12.(PMVITÓRIA/AGENTE) Acerca do direito processual penal, julgue os itens seguintes. 83 Os exames de corpo de delito e as outras perícias devem ser feitos por dois peritos oficiais, todavia, inexistindo peritos oficiais no quadro do órgão pericial responsável, o exame deve ser feito por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame. 13.(MPE/RO/2010/ADAPTADA) 20. Julgue o item a respeito da prova criminal. 1. Na falta de perito oficial, o exame de corpo delito deverá ser realizado por um profissional idôneo, indicado pelo juiz, que tenha habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.14.(MPE/ES/2010/ADAPTADA) 15. Assinale a opção correta a respeito das provas no processo penal, considerando os posicionamentos doutrinário e jurisprudencial dominantes. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 21 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br 1 Nas infrações penais que deixem vestígios, o exame de corpo de delito será indispensável e, se realizado na fase inquisitiva, deverá ser renovado em juízo em observância ao princípio do contraditório. DA RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES TRATADAS EM AULA 9. (DELEGADO) 105 Por determinação legal, o exame necroscópico ou cadavérico deve ser realizado pelo menos seis horas após o óbito. Todavia, tal obrigatoriedade é dispensada se houver evidência da morte, como ausência de movimentos respiratórios, desaparecimento do pulso ou enregelamento do corpo. RReessoolluuççããoo: : CCEERRTTAA.. NNã ãoo sseer ráá nneecceessssáárri ioo aagguuaarrdda arr o o pprraaz zoo d dee sseei iss hhoorraas s qquuaannddo o ppeella a eevviiddêênncci iaa ddee ssiinnaaiis s dde e mmoorrttee, , oos s ppeerriitto oss eenntteennddeerre emm qquue e aa ppeerríícciia a ppoosss saa sseer r ffeeiit taa aanntteess ddaaqquueel lee pprraazzoo. . PPoorrttaannttoo, , hhaavveennd doo ssiinnaai iss qquue e eevviiddeenncciiaam m aa mmoorrttee, , ddiissppeennssaa--sse e oo ddeeccuurrs soo d doo pprraazzo o dde e 006 6 hhoorra ass ppaar raa a a rreeaalliizzaaççãão o ddo o eexxaammee. . É É oo qquue e ooccoorrrree, , ppoorr eexxeemmpplloo, , cco omm o o ccaaddáávve err ddeeccaappttaaddo o oou u eem m ccaasso o dde e eessmmaaggaammeennt too d dee ccrrâânniioo. . 10. (ANALISTA/EXEC/STF) Com base no CPP, julgue os itens a seguir, relativos a provas. 132 Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do MP, ou do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. A falta desse exame poderá ser suprida pela prova testemunhal. RReessoolluuççããoo: : CCEERRTTAA.. AArrtt. . 11668 8.. E Emm ccaas soo d dee lleessõõe ess ccoorrppoorraaiiss, , sse e oo pprriimmeeiir roo eexxaamme e ppeerriicciiaal l ttiivve err ssiiddoo iinnccoommpplleettoo, , pprroocceeddeerr--ssee--áá a a eexxaammee ccoommpplleemmeennttaarr ppoorr ddeetteerrmmiinnaaççãão o ddaa aauuttoorriiddaadde e ppoolliicciiaal l oou u jjuuddiicciiáárriiaa, , dde e ooffíícciioo, , oou u aa rreeqquueerriimmeennt too d doo MMiinniissttéérriioo PPúúbblliiccoo, , ddo o ooffeennddiiddo o oou u ddo o aaccuussaaddoo, , oou u dde e sse euu ddeeffeennssoorr.. §§ 1 1oo N Noo eexxaamme e ccoommpplleemmeennttaarr, , oos s ppeerriitto oss tteerrãão o pprreesseenntte e oo aauut too d dee ccoorrppo o ddee ddeelliittoo, , aa ffiim m dde e ssuupprriirr--llh hee a a ddeeffiicciiêênncci iaa o ouu rreettiiffiiccáá--lloo.. §§ 2 2oo S See o o eexxaam mee ttiivveer r ppo orr ffiim m pprreecciissaar r aa ccllaassssiiffiiccaaççãão o ddo o ddeelliitto o nno o aarrtt. . 112299, , § § 11oo,, II, , ddo o CCóóddiig goo PPeennaall, , ddeevveerrá á sse err ffeeiitto o llooggo o qqu uee ddeeccoorrrra a oo pprraazzo o dde e 330 0 ddiiaass, , ccoonnttaaddoo dda a ddaatta a ddo o ccrriimmee.. §§ 3 3oo A A ffaallt taa d dee eexxaamme e ccoommpplleemmeennttaar r ppooddeerrá á sse err ssuupprriiddaa ppeella a pprroov vaa tteesstteemmuunnhhaall.. 11.(ANALISTA/JUDICIÁRIA) Acerca das provas no processo penal, julgue os itens a seguir com base no Código de Processo Penal. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 22 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br 103 Em caso de infração que deixe vestígio, o exame de corpo de delito pode ser suprido pela confissão do acusado, desde que espontânea e efetivada perante o juiz de direito. RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. EEm m ccaasso o dde e iinnffrraaççãão o qqu uee ddeeiixxa a vveessttííggiio oss ((ccrriimmees s nnã ãoo ttrraannsseeuunntteess) ) aa ffaalltta a ddoo eexxaam mee d dee ccoorrppo o dde e ddeelliitto o ppoodde e sse err ssuupprriiddo o ppo orr pprroovva a tteesstteemmuunnhha all e e nnã ãoo ppeellaa ccoonnffiissssã ãoo d doo aaccuussaaddoo.. 