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DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ 
PROFESSOR: JULIO MARQUETI 
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AULA 4 - DA PROVA, ATOS E PROCEDIMENTO. 
99 DDaas s pprroovvaas s eem m eessppéécciiee 
9 D Doo iinntteerrrrooggaattóórriioo 
9 D Doo iinntteerrrrooggaattóórri ioo d doo rrééu u pprreessoo 
9 D Doo iinntteerrrrooggaattóórri ioo ppoor r vviiddeeooccoonnffeerrêênncciiaa 
99 D Daa ccoonnffiissssããoo 
9 DDaas s ddeeccllaarraaççõõe ess d doo ooffeennddiiddoo 
9 D Daa pprroovva a tteesstteemmuunnhhaall 
99 D Daa tteesstteemmuunnhhaa 
9 QQuuaannttiiddaad dee d dee tteesstteemmuunnhhaass 
9 D Daa ccllaassssiiffiiccaaççãão o dda ass tteesstteemmuunnhhaass 
9 OOiittiiv vaa ddaas s tteesstteemmuunnhha ass e e ssiisstteem maa pprreessiiddeenncciiaalliisst taa 
9 OOBBRRIIGGAAÇÇÃÃO O DDE E CCOOMMPPAARREECCIIMMEENNTTOO 
9 D Daa ccaarrtta a pprreeccaattóórriiaa.. 
9 D Doo rreeccoonnhheecciimmeennt too d dee ppeessssooaas s ee d dee ccooiissaass 
9 FFaattoos s ee aatto oss pprroocceessssuuaaiiss 
9 DDOOS S AATTOOS S PPRROOCCEESSSSUUAAIISS 
9 DA CITAÇÃO 
9 DA CITAÇÃO POR MANDADO 
9 DDA A CCIITTAAÇÇÃÃOO: : DDO O MMIILLIITTAARR, , DDO O RREEU U PPRREESSO O ee DDO O FFUUNNCCIIOONNÁÁRRIIO O PPÚÚBBLLIICCOO 
9 DAS CARTAS 
9 DA CITAÇÃO POR CARTA 
9 Dinâmica da carta precatória 
9 DA CITAÇÃO POR EDITAL 
9 DA SUSPENSÃO DO PROCESSO E DO PRAZO PRESCRICIONAL 
9 DA REVELIA 
9 DA CITAÇÃO POR HORA CERTA 
9 DA INTIMAÇÃO 
9 DDOOS S PPRROOCCEEDDIIMMEENNTTOOSS 
99 D Doo pprroocceeddiimmeennt too ccoommuum m oorrddiinnáárriioo 
9 D Daa rreejjeeiiççã ãoo d daa qquueeiix xaa o ouu d daa ddeennúúnncciiaa 
9 D Doo rreeccuurrsso o dda a rreejjeeiiççãão o dda a qquueeiixxa a oou u dda a ddeennúúnncciiaa 
9 D Daa ddeeffees saa pprreelliimmiinnaarr 
9 DDA A AABBSSOOLLVVIIÇÇÃÃO O SSUUMMÁÁRRIIAA 
9 D Doo rreecceebbiimmeenntto o ee d daa ddeessiiggnnaaççã ãoo d daa aauuddiiêênncciia a úúnniiccaa 
9 D Daa aauuddiiêênncciiaa 
DDa ass pprroovva ass e emm eessppéécciiee 
Caro aluno 
Trataremos inicialmente, nessa aula, de alguns pontos importantes sobre a prova 
em espécie. Posteriormente, dispensaremos atenção aos atos processuais e ao 
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procedimento. Ressalto que os efeitos da sentença serão objeto de estudo na 
aula 06 quando trataremos de todos os aspectos da sentença. 
DDo o iinntteerrrrooggaattóórriioo 
Por meio do iinntteerrrrooggaattóórriioo o acusado ou indiciado terá oportunidade de expor 
sua versão sobre os fatos. Então, podemos dizer que o iinntteerrrrooggaattóórriioo éé mmeeiioo 
ddee pprroovvaa ee dde e ddeeffeessaa. Apesar de entendimento em sentido de que seja somente 
meio de defesa, não se pode negar que o magistrado poderá se valer de seu teor 
para um decreto condenatório. Daí é inegável sua natureza híbrida. 
O acusado, quando do interrogatório, terá direito de entrevistar-se 
reservadamente com o seu advogado. Então, a presença do advogado no 
interrogatório é obrigatória. Caso não tenha defensor constituído, caberá ao 
magistrado a nomeação de defensor. 
O silêncio constitui direito do acusado ou indiciado. Assim, poderá manter-se 
silente, o que não se poderá interpretar em seu desfavor. Eventual falsidade não 
constituirá ilícito penal. 
O interrogatório é composto de duas fases: sobre a pessoa do acusado e sobre os 
fatos objeto do processo (artigo 187 do CPP). 
Atualmente admite-se, ainda, que as partes façam perguntas no ato do 
interrogatório. Portanto, o interrogatório deixou de ser ato privativo do 
magistrado. 
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se 
restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas 
correspondentes se o entender pertinente e relevante. 
 
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¾ Questões sobre o tema 
1.(CESPE/2010) Acerca de diversos institutos de direito processual 
penal, julgue os itens que se seguem. 
 
67 O interrogatório judicial, como meio de defesa, exige a presença 
física do acusado, de forma que a sua realização por meio de 
videoconferência é inadmissível no processo penal. 
2.(CESPE/2009/ADAPTADA) 83. Acerca da prova criminal, julgue o item. 
2. Antes de iniciar o interrogatório, o acusado deve ser informado do 
seu direito de permanecer calado e de não responder às perguntas que 
lhe forem formuladas. 
3.(CESPE/2009/ADAPTADA) 83. Acerca da prova criminal, julgue o item. 
1. O silêncio do acusado não importa em confissão, mas pode constituir 
elemento para a formação do convencimento do juiz e interpretado em 
prejuízo da defesa. 
4.(CESPE/2010/ADAPTADA) 20. Julgue o item a respeito da prova 
criminal. 
O interrogatório é ato privativo do juiz, que, durante sua realização, 
assegurará o direito do réu ao silêncio e ao privilégio de não ser 
obrigado a produzir prova contra si, razão pela qual é vedada à 
acusação e à defesa a elaboração de perguntas. 
DDo o iinntteerrrrooggaattóórriio o ddo o rré éuu pprreessoo 
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De acordo com o disposto no artigo 185, parágrafo 1º, do CPP, o interrogatório 
do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver 
recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do 
Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a 
publicidade do ato. 
Trata-se de medida que busca prevenir a sociedade em relação a eventuais fugas 
de presos. No entanto, em regra, o Estado não se tem utilizado de tal expediente 
para a oitiva dos acusados presos. 
Atualmente, os presos ainda são levados ao prédio do fórum para serem 
interrogados. Na prática, então, o interrogatório no presídio, onde o preso está 
encarcerado, é exceção. 
DDo o iinntteerrrrooggaattóórriio o ppo orr vviiddeeooccoonnffeerrêênncciiaa 
Atualmente, com a edição da lei 11.900/2009, admite-se, em situações 
excepcionalíssimas, o interrogatório por meio de videoconferência (artigo 185, 
parágrafo 2º, do CPP). 
Desde já, devemos observar que o interrogatório por videoconferência só 
ocorrerá se o interrogando estiver preso. As situações que legitimam o 
interrogatório desse modo seguem abaixo (artigo 185, parágrafo 2º, incisos I a IV 
do CPP). 
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o 
preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir 
durante o deslocamento; 
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja 
relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou 
outra circunstância pessoal; 
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que 
não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do 
art. 217 deste Código; 
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. 
É oportuno lembrarmos de que no Estado de São Paulo foi editada a lei 
11.819/2005 que possibilitou a realização de interrogatórios por meio de 
videoconferência. Vários foram os processos em que os magistrados realizaram o 
interrogatório desse modo. 
