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DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ 
PROFESSOR: JULIO MARQUETI 
1 
Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br 
AULA 3 - DA COMPETÊNCIA e DA PROVA. 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
9 DAS PROVAS 
9 CONCEITO 
9 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
9 FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA 
9 DO EXAME DE CORPO DE DELITO 
9 EXAME DE CORPO DE DELITO DIRETO 
9 EXAME DE CORPO DE DELITO INDIRETO 
9 DA PROVA 
9 Dos Assistentes Técnicos 
9 Das outras perícias. 
9 EXAME NECROSCÓPICO. 
9 EXUMAÇÃO. 
9 LESÕES CORPORAIS. 
9 EXAME GRAFOTÉCNICO. 
9 OUTRAS QUESTÕES SOBRE PROVA 
9 DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
9 Disposição Constitucional 
9 Lei 9.296/96 – Da interceptação telefônica. 
9 Dos requisitos do artigo 1o da Lei 9.296/96. 
9 Dos requisitos do artigo 2o da Lei 9.296/96. 
9 1.4. Da prorrogação. 
9 1.5 – Do procedimento. 
9 1.6. Da prova ilícita 
9 1.7. Figura Criminosa 
9 QUESTÕES MENCIONADAS DURANTE A AULA 
99 DDOOS S SSUUJJEEIITTOOS S PPRROOCCEESSSSUUAAIISS 
99 DDOO JJUUIIZZ 
99 AATTOOS S IINNSSTTRRUUTTÓÓRRIIOOS S 
99 DDO O IIMMPPEEDDIIMMEENNTTO O E E DDA A SSUUSSPPEEIIÇÇÃÃO O DDO O JJUUIIZ Z 
99 DDO O IIMMPPEEDDIIMMEENNTTOO 
99 OOUUTTRRA A SSIITTUUAAÇÇÃÃO O D DEE IIMMPPEEDDIIMMEENNTTOO 
99 DDA A SSUUSSPPEEIIÇÇÃÃO O DDO O JJUUI IZZ 
99 CCEESSSSAAÇÇÃÃO O DDO O IIMMPPEEDDIIMMEENNTTO O OOU U SSUUSSPPEEIIÇÇÃÃOO 
99 DDO O MMIINNIISSTTÉÉRRI IOO PPÚÚBBLLIICCOO 
99 DDOOS S PPRRIINNCCÍÍPPIIOOS S CCOONNSSTTIITTUUCCIIOONNAAIISS 
99 PPRRIINNCCÍÍPPIIOO DDO O PPRROOMMOOTTOOR R NNAATTUURRAALL 
99 DDO O CCOONNTTRROOL LEE EEXXTTEERRNNO O DDA A AATTIIVVIIDDAADDE E PPOOLLIICCIIAALL 
99 DDA A CCOONNDDUUÇÇÃÃO O D DEE IINNVVEESSTTIIGGAAÇÇÕÕEES S CCRRIIMMIINNAAIISS 
99 DDO O IIMMPPEEDDIIMMEENNTTO O DDO O MMP P 
DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ 
PROFESSOR: JULIO MARQUETI 
2 
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99 DDOO IIMMPPUUTTAADDO O OOUU AACCUUSSAADDOO 
99 DDO O DDEEFFEENNSSOORR 
99 DDO O AASSSSIISSTTEENNTTE E DDE E AACCUUSSAAÇÇÃÃOO 
99 DDOOS S AAUUXXIILLIIAARREES S DDA A JJUUSSTTIIÇÇA A 
DAS PROVAS. 
Antes de ingressarmos na analise dos dispositivos legais mencionados no edital 
(artigo 158 até 184 do CPP), devemos, para facilitar a compreensão da matéria, 
tratar de alguns conceitos doutrinários. 
CONCEITO 
Prova pode ser conceituada de várias maneiras. Mas, uma coisa é certa: pprroovvaa éé 
aa lluuz z qqu uee iilluummiinna a oo eessppíírriit too jjuullggaaddo orr ppaar raa qquue e ppoosss saa ddeecciiddiirr.. 
Para a doutrina majoritária: 
“PPRROOVVAA constitui o instrumento por meio do qual se forma a convicção 
do juiz a respeito da ocorrência ou não dos fatos controvertidos no 
processo”1. 
Mirabete, ao conceituar prova, afirma que 
PPRROOVVA A é o conjunto de atos praticados pelas partes, por terceiros e até 
pelo próprio juiz para averiguar a verdade e forma a convicção deste 
último. 
Mas, podemos, ainda, conceituar pprroovvaa como sendo a convicção formada pelo 
juiz após a apreciar os elementos de prova trazidos para os autos. 
Não se pode confundir meio de provas com instrumentos para obtenção da prova 
ou meio para obtenção da prova. A busca e apreensão, por exemplo, constitui 
meio para obtenção de uma prova documental. 
Para Capez2, 
“MMEEIIO O DDE E PPRROOVVAA compreende tudo quanto possa servir, direta ou 
indiretamente, à demonstração da verdade que se busca no processo. 
Assim, temos prova documental, pericial, testemunhal, etc...” 
 
1 Teoria Geral do Processo – Grinover, Cintra e Dinamarco – Editora Malheiros. 
2 Capez – Fernando – Curso de Processo Penal – Editora Saraiva – 1997. 
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Observado o conceito, podemos dizer que a prova tem como finalidade primeira 
satisfazer a pretensão do julgador – que é de conhecer a realidade dos fatos – de 
modo que possa decidir a questão que lhe é posta. 
Mas, não podemos nos esquecer de que a prova objetiva, ainda, em segundo 
plano, a obtenção de consenso social em torno da decisão que será proferida3. 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Já notamos que a prova objetiva dar ao magistrado condição de decidir sobre a 
matéria que lhe é apresentada. Assim, podemos concluir, pela experiência, que 
há fatos que dependem de prova e outros, por sua vez, que não necessitam de 
demonstração. 
O direito (matéria de direito) não depende de prova, já que cabe ao magistrado 
conhecer o direito. No entanto, o direito Estadual, Municipal, Estrangeiro ou 
consuetudinário (costumes) depende de demonstração por que o alega. 
FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA 
De acordo com a doutrina4, não dependem de prova: 1- fatos notórios; 2- fatos 
axiomáticos ou intuitivos; 3- as presunções legais e os 4- fatos inúteis. 
11- - FFAATTOOS S NNOOTTÓÓRRIIOOSS..
Os fatos notórios são aqueles cujo conhecimento faz parte da cultura de uma 
sociedade. Assim, no Brasil não é necessário demonstrar que no dia 07 de 
setembro comemora-se a independência ou que, para ódio de nossos “ermanos”, 
Pelé foi o maior jogador de futebol do mundo (kkkk). 
22- - FFAATTOOS S AAXXIIOOMMÁÁTTIICCOOS S OOU U IINNTTUUIITTIIVVOOSS.. 
São aqueles evidentes que se auto demonstram. É o que ocorre, por exemplo, na 
dispensa de exame interno cadavérico quando as lesões externas permitirem 
precisar a causa da morte (art.162, parágrafo único, do CPP). 
¾ Questões sobre o tema. 
1. (JUIZ/AGOSTO) No que diz respeito às provas no processo penal, julgue os itens a 
seguir. 
128 Os fatos axiomáticos são objetos de prova no processo penal. 
 
3 Nucci – Guilherme de Souza – O valor da Confissão – Editora dos Tribunais. 
4 Capez – Fernando – Curso de Processo Penal – Editora Saraiva – 1997. 
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33- - AAS S PPRREESSUUNNÇÇÕÕEESS LLEEGGAAIISS..
As presunções legais podem ser absolutas – que não admitem prova em sentido 
contrário – ou relativas – que permite a prova que demonstre o oposto. No caso 
das PPRREESSUUNNÇÇÕÕEESS AABBSSOOLLUUTTAASS (jures et de jure) não há necessidade de produção de 
qualquer prova. Já as PPRREESSUUNNÇÇÕÕEESS RREELLAATTIIVVAAS S (juris tantum), admitem a prova. No 
entanto, há inversão do ônus. Caberá à parte que pretende repelir seus efeitos ou 
conseqüências a demonstração do oposto. 
A IINNIIMMPPUUTTAABBIILLIIDDAADDEE do menor de 18 anos de idade decorre da lei. Portanto, 
trata-se de uma presunção. No caso, absoluta, pois não admite prova em sentido 
oposto. Será necessária, sim, demonstração da idade. Mas, demonstrada ela, a 
conseqüente inimputabilidade é decorrente da lei. 
44- - FFAATTOOS S IINNÚÚTTEEIISS..
Os FFAATTOOS S IINNÚÚTTEEIIS S OOU U IIRRRREELLEEVVAANNTTEESS ou, ainda, IIMMPPEERRTTIINNEENNTTEESS não serão objeto de 
prova. Caberá ao magistrado ou autoridade presidente da investigação aferir a 
inutilidade ou não da prova. 
Vale lembrar que no processo penal, diferentemente do ocorre no processo civil, 
os FFAATTOOS S IINNCCOONNTTRROOVVEERRSSOOSS (aqueles admitidos pela parte contrária) não serão 
excluídos da necessidade de demonstração. 