12.(PMVITÓRIA) Acerca do direito processual penal, julgue os itens seguintes. 83 Os exames de corpo de delito e as outras perícias devem ser feitos por dois peritos oficiais, todavia, inexistindo peritos oficiais no quadro do órgão pericial responsável, o exame deve ser feito por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame. RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. HHoojjee, , cco omm a a aalltteerraaççã ãoo d doo CCPPPP, , nnã ãoo s see eexxiigge e qqu uee a a ppeerríícci iaa sseej jaa rreeaalliizzaadda a ppo orr ddooiiss ppeerriitto oss ooffiicciiaaiiss. . BBAASSTTA A UUM M SSÓ Ó PPEERRIITTO O OOFFIICCIIAALL ((aarrttiiggo o 11558 8 ddo o CCPPPP)).. 13.(MPE/RO/2010/ADAPTADA) 20. Julgue o item a respeito da prova criminal. 1. Na falta de perito oficial, o exame de corpo delito deverá ser realizado por um profissional idôneo, indicado pelo juiz, que tenha habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. CCaasso o iinneexxiisstta a ppeerriitto o ooffiicciiaall, , aa ppeerríícciia a sseerrá á rreeaalliizzaad daa ppoor r DDOOI ISS PPEERRIITTOOS S NNÃÃOO--OOFFIICCIIAAIISS OOU U LLEEIIGGOOSS qquuee sseerrããoo nnoommeeaaddooss ppeellaa aauuttoorriiddaaddee jjuuddiicciiáárriiaa oouu,, qquuaannddo o aa ppeerríícciia a ffoorr rreeaalliizzaad daa n naa ffaas see d dee iinnqquuéérriittoo, , ppeella a aauuttoorriiddaadde e ppoolliicciiaall. . DDe e aaccoorrddo o cco omm o o ddiissppoosstto o nno o aarrttiiggo o 115599, , ppaarráággrraaf foo 11ºº, , ddo o CCPPPP, , ““NNA A FFAALLTTA A DDE E PPEERRIITTOO OOFFIICCIIAALL, , O O EEXXAAMME E SSEERRÁ Á RREEAALLIIZZAADDOO PPOOR R 2 2 ((DDUUAASS) ) PPEESSSSOOAAS S IIDDÔÔNNEEAAS S,, PPOORRTTAADDOORRAAS S DDE E DDIIPPLLOOMMA A DDEE CCUURRSSO O SSUUPPEERRIIOOR R PPRREEFFEERREENNCCIIAALLMMEENNT TEE NNA A ÁÁRRE EAA EESSPPEECCÍÍFFIICCAA, , DDEENNTTRREE AAS S QQU UEE TTIIVVEERREEM M HHAABBIILLIITTAAÇÇÃÃOO TTÉÉCCNNIICCA A RREELLAACCIIOONNAADDA A CCOOMM A A NNAATTUURREEZZA A DDO O EEXXAAMMEE””.. 14.(MPE/ES/2010/ADAPTADA) 15. Assinale a opção correta a respeito das provas no processo penal, considerando os posicionamentos doutrinário e jurisprudencial dominantes. 1 Nas infrações penais que deixem vestígios, o exame de corpo de delito será indispensável e, se realizado na fase inquisitiva, deverá ser renovado em juízo em observância ao princípio do contraditório. RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. AAppeessaar r dde e iinnddiissppeennssáávve ell nnoos s ccrriimmees s qqu uee ddeeiixxa amm vveessttííggiiooss, , oo eexxaamme e dde e ccoorrp poo ddee ddeelliitto o ppoodde e sse err ssuupprriiddo o ppo orr pprroovva a tteesstteemmuunnhhaall. . AAddeemmaaiiss, , aa ppeerríícciiaa rreeaalliizzaad daa nnaa ffaasse e iinnqquuiissiittiiv vaa ((iinnqquuéérriit too ppoolliicciiaall) ) ppeella a aauuttoorriiddaadde e ppoolliicciiaal l nnã ãoo nneecceessssiittaa sseerr DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 23 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br rreennoovvaadda a eem m jjuuíízzoo. . N Noo ccaassoo, , nna a ffaasse e jjuuddiicciiaall, , oonndde e iimmppeerra a oo ccoonnttrraaddiittóórriioo, , ssee ooppoorrttuunniizzaaddo o ààs s ppaarrttees s oo ddiirreeiitto o dde e sse e ccoonnttrraappo orr à à ppeerríícciiaa. . DDiizz--sse e qquuee, , nneesst tee ccaassoo,, hhá á oo ccoonnttrraaddiittóórriio o ddiiffeerriiddoo.. Lei 9.296/96 - DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 1 - Disposição Constitucional O direito à privacidade decorre do direito à vida. Portanto, todos têm direito à privacidade como também à garantia de inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas. Assim, podemos concluir que a inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas constitui, de acordo com o artigo 5o, XII, da CF, um direito-instrumental, ou seja, um meio assecuratório – uma garantia individual - que objetiva tutelar o direito à privacidade e, por via obliqua, à vida. Artigo 5o, da CF. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; No entanto, a inviolabilidade prevista no artigo 5o, XII, da CF, no que tange à privacidade das comunicações telefônicas, não é absoluta. O certo é que, por meio de ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, com o fim de subsidiar investigação criminal ou instrução processual penal admite-se sua violação. O nosso trabalho recairá exatamente sobre os termos da Lei 9.296/96 que regulamenta a parte final do inciso XII, do artigo 5o, da CF. Já de início é de se observar que a Constituição Federal desde 1.988 prevê garantia individual da inviolabilidade do sigilo das comunicações telefônicas, como também sua exceção, ou seja, a possibilidade de violação por ordem judicial. No entanto, a lei regulamentadora só entrou em vigência em 24 de julho de 1996. A primeira celeuma se estabeleceu: As interceptações telefônicas concretizadas por ordem de juiz competente antes do advento da lei 9.296/96 sob a égide da Constituição Federal de 1.988 são consideradas provas lícitas ou ilícitas? DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 24 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br O Supremo Tribunal Federal reiteradamente tem decidido que a prova obtida por meio de escuta telefônica autorizada antes do advento da lei 9.296/96 é prova ilícita e, com isso, não pode ser utilizada. É o que se depreende, por exemplo, dos trechos de decisões do STF que segue abaixo. “O Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, assentou entendimento no sentido de que sem a edição de lei definidora das hipóteses e da forma indicada no art. 5º, inc. XII, da Constituição não pode o Juiz autorizar a interceptação de comunicação telefônica para fins de investigação criminal. Assentou, ainda, que a ilicitude da interceptação telefônica -- à falta da lei que, nos termos do referido dispositivo, venha a discipliná-la e viabilizá-la -- contamina outros elementos probatórios eventualmente coligidos, oriundos, direta ou indiretamente, das informações obtidas na escuta. Habeas corpus concedido”8. “Escuta telefônica autorizada anteriormente à vigência da Lei 9.296/96. Prova ilícita reconhecida em outro writ. Anulação, ab initio, da ação penal”9. ¾ Questões sobre o tema: 15. À luz do direito penal, julgue os itens a seguir. 4- Consoante orientação do STF, é ilícita a prova produzida mediante escuta telefônica autorizada judicialmente, antes do advento da Lei n.º 9.296/1996 (interceptação telefônica). 16. No atinente aos direitos fundamentais, julgue os itens seguintes. 3- Considerando que o art. 5.º, XII, da Constituição da República, dispõe que “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”, à luz da teoria dos direitos fundamentais, tem-se aí, no que tange à regulamentação da quebra do sigilo de correspondência e das comunicações, exemplo de incidência do princípio da reserva legal, o qual apresenta distinção em face do princípio da legalidade. 1.1 - Lei 9.296/96 – Da interceptação telefônica. Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. 8 STF – HC 73351/SP – Relator: Ministro Ilmar Galvão – órgão julgador: 1a Turma – Data do julgamento: 09/05/1996. 9 STF – HC 81494/SP – Relator: Ministro Maurício Corrêa – órgão julgador: 2a Turma – Data do julgamento: 05/03/2002 DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 25 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática. Do artigo 1o da Lei 9.296/96 já nota-se a necessidade de se estabelecer inicialmente alguns conceitos. 9 Interceptação, nos dizeres da lei, significa intrometer-se com o intuito de obter informação. De fato, não é interrupção da comunicação, mas sim intromissão e colheita de dados. 9 A investigação criminal pode ser definida como as diligências empreendidas pela autoridade policial para apuração de eventual infração penal e de sua autoria. Para que se tenha a investigação criminal não se tem como necessária a instauração do inquérito policial. Eventualmente, as investigações criminais é que darão cabo à instauração do inquérito policial. Portanto, para que se determine a interceptação telefônica não se exige a instauração formal do inquérito policial. 9 Instrução processual penal é a fase em que, no processo, são trazidas as provas a serem analisadas pelo magistrado. 9 Comunicação em sistema de informática e telemática é a comunicação que se dá por meio computadorizado (on line) podendo se dá com ou seja a colaboração do sistema de telefonia. ¾ Questões sobre o tema: 17- De acordo com a jurisprudência do STJ, assinale a opção correta. 1. A interceptação telefônica para fins de investigação criminal não pode efetivar-se antes da instauração do inquérito policial. 