Mas, o STF houve por bem reconhecer a inconstitucionalidade do dispositivo da lei 
Estadual. Fê-lo pelo fato de que compete à União legislar sobre processo penal e 
nãoao Estado-membro (Artigo 22, I, da CF). 
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No julgamento do HC 90.900, rel. para o acórdão min. Menezes Direito, o 
Plenário do Supremo Tribunal Federal assentou, por maioria, a 
inconstitucionalidade formal da Lei 11.819/2005, do Estado de São Paulo, por 
entender que tal diploma legal ofende o art. 22, I, da Constituição federal, na 
medida em que disciplina matéria eminentemente processual. Ordem concedida, 
de ofício, para decretar a nulidade do interrogatório realizado por meio de 
sistema de vídeoconferência, com base na Lei paulista 11.819/2005, e dos atos a 
ele subsequentes, à exceção das oitivas das testemunhas. 
DDa a ccoonnffiissssããoo 
Do interrogatório do acusado poderá decorrer a sua confissão. O que é a 
confissão? É o reconhecimento, pelo acusado, como verdadeiras as imputações 
que lhe sejam atribuídas. Vale lembrar que o silêncio do acusado não constitui 
confissão. 
A ccoonnffiissssããoo é meio de prova. Não deve ser considerada isoladamente para dar 
cabo a um decreto condenatório. Portanto, ainda que o acusado tenha confessado 
não se pode dizer que será, inevitavelmente, condenado. 
Quanto aos efeitos, a confissão poderá ser classificada em: simples ou 
qualificada. Diz-se que a ccoonnffiissssããoo éé ssiimmpplleess quando o acusado reconhece o 
fato que lhe é imputado sem qualquer circunstância que exclua a sua 
responsabilidade penal. A ccoonnffiissssããoo sseerráá qquuaalliiffiiccaaddaa quando o acusado 
reconhece o fato e traz situação que exclua a sua responsabilidade. Assim, se diz 
que ao alegar legitima defesa haverá uma situação de confissão qualificada. 
A confissão, segundo a doutrina, é divisível e retratável. DDiivviissíívveell em razão do 
fato de que o magistrado poderá analisar a prova de forma fracionada. Assim, 
poderá desprezar parte da confissão e fundamentar sua decisão. Quando, 
entretanto, for prova única, não se admite a divisibilidade da confissão. 
RReettrraattáávveell pelo fato de que o acusado poderá a qualquer tempo (artigo 200 do 
CPP). 
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Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre 
convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto. 
DDa ass ddeeccllaarraaççõõees s ddo o ooffeennddiiddoo 
O ofendido não pode ser tratado como testemunha. De fato, por ser titular do 
bem jurídico lesado ou exposto à lesão em razão da conduta do agente, as ssuuaass 
ddeeccllaarraaççõõeess ddeevveerr sseerr aannaalliissaaddaass ccoomm rreesseerrvvaa. 
No entanto, não se pode negar que ssuuaass ddeeccllaarraaççõõeess ccoonnssttiittuueemm mmeeiioo ddee 
pprroovvaa, especialmente quando o crime é praticado intramuros, ou seja, com 
pouca visibilidade (crimes sexuais). Vale ressaltar que o ofendido não tem direito 
de permanecer em silêncio. Mas, caso cale ou negue a verdade, responderá por 
falto testemunho (artigo 342 do CP)? É certo que não, pois não é testemunha. 
Poderá, é certo, responder pelo crime de denunciação caluniosa (artigo 339 do 
CP) caso tenha, dolosamente, dado causa à instauração de processo judicial 
imputando a alguém crime de que se sabe inocente. 
Denunciação caluniosa 
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, 
instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade 
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
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Algumas novidades do CPP devem ser realçadas, especialmente aquelas que 
dispensaram maior atenção à vítima. Vejamos os parágrafos do artigo 201 do 
CPP: 
§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso 
e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à 
sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. 
 
§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele 
indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. 
§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado 
espaço separado para o ofendido. 
 
§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para 
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de 
assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. 
§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, 
vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o 
segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações 
constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de 
comunicação. 
DDa a pprroov vaa tteesstteemmuunnhhaall 
A pprroov vaa tteesstteemmuunnhhaall é, dentre os meios de provas, o mais importante no 
processo penal. Não o mais valioso, mais sim o mais importante. A testemunha é 
pessoa que não possui qualquer interesse processual, isto é, é desinteressada. A 
prova testemunhal tem como característica: oorraalliiddaaddee;; oobbjjeettiivviiddaaddee ee 
rreettrroossppeeccttiivviiddaaddee. 
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9 OOrraalliiddaaddee: : A prova testemunhal, em regra, será produzida oralmente 
(artigo 204 do CPP). No entanto, deverá ser reduzida a termo (artigo 216 
do CPP). Há casos, entretanto, em que se permitirá a prova produzida por 
escrito. 
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo 
por escrito. 
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a 
apontamentos. 
Vejamos abaixo alguns dispositivos que permitem a prova testemunhal por 
escrito: 
Artigo 221, § 1o, do CPP: O Presidente e o Vice-Presidente da 
República, os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos 
Deputados e do Supremo Tribunal Federal ppooddeerrããoo ooppttaarr ppeellaa 
pprreessttaaççããoo ddee ddeeppooiimmeennttoo ppoorr eessccrriittoo, caso em que as 
perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, lhes serão 
transmitidas por ofício. 
99 OObbjjeettiivviiddaaddee: : A testemunha não externará qualquer apreciação pessoal 
acerca do fato. Manifestar-se-á objetivamente. Excepcionalmente, no 
entanto, poderá expor apreciação pessoal. A excepcionalidade ocorre em a 
apreciação pessoal for inseparável da exposição dos fatos. 
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo 
quando inseparáveis da narrativa do fato. 
9 RReettrroossppeeccttiivviiddaaddee: : A testemunha se manifestará a respeito de fatos 
pretéritos. Refere-se, portanto, a fatos passados. 
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DDa a tteesstteemmuunnhhaa 
Qualquer pessoa pode ser testemunha. No entanto, algumas pessoas estão 
proibidas (artigo 207 do CPP) e outras estão, em regra, isentas do dever de depor 
(artigo 206 do CPP). 
99 QQuueessttõõe ess ssoobbrre e oo tteemmaa:: 
5.(CESPE/2009/ADAPTADA) Acerca da prova testemunhal, julgue o 
item. 
3. Um animal pode ser levado a juízo para reconhecer, pelo faro, um 
ladrão e pode, assim, ser considerado testemunha. 
Vejamos cada uma das situações: 
9 DDaas s ppeessssooa ass iisseennttaass ddo o ddeevve err d dee ddeeppoorr: 
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-
se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, 
o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro 
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. 
As pessoas mencionadas no artigo 206 do CPP estão isentas do direito de depor. 
No entanto, quando não for possível obter-se ou integrar-se a prova do fato ou de 
suas circunstâncias deverão depor. Mas, quando forem obrigados a depor, nnããoo 
pprreessttaarrããoo ccoommpprroommiissssoo ddee ddiizzeerr aa vveerrddaaddee ((aarrttiiggo o 220088, , iin n ffiinnee, , ddo o CCPPPP)). 
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais 
e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206. 
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É oportuno registrar que os doentes, os deficientes mentais e os menores de 14 
anos de idade não estão proibidos de depor. Serão inquiridos, sem no entanto, 
prestarem compromisso. 
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos 
doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, 
nem às pessoas a que se refere o art. 206. 
99 QQuueessttõõe ess ssoobbrre e oo tteemmaa:: 
6.(CESPE/2009/ADAPTADA) 84. Considerando a regulamentação 
processual penal em relação às testemunhas, julgue o item. 
3. O pai que presencia o filho cometer homicídio é obrigado a depor 
acerca dos fatos, ainda que outras pessoas tenham testemunhado o 
ocorrido. 