DOS PRINCÍPIOS DAS PROVAS 
De acordo com a doutrina majoritária há alguns princípios que nortearão a 
produção das provas no processo penal. Ressalto, desde já, que não há consenso 
na doutrina. Então, destacaremos aqueles que mais no chamam a atenção. 
Vejamos: 
11- - PPrriinnccííppiioo d daa ccoommuunnhhã ãoo ddaas s pprroovvaas s ((oou u dda a aaqquuiissiiççããoo)).. 
As provas carreadas ao processo não serão consideradas da parte que a 
requereu, mas sim do processo. Portanto, não se pode dizer que a prova é da 
acusação ou da defesa. Assim, a prova produzida a requerimento da acusação 
poderá, sem qualquer prejuízo, ser utilizada pela defesa para subsidiar a sua 
tese. 
O STF, tratando do acesso do advogado ou acusado à prova produzida em sede 
de investigação realizada pelo Ministério Público, decidiu que, desde que a prova 
já tenha sido produzida, não se poderá obstaculizar o acesso por tais pessoas, 
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especialmente pelo fato de que, no processo – com contraditório – terão acesso a 
todos os elementos de provas – princípio da comunhão da prova. 
Vejamos, abaixo, trecho da decisão do STF 
“O regime de sigilo, sempre excepcional, eventualmente 
prevalecente no contexto de investigação penal promovida pelo 
Ministério Público, não se revelará oponível ao investigado e ao 
Advogado por este constituído, que terão direito de acesso - considerado 
o princípio da comunhão das provas - a todos os elementos de 
informação que já tenham sido formalmente incorporados aos autos do 
respectivo procedimento investigatório”. (STF - HC 87610 / SC - SANTA 
CATARINA – JULGADO 27/10/2009). 
O STJ ao tratar da comunhão das provas asseverou o seguinte 
“As declarações do co-réu, pelo princípio da comunhão das provas, 
integra o material cognitivo que, no seu conjunto, pode, sem desprezo 
àquelas, conduzir a um fundado juízo condenatório”. (STJ – RESP 
252617/MG – DE 23/10/2001). 
22- - PPrriinnccííppi ioo d daa oorraalliiddaaddee.. 
A prova no processo penal será, em regra, produzida oralmente. No entanto, 
serão, posteriormente, reduzidas a termo. É o que ocorre, por exemplo, com a 
oitiva das testemunhas. Os depoimentos serão tomados oralmente e reduzidos a 
termo. Há casos, entretanto, que a prova testemunhal será trazida aos autos por 
escrito. O Presidente da República, por exemplo, poderá optar por testar seu 
depoimento por escrito. 
33- - PPrriinnccííppi ioo d daa ccoonncceennttrraaççããoo.. 
Em regra, a prova deverá ser produzida em uma única oportunidade. O objetivo é 
realçar a necessidade de o magistrado ter contato com a prova imediatamente 
antes de decidir. Assim, quando da prolação da sentença os fatos melhor se 
apresentarão em sua memória para a decisão. Atualmente, com as alterações do 
Código de Processo Penal, especialmente a respeito dos procedimentos, o 
princípio da concentração se mostra mais nítido. 
DA CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS 
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Há vários modos de se classificar as provas. Mais uma vez deveremos dispensar 
atenção àquilo que a doutrina vem estabelecer de modo, mais ou menos, 
consensual. 
Quanto ao objeto:
1- Direta: refere-se diretamente ao fato probando. Assim, considera-se direta 
a prova feita por meio de testemunha que declara ter visto o acusado 
portando a arma de fogo na hora do roubo. 
2- Indireta: São aquelas que, de modo indireto, por meio de raciocínio lógico, 
permitem concluir a existência ou não de determinado fato. Referem-se a 
outro fato. É o que ocorre com o “álibi”. O acusado, por meio de prova 
testemunhal ou documental, demonstra que na hora do crime estava 
noutro lugar. Conclusão: Não poderia ser o seu autor. 
 
¾ Questões sobre o tema. 
2. (PERITO/CRIMINAL/PB/2009) Acerca do conceito de prova, das 
formas de prova e do objeto da prova, julgue o item. 
Se a testemunha afirma apenas que viu o réu ser preso e, com ele, ter 
sido encontrado o objeto reclamado pela vítima, tem-se, apenas, uma 
prova indireta do roubo, pois, para se chegar ao fato probando, é usado 
o raciocínio indutivo 
Quanto ao efeito ou valor:
1- Plena: É a prova eficiente, ou seja, aquela necessária para o 
convencimento do julgador. Para a condenação é necessário que a prova 
seja plena, a dúvida não permitirá o decreto condenatório. 
2- Não-Plena: É aquela que não permite um juízo de certeza quanto ao fato 
probando. Para a condenação se mostra insuficiente. No entanto, há 
situações, como na sentença de pronúncia, em que a prova não plena 
permitirá uma decisão em desfavor do acusado. 
Quanto ao sujeito ou causa: 
1- Real: É a prova originária de elemento externo, ou seja, que não dependa 
do conhecimento de alguém. É diferente da prova testemunhal, por 
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exemplo, que depende de alguém, de uma pessoa. Exemplo de prova real é 
a fotografia, a filmagem. 
2- Pessoal: É aquela que se origina de afirmações pessoais. A prova 
testemunhal é exemplo clássico. 
Quanto à forma ou aparência:
1- Testemunhal: é aquela que tem origem nas declarações de pessoa que 
não faça parte da relação processual. Portanto, são declarações de pessoas 
sobre o fato probando. 
2- Documental: é aquela produzida por meio de documento. 
3- Material: São as provas obtidas por meio de uma analise material do fato. 
É o que ocorre com os instrumentos do crime, exames químicos etc.. 
ONUS DA PROVA 
O ônus da prova é o encargo que possui a parte de demonstra fato que lhe venha 
beneficiar. Não é uma obrigação, já que a parte poderá abrir mão de tão encargo. 
Em processo penal não podemos tratar do tema sem considerar o princípio da 
não culpabilidade ou da presunção de inocência. A prova da alegação compete a 
quem a fizer. 
Cabe ao Ministério Público, na ação penal pública, e ao querelante, na ação penal 
privada, a demonstração do que afirmar na inicial (denúncia ou queixa). Caso, 
não o faça de maneira satisfatória, fatalmente o acusado será absolvido por 
insuficiência de provas. 
À defesa competirá demonstrar os fatos que tenha alegado com o fito de 
desconstituir a imputação condita na peça acusatória. No entanto, caso não o 
faça de modo eficiente, não poderemos afirmar que será condenado, pois, caso a 
acusação não demonstre a imputação, a absolvição será imperiosa, ainda que a 
defesa não se tenha mostrado eficiente na instrução. 
O magistrado poderá, por si, produzir prova no processo penal? 
Não podemos nos esquecer de que o sistema de nosso processo é o acusatório. 
Portanto, o magistrado não poderá tomar a postura de parte, já que isso poderá 
levar à sua parcialidade. Mas, o CPP, atualmente admite a produção de prova 
pelo magistrado, ainda que não se tenha uma ação penal. Vejamos o disposto no 
artigo 156, I, do CPP. 
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Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de 
ofício: 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas 
consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e 
proporcionalidade da medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de 
diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
O magistrado não poderá substituir-se às partes. Desse modo, podemos dizer que 
a sua atuação na produção da prova será supletiva. A regra inserta no artigo 156, 
I, do CPP deve ser interpretada com cautela, de modo que não tenhamos ofensa 
à imparcialidade do magistrado. 
A prova produzida pelo magistrado antes da ação penal deve ter caráter cautelar. 
Assim, deve ser justificadaem uma situação emergencial e que, de outro modo, 
não poderia ser superada. Ademais, é necessário que haja um procedimento 
anterior que a motive. Não seria razoável que o magistrado, por exemplo, diante 
de uma notícia na imprensa, empreenda atividade investigatória. 
DA APRECIAÇÃO DA PROVA 
A prova será apreciada pelo magistrado livremente. Formará ele sua convicção 
levando em conta as provas trazidas aos autos. Não há hierarquia entre as 
provas. O magistrado é livre ao apreciá-las. No entanto, deverá fundamentar sua 
decisão de modo a permitir a sua compreensão lógica. Disso podemos afirmar 
que o sistema adotado é o ddoo lliivvrree ccoonnvveenncciimmeennttoo mmoottiivvaaddoo oouu ppeerrssuuaassããoo 
rraacciioonnaall. Sobre o tema, vejamos o disposto no artigo 155 do CPP. 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos 
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e 
antecipadas. 
Os elementos do inquérito podem influir na formação do livre convencimento do 
juiz para a decisão da causa quando complementam outros indícios e provas que 
passam pelo crivo do contraditório em juízo. Portanto, o magistrado não poderá 
fundamentar sua decisão somente em elementos colhidos na fase inquisitorial. 
3. 30. Disciplina da prova no processo penal. 
(A) Considerando a repartição do ônus da prova, para que se alcance 
uma absolvição, à defesa incumbe a prova da alegação de ter agido o 
réu em situação que exclua a ilicitude da conduta. 