18- Acerca das leis penais especiais, julgue os seguintes itens. 88__ A prova obtida por meio de interceptação legal, para fins de investigação criminal, pode ser utilizada em ação de divórcio, caso a autoridade judiciária assim o autorize e as partes tenham relação com os fatos investigados. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 26 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br 1.2 - Dos requisitos do artigo 1o da Lei 9.296/96. De acordo com o artigo 1o da lei 9.296/96, a interceptação telefônica deverá se dar com o fim de prova em investigação criminal e em instruçãoprocessual penal. Portanto, não se poderá utilizar a prova em processos outros que não sejam de natureza penal. No entanto, o STF10 tem admitido que os dados obtidos em processo administrativo disciplinar. Observe abaixo o trecho do teor da decisão: “Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais, judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova”. A decisão acerca da interceptação telefônica deve ser proferida por juiz competente para a ação principal. Portanto, ao receber as peças informativas iniciais, caberá ao magistrado observar se tem competência para o julgamento de eventual ação penal. A competência, então, deverá ser aferida diante dos elementos de prova que ali se apresentam. Caso, entretanto, da interceptação telefônica descobrem-se novos ilícitos para os quais a autoridade não possui competência para julgar, não se pode falar em prova inválida por incompetência da autoridade. A decisão judicial poderá se dar de ofício pelo magistrado ou mediante requerimento da autoridade policial na investigação criminal, ou do representante do Ministério Público na investigação criminal como também na instrução processual (artigo 3o da Lei 9.296/96). 1.3 - Dos requisitos do artigo 2o da Lei 9.296/96. Consoante o disposto no artigo 2o da lei 9.296/96, Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I. não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal. 10 STF – Inq-OQ-OQ 2424/RJ – Relator: Ministro Cesar Peluso – órgão julgador: Pleno – Data do julgamento: 20/06/2007. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 27 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br Para que se determine a interceptação telefônica é necessário que haja indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal. Não se faz necessária a prova da materialidade delitiva. O certo, todavia, é que a interceptação não pode ser a primeira das provas. Não se exige, no entanto, que haja prévia instauração de inquérito policial, pois as provas demonstradoras dos indícios de autoria e da participação podem decorrer de qualquer instrumento. II. a prova puder ser feita por outros meios disponíveis. Se a prova pode ser obtida por outro meio não há motivo para que se viole a privacidade das comunicações telefônicas. Aqui, presentes os requisitos da razoabilidade e da proporcionalidade. Não é razoável a violação do sigilo de comunicação se outro s meios permitem a obtenção da prova desejada. Deve-se concluir, então, que a interpcetação telefônica como meio de prova tem caráter subsidiário, ou seja, só poderá ser utilizada se outro meio não dispuser o magistrado. III. o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. É condição necessária à legitimidade da interceptação que objetive apurar fato que constitua infração penal punível com reclusão. No entanto, a prova obtida por meio de interceptação telefônica determinada para apurar crime apenado com reclusão poderá servir de base para oferecimento de denúncia por crime apenado somente com detenção, desde que estes sejam conexos àqueles. É o que ocorrerá quando, por meio de interceptação telefônica determinada para apurar crime de roubo, colhe-se informação sobre a existência de crime de peculato culposo praticado por funcionário público. Sobre o tema manifestou-se o STF11 “Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletas dessa diligência podem subsidiar denúncia 11 STF HC 83515/RS – Relator: Ministro Nelson Jobim – Tribunal Pleno – Data do julgamento: 16/09/2004. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 28 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. Do contrário, a interpretação do art. 2º, III, da L. 9.296/96 levaria ao absurdo de concluir pela impossibilidade de interceptação para investigar crimes apenados com reclusão quando forem estes conexos com crimes punidos com detenção”. É sempre bom lembrar que, para que se permita a interceptação telefônica, dever ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada (artigo 2o, parágrafo único, da Lei 9.296/96). ¾ Questões sobre o tema: 19. (AGU) Julgue o item abaixo de acordo com as leis penais especiais. 146 A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser autorizada se outros meios de prova mostrarem-se insuficientes para a elucidação do fato criminoso e se existirem indícios razoáveis de autoria ou participação em crime punido com reclusão. Entende o STF, todavia, que, uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. 20 (TRF5/TO/JUIZ) Acerca da interceptação das comunicações telefônicas, julgue os próximos itens. 135 Entende o STF, com base na ponderação dos valores em conflito e no princípio da proporcionalidade, que é possível a interceptação das comunicações telefônicas da esposa de extraditando, contra quem tenha sido expedido mandado de prisão cautelar, que ainda não tiver sido capturado, encontrando-se em local incerto e não sabido. 21- (AGU) A respeito da interceptação telefônica e do princípio da legalidade, julgue os itens seguintes. 142___ A interceptação telefônica, para fins de investigação criminal, somente pode ser determinada pela autoridade judiciária, de ofício e a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, após a instauração formal de inquérito policial, sob pena de tornar-se prova ilícita. DA PRORROGAÇÃO DO PRAZO A interceptação telefônica, à luz do disposto no artigo 5º da Lei 9.296/96, não poderá exceder a 15 dias. No entanto, o próprio dispositivo admite sua DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 29 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br prorrogação por igual período desde que demonstrada a imprescindibilidade do meio de prova. Lei 9296/96. Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. Em várias oportunidades o STF teve que se manifestar sobre o tema, e, como veremos abaixo, consolidou entendimento no sentido de que as interceptações telefônicas poder ser prorrogadas. “A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consolidou o entendimento segundo o qual as interceptações telefônicas podem ser prorrogadas desde que devidamente fundamentadas pelo juízo competente quanto à necessidade para o prosseguimento das investigações. Precedentes: HC nº 83.515/RS, Rel. Min. Nelson Jobim, Pleno, maioria, DJ de 04.03.2005; e HC nº 84.301/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 2ª Turma, unanimidade, DJ de 24.03.2006”12.“Persistindo os pressupostos que conduziram à decretação da interceptação telefônica, não há obstáculos para sucessivas prorrogações, desde que devidamente fundamentadas, nem ficam maculadas como ilícitas as provas derivadas da interceptação. Precedente. Recurso a que se nega provimento”13. “O prazo previsto para a realização de interceptação telefônica é de 15 dias, nos termos do art. 5º da Lei n.º 9.296/96. A jurisprudência assente e remansosa aponta, contudo, para a possibilidade de esse prazo ser renovado, quantas vezes for necessário, até que se ultimem as investigações, desde que comprovada a necessidade”14. Para que o magistrado defira a prorrogação, não se exige a transcrição integral das conversas até então obtidas. A transcrição integral deverá ser concretizada ao final do procedimento de interceptação. A motivar a renovação do prazo, basta que a autoridade policial encaminhe relatório circunstanciado dando conta da insuficiência da prova produzida e da imprescindibilidade do meio de prova. Sobre o tema decidiu o STJ15 que 12 STF – RHC 88371/SP – Relator: Ministro Gilmar Mendes – 2ª Turma – Data do julgamento: 14/11/2006. 13 STF – RHC 85575/SP – Relator: Ministro Joaquim Barbosa – 2ª Turma – Data do julgamento: 28/03/2006. 14 STF – HC 43958/SP – Relatora: Ministra Laurita Vaz – 5ª Turma - Data do julgamento: 18/05/2006. 15 STJ – RHC 13274/RS – Relator: Ministro Gilson Dipp – 5ª Turma – Data do julgamento: 19/08/2003. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 30 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br “A interceptação telefônica deve perdurar pelo tempo necessário à completa investigação dos fatos delituosos. O prazo de duração da interceptação deve ser avaliado pelo Juiz da causa, considerando os relatórios apresentados pela Polícia. Não se pode exigir que o deferimento das prorrogações (ou renovações) seja sempre precedido da completa transcrição das conversas, sob pena de frustrar-se a rapidez na obtenção da prova. Não se faz necessária a transcrição das conversas a cada pedido de renovação da escuta telefônica, pois o que importa, para a renovação, é que o Juiz tenha conhecimento do que está sendo investigado, justificando a continuidade das interceptações, mediante a demonstração de sua necessidade. A lei exige que seja feita a transcrição das gravações ao final da escuta, a fim de que o conteúdo das conversas seja juntado ao processo criminal”. ¾ Questões sobre o tema: 22- (TRF5/TO/JUIZ) Acerca da interceptação das comunicações telefônicas, julgue os próximos itens. 134 Para a prorrogação do pedido de interceptação das comunicações telefônicas, lei exige a transcrição integral das conversas até então obtidas, para que o juiz verifique a plausibilidade do pedido. 1.5 – Do procedimento. O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. Desde o momento em que receber o pedido, o magistrado terá o prazo de 24 horas para decidir. Trata-se de hipótese excepcional que indica ser a medida urgente. A decisão, como qualquer outra decisão judicial (artigo 93, IX, DA CF), será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. É de se ressaltar que a prorrogabilidade não se limita a uma única vez. A medida extremada será prorrogada por quantas vezes se mostrar necessárias. Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 31 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br realização e no caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição. Realizada a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas. O magistrado, ao receber o termo circunstanciado deverá apensa-lo aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas, dando-se ciência ao Ministério Público. A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. 1.6. Da prova ilícita A inadmissibilidade de prova ilícita decorre do princípio do devido processo legal, pois a prova ilícita não se ajusta a preceitos baseados na legalidade. De acordo com o disposto no artigo 5o, LVI, da CF, são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. Consideram-se provas obtidas por meios ilícitos aquelas que advêm de ofensa à norma material. Não se tratam de provas ilegítimas; mas, sim, ilícitas. Portanto, a prova em ofensa a norma processual é classificada como ilegítima; ao passo que a prova que decorra de ofensa a norma penal (exemplo: tortura) é ilícita. A interceptação telefônica realizada sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei (ex: ser utilizada em processo civil) constitui prova ilícita, já que há afronta a lei penal (lei material), especificamente ao disposto no artigo 10 da Lei 9.296/96. Interessante ressaltar que apesar de a prova ilícita não ser admitida, o princípio da proporcionalidade, implícito no texto constitucional, permite a admissão de prova obtida por meio ilícito em favor do acusado, a qual, em razão de excludentes da ilicitude (exemplo: estado de necessidade ou legítima defesa), perde o caráter de ilícita. DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ PROFESSOR: JULIO MARQUETI 32 Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br Sobre o tema, observe abaixo trecho de um julgado do STF16: “Utilização de gravação de conversa telefônica feita por terceiro com a autorização de um dos interlocutores sem o conhecimento do outro quando há, para essa utilização, excludente da antijuridicidade. - Afastada a ilicitude de tal conduta - a de, por legítima defesa, fazer gravar e divulgar conversa telefônica ainda que não haja o conhecimento do terceiro que está praticando crime -, é ela, por via de conseqüência, lícita e, também conseqüentemente, essa gravação não pode ser tida como prova ilícita, para invocar-se o artigo 5º, LVI, da Constituição com fundamento em que houve violação da intimidade (art. 5º, X, da Carta Magna)”. O STF17 também tem admitido a utilização de prova contra acusado de crime de extorsão mediante sequestro quando obtida por meio não admitido em lei, desde que presentes as excludentes da ilicitude. “Interceptação telefônica e gravação de negociações entabuladas entre seqüestradores, de um lado, e policiais e parentes da vítima, de outro, com o conhecimento dos últimos, recipiendários das ligações. Licitude desse meio de prova. Precedente do STF: (HC 74.678, 1ª Turma, 10-6-97)” ¾ Questões sobre o tema: 23- (PMVITÓRIA/PROCURADOR) Acerca da parte geral do Código Penal e
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