7.(CESPE/2009) Acerca da prova testemunhal, segundo o CPP, julgue o 
item. 
1. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderá, 
entretanto, recusar-se a fazê-lo o cônjuge do acusado, salvo quando 
não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do 
fato e de suas circunstâncias. 
8.(CESPE/RN/2009) Acerca da prova testemunhal, segundo o CPP, 
julgue o item. 
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1. Se a testemunha é pai da vítima, pode recusar-se a prestar 
depoimento. 
9.(CESPE/2010/ADAPTADA) 20. Julgue o item a respeito da prova 
criminal. 
1. De acordo com o CPP, os doentes mentais e os menores de quatorze 
anos de idade podem ser testemunhas não compromissadas. 
10.(CESPE/2009/ADAPTADA) 84. Considerando a regulamentação 
processual penal em relação às testemunhas, julgue o item. 
2. Os doentes e deficientes mentais não podem ser arrolados como 
testemunha, pois, por serem inimputáveis, suas declarações não têm 
credibilidade. 
11.(CESPE/2009/ADAPTADA) 84. Considerando a regulamentação 
processual penal em relação às testemunhas, julgue o item. 
1. Uma criança de seis anos de idade pode ser testemunha, mas não 
prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for 
perguntado. 
9 DDaas s ppeessssooa ass pprrooiibbiiddaas s dde e ddeeppoorr: 
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou 
profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o 
seu testemunho. 
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As pessoas mencionadas no artigo 207 do CPP são proibidas de depor. A 
proibição decorre do sigilo em razão de seu mister. É certo, no entanto, que o 
interessado no sigilo (paciente) poderá eximir o médico, por exemplo, do dever 
de sigilo. Mas este, ainda que liberado pelo interessado não tem o dever de 
depor. Poderá fazê-lo. Mas, caso se submeta à inquirição, deverá assumir o 
compromisso de dizer a verdade. Portanto, será compromissado nos termos do 
artigo 203 do CPP. 
99 QQuueessttõõe ess ssoobbrre e oo tteemmaa:: 
11.(CESPE/2009/ADAPTADA) 84. Considerando a regulamentação 
processual penal em relação às testemunhas, julgue o item. 
4. O padre pode depor acerca da autoria de crime que tomou 
conhecimento durante seu ministério, sendo irrelevante a anuência da 
parte interessada. 
13.(CESPE/2009) Acerca da prova testemunhal, segundo o CPP, julgue o 
item. 
1 Em regra, o psicólogo não é proibido de depor quanto ao teor da 
sessão psicoterapêutica. 
QQuuaannttiiddaadde e dde e tteesstteemmuunnhhaass 
As leis processuais estabelecer o número máximo de testemunhas que podem ser 
arroladas pelas partes. Na verdade, além das testemunhas das partes poderá o 
magistrado inquirir pessoas que entenda interessantes à solução da lide. 
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras 
testemunhas, além das indicadas pelas partes. 
§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as 
testemunhas se referirem. 
§ 2o Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber 
que interesse à decisão da causa. 
No procedimento comum ordinário, serão arroladas no máximo 08 testemunhas 
por cada uma das partes. No sumário, 05 testemunhas. Já no sumaríssimo, 03 
testemunhas. 
No Júri, mais precisamente, no plenário (segunda fase), serão arroladas no 
máximo 05 testemunhas por casa uma das partes. 
DDa a ccllaassssiiffiiccaaççã ãoo ddaas s tteesstteemmuunnhhaass 
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As tteesstteemmuunnhha ass ddiirreettaass relatam fatos que foram conhecidos delas próprias, 
presenciados por elas. Já as iinnddiirreettaass relatam fatos conhecidos de terceiros. 
Será, então, testemunha indireta aquela que tomou conhecimento de 
determinado fato em razão da narrativa de terceiro. 
99 QQuueessttõõe ess ssoobbrre e oo tteemmaa:: 
14.(CESPE/2009) Acerca do conceito de prova, das formas de prova e 
do objeto da prova, julgue o item. 
Se a testemunha afirma apenas que viu o réu ser preso e, com ele, ter 
sido encontrado o objeto reclamado pela vítima, tem-se, apenas, uma 
prova indireta do roubo, pois, para se chegar ao fato probando, é usado 
o raciocínio indutivo. 
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As tteesstteemmuunnhha ass pprróópprriiaass são aquelas que depõem sobre o fato que está sendo 
discutido no processo, objeto do processo. Já a iimmpprróópprriiaa prestam declarações 
sobre fatos alheios à lide, mas que se mostram importantes, tais como a 
testemunha que presenciou a confissão do acusado. 
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As testemunhas nnuummeerráárriiaass são aquelas que arroladas pelas partes respeitado o 
número máximo previsto na lei. É certo que não se computam nesse número 
aquelas que não prestam compromissos (iinnffoorrmmaanntteess), bem como aquelas 
rreeffeerriiddaass por outras testemunhas. Estas são as eexxttrraannuummeerráárriiaass. Também 
serão extranumerárias as testemunhas ouvidas por iniciativa do magistrado. 
99 QQuueessttõõe ess ssoobbrre e oo tteemmaa:: 
15.(CESPE/2009/ADAPTADA) Acerca da prova testemunhal, julgue o 
item. 
1. O informante, por não ter vínculo com a imparcialidade e com a 
obrigação de dizer a verdade, não presta compromisso. 
16.(CESPE/2009/ADAPTADA) Acerca da prova testemunhal, julgue o 
item. 
2. Testemunhareferida é a denominação dada à pessoa que testemunha 
a leitura do auto de prisão em flagrante na presença do acusado e 
assina o referido auto em lugar do indiciado que não quer, não sabe ou 
não pode fazê-lo. 
OOiittiivva a dda ass tteesstteemmuunnhhaas s ee ssiisstteemma a pprreessiiddeenncciiaalliisstta a 
Com a atual redação do artigo 212 do CPP, discute-se sobre a modificação do 
sistema de inquirição da testemunhas. Sob a égide da legislação anterior, o 
magistrado inquiria a testemunha e, posteriormente, as partes passaram a fazer 
as perguntas que entendiam necessárias. As perguntas das partes eram dirigidas 
ao magistrado que as repetia à testemunha. Era evidente o sistema 
presidencialista. 
Hoje, no entanto, as perguntas a serem formuladas pelas partes não serão 
dirigidas ao magistrado, mas sim diretamente à testemunha. Dúvida há, no 
entanto, se o magistrado deverá primeiramente inquirir a testemunha e só 
posteriormente as partes farão as reperguntas. 
Da literalidade, no entanto, nos leva à conclusão diversa. Ao que parece o 
magistrado só atuará supletivamente. Portanto, as partes formularão diretamente 
à testemunha suas perguntas. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá 
complementar a inquirição. 
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Para o STJ 
“A nova redação do art. 212 do Código de Processo Penal conferida 
pela Lei 11.690/2008 suprimiu o sistema presidencialista na oitiva das 
testemunhas em juízo para inaugurar o sistema acusatório, segundo o 
qual as vítimas, as testemunhas e o interrogado são inquiridos pela 
acusação e na seqüência pela defesa, possibilitando ao magistrado, 
supletivamente, caso queira complementar as declarações em pontos 
ainda não esclarecidos, proceder à sua inquirição”. (STJ – HC 155020 – 
5ª turma). 
OOBBRRIIGGAAÇÇÃÃO O DDE E CCOOMMPPAARREECCIIMMEENNTTOO 
A testemunha assim que intimada tem o dever de comparecimento, sob pena de 
ser conduzida coercitivamente e de incidir em crime de desobediência, além de, 
em razão da ausência, sofrer penalidade de caráter pecuniário (multa). 
Mas, há certas pessoas que, em razão da função que possuem, têm a 
prerrogativa de serem inquiridas no local, dia e hora previamente ajustados com 
o magistrado que irá proceder à inquirição (artigo 221 do CPP). 
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e 
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados 
e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e 
dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os 
membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de 
Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do 
Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente 
ajustados entre eles e o juiz. 
9 No Executivo Federal: Presidente e o Vice-Presidente da 
República e os Ministros de Estado. 
9 No Legislativo Federal: Senadores e deputados federais, 
9 No Executivo Estadual e Distrital: Governadores de Estados e 
Territórios, os secretários de Estado. 
9 No Legislativo Estadual: Deputados às Assembléias Legislativas 
Estaduais. 
9 No Executivo Municipal: Prefeitos dos Municípios. NNãão o ssããoo 
mmeenncciioonnaaddooss: : O O vviicce e PPrreeffeeiit too e e oos s vveerreeaaddoorreess. 
9 No Judiciário – Federal ou Estadual: Membros do Poder 
Judiciário, 
9 Nos Órgãos de controle: Ministros e juízes dos Tribunais de 
Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal 
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9 Ministros do Tribunal Marítimo 
OOs s mmiilliittaarreess quando testemunhas, deverão ser requisitados à autoridade 
superior. OOss ffuunncciioonnáárriio oss PPúúbblliiccooss serão intimados na forma do artigo 218 do 
CPP, isto é, por mandado. Porém, a expedição do mandado deve ser 
imediatamente comunicada ao chefe da repartição em que servirem, com 
indicação do dia e da hora marcados. 
DDa a ccaarrt taa pprreeccaattóórriiaa.. 
A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do 
lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, ccaarrttaa pprreeccaattóórriiaa, com 
prazo razoável, intimadas as partes. A expedição da precatória não suspenderá a 
instrução criminal. Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, 
a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos. 
Assim, quando expedida carta precatória para a inquirição de determinada 
testemunha, o processo não será suspenso de modo a aguardar a sua devolução 
e juntada no processo. 
A carta será expedida com prazo razoável para cumprimento. Escoado o prazo, 
sem que a carta seja devolvida, caberá ao magistrado que preside o processo 
determinar o seu prosseguimento. É certo que a carta será juntada aos autos a 
qualquer tempo, ainda que já se tenha proferido a sentença. 
Sendo o caso de inquirição de testemunha em sede de outro Juízo por meio de 
carta precatória, poderá o magistrado se valer da videoconferência. Veja o 
disposto no artigo 222, parágrafo 3º, do CPP. 
§ 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha 
poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso 
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida 
a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a 
realização da audiência de instrução e julgamento. 
 
Quando expedida carta precatória para a oitiva de determinada testemunha, o 
defensor do acusado deverá ser intimado para que possa acompanhar o ato 
deprecado. De acordo com o STJ, a falta de intimação constitui nulidade relativa. 
Veja: 
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“A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a inexistência de 
intimação da expedição da carta é nulidade relativa e necessita de 
demonstração do prejuízo”. STJ – HC 132690 – 6ª TURMA. 
Quando o defensor é intimado da expedição da carta precatória, não se exigirá a 
sua intimação da data designada no juízo deprecado para a realização do ato 
deprecado, posto que lhe caberá acompanhar o andamento da carta precatória. 
Segundo o STF 
“A intimação do advogado para a inquirição de testemunhas no 
juízo deprecado é desnecessária quando realizada a intimação da 
expedição da carta precatória. Cabe ao impetrante acompanhar toda a 
tramitação da precatória perante o juízo deprecado, a fim de tomar 
conhecimento da data designada para a diligência”. STF – HC 104767 – 
BA. 
DDo o rreeccoonnhheecciimmeenntto o dde e ppeessssooa ass e e dde e ccooiissaass 
O reconhecimento de pessoa ou de coisa é meio de prova. Poderá ser realizado 
tanto na fase policial como processual. 
Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-
se-á pela seguinte forma: 
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a 
descrever a pessoa que deva ser reconhecida; 
II - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se 
possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, 
convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; 
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o 
reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga 
a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade 
providenciará para que esta não veja aquela; 
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, 
subscrito pela autoridade,pela pessoa chamada para proceder ao 
reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. 
Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou 
de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer 
comunicação entre elas. 
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A ausência das formalidades legais não levará, no entanto, à imprestabilidade do 
reconhecimento. Servirá como elemento de prova. A sua apreciação, todavia, 
será cercada de reserva pelo magistrado. 
Para o STJ 
“As formalidades previstas no artigo 226 do Código de Processo Penal 
são essenciais à valia do reconhecimento, que, inicialmente, há de ser feito 
por quem se apresente para a prática do ato, a ser iniciado com a descrição 
da pessoa a ser reconhecida. Em seguida, o suspeito deve ser colocado ao 
lado de outros que com ele guardem semelhança, a fim de que se confirme o 
reconhecimento. A cláusula "se for possível", constante do inciso II do artigo 
de regência, consubstancia exceção, diante do princípio da razoabilidade. O 
vício não fica sanado pela corroboração do reconhecimento em juízo, 
também efetuado sem as formalidades referidas” 
Não se pode deixar de tratar do rreeccoonnhheecciimmeennttoo ffoottooggrrááffiiccoo. É certo que não 
há previsão legal. No entanto, na prática tem-se, e muito, se valido desse meio 
para o reconhecimento de pessoas. Como não está previsto em lei, tem-se ai um 
caso típico de prova inominada no processo penal. Pode ser utilizado no processo. 
Mas, só levará a um decreto condenatório se corroborado por outros elementos 
de prova. 
99 QQuueessttõõe ess ssoobbrre e oo tteemmaa:: 
17.A respeito da prova no processo penal, julgue o item: 
O reconhecimento feito sem as formalidades legais deve ser desprezado, 
já que não pode ser considerado meio de prova. 
18.(CESPE/2009/ADAPTADA) 83. Acerca da prova criminal, julgue o item. 
4. No procedimento de reconhecimento de indiciado, este deve ser 
colocado ao lado de, no mínimo, três pessoas que tenham com ele grande 
semelhança física. 
19.(CESPE/2009/ADAPTADA) 83. Acerca da prova criminal, julgue o item. 
4. No procedimento de reconhecimento de indiciado, este deve ser 
colocado ao lado de, no mínimo, três pessoas que tenham com ele grande 
semelhança física. 
DDOOS S FFAATTOOS S PPRROOCCEESSSSUUAAIISS 
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Segundo a doutrina, os fatos processuais são acontecimentos que trazem reflexo 
no processo. Na verdade, são eventos que levam à modificação, alteração ou 
extinção do processo. Os fatos processuais não decorrem da vontade humana. 
Assim, a morte do acusado é um fato processual. Também é um fato processual o 
decurso de determinado prazo, desde que traga conseqüência processual. 
DDOOS S AATTOOS S PPRROOCCEESSSSUUAAIISS 
Os AATTOOS S PPRROOCCEESSSSUUAAIISS são atos jurídicos praticados pelos sujeitos da relação 
processual ou pelos auxiliares da justiça. Assim, praticam atos processuais as 
partes, o juiz, os peritos etc... 
¾¾ LLUUGGAARR 
Os atos processuais, em regra, serão realizados na se do juízo processante. Há 
casos, entretanto, em que os atos devem ser praticados em outros juízos é o que 
ocorre quando se necessita de expedição de cartas precatórias para inquirição de 
testemunhas, por exemplo. 
¾¾ FFOORRMMAA 
A forma é o modo pelo qual o ato se apresenta ao mundo, é sua exteriorização. 
Os atos processuais serão EESSCCRRIITTOOS S E E EEM M VVEERRNNÁÁCCUULLOO. Apesar de os atos 
processuais serem, em regra, escritos não podemos nos esquecer que há muitas 
situações em que o ato será apresentado oralmente. É o que ocorre, por 
exemplo, com o oferecimento da denúncia no Juizado Especial Criminal. Neste 
caso, caberá ser reduzida a termo. A forma será rígida quando assim exigir a lei. 
¾¾ TTEEMMPPOO 
Os atos processuais deverão ser praticados no prazo estabelecido pela lei. Mas, 
não podemos deixar de registrar que os atos constritivos (ex: prisão) deverão 
observar as regras constitucionais, especialmente de inviolabilidade domiciliar. O 
mandado de prisão preventiva, por exemplo, não poderá ser cumprido à noite se 
implicar em violação de domicílio. 
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que 
se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o 
mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. 
O que é bom registrar é que, diferentemente do Código de Processo Civil, não há 
limitação de horário para a prática dos atos no processo penal. Assim, atos 
processuais externos (intimações e citações) poderão ser realizados durantes os 
feriados e finais de semana. 
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DA CITAÇÃO 
A CCIITTAAÇÇÃÃOO é o ato primordial para que se estabeleça o contraditório e a ampla 
defesa. É por meio da citação que se leva ao acusado o conhecimento da 
acusação que lhe é feita. O objetivo maior é oportunizar a defesa. 
É com a citação que se forma a relação processual. A citação no processo penal 
poderá ser feita por MMAANNDDAADDOO OOUU PPOORR EEDDIITTAALL. 
Atualmente, admite-se a CCIITTAAÇÇÃÃO O PPOOR R HHOORRA A CCEERRTTAA quando o acusado se oculta 
para não ser citado. A citação por hora certa é uma citação por mando, não se 
esqueça. A A CCIITTAAÇÇÃÃO O SSEERRÁ Á FFIICCTTA A QQUUAANNDDO O RREEAALLIIZZAADDA A PPOOR R EEDDIITTAAL L OOU U PPOOR R HHOORRA A CCEERRTTAA. 
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando 
realizada a citação do acusado. 
DA CITAÇÃO POR MANDADO 
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu 
estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver 
ordenado. 
No caso de um processo na comarca de Campinas SP, caberá ao magistrado que 
preside o processo ordenar a citação do acusado que reside no território de 
Campinas. Esta citação, então, se realizará por mandado. 
O mandado é cumprido pelo oficial de justiça. Nada obsta, no entanto, que a 
citação seja feita ao réu diretamente pelo juiz. A CCIITTAAÇÇÃÃO O PPOOR R MMAANNDDAADDOO ocorrerá 
quando o acusado (citando) estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a 
houver ordenado. 
Quando estiver em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a citação se 
realizará mediante carta precatória. Os rreeqquuiissiittooss ddaa cciittaaççããoo ppoorr mmaannddaaddoo
estão insertos no artigo 357 do CPP. 
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AATTEENNÇÇÃÃOO: Cuidado para não confundir os requisitos DDA A CCIITTAAÇÇÃÃO O ppoorr 
mmaannddaaddoo que estão elencados no artigo 357 do CPP com os requisitos DDOO 
MMAANNDDAADDO O dde e cciittaaççããoo que se encontram no artigo 352 do CPP. Vejamos os 
requisitos do mandado de citação: 
Art. 352. O mandado de citação indicará: 
I - o nome do juiz; 
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; 
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais 
característicos; 
IV - a residência do réu, se for conhecida; 
V - o fim para que é feita a citação; 
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá 
comparecer; 
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. 
DDA A CCIITTAAÇÇÃÃOO: : DDO O MMIILLIITTAARR, , DDO O RREEU U PPRREESSO O ee DDO O FFUUNNCCIIOONNÁÁRRIIO O PPÚÚBBLLIICCOO 
A CCIITTAAÇÇÃÃO O DDO O MMIILLIITTAARR será realizada por intermédio do respectivo chefe de serviço 
(artigo 358 do CPP). Já o RRÉÉU U PPRREESSO O SSEERRÁ Á CCIITTAADDO O PPEESSSSOOAALLMMEENNTTEE (artigo 360 do 
CPP), ou seja, por meio de oficial de justiça. O O ffuunncciioonnáárri ioo ppúúbblliiccoo, por sua vez, 
será citado como qualquer outra pessoa. No entanto, o dia em que deva 
comparecer como acusado a juízo deverá ser notificado previamente a ele como 
também ao chefe da repartição (Artigo 359 do CPP). 
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do 
respectivo serviço. 
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em 
juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de 
sua repartição. 
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Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. 
DAS CARTAS 
A citação poderá se concretizar mediante carta precatória, carta de ordem ou 
carta rogatória. A CCAARRTTAA PPRREECCAATTÓÓRRIIAA será expedida quando o acusado que deva 
ser citado estiver em território sujeito à jurisdição de outro juiz que não seja o 
processante. A CCAARRTTA A DDE E OORRDDEEMM ocorrerá quando o processo estiver tramitando 
em um tribunal e este expede carta para que a citação seja feita por órgão 
jurisdicional inferior. Vamos a um exemplo: 
O Governador de Minas Gerais está sendo processado por crime comum no STJ. 
Mas, atualmente está residindo em Belo Horizonte. Como será feita a citação. 
Caberá ao STJ expedir uma carta de ordem para o TRF1 (se o crime for federal) 
ou para o TJ (se o crime é Estadual) para a citação do acusado. 
Há, ainda, a CCAARRTTA A RROOGGAATTÓÓRRIIAA. Esta será expedida quando o acusado estiver, em 
lugar sabido, no exterior ou, ainda, em legações estrangeiras. 
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações 
estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória 
DA CITAÇÃO POR CARTA 
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz 
processante, será citado mediante precatória. 
Agora, vamos imaginar que o processo esteja tramitando na comarca de 
Campinas - local onde ocorreu o crime – e que o acusado esteja residindo 
atualmente em Ribeirão Preto. 
Neste caso, caberá ao magistrado de Campinas expedir uma carta precatória para 
a comarca de Ribeirão Preto para que lá, onde reside o acusado, seja realizada a 
citação. 
A carta precatória constitui, então, uma solicitação do Juízo de Campinas 
(deprecante) ao Juízo de Ribeirão Preto (deprecado) para que realize a citação do 
acusado. Vejamos abaixo os requisitos da carta precatória (Artigo 354 do CPP): 
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Art. 354. A precatória indicará: 
I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; 
II - a sede da jurisdição de um e de outro; 
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações; 
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá 
comparecer. 
Dinâmica da carta precatória 
1- FEITA A CITAÇÃO. 
No exemplo apresentado, o magistrado de Ribeirão Preto (deprecado), ao receber 
a carta, determinação seu cumprimento por mandado. Então, será expedido 
mandado de citação ao oficial de justiça de Ribeirão Preto SP para cumprimento. 
Feita a citação, a carta precatória será imediatamente devolvida a Campinas 
(deprecante). 
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, 
independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e 
de feita a citação por mandado do juiz deprecado. 
Quando se afirma no artigo 355 do CPP que a carta será devolvida 
independentemente de traslado, significa que no juízo deprecado (Ribeirão Preto) 
não permanecerá cópia carta precatória. Esta, independentemente de cópia, será 
remetida ao Juízo deprecante (Campinas, no caso). 
2- MUDANÇA PARA OUTRA LOCALIDADE.
Na cidade de Ribeirão Preto o oficial de justiça, em cumprimento à carta 
precatória de Campinas SP, constata que o acusado atualmente se mudara para 
Bauru, o que se faz? 
Caberá ao magistrado de Ribeirão Preto SP, se houver tempo hábil, remeter a 
carta precatória à cidade de Bauru SP. Não lhe cabe, portanto, devolver a 
Campinas a carta precatória. Esta passa a ter caráter itinerante. Vejamos os 
dispositivos legais: 
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à 
jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos 
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para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a 
citação. 
§ 2o Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser 
citado, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim previsto no 
art. 362. 
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os 
requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, 
depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora 
mencionará. 
DA CITAÇÃO POR EDITAL 
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com 
o prazo de 15 (quinze) dias. 
 
A CCIITTAAÇÇÃÃOO PPOORR EEDDIITTAALL será realizada quando o acusado NNÃÃO O FFOOR R EENNCCOONNTTRRAADDOO para 
ser citado pessoalmente. Assim, necessário é que se esgotem os meios para a 
citação pessoal. 
A citação ocorrida por edital, após diligências para localizar o réu no 
endereço fornecido por ele na fase do inquérito policial e nos presídios da 
respectiva unidade da Federação, não é nula1. 
Comprovado que não foram esgotados todos os meios disponíveis para 
localização do paciente, é nula a citação editalícia, não se podendo ter, por 
isso, por configurada a pretensa fuga que serviu de fundamento à prisão 
preventiva.2 
O edital de citação será publicado com o prazo de 15 dias. Somente após o 
decurso do prazo, o acusado será tido como citado. Portanto, a citação não ocorre 
com a publicação do edital, mas sim com o decurso do prazo assinado. No artigo 
365 do CPP estão presentes os requisitos do edital. 
Art. 365. O edital de citação indicará: 
I - o nome do juiz que a determinar; 
 
1 STF – HC 93415-DF de 18/03/2008. 
2 STF – HC 81151 – DF de 13/11/2001. 
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II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais 
característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem 
do processo; 
III - o fim para que é feita a citação; 
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá 
comparecer; 
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na 
imprensa, se houver, ou da sua afixação. 
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde 
funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, 
devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a 
publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, 
da qual conste a página do jornal com a data da publicação. 
DA SUSPENSÃO DO PROCESSO E DO PRAZO PRESCRICIONAL 
De acordo com o disposto no artigo 366 do CPP, se o acusado é citado por edital 
– só por edital –, não comparece e nem mesmo constitui advogado, o 
magistrado: 
9 Deverá suspender o processo e o curso do prazo prescricional. 
9 Poderá decretar a prisão preventiva e determinar, se for o caso, a 
realização antecipada das provas urgentes. 
Então temos os seguintes requisitos: 
1- Citaçãopor edital; 
2- Não comparecimento e nem mesmo constituição de advogado. 
Neste caso, o magistrado deverá: 
1. OOBBRRIIGGAATTOORRIIAAMMEENNTTEE deverá SUSPENDER O PROCESSO E O CURSO DO 
PRAZO PRESCRICIONAL; 
2. FFAACCUULLTTAATTIIVVAAMMEENNTTEE: decretar a prisão preventiva e/ou determinar a 
realização antecipada de provas urgentes. 
DA REVELIA 
A revelia no processo penal não tem as mesmas conseqüenciais que a revelia no 
processo civil. Aqui, por exemplo, não há a pena de confesso, ou seja, não se 
presumirão verdadeiros os fatos imputados ao acusado pelo simples fato de não 
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ter atendido à citação. CCoom m aa ddeeccllaarraaççã ãoo d dee rreevveelliiaa, , oo aaccuussaaddo o nnã ãoo mmaaiiss 
sseerrá á nnoottiiffiiccaaddo o oou u iinnttiimmaaddo o ddo oss aatto oss pprroocceessssuuaaiis s dduurraannt tee a a iinnssttrruuççããoo. . AA 
rreevveelli iaa eesst táá iinnsseerrtta a nno o aarrttiiggo o 33667 7 ddo o CCPPPP. 
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, 
citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de 
comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de 
residência, não comunicar o novo endereço ao juízo 
DA CITAÇÃO POR HORA CERTA 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de 
justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma 
estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - 
Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não 
comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
Com o advento da lei 11.719/2008 possibilitou-se a CCIITTAAÇÇÃÃOO CCOOMM HHOORRAA 
CCEERRTTAA no processo penal. Esta modalidade de citação ficta só era possível no 
processo civil. Portanto, quando houver indícios de ocultação, caberá ao oficial de 
justiça proceder à citação por hora certa nos moldes descritos no artigo 362 do 
CPP. 
Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu 
domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, 
intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no 
dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar. 
No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo 
despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a 
diligência. 
Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das 
razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha 
ocultado em outra comarca. 
Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa da 
família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome. 
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Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou 
radiograma, dando-lhe de tudo ciência. 
DA INTIMAÇÃO 
Atualmente, só se tem dispensado atenção à intimação. A notificação caiu em 
desuso. Mas, para fins didáticos, vamos estabelecer a distinção. A IINNTTIIMMAAÇÇÃÃOO é a 
comunicação de um ato já concretizado (intima-se da sentença) e a NNOOTTIIFFIICCAAÇÇÃÃOO
e a comunicação de um ato que será realizado (notifica-se de uma audiência). 
Mas, como já dito, a notificação acabou por cair em desuso. 
ÀÀ iinnttiimmaaççãão o aapplliiccaarr--ssee--ããoo, , ssuupplleettiivvaammeennttee, , aas s rreeggrraas s dda a cciittaaççããoo. Então, 
apesar do silêncio da lei, admite-se a intimação por hora certa, como também a 
intimação por edital e carta. 
A citação é dirigida ao acusado. Já a intimação é dirigida a várias pessoas: 
acusado, defensor, querelante, assistente de acusação, testemunhas, peritos, 
etc... 
A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será feita pessoalmente. 
Já a intimação do defensor constituído, do querelante, do assistente de acusação 
será feita em regra por meio de publicação na imprensa (diário oficial). É certo 
que, neste ultimo caso, admite-se a intimação por correspondência, por 
mandado, pelo escrivão diretamente ou por qualquer outro meio idôneo (artigo 
371 do CPP). 
Vamos, agora, comentar os dispositivos relativos à intimação, especialmente 
aqueles relativos à intimação dos advogados. 
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais 
pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será 
observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. 
O artigo 370 do CPP prevê expressamente a aplicação subsidiária das regras da 
citação à intimação. Portanto, guardadas as devidas distinções, é possível, por 
exemplo, a iinnttiimmaaççããoo ppoorr hhoorraa cceerrttaa. De fato, o CPP não prevê expressamente 
a intimação por hora certa. No entanto, se o acusado está se ocultado para não 
ser intimado, o que fazer? 
Sem qualquer dúvida poderemos aplicar as regras da citação por hora certa e 
desse modo fazermos a intimação por hora certa. 
99 QQuueessttõõe ess ssoobbrre e oo tteemmaa:: 
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20.Assinale a opção correta pertinente à citação. 
A A citação do acusado no estrangeiro, por carta rogatória, não 
suspende o curso do prazo prescricional. 
B A intimação do Ministério Público deve ser feita pessoalmente ou por 
publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos da comarca. 
C Se o réu citado pessoalmente não comparecer na data marcada para o 
interrogatório e não constituir defensor, o juiz suspenderá o processo e, 
conseqüentemente, o curso do prazo prescricional. 
D Certificando-se o oficial de justiça de que o réu se oculta para não ser 
citado, deve-se proceder à citação por hora certa. 
E Será sanada a falta ou nulidade da citação caso o interessado 
compareça antes de o ato consumar-se, ainda que o faça com o único 
fim de argüi-la. 
21. Devem ser intimados pessoalmente o 
(A) advogado do assistente e o defensor público. 
(B) defensor nomeado e o Ministério Público. 
(C) advogado do querelante e o defensor público. 
(D) Ministério Público e o advogado do assistente. 
(E) defensor nomeado e o advogado do querelante. 
DDOOS S PPRROOCCEEDDIIMMEENNTTOOSS 
PPrroocceeddiimmeennttoo é o modo pelo qual o processo se desenvolve. No processo penal 
podemos dizer que há dois grandes grupos: procedimento comum e 
procedimento especial. O procedimento comum, por sua vez, se subdivide em 
oorrddiinnáárriioo,, ssuummáárriioo ee ssuummaarrííssssiimmoo. 
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O pprroocceeddiimmeenntto o ccoommu umm oorrddiinnáárriioo é o mais amplo dos procedimentos. Assim, 
suas regras serão aplicadas supletivamente aos demais, desde que não haja 
norma expressa em sentido oposto. 
Será adotado o pprroocceeddiimmeennttoo ccoommuumm oorrddiinnáárriioo para apuração dos crimes em 
que a lei comine a ppeen naa mmááxxiim maa d dee iigguuaal l oou u ssuuppeerriioor r aa 004 4 aannoos s dde e ppeennaa 
pprriivvaattiiv vaa d dee lliibbeerrddaaddee. 
O pprroocceeddiimmeenntto o ccoommu umm ssuummáárriioo será adotado para apuração de crime em que 
a lei comine ppeen naa pprriivvaattiivva a dde e lliibbeerrddaad dee iinnffeerriioorr a a 004 4 aannooss. 
Já o pprroocceeddiimmeenntto o ssuummaarrííssssiimmoo será utilizado nos casos de aplicação da Lei 
9.099/95, ou seja, aos ccrriimmees s dde e mmeenno orr ppootteenncciiaalliiddaad dee ooffeennssiivvaa. 
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. 
§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: 
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima 
cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de 
liberdade; 
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima 
cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; 
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, 
na forma da lei. 
DDo o pprroocceeddiimmeenntto o ccoommu umm oorrddiinnáárriioo 
Como nós sabemos, o procedimento comum ordinário será utilizado para apurar 
os crimes cuja pena privativa de liberdade seja igual ou superior 04 anos. Assim, 
podemos dizer que ao crime de furto (artigo 155 do CP), por exemplo, será 
aplicado o procedimento ordinário (artigo 394 a 405 do CPP). 
As disposições dos artigos 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os 
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. 
Assim, trataremos de tais dispositivos e, posteriormente, ingressaremos nos 
aspectos peculiares do procedimento ordinário. 
DDa a rreejjeeiiççãão o dda a qquueeiixxa a oou u dda a ddeennúúnncciiaa 
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Trataremos das hipóteses insertas no artigo 395 do CPP, ou seja, das situações 
de rejeição da peça acusatória. Não podemos confundir os casos de rejeição 
liminar da peça acusatória com as hipóteses de absolvição sumária (artigo 397 do 
CPP). 
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
II - - ffo orr mmaanniiffeessttaammeennt tee iinneeppttaa. . 
Diz-se que a peça acusatória é inepta quanto lhe faltam os requisitos insertos no artigo 41 do 
CPP. O legislador atual entende que nesse caso a exordial há que ser rejeitada, quando na 
verdade é uma hipótese de não-recebimento da inicial. O não-recebimento leva em conta os 
aspectos formais da peça acusatória – que é o que ocorre no caso. Já a rejeição deve se 
basear em analise de mérito (exemplo: atipicidade do fato). 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a 
classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 
A decisão que, com fundamento no artigo 395, I, do CPP, rejeita a peça acusatória não 
levará à coisa julgada material. 
IIII - - ffaallttaar r pprreessssuuppoosst too pprroocceessssuua all o ouu ccoonnddiiççã ãoo ppaar raa o o eexxeerrccíícci ioo d daa aaççã ãoo ppeennaall. . 
Aqui, trataremos primeiro da falta dos pressupostos processuais e, posteriormente, da falta 
de condição para o exercício da ação. 
¾¾ FFaallt taa d dee pprreessssuuppoosstto oss pprroocceessssuuaaiis s ppoodde emm sseerr: : ssuubbjjeettiivvoos s ee oobbjjeettiivvoos s.. 
9 SSuubbjjeettiivvooss são os relativos à capacidade de ser parte e à capacidade postulatória. A 
aauussêênncciia a dda a ccaappaacciiddaadde e dde e sse err ppaarrttee ocorrerá, por exemplo, quando o ofendido 
oferece a queixa em ação penal pública. Não pode ser parte. Com isso a peça 
acusatória deve ser rejeitada. O mesmo ocorrerá quando o Ministério Público propõe 
denúncia em crime de ação penal privada. Haverá, por sua vez, aauussêênncci iaa ddee 
ccaappaacciiddaadde e ppoossttuullaattóórriiaa quando o ofendido comparece a juízo sem que seja 
representado por advogado. 
9 OObbjjeettiivvooss. . Devemos entender como falta de pressupostos objetivos a presença 
de fato impeditivo, como a litispendência ou a coisa julgada. Em tais casos, 
não há interesse de agir. 
¾¾ FFaallt taa d dee ccoonnddiiççõõees s ppaarra a oo eexxeerrccíícciio o ddo o ddiirreeiit too d dee aaççããoo. . 
Haverá a falta de condições para o exercício do direito de ação quando não 
estiverem presentes as condições de procedibilidade na ação penal pública: 
representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça. 
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IIIIII - - ffaallttaar r jjuusst taa ccaauussa a ppaarra a oo eexxeerrccíícciio o dda a aaççãão o ppeennaall. . 
A justa causa deve ser entendida que o conjunto probatório mínimo para que 
tenhamos uma ação penal. Assim, ausente um mínimo de prova, não poderá 
haver ação penal. Com isso, a peça acusatória deve ser rejeitada. Também fala-
se de falta de justa causa quando há a imputação de conduta absolutamente 
atípica ou quando prescrito o crime. 
DDo o rreeccuurrs soo d daa rreejjeeiiççã ãoo d daa qquueeiix xaa o ouu d daa ddeennúúnncciiaa 
Da rejeição da peça acusatória caberá recurso em sentido estrito (artigo 581, I, 
do CPP). 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou 
sentença: 
I - que não receber a denúncia ou a queixa; 
 
Mais uma vez ressalto que não se pode confundir com a absolvição sumária do 
artigo 397 do CPP. Na absolvição sumária o recurso cabível será a apelação (593, 
I, do CPP ou 416 do CPP). 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por 
juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; 
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária 
caberá apelação. 
Não sendo o caso de rejeição liminar, caberá ao magistrado, nos termos do artigo 
396 do CPP, determina a citação do acusado para apresentar resposta ou defesa 
escrita em 10 dias. 
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DDa a ddeeffeessa a pprreelliimmiinnaarr.. 
Antes de receber a peça acusatória, caberá ao magistrado determinar a cciittaaççããoo 
ddoo aaccuussaaddoo ppaarraa rreessppoonnddeerr àà aaccuussaaççããoo nnoo pprraazzo o dde e 110 0 ddiiaass. Assim, o 
contraditório se estabelecerá ainda que não recebida a peça inaugural. 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia 
ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará 
a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo 
de 10 (dez) dias. 
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa 
começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do 
defensor constituído. 
Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não 
constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe 
vista dos autos por 10 (dez) dias. 
Mas, caso apresentada a defesa, caberá ao magistrado decidir se absolve 
sumariamente o acusado nos termos do artigo 397 do CPP ou, quando não, 
designa audiência de instrução e julgamento. 
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Questão interessante é sobre a obrigatoriedade da defesa preliminar. De fato, 
não basta dar oportunidade para o acusado se defender. É muito importante que 
a defesa seja de fato realizada. É diferente do que tínhamos em relação à defesa 
prévia após o interrogatório do acusado sob a égideda lei anterior. Como o 
magistrado decidirá a respeito do mérito (absolvendo sumariamente ou não) logo 
após a sua apresentação, a preliminar não pode faltar. 
DDA A AABBSSOOLLVVIIÇÇÃÃO O SSUUMMÁÁRRIIAA 
Após a defesa escrita (artigo 396 do CPP), caberá ao magistrado decidir sobre o 
recebimento da peça acusatória. 
Caso venha a receber a peça acusatória, não necessitará motivar sua decisão. 
Essa é, apesar de criticável, a posição da doutrina e jurisprudência pátrias. De tal 
decisão não caberá recurso, em regra. Caso o acusado entenda haver 
constrangimento ilegal, poderá manejar o Habeas Corpus. 
Segundo o STF 
“É firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de que 
o ato judicial que formaliza o recebimento da denúncia oferecida pelo 
Ministério Público não se qualifica nem se equipara, para os fins a que 
se refere o art. 93, inciso IX, da Constituição, a ato de caráter decisório. 
O juízo positivo de admissibilidade da acusação penal, ainda que 
desejável e conveniente a sua motivação,não reclama, contudo, 
fundamentação”. 
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Mas, caso presente quaisquer dos requisitos insertos no artigo 397, I a IV, do 
CPP, deverá o acusado ser absolvido sumariamente. Aqui, uma novidade, o 
ingresso no mérito antes da instrução. Seria um caso de antecipação do 
julgamento de mérito. 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, 
deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando 
verificar: 
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do 
agente, salvo inimputabilidade; 
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou 
IV - extinta a punibilidade do agente. 
Conforme já assinalamos, a decisão que absolve sumariamente ingressa na 
discussão de mérito e, com isso, faz coisa julgada material. Para impugná-la, 
ccaabbeerráá rreeccuurrssoo ddee aappeellaaççããoo (artigo 593, II, do CPP e 416 do CPP). 
Não podemos nos esquecer de que até aqui as regras serão aplicadas a todos os 
procedimentos comuns. 
DDo o rreecceebbiimmeennt too e e dda a ddeessiiggnnaaççãão o dda a aauuddiiêênncci iaa úúnniiccaa 
Recebida a peça acusatória, ou seja, ultrapassadas as fases dos artigos 395, 396 
e 397, caberá ao magistrado, agora nos termos do artigo 399 do CPP, designar 
data para a audiência de instrução, debates e julgamento. Trata-se de audiência 
uma. Aqui, mais uma novidade, a aplicação do princípio da identidade física do 
magistrado, uma vez que o Juiz que presidiu a instrução deverá proferir a 
sentença (artigo 399, parágrafo 2º, do CPP). 
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a 
audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério 
Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. 
§ 1o O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, 
devendo o poder público providenciar sua apresentação. 
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. 
DDa a aauuddiiêênncciiaa 
Durante a audiência, que será realizada em uma só ocasião, serão, 
sucessivamente, inquiridas a vítima (ofendido), as testemunhas de acusação e, 
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após, as de defesa e, finalmente, será interrogado o acusado. O interrogatório 
fica para o final. 
Também serão os peritos instados a apresentarem esclarecimentos na audiência 
de instrução. No entanto, para que haja oitiva dos peritos será necessário 
requerimento prévio da parte que pretenda fazê-lo (artigo 400, parágrafo 2º, do 
CPP). 
Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o 
assistente e, a seguir, o acusado ppooddeerrããoo rreeqquueerreerr ddiilliiggêênncciiaass cuja 
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. 
Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas 
aalleeggaaççõõeess ffiinnaaiiss oorraaiiss por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação 
e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, 
sentença. 
O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, 
conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a 
aapprreesseennttaaççããoo ddee mmeemmoorriiaaiiss. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para 
proferir a sentença 
DDAAS S QQUUEESSTTÕÕEES S TTRRAATTAADDAAS S EEM M AAUULLAA 
1.(CESPE/2010) Acerca de diversos institutos de direito processual 
penal, julgue os itens que se seguem. 
 
67 O interrogatório judicial, como meio de defesa, exige a presença 
física do acusado, de forma que a sua realização por meio de 
videoconferência é inadmissível no processo penal. 
ERRADO. 
2.(CESPE/2009/ADAPTADA) 83. Acerca da prova criminal, julgue o item. 
2. Antes de iniciar o interrogatório, o acusado deve ser informado do 
seu direito de permanecer calado e de não responder às perguntas que 
lhe forem formuladas. 
CERTO. 
3.(CESPE/2009/ADAPTADA) 83. Acerca da prova criminal, julgue o item. 
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1. O silêncio do acusado não importa em confissão, mas pode constituir 
elemento para a formação do convencimento do juiz e interpretado em 
prejuízo da defesa. 
ERRADO. 
4.(CESPE/2010/ADAPTADA) 20. Julgue o item a respeito da prova 
criminal. 
O interrogatório é ato privativo do juiz, que, durante sua realização, 
assegurará o direito do réu ao silêncio e ao privilégio de não ser 
obrigado a produzir prova contra si, razão pela qual é vedada à 
acusação e à defesa a elaboração de perguntas. 
ERRADO 
5.(CESPE/2009/ADAPTADA) Acerca da prova testemunhal, julgue o 
item. 
3. Um animal pode ser levado a juízo para reconhecer, pelo faro, um 
ladrão e pode, assim, ser considerado testemunha. 
ERRADO 
6.(CESPE/2009/ADAPTADA) 84. Considerando a regulamentação 
processual penal em relação às testemunhas, julgue o item. 
3. O pai que presencia o filho cometer homicídio é obrigado a depor 
acerca dos fatos, ainda que outras pessoas tenham testemunhado o 
ocorrido. 
ERRADO. 
7.(CESPE/2009) Acerca da prova testemunhal, segundo o CPP, julgue o 
item. 
1. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderá, 
entretanto, recusar-se a fazê-lo o cônjuge do acusado, salvo quando 
não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do 
fato e de suas circunstâncias. 
CERTO. 
8.(CESPE/RN/2009) Acerca da prova testemunhal, segundo o CPP, 
julgue o item. 
1. Se a testemunha é pai da vítima, pode recusar-se a prestar 
depoimento. 
ERRADO. 
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9.(CESPE/2010/ADAPTADA) 20. Julgue o item a respeito da prova 
criminal. 
1. De acordo com o CPP, os doentes mentais e os menores de quatorze 
anos de idade podem ser testemunhas não compromissadas. 
CERTO. 
10.(CESPE/2009/ADAPTADA) 84. Considerando a regulamentação 
processual penal em relação às testemunhas, julgue o item. 
2. Os doentes e deficientes mentais não podem ser arrolados como 
testemunha, pois, por serem inimputáveis, suas declarações não têm 
credibilidade. 
ERRADO. 
11.(CESPE/2009/ADAPTADA) 84. Considerando a regulamentação 
processual penal em relação às testemunhas, julgue o item. 
1. Uma criança de seis anos de idade pode sertestemunha, mas não 
prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for 
perguntado. 
CERTO. 
11.(CESPE/2009/ADAPTADA) 84. Considerando a regulamentação 
processual penal em relação às testemunhas, julgue o item. 
4. O padre pode depor acerca da autoria de crime que tomou 
conhecimento durante seu ministério, sendo irrelevante a anuência da 
parte interessada. 
ERRADO. 
13.(CESPE/2009) Acerca da prova testemunhal, segundo o CPP, julgue o 
item. 
1 Em regra, o psicólogo não é proibido de depor quanto ao teor da 
sessão psicoterapêutica. 
ERRADO. 
14.(CESPE/2009) Acerca do conceito de prova, das formas de prova e 
do objeto da prova, julgue o item. 
Se a testemunha afirma apenas que viu o réu ser preso e, com ele, ter 
sido encontrado o objeto reclamado pela vítima, tem-se, apenas, uma 
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prova indireta do roubo, pois, para se chegar ao fato probando, é usado 
o raciocínio indutivo. 
CERTO. 
15.(CESPE/2009/ADAPTADA) Acerca da prova testemunhal, julgue o 
item. 
1. O informante, por não ter vínculo com a imparcialidade e com a 
obrigação de dizer a verdade, não presta compromisso. 
CERTO. 
16.(CESPE/2009/ADAPTADA) Acerca da prova testemunhal, julgue o 
item. 
2. Testemunha referida é a denominação dada à pessoa que testemunha 
a leitura do auto de prisão em flagrante na presença do acusado e 
assina o referido auto em lugar do indiciado que não quer, não sabe ou 
não pode fazê-lo. 
ERRADO. 
17.A respeito da prova no processo penal, julgue o item: 
O reconhecimento feito sem as formalidades legais deve ser desprezado, 
já que não pode ser considerado meio de prova. 
ERRADO. 
18.(CESPE/2009/ADAPTADA) 83. Acerca da prova criminal, julgue o 
item. 
4. No procedimento de reconhecimento de indiciado, este deve ser 