(B) Desistindo o Ministério Público das testemunhas arroladas porque 
estas não foram localizadas na fase 
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judicial, o magistrado poderá condenar o acusado com base nos 
depoimentos de inquérito porque a prova colhida na investigação se 
tornou irrepetível. 
(C) O juiz que recebeu a denúncia com base em prova posteriormente 
declarada ilícita não pode ser o mesmo a prolatar a sentença, sob pena 
de nulidade. 
(D) A reforma parcial do código de processo penal permitiu que a prova 
ilícita por derivação seja considerada válida para a condenação quando 
obtida através de fonte independente ou quando, por raciocínio 
hipotético, sua descoberta teria sido inevitável. 
(E) No processo penal, é inadmissível uma condenação quando a prova 
da autoria é feita exclusivamente por indícios. 
PROVAS EM ESPÉCIE 
DO EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL 
Agora, vamos ingressar no estudo dos dispositivos legais previsto no nosso edital. 
Vamos tratar, então, do disposto no artigo 158 a 184 do CPP. Ressalto, desde já, 
que houve grande modificação legal em 2008. 
DO EXAME DE CORPO DE DELITO 
De acordo com o disposto no artigo 158 do CPP, ““qquuaannddo o aa iinnffrraaççã ãoo ddeeiixxa arr vveessttííggiiooss,, 
sseerrá á iinnddiissppeennssáávve ell o o eexxaam mee d dee ccoorrppo o dde e ddeelliittoo, , ddiirreetto o oou u iinnddiirreettoo, , nnã ãoo ppooddeennddoo 
ssuupprrii--llo o aa ccoonnffiissssãão o ddo o aaccuussaaddoo””. 
Há infrações que deixam rastro (vestígios). Outras, por sua vez, não deixam 
qualquer sinal – ex: injúria verbal. Aquelas dependem de exame do corpo de 
delito. Agora, o que é exame do corpo de delito? O que seria, antes disso, o corpo 
de delito? 
De acordo com a doutrina, o CCOORRPPO O DDE E DDEELLIITTO O é o conjunto dos elementos 
sensíveis do crime e a sua materialidade, isto é, a prova de sua existência5. O 
EEXXAAMME E DDE E CCOORRPPOO de delito é a sua demonstração que se dará, em regra, por meio 
de perícia. A PPEERRÍÍCCIIAA é o exame técnico feito em pessoa ou coisa por quem possui 
conhecimento técnico ou científico capaz da demonstração ou comprovação do 
fato. 
¾ Questões sobre o tema. 
 
5 Nucci – Guilherme de Souza – Código de Processo Penal Comentado – Editora RT. 
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4. (DELEGADO/TO/2008) 104 Não se faz distinção entre corpo de delito e 
exame de corpo de delito, pois ambos representam o próprio crime em sua 
materialidade. 
Os CCRRIIMMEESS TTRRAANNSSEEUUNNTTEESS são aqueles que não deixam vestígios e, com isso, não 
necessitam de exame de corpo de delito. Já os NNÃÃO O TTRRAANNSSEEUUNNTTEESS, como o 
homicídio, as lesões corporais e outros, exigem o exame de corpo de delito para 
sua comprovação. 
Apesar de sua indispensabilidade nos crimes não-transeuntes, a jurisprudência 
tem asseverado que, ainda que presentes os vestígios do crime, a presença do 
laudo de exame de corpo de delito direto não é imprescindível quando do 
oferecimento da denúncia. Assim, a ação penal poderá ter início sem o laudo. 
Há casos, entretanto, em que a perícia e o respectivo laudo constituem requisito 
de procedibilidade. Neste caso, não se admite a ação penal sem que seja trazido 
aos autos. 
EXAME DE CORPO DE DELITO DIRETO 
O EEXXAAMME E DDE E CCOORRPPO O DDE E DDEELLIITTO O DDIIRREEIITTOO é aquele realizado por peritos oficiais ou 
não-oficiais (leigos). A perícia poderá ser feita na fase de inquérito policial como 
também em juízo. 
Hoje, com a alteração do CPP, não se exige que a perícia seja realizada por dois 
peritos oficiais. BBAASSTTA A UUM M SSÓ Ó PPEERRIITTO O OOFFIICCIIAALL (artigo 158 do CPP). Tratando-se de 
perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, 
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial (Artigo 159, parágrafo 
7º do CPP). PPEERRIITTO O OOFFIICCIIAAL L é aquele que é legalmente investido em tal função. 
Em regra, são ocupantes de cargo público. Exige-se que o perito oficial seja 
portador de nível superior de escolaridade (artigo 159 do CPP). 
¾ Questões sobre o tema. 
4. (DELEGADO) 106 Dispõe a lei processual penal que os exames de corpo de 
delito e as outras perícias serão feitos por dois peritos oficiais, o que significa que 
esses técnicos podem desempenhar suas funções independentemente de 
nomeação da autoridade policial ou do juiz, uma vez que a investidura em tais 
cargos advém da lei. 
6. (PMVITÓRIA) Acerca do direito processual penal, julgue os itens seguintes 
83 Os exames de corpo de delito e as outras perícias devem ser feitos por dois 
peritos oficiais, todavia, inexistindo peritos oficiais no quadro do órgão pericial 
responsável, o exame deve ser feito por duas pessoas idôneas, portadoras de 
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diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem 
habilitação técnica relacionada à natureza do exame. 
Caso inexista perito oficial, a perícia será realizada por DDOOIISS PPEERRIITTOOS S NNÃÃOO--OOFFIICCIIAAIISS 
OOU U LLEEIIGGOOSS que serão nomeados pela autoridade judiciária ou, quando a perícia for 
realizada na fase de inquérito, pela autoridade policial. 
De acordo com o disposto no artigo 159, parágrafo 1º, do CPP, ““NNA A FFAALLTTA A DDE E PPEERRIITTOO 
OOFFIICCIIAALL, , O O EEXXAAMME E SSEERRÁ Á RREEAALLIIZZAADDOO PPOOR R 2 2 ((DDUUAASS) ) PPEESSSSOOAAS S IIDDÔÔNNEEAASS, , PPOORRTTAADDOORRAAS S DDE E DDIIPPLLOOMMA A DDEE 
CCUURRSSO O SSUUPPEERRIIOOR R PPRREEFFEERREENNCCIIAALLMMEENNT TEE NNA A ÁÁRRE EAA EESSPPEECCÍÍFFIICCAA, , DDEENNTTRREE AAS S QQU UEE TTIIVVEERREEM M HHAABBIILLIITTAAÇÇÃÃOO 
TTÉÉCCNNIICCA A RREELLAACCIIOONNAADDA A CCOOMM A ANNAATTUURREEZZA A DDO O EEXXAAMMEE””.. 
A jurisprudência, especialmente dos tribunais superiores, tem dito que a ausência 
de duas pessoas não leva a vício insanável da perícia. A sua nulidade, quando 
realizada por uma só pessoa, é relativa. Portanto, só será declarada se houver 
prejuízo comprovado.
Na realização da perícia, os peritos (oficial ou não oficial) elaborarão o laudo 
pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão 
aos quesitos formulados. O laudo pericial será elaborado no PPRRAAZZO O MMÁÁXXIIMMO O DDE E 1100 
DDIIAASS, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento 
dos peritos. 
Conforme dispõe o artigo 161 do CPP, o exame de corpo de delito poderá ser feito 
em qualquer dia e a qualquer hora. É certo, entretanto, que se a perícia tiver que 
ser feita no local do crime é imprescindível que se respeite a garantia 
constitucional à inviolabilidade do domicílio (artigo 5º, XI, DA CF). 
EXAME DE CORPO DE DELITO INDIRETO 
Na doutrina há controvérsia a respeito do que seria o exame de corpo de delito 
indireto. 
Para a doutrina majoritária, o exame de CCOORRPPO O DDE E DDEELLIITTO O IINNDDIIRREETTOO seriam as 
declarações testemunhais prestadas com o objetivo de suprir o exame direto 
quando não mais existirem os vestígios. 
A quem entenda, todavia, que o exame de corpo de delito indireto seria a perícia 
realizada por peritos sobre outros elementos que não os vestígios do crime. Seria, 
por exemplo, a análise pericial a respeito das declarações das testemunhas ou do 
prontuário médico relativo aos primeiros socorros prestados à vítima. 
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O certo é que o CPP prevê a possibilidade de prova testemunhal suprir a falta do 
exame de corpo de delito, desde que desaparecidos os vestígios (artigo 167 do 
CPP). 
É possível a condenação de alguém por crime de homicídio sem que se tenha 
encontrado o corpo da vítima? 
A ausência de vestígios, no caso de crimes não transeuntes, levará à necessidade 
de outros elementos de prova a indicarem a materialidade delitiva. A prova 
testemunhal tem se mostrado de grande valia. 
¾ Questões sobre o tema. 
7. (ANALISTA/EXEC/STF/2008) Com base no CPP, julgue os itens a seguir, 
relativos a provas. 
131 Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de 
delito, direto ou indireto. Não sendo possível sua realização em decorrência de os 
vestígios terem desaparecido, a prova testemunhal ou a confissão poderão 
suprir-lhe a falta. 
DA RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES TRATADAS EM AULA 
1.(CESPE/TRF5/TO/JUIZ/AGOSTO/2007) No que diz respeito às provas no processo penal, 
julgue os itens a seguir. 
128 Os fatos axiomáticos são objetos de prova no processo penal. 
RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. 
Os fatos axiomáticos são aqueles evidentes que se auto demonstram. Com isso, 
de acordo com a doutrina, não dependem de prova. 
2. (PERITO/CRIMINAL/PB/2009) Acerca do conceito de prova, das formas de prova e do 
objeto da prova, julgue o item. 
Se a testemunha afirma apenas que viu o réu ser preso e, com ele, ter sido encontrado o 
objeto reclamado pela vítima, tem-se, apenas, uma prova indireta do roubo, pois, para se 
chegar ao fato probando, é usado o raciocínio indutivo 
RReessoolluuççããoo: : CCeerrttoo. 
De fato a testemunha não tomou conhecimento do roubo, mas sim de fato que 
poderá levar à conclusão de que tenha havido o roubo. 
3. 30. Disciplina da prova no processo penal. 
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(A) Considerando a repartição do ônus da prova, para que se alcance uma absolvição, à 
defesa incumbe a prova da alegação de ter agido o réu em situação que exclua a ilicitude da 
conduta. 
(B) Desistindo o Ministério Público das testemunhas arroladas porque estas não foram 
localizadas na fase 
judicial, o magistrado poderá condenar o acusado com base nos depoimentos de inquérito 
porque a prova colhida na investigação se tornou irrepetível. 
(C) O juiz que recebeu a denúncia com base em prova posteriormente declarada ilícita não 
pode ser o mesmo a prolatar a sentença, sob pena de nulidade. 
(D) A reforma parcial do código de processo penal permitiu que a prova ilícita por derivação 
seja considerada válida para a condenação quando obtida através de fonte independente ou 
quando, por raciocínio hipotético, sua descoberta teria sido inevitável. 
(E) No processo penal, é inadmissível uma condenação quando a prova da autoria é feita 
exclusivamente por indícios. 
GGaabbaarriittoo: : DD 
4.(DELEGADO) 104 Não se faz distinção entre corpo de delito e exame de 
corpo de delito, pois ambos representam o próprio crime em sua 
materialidade. 
RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. 
O CCOORRPPO O DDE E DDEELLIITTO O é o conjunto dos elementos sensíveis do crime e a sua 
materialidade, isto é, a prova de sua existência6. O EEXXAAMME E DDEE CCOORRPPOO de delito é a 
sua demonstração que se dará, em regra, por meio de perícia 
5.(DELEGADO) 106 Dispõe a lei processual penal que os exames de corpo de 
delito e as outras perícias serão feitos por dois peritos oficiais, o que significa que 
esses técnicos podem desempenhar suas funções independentemente de 
nomeação da autoridade policial ou do juiz, uma vez que a investidura em tais 
cargos advém da lei. 
RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. 
Atualmente, não é necessário que a perícia seja feita por dois peritos oficiais. 
Com a atual redação do artigo 159 do CPP, podemos concluir que as períicias, em 
regra, serão realizadas por um perito oficial. 
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, 
portador de diploma de curso superior. 
6.(PMVITÓRIA) Acerca do direito processual penal, julgue os itens seguintes 
 
6 Nucci – Guilherme de Souza – Código de Processo Penal Comentado – Editora RT. 
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83 Os exames de corpo de delito e as outras perícias devem ser feitos por dois 
peritos oficiais, todavia, inexistindo peritos oficiais no quadro do órgão pericial 
responsável, o exame deve ser feito por duas pessoas idôneas, portadoras de 
diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem 
habilitação técnica relacionada à natureza do exame. 
RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. 
Atualmente, não é necessário que a perícia seja feita por dois peritos oficiais. 
Com a atual redação do artigo 159 do CPP, podemos concluir que as períicias, em 
regra, serão realizadas por um perito oficial. 
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, 
portador de diploma de curso superior. 
7.(ANALISTA/EXEC/STF) Com base no CPP, julgue os itens a seguir, relativos a 
provas. 
131 Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de 
delito, direto ou indireto. Não sendo possível sua realização em decorrência de os 
vestígios terem desaparecido, a prova testemunhal ou a confissão poderão 
suprir-lhe a falta. 
RReessoolluuççããoo: : CCEERRTTAA.. 
Na verdade, de acordo com o artigo 167 CPP, o exame de corpo de delito poderá 
ser suprido por prova testemunhal e não por confissão do acusado. 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os 
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
Dos Assistentes Técnicos 
Com a nova redação do CPP, hoje é possíveltermos assistente técnico com o 
mesmo perfil daqueles admitidos no processo civil. 
Assim, de acordo com o artigo 159, parágrafo 3º, serão facultadas ao Ministério 
Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a 
formulação de quesitos e indicação de AASSSSIISSTTEENNT TEE TTÉÉCCNNIICCOO. 
O assistente técnico é o perito indicado pelas partes para ratificar ou rechaçar as 
conclusões do perito judicial. Atuará A A PPAARRTTIIR R DDE E SSUUA A AADDMMIISSSSÃÃO O PPEELLOO JJUUIIZZ e após a 
conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as 
partes intimadas desta decisão. 
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Havendo requerimento das partes, o MMAATTEERRIIAALL PPRROOBBAATTÓÓRRIIOO QQUUEE SSEERRVVIIUU DDE E BBAASSEE ÀÀ 
PPEERRÍÍCCIIA A SSEERRÁ Á DDIISSPPOONNIIBBIILLIIZZAADDOO no ambiente do órgão oficial, que manterá 
sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, PPAARRA A EEXXAAMME E PPEELLOOSS 
AASSSSIISSTTEENNTTEESS, salvo se for impossível a sua conservação. 
Portanto, a atuação do assistente técnico será realizada mediante admissão pelo 
Juiz e após a elaboração do laudo pericial pelo perito judicial. Este atua de modo 
imparcial; aquele será indicado pelas partes e, com isso, não se exige a 
imparcialidade. 
8. (FCC/TRF4/2010) 59. No que se refere aos assistentes, é certo 
que 
(A) do despacho que admitir ou não o assistente caberá recurso em 
sentido estrito. 
(B) o Ministério Público não será ouvido sobre a admissão do 
assistente. 
(C) o assistente será admitido enquanto não passar em julgado a 
sentença e receberá a causa no estado em que se achar. 
(D) caberá ao juiz decidir acerca da realização das provas propostas 
pelo assistente, independentemente da oitiva do Ministério Público. 
(E) a eles não será permitido arrazoar os recursos interpostos pelo 
Ministério Público. 
Das outras perícias. 
Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a 
autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das 
coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com 
fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. 
Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, 
no relatório, as conseqüências dessas alterações na dinâmica dos fatos. 
Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a 
eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão 
ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas. 
Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração 
da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, 
indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter 
sido o fato praticado. 
11- - EEXXAAMME E NNEECCRROOSSCCÓÓPPIICCOO.. 
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O EEXXAAMME E NNEECCRROOSSCCÓÓPPIICCOO (autópsia) é a perícia realizada com o objetivo de indicar 
a causa da morte. Em regra, esse exame ddeevvee sseerr ffeeiittoo ppeelloo mmeennooss 0066 hhoorraass 
aappóós s aa mmoorrttee. Trata-se de exame das partes internas de um cadáver. 
A necropsia poderá ser dispensada: 
1. Nos casos de morte violenta, onde o simples exame externo do cadáver 
permitirá determinar a causa da morte. 
2. Quando não houver infração penal a apurar. 
3. Quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte. 
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os 
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes 
daquele prazo, o que declararão no auto. 
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do 
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas 
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno 
para a verificação de alguma circunstância relevante. 
Não será necessário aguardar o prazo de seis horas quando pela evidencia de 
sinais de morte, os peritos entenderem que a perícia possa ser feita antes 
daquele prazo. É o que ocorre com o cadáver decaptado ou em caso de 
esmagamento de crânio. 
O PPRRAAZZO O DDE E SSEEIIS S HHOORRAASS constitui um prazo de segurança, necessário ao 
aparecimento dos sinais incontroversos de morte. Então, podemos dizer que o 
prazo objetiva a não realização de exames internos em pessoa viva. 
Há hipóteses em que o exame interno (necropsia) é dispensado. Não se pode 
confundir a dispensa de exame com a desnecessidade de se aguardar o decurso 
do prazo de 06 horas para sua realização. 
Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, 
bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados 
no local do crime. 
Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, 
juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, 
devidamente rubricados. 
¾ Questões sobre o tema. 
9.(DELEGADO) 105 Por determinação legal, o exame necroscópico ou cadavérico deve ser 
realizado pelo menos seis horas após o óbito. Todavia, tal obrigatoriedade é dispensada se 
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houver evidência da morte, como ausência de movimentos respiratórios, desaparecimento 
do pulso ou enregelamento do corpo. 
22- - EEXXUUMMAAÇÇÃÃOO.. 
A EEXXUUMMAAÇÇÃÃOO constitui perícia que recairá sobre o cadáver que já foi enterrado 
(inumado). Caso ocorra dúvida acerca da identidade do cadáver a ser exumado, 
impõe-se a realização de exame para tal finalidade. A EEXXUUMMAAÇÇÃÃOO objetiva a 
realização de exame pericial para a determinação da causa da morte. 
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade 
providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a 
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. 
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o 
lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta 
de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não 
destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o 
que tudo constará do auto. 
 
33- - LLEESSÕÕEES S CCOORRPPOORRAAIISS.. 
A LLEESSÃÃO O CCOORRPPOORRAALL pode ser conceituada, sob aspecto penal, como a ofensa à 
integridade corporal ou à saúde, ou seja, como o dano ocasionado à normalidade 
funcional do corpo humano, quer do ponto de vista anatômico, quer do ponto de 
vista fisiológico ou mental7. 
Para que haja a demonstração das lesões corporais necessária será a realização 
do exame de corpo de delito. De acordo com o disposto no artigo 168 do CPP, 
será realizado exame complementar quando o primeiro exame se mostrar 
incompleto. 
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, 
proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, 
de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu 
defensor. 
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de 
suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. 
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código 
Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.7 Cf – Mirabete – Julio Fabrini – in Manual de Direito Penal – volume II – editora Atlas. 
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§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. 
No caso de lesões corporais graves (artigo 129, parágrafo 1º, I, do CP), a 
incapacidade para as ocupações habituais dependerá de exame complementar a 
ser realizado após o prazo de 30 dias. É o que estabelece o artigo 168, parágrafo 
2º, do CPP. 
A ausência de exame complementar poderá ser suprida por PPRROOVVAA TTEESSTTEEMMUUNNHHAALL. 
A própria palavra da vítima não se mostra suficiente para suprir a falta de exame 
complementar. 
Lesão Corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
Para a qualificação da lesão corporal como grave - inciso I do § 1º do art. 129 do 
CP - será necessária a submissão da vítima a exame complementar a fim de 
confirmar a incapacidade para as ocupações habituais pelo prazo de trinta dias. 
O exame inicial não pode pretender comprovar circunstância que somente deverá 
ser aferida após passados trinta dias da lesão sofrida pela vítima, até porque a 
recuperação nesse prazo dependerá sempre de diversos fatores não controláveis 
cientificamente. 
¾ Questões sobre o tema. 
10. (ANALISTA/EXEC/STF/2008) Com base no CPP, julgue os itens a seguir, relativos a 
provas. 
132 Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, 
proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, 
de ofício, ou a requerimento do MP, ou do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. A 
falta desse exame poderá ser suprida pela prova testemunhal. 
44- - EEXXAAMME E GGRRAAFFOOTTÉÉCCNNIICCOO.. 
O objetivo do EEXXAAMME E GGRRAAFFOOTTÉÉCCNNIICCO O OOU U CCAALLIIGGRRÁÁFFIICCOO é determinar a autoria de 
determinado escrito. Assim, no crime de falsidade documental pode ser 
necessária a perícia para determinar a autoria da falsificação. 
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Para tanto, a pessoa interessada será intimada a comparecer para reconhecer 
documentos diversos provenientes de seu punho que servirão de padrão de 
comparação (Ex: o sujeito é intimado para reconhecer uma carta que fora 
encontrada em sua residência). 
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-
se-á o seguinte: 
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for 
encontrada; 
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer 
ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja 
autenticidade não houver dúvida; 
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que 
existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí 
não puderem ser retirados; 
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a 
autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a 
pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se 
consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever. 
A autoridade que preside o inquérito ou a ação judicial poderá, caso necessário, 
determinar que sejam apresentados para perícia eventuais documentos que 
estejam em repartições públicas e que tenham sido elaborados pelo sujeito. É o 
que ocorre, por exemplo, com os documentos do cartório notarial. 
Caso inexistam dados suficientes para o exame, a pessoa intimada será instada a 
fornecer material grafotécnico ou caligráfico para que se possa fazer a 
comparação. 
Nos exatos termos do art. 174, incisos II e III do CPP, outros escritos, e não 
apenas aqueles fornecidos espontaneamente pelo acusado, podem ser objeto de 
exame grafotécnico, desde que certa sua origem - o punho do denunciado ou 
investigado -, bem como inconteste sua autenticidade (STJ – HC 120969 RJ). 
QQuueessttã ãoo iinntteerreessssaannt tee é é ssaabbe err s see o o iinnddiicciiaad doo ppooddeerráá s see nneeggaar r aa 
ffoorrnneecceer r oo mmaatteerriia all ccaalliiggrrááffiicco o ppaarra a eexxaammee. . 
RReessppoossttaa: : D Dee aaccoorrd doo ccoom m aa ddoouuttrriin naa mmaajjoorriittáárriiaa, , oo ssuussppeeiittoo, , uummaa 
vve ezz qquue e nnã ãoo é é oobbrriiggaaddo o aa pprroodduuzzi irr pprroovva a ccoonnttrra a ssii,, nnã ãoo ppood dee sseer r 
ccooaaggiid doo aa ffoorrnneecceer r mmaatteerriiaal l ppaarra a aa rreeaalliizzaaççããoo ddee eexxaammee 
ggrraaffoottééccnniiccoo. . AAddeemmaaiiss, , oo nnãão o ffoorrnneecciimmeenntto o ddo o mmaatteerriiaal l nnã ãoo ppooddee 
sse err iinntteerrpprreettaad doo e emm sseeu u ddeessffaavvoor r.. 
DAS QUESTÕES MENCIONADAS NA AULA 
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8. (FCC/TRF4/2010) 59. No que se refere aos assistentes, é certo 
que 
(A) do despacho que admitir ou não o assistente caberá recurso em 
sentido estrito. 
(B) o Ministério Público não será ouvido sobre a admissão do 
assistente. 
(C) o assistente será admitido enquanto não passar em julgado a 
sentença e receberá a causa no estado em que se achar. 
(D) caberá ao juiz decidir acerca da realização das provas propostas 
pelo assistente, independentemente da oitiva do Ministério Público. 
(E) a eles não será permitido arrazoar os recursos interpostos pelo 
Ministério Público. 
Gabarito: C. 
9.(DELEGADO) 105 Por determinação legal, o exame necroscópico ou cadavérico deve ser 
realizado pelo menos seis horas após o óbito. Todavia, tal obrigatoriedade é dispensada se 
houver evidência da morte, como ausência de movimentos respiratórios, desaparecimento 
do pulso ou enregelamento do corpo. 
10. (ANALISTA/EXEC/STF/2008) Com base no CPP, julgue os itens a seguir, relativos a 
provas. 
132 Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, 
proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, 
de ofício, ou a requerimento do MP, ou do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. A 
falta desse exame poderá ser suprida pela prova testemunhal. 
OUTRAS QUESTÕES SOBRE PROVA 
11.(TJDF/ANALISTA/JUDICIÁRIA) Acerca das provas no processo penal, julgue os itens a 
seguir com base no Código de Processo Penal. 
103 Em caso de infração que deixe vestígio, o exame de corpo de delito pode ser suprido 
pela confissão do acusado, desde que espontânea e efetivada perante o juiz de direito. 
12.(PMVITÓRIA/AGENTE) Acerca do direito processual penal, julgue os itens seguintes. 
83 Os exames de corpo de delito e as outras perícias devem ser feitos por dois peritos 
oficiais, todavia, inexistindo peritos oficiais no quadro do órgão pericial responsável, o exame 
deve ser feito por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, 
escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza 
do exame. 
13.(MPE/RO/2010/ADAPTADA) 20. Julgue o item a respeito da prova criminal. 
1. Na falta de perito oficial, o exame de corpo delito deverá ser realizado por um profissional 
idôneo, indicado pelo juiz, que tenha habilitação técnica relacionada com a natureza do 
exame.14.(MPE/ES/2010/ADAPTADA) 15. Assinale a opção correta a respeito das provas no 
processo penal, considerando os posicionamentos doutrinário e jurisprudencial dominantes. 
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1 Nas infrações penais que deixem vestígios, o exame de corpo de delito será indispensável 
e, se realizado na fase inquisitiva, deverá ser renovado em juízo em observância ao princípio 
do contraditório. 
DA RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES TRATADAS EM AULA 
9. (DELEGADO) 105 Por determinação legal, o exame necroscópico ou cadavérico deve ser 
realizado pelo menos seis horas após o óbito. Todavia, tal obrigatoriedade é dispensada se 
houver evidência da morte, como ausência de movimentos respiratórios, desaparecimento 
do pulso ou enregelamento do corpo. 
RReessoolluuççããoo: : CCEERRTTAA.. 
NNã ãoo sseer ráá nneecceessssáárri ioo aagguuaarrdda arr o o pprraaz zoo d dee sseei iss hhoorraas s qquuaannddo o ppeella a eevviiddêênncci iaa ddee 
ssiinnaaiis s dde e mmoorrttee, , oos s ppeerriitto oss eenntteennddeerre emm qquue e aa ppeerríícciia a ppoosss saa sseer r ffeeiit taa aanntteess 
ddaaqquueel lee pprraazzoo. . PPoorrttaannttoo, , hhaavveennd doo ssiinnaai iss qquue e eevviiddeenncciiaam m aa mmoorrttee, , ddiissppeennssaa--sse e oo 
ddeeccuurrs soo d doo pprraazzo o dde e 006 6 hhoorra ass ppaar raa a a rreeaalliizzaaççãão o ddo o eexxaammee. . É É oo qquue e ooccoorrrree, , ppoorr 
eexxeemmpplloo, , cco omm o o ccaaddáávve err ddeeccaappttaaddo o oou u eem m ccaasso o dde e eessmmaaggaammeennt too d dee ccrrâânniioo. . 
10. (ANALISTA/EXEC/STF) Com base no CPP, julgue os itens a seguir, relativos a provas. 
132 Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, 
proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, 
de ofício, ou a requerimento do MP, ou do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. A 
falta desse exame poderá ser suprida pela prova testemunhal. 
RReessoolluuççããoo: : CCEERRTTAA.. 
AArrtt. . 11668 8.. E Emm ccaas soo d dee lleessõõe ess ccoorrppoorraaiiss, , sse e oo pprriimmeeiir roo eexxaamme e ppeerriicciiaal l ttiivve err ssiiddoo 
iinnccoommpplleettoo, , pprroocceeddeerr--ssee--áá a a eexxaammee ccoommpplleemmeennttaarr ppoorr ddeetteerrmmiinnaaççãão o ddaa 
aauuttoorriiddaadde e ppoolliicciiaal l oou u jjuuddiicciiáárriiaa, , dde e ooffíícciioo, , oou u aa rreeqquueerriimmeennt too d doo MMiinniissttéérriioo 
PPúúbblliiccoo, , ddo o ooffeennddiiddo o oou u ddo o aaccuussaaddoo, , oou u dde e sse euu ddeeffeennssoorr.. 
§§ 1 1oo N Noo eexxaamme e ccoommpplleemmeennttaarr, , oos s ppeerriitto oss tteerrãão o pprreesseenntte e oo aauut too d dee ccoorrppo o ddee 
ddeelliittoo, , aa ffiim m dde e ssuupprriirr--llh hee a a ddeeffiicciiêênncci iaa o ouu rreettiiffiiccáá--lloo.. 
§§ 2 2oo S See o o eexxaam mee ttiivveer r ppo orr ffiim m pprreecciissaar r aa ccllaassssiiffiiccaaççãão o ddo o ddeelliitto o nno o aarrtt. . 112299, , § § 11oo,, 
II, , ddo o CCóóddiig goo PPeennaall, , ddeevveerrá á sse err ffeeiitto o llooggo o qqu uee ddeeccoorrrra a oo pprraazzo o dde e 330 0 ddiiaass, , ccoonnttaaddoo 
dda a ddaatta a ddo o ccrriimmee.. 
§§ 3 3oo A A ffaallt taa d dee eexxaamme e ccoommpplleemmeennttaar r ppooddeerrá á sse err ssuupprriiddaa ppeella a pprroov vaa tteesstteemmuunnhhaall.. 
11.(ANALISTA/JUDICIÁRIA) Acerca das provas no processo penal, julgue os itens a seguir 
com base no Código de Processo Penal. 
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103 Em caso de infração que deixe vestígio, o exame de corpo de delito pode ser suprido 
pela confissão do acusado, desde que espontânea e efetivada perante o juiz de direito. 
RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. 
EEm m ccaasso o dde e iinnffrraaççãão o qqu uee ddeeiixxa a vveessttííggiio oss ((ccrriimmees s nnã ãoo ttrraannsseeuunntteess) ) aa ffaalltta a ddoo 
eexxaam mee d dee ccoorrppo o dde e ddeelliitto o ppoodde e sse err ssuupprriiddo o ppo orr pprroovva a tteesstteemmuunnhha all e e nnã ãoo ppeellaa 
ccoonnffiissssã ãoo d doo aaccuussaaddoo.. 
12.(PMVITÓRIA) Acerca do direito processual penal, julgue os itens seguintes. 
83 Os exames de corpo de delito e as outras perícias devem ser feitos por dois peritos 
oficiais, todavia, inexistindo peritos oficiais no quadro do órgão pericial responsável, o exame 
deve ser feito por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, 
escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza 
do exame. 
RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. 
HHoojjee, , cco omm a a aalltteerraaççã ãoo d doo CCPPPP, , nnã ãoo s see eexxiigge e qqu uee a a ppeerríícci iaa sseej jaa rreeaalliizzaadda a ppo orr ddooiiss 
ppeerriitto oss ooffiicciiaaiiss. . BBAASSTTA A UUM M SSÓ Ó PPEERRIITTO O OOFFIICCIIAALL ((aarrttiiggo o 11558 8 ddo o CCPPPP)).. 
13.(MPE/RO/2010/ADAPTADA) 20. Julgue o item a respeito da prova criminal. 
1. Na falta de perito oficial, o exame de corpo delito deverá ser realizado por um profissional 
idôneo, indicado pelo juiz, que tenha habilitação técnica relacionada com a natureza do 
exame. 
RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. 
CCaasso o iinneexxiisstta a ppeerriitto o ooffiicciiaall, , aa ppeerríícciia a sseerrá á rreeaalliizzaad daa ppoor r DDOOI ISS PPEERRIITTOOS S NNÃÃOO--OOFFIICCIIAAIISS 
OOU U LLEEIIGGOOSS qquuee sseerrããoo nnoommeeaaddooss ppeellaa aauuttoorriiddaaddee jjuuddiicciiáárriiaa oouu,, qquuaannddo o aa ppeerríícciia a ffoorr 
rreeaalliizzaad daa n naa ffaas see d dee iinnqquuéérriittoo, , ppeella a aauuttoorriiddaadde e ppoolliicciiaall. . 
DDe e aaccoorrddo o cco omm o o ddiissppoosstto o nno o aarrttiiggo o 115599, , ppaarráággrraaf foo 11ºº, , ddo o CCPPPP, , ““NNA A FFAALLTTA A DDE E PPEERRIITTOO 
OOFFIICCIIAALL, , O O EEXXAAMME E SSEERRÁ Á RREEAALLIIZZAADDOO PPOOR R 2 2 ((DDUUAASS) ) PPEESSSSOOAAS S IIDDÔÔNNEEAAS S,, PPOORRTTAADDOORRAAS S DDE E DDIIPPLLOOMMA A DDEE 
CCUURRSSO O SSUUPPEERRIIOOR R PPRREEFFEERREENNCCIIAALLMMEENNT TEE NNA A ÁÁRRE EAA EESSPPEECCÍÍFFIICCAA, , DDEENNTTRREE AAS S QQU UEE TTIIVVEERREEM M HHAABBIILLIITTAAÇÇÃÃOO 
TTÉÉCCNNIICCA A RREELLAACCIIOONNAADDA A CCOOMM A A NNAATTUURREEZZA A DDO O EEXXAAMMEE””.. 
14.(MPE/ES/2010/ADAPTADA) 15. Assinale a opção correta a respeito das provas no 
processo penal, considerando os posicionamentos doutrinário e jurisprudencial dominantes. 
1 Nas infrações penais que deixem vestígios, o exame de corpo de delito será indispensável 
e, se realizado na fase inquisitiva, deverá ser renovado em juízo em observância ao princípio 
do contraditório. 
RReessoolluuççããoo: : EERRRRAADDAA.. 
AAppeessaar r dde e iinnddiissppeennssáávve ell nnoos s ccrriimmees s qqu uee ddeeiixxa amm vveessttííggiiooss, , oo eexxaamme e dde e ccoorrp poo ddee 
ddeelliitto o ppoodde e sse err ssuupprriiddo o ppo orr pprroovva a tteesstteemmuunnhhaall. . AAddeemmaaiiss, , aa ppeerríícciiaa rreeaalliizzaad daa nnaa 
ffaasse e iinnqquuiissiittiiv vaa ((iinnqquuéérriit too ppoolliicciiaall) ) ppeella a aauuttoorriiddaadde e ppoolliicciiaal l nnã ãoo nneecceessssiittaa sseerr 
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rreennoovvaadda a eem m jjuuíízzoo. . N Noo ccaassoo, , nna a ffaasse e jjuuddiicciiaall, , oonndde e iimmppeerra a oo ccoonnttrraaddiittóórriioo, , ssee 
ooppoorrttuunniizzaaddo o ààs s ppaarrttees s oo ddiirreeiitto o dde e sse e ccoonnttrraappo orr à à ppeerríícciiaa. . DDiizz--sse e qquuee, , nneesst tee ccaassoo,, 
hhá á oo ccoonnttrraaddiittóórriio o ddiiffeerriiddoo.. 
Lei 9.296/96 - DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
1 - Disposição Constitucional 
O direito à privacidade decorre do direito à vida. Portanto, todos têm direito à 
privacidade como também à garantia de inviolabilidade do sigilo da 
correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas. 
Assim, podemos concluir que a inviolabilidade do sigilo da correspondência e 
das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas 
constitui, de acordo com o artigo 5o, XII, da CF, um direito-instrumental, ou 
seja, um meio assecuratório – uma garantia individual - que objetiva tutelar o 
direito à privacidade e, por via obliqua, à vida. 
Artigo 5o, da CF. 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, 
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins 
de investigação criminal ou instrução processual penal; 
No entanto, a inviolabilidade prevista no artigo 5o, XII, da CF, no que tange à 
privacidade das comunicações telefônicas, não é absoluta. O certo é que, 
por meio de ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, com o 
fim de subsidiar investigação criminal ou instrução processual penal admite-se 
sua violação. 
O nosso trabalho recairá exatamente sobre os termos da Lei 9.296/96 que 
regulamenta a parte final do inciso XII, do artigo 5o, da CF. 
Já de início é de se observar que a Constituição Federal desde 1.988 prevê 
garantia individual da inviolabilidade do sigilo das comunicações telefônicas, como 
também sua exceção, ou seja, a possibilidade de violação por ordem judicial. No 
entanto, a lei regulamentadora só entrou em vigência em 24 de julho de 1996. 
A primeira celeuma se estabeleceu: As interceptações telefônicas 
concretizadas por ordem de juiz competente antes do advento da lei 
9.296/96 sob a égide da Constituição Federal de 1.988 são 
consideradas provas lícitas ou ilícitas? 
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O Supremo Tribunal Federal reiteradamente tem decidido que a prova obtida por 
meio de escuta telefônica autorizada antes do advento da lei 9.296/96 é prova 
ilícita e, com isso, não pode ser utilizada. É o que se depreende, por exemplo, dos 
trechos de decisões do STF que segue abaixo. 
“O Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, assentou entendimento 
no sentido de que sem a edição de lei definidora das hipóteses e da forma indicada no 
art. 5º, inc. XII, da Constituição não pode o Juiz autorizar a interceptação de 
comunicação telefônica para fins de investigação criminal. Assentou, ainda, que a 
ilicitude da interceptação telefônica -- à falta da lei que, nos termos do referido 
dispositivo, venha a discipliná-la e viabilizá-la -- contamina outros elementos 
probatórios eventualmente coligidos, oriundos, direta ou indiretamente, das 
informações obtidas na escuta. Habeas corpus concedido”8. 
“Escuta telefônica autorizada anteriormente à vigência da Lei 9.296/96. 
Prova ilícita reconhecida em outro writ. Anulação, ab initio, da ação penal”9. 
¾ Questões sobre o tema: 
15. À luz do direito penal, julgue os itens a seguir. 
4- Consoante orientação do STF, é ilícita a prova produzida mediante escuta telefônica 
autorizada judicialmente, antes do advento da Lei n.º 9.296/1996 (interceptação 
telefônica). 
16. No atinente aos direitos fundamentais, julgue os itens seguintes. 
3- Considerando que o art. 5.º, XII, da Constituição da República, dispõe que “é 
inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na 
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual 
penal”, à luz da teoria dos direitos fundamentais, tem-se aí, no que tange à 
regulamentação da quebra do sigilo de correspondência e das comunicações, exemplo 
de incidência do princípio da reserva legal, o qual apresenta distinção em face do 
princípio da legalidade. 
1.1 - Lei 9.296/96 – Da interceptação telefônica. 
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer 
natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual 
penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz 
competente da ação principal, sob segredo de justiça. 
 
8 STF – HC 73351/SP – Relator: Ministro Ilmar Galvão – órgão julgador: 1a Turma – Data do julgamento: 09/05/1996. 
9 STF – HC 81494/SP – Relator: Ministro Maurício Corrêa – órgão julgador: 2a Turma – Data do julgamento: 05/03/2002 
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Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo 
de comunicações em sistemas de informática e telemática. 
Do artigo 1o da Lei 9.296/96 já nota-se a necessidade de se estabelecer 
inicialmente alguns conceitos. 
9 Interceptação, nos dizeres da lei, significa intrometer-se com o 
intuito de obter informação. De fato, não é interrupção da 
comunicação, mas sim intromissão e colheita de dados. 
9 A investigação criminal pode ser definida como as diligências 
empreendidas pela autoridade policial para apuração de eventual 
infração penal e de sua autoria. Para que se tenha a investigação 
criminal não se tem como necessária a instauração do 
inquérito policial. 
Eventualmente, as investigações criminais é que darão cabo à 
instauração do inquérito policial. Portanto, para que se determine a 
interceptação telefônica não se exige a instauração formal 
do inquérito policial. 
9 Instrução processual penal é a fase em que, no processo, são 
trazidas as provas a serem analisadas pelo magistrado. 
9 Comunicação em sistema de informática e telemática é a 
comunicação que se dá por meio computadorizado (on line) 
podendo se dá com ou seja a colaboração do sistema de telefonia. 
¾ Questões sobre o tema: 
17- De acordo com a jurisprudência do STJ, assinale a opção correta. 
1. A interceptação telefônica para fins de investigação criminal não pode 
efetivar-se antes da instauração do inquérito policial. 
18- Acerca das leis penais especiais, julgue os seguintes itens. 
88__ A prova obtida por meio de interceptação legal, para fins de 
investigação criminal, pode ser utilizada em ação de divórcio, caso a 
autoridade judiciária assim o autorize e as partes tenham relação com os 
fatos investigados. 
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1.2 - Dos requisitos do artigo 1o da Lei 9.296/96. 
De acordo com o artigo 1o da lei 9.296/96, a interceptação telefônica deverá se 
dar com o fim de prova em investigação criminal e em instruçãoprocessual 
penal. Portanto, não se poderá utilizar a prova em processos outros que não 
sejam de natureza penal. 
No entanto, o STF10 tem admitido que os dados obtidos em processo 
administrativo disciplinar. Observe abaixo o trecho do teor da decisão: 
“Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas 
ambientais, judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal 
ou em instrução processual penal, podem ser usados em procedimento administrativo 
disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, 
ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa 
prova”. 
A decisão acerca da interceptação telefônica deve ser proferida por juiz 
competente para a ação principal. Portanto, ao receber as peças informativas 
iniciais, caberá ao magistrado observar se tem competência para o julgamento de 
eventual ação penal. 
A competência, então, deverá ser aferida diante dos elementos de prova que ali 
se apresentam. Caso, entretanto, da interceptação telefônica descobrem-se 
novos ilícitos para os quais a autoridade não possui competência para julgar, não 
se pode falar em prova inválida por incompetência da autoridade. 
A decisão judicial poderá se dar de ofício pelo magistrado ou mediante 
requerimento da autoridade policial na investigação criminal, ou do 
representante do Ministério Público na investigação criminal como também 
na instrução processual (artigo 3o da Lei 9.296/96). 
1.3 - Dos requisitos do artigo 2o da Lei 9.296/96. 
Consoante o disposto no artigo 2o da lei 9.296/96, Não será admitida a 
interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes 
hipóteses: 
I. não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em 
infração penal. 
 
10 STF – Inq-OQ-OQ 2424/RJ – Relator: Ministro Cesar Peluso – órgão julgador: Pleno – Data do julgamento: 20/06/2007. 
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Para que se determine a interceptação telefônica é necessário que haja 
indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal. Não se 
faz necessária a prova da materialidade delitiva. O certo, todavia, é que 
a interceptação não pode ser a primeira das provas. 
Não se exige, no entanto, que haja prévia instauração de inquérito
policial, pois as provas demonstradoras dos indícios de autoria e da 
participação podem decorrer de qualquer instrumento. 
II. a prova puder ser feita por outros meios disponíveis. 
Se a prova pode ser obtida por outro meio não há motivo para que se 
viole a privacidade das comunicações telefônicas. Aqui, presentes os 
requisitos da razoabilidade e da proporcionalidade. Não é razoável a 
violação do sigilo de comunicação se outro s meios permitem a obtenção 
da prova desejada. Deve-se concluir, então, que a interpcetação 
telefônica como meio de prova tem caráter subsidiário, ou seja, só 
poderá ser utilizada se outro meio não dispuser o magistrado. 
III. o fato investigado constituir infração penal punida, no 
máximo, com pena de detenção. 
É condição necessária à legitimidade da interceptação que objetive 
apurar fato que constitua infração penal punível com reclusão. 
No entanto, a prova obtida por meio de interceptação telefônica 
determinada para apurar crime apenado com reclusão poderá servir de 
base para oferecimento de denúncia por crime apenado somente com 
detenção, desde que estes sejam conexos àqueles. 
É o que ocorrerá quando, por meio de interceptação telefônica 
determinada para apurar crime de roubo, colhe-se informação sobre a 
existência de crime de peculato culposo praticado por funcionário 
público. 
Sobre o tema manifestou-se o STF11 
“Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal 
e legítima, as informações e provas coletas dessa diligência podem subsidiar denúncia 
 
11 STF HC 83515/RS – Relator: Ministro Nelson Jobim – Tribunal Pleno – Data do julgamento: 16/09/2004. 
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com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros 
tipos penais que justificaram a interceptação. Do contrário, a interpretação do art. 2º, 
III, da L. 9.296/96 levaria ao absurdo de concluir pela impossibilidade de interceptação 
para investigar crimes apenados com reclusão quando forem estes conexos com crimes 
punidos com detenção”. 
É sempre bom lembrar que, para que se permita a interceptação telefônica, dever 
ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a 
indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, 
devidamente justificada (artigo 2o, parágrafo único, da Lei 9.296/96). 
¾ Questões sobre o tema: 
19. (AGU) Julgue o item abaixo de acordo com as leis penais especiais. 
146 A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser autorizada 
se outros meios de prova mostrarem-se insuficientes para a elucidação do fato 
criminoso e se existirem indícios razoáveis de autoria ou participação em crime 
punido com reclusão. Entende o STF, todavia, que, uma vez realizada a 
interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e 
provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes 
puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais 
que justificaram a interceptação. 
20 (TRF5/TO/JUIZ) Acerca da interceptação das comunicações telefônicas, julgue 
os próximos itens. 
135 Entende o STF, com base na ponderação dos valores em conflito e no 
princípio da proporcionalidade, que é possível a interceptação das comunicações 
telefônicas da esposa de extraditando, contra quem tenha sido expedido mandado 
de prisão cautelar, que ainda não tiver sido capturado, encontrando-se em local 
incerto e não sabido. 
21- (AGU) A respeito da interceptação telefônica e do princípio da legalidade, 
julgue os itens seguintes. 
142___ A interceptação telefônica, para fins de investigação criminal, somente 
pode ser determinada pela autoridade judiciária, de ofício e a requerimento da 
autoridade policial ou do Ministério Público, após a instauração formal de inquérito 
policial, sob pena de tornar-se prova ilícita. 
DA PRORROGAÇÃO DO PRAZO 
A interceptação telefônica, à luz do disposto no artigo 5º da Lei 9.296/96, não 
poderá exceder a 15 dias. No entanto, o próprio dispositivo admite sua 
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prorrogação por igual período desde que demonstrada a 
imprescindibilidade do meio de prova. 
Lei 9296/96. 
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando 
também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o 
prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a 
indispensabilidade do meio de prova. 
Em várias oportunidades o STF teve que se manifestar sobre o tema, e, como 
veremos abaixo, consolidou entendimento no sentido de que as interceptações 
telefônicas poder ser prorrogadas. 
“A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consolidou o entendimento 
segundo o qual as interceptações telefônicas podem ser prorrogadas desde que 
devidamente fundamentadas pelo juízo competente quanto à necessidade para o 
prosseguimento das investigações. Precedentes: HC nº 83.515/RS, Rel. Min. Nelson 
Jobim, Pleno, maioria, DJ de 04.03.2005; e HC nº 84.301/SP, Rel. Min. Joaquim 
Barbosa, 2ª Turma, unanimidade, DJ de 24.03.2006”12.“Persistindo os pressupostos que conduziram à decretação da interceptação 
telefônica, não há obstáculos para sucessivas prorrogações, desde que devidamente 
fundamentadas, nem ficam maculadas como ilícitas as provas derivadas da 
interceptação. Precedente. Recurso a que se nega provimento”13. 
“O prazo previsto para a realização de interceptação telefônica é de 15 dias, 
nos termos do art. 5º da Lei n.º 9.296/96. A jurisprudência assente e remansosa 
aponta, contudo, para a possibilidade de esse prazo ser renovado, quantas vezes for 
necessário, até que se ultimem as investigações, desde que comprovada a 
necessidade”14. 
Para que o magistrado defira a prorrogação, não se exige a transcrição integral 
das conversas até então obtidas. A transcrição integral deverá ser concretizada 
ao final do procedimento de interceptação. 
A motivar a renovação do prazo, basta que a autoridade policial encaminhe 
relatório circunstanciado dando conta da insuficiência da prova produzida e da 
imprescindibilidade do meio de prova. 
Sobre o tema decidiu o STJ15 que 
 
12 STF – RHC 88371/SP – Relator: Ministro Gilmar Mendes – 2ª Turma – Data do julgamento: 14/11/2006. 
13 STF – RHC 85575/SP – Relator: Ministro Joaquim Barbosa – 2ª Turma – Data do julgamento: 28/03/2006. 
14 STF – HC 43958/SP – Relatora: Ministra Laurita Vaz – 5ª Turma - Data do julgamento: 18/05/2006. 
15 STJ – RHC 13274/RS – Relator: Ministro Gilson Dipp – 5ª Turma – Data do julgamento: 19/08/2003. 
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“A interceptação telefônica deve perdurar pelo tempo necessário à completa 
investigação dos fatos delituosos. O prazo de duração da interceptação deve ser 
avaliado pelo Juiz da causa, considerando os relatórios apresentados pela Polícia. Não 
se pode exigir que o deferimento das prorrogações (ou renovações) seja sempre 
precedido da completa transcrição das conversas, sob pena de frustrar-se a rapidez na 
obtenção da prova. Não se faz necessária a transcrição das conversas a cada 
pedido de renovação da escuta telefônica, pois o que importa, para a 
renovação, é que o Juiz tenha conhecimento do que está sendo investigado, 
justificando a continuidade das interceptações, mediante a demonstração de sua 
necessidade. A lei exige que seja feita a transcrição das gravações ao final da escuta, a 
fim de que o conteúdo das conversas seja juntado ao processo criminal”. 
¾ Questões sobre o tema: 
22- (TRF5/TO/JUIZ) Acerca da interceptação das comunicações 
telefônicas, julgue os próximos itens. 
134 Para a prorrogação do pedido de interceptação das comunicações 
telefônicas, lei exige a transcrição integral das conversas até então 
obtidas, para que o juiz verifique a plausibilidade do pedido. 
1.5 – Do procedimento. 
O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de 
que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação 
dos meios a serem empregados. 
Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado 
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a 
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a 
termo. 
Desde o momento em que receber o pedido, o magistrado terá o prazo de 24 
horas para decidir. Trata-se de hipótese excepcional que indica ser a medida 
urgente. 
 
A decisão, como qualquer outra decisão judicial (artigo 93, IX, DA CF), será 
fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução 
da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por 
igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. 
É de se ressaltar que a prorrogabilidade não se limita a uma única vez. A medida 
extremada será prorrogada por quantas vezes se mostrar necessárias. 
Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de 
interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua 
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realização e no caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação 
interceptada, será determinada a sua transcrição. 
Realizada a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da 
interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá 
conter o resumo das operações realizadas. 
O magistrado, ao receber o termo circunstanciado deverá apensa-lo aos autos do 
inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, 
gravações e transcrições respectivas, dando-se ciência ao Ministério Público. 
A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, 
durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de 
requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. O incidente de 
inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do 
acusado ou de seu representante legal. 
1.6. Da prova ilícita 
A inadmissibilidade de prova ilícita decorre do princípio do devido processo 
legal, pois a prova ilícita não se ajusta a preceitos baseados na legalidade. 
De acordo com o disposto no artigo 5o, LVI, da CF, são inadmissíveis, no 
processo, as provas obtidas por meios ilícitos. 
Consideram-se provas obtidas por meios ilícitos aquelas que advêm de ofensa à 
norma material. Não se tratam de provas ilegítimas; mas, sim, ilícitas. 
Portanto, a prova em ofensa a norma processual é classificada como ilegítima; ao 
passo que a prova que decorra de ofensa a norma penal (exemplo: tortura) 
é ilícita. 
A interceptação telefônica realizada sem autorização judicial ou com objetivos 
não autorizados em lei (ex: ser utilizada em processo civil) constitui prova ilícita, 
já que há afronta a lei penal (lei material), especificamente ao disposto no artigo 
10 da Lei 9.296/96. 
Interessante ressaltar que apesar de a prova ilícita não ser admitida, o 
princípio da proporcionalidade, implícito no texto constitucional, permite a 
admissão de prova obtida por meio ilícito em favor do acusado, a qual, em razão 
de excludentes da ilicitude (exemplo: estado de necessidade ou legítima 
defesa), perde o caráter de ilícita. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ 
PROFESSOR: JULIO MARQUETI 
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Sobre o tema, observe abaixo trecho de um julgado do STF16: 
“Utilização de gravação de conversa telefônica feita por terceiro com a 
autorização de um dos interlocutores sem o conhecimento do outro quando há, para 
essa utilização, excludente da antijuridicidade. - Afastada a ilicitude de tal conduta - a 
de, por legítima defesa, fazer gravar e divulgar conversa telefônica ainda que não haja 
o conhecimento do terceiro que está praticando crime -, é ela, por via de conseqüência, 
lícita e, também conseqüentemente, essa gravação não pode ser tida como prova 
ilícita, para invocar-se o artigo 5º, LVI, da Constituição com fundamento em que houve 
violação da intimidade (art. 5º, X, da Carta Magna)”. 
O STF17 também tem admitido a utilização de prova contra acusado de crime de 
extorsão mediante sequestro quando obtida por meio não admitido em lei, desde 
que presentes as excludentes da ilicitude. 
“Interceptação telefônica e gravação de negociações entabuladas entre 
seqüestradores, de um lado, e policiais e parentes da vítima, de outro, com o 
conhecimento dos últimos, recipiendários das ligações. Licitude desse meio de prova. 
Precedente do STF: (HC 74.678, 1ª Turma, 10-6-97)” 
¾ Questões sobre o tema: 
23- (PMVITÓRIA/PROCURADOR) Acerca da parte geral do Código Penal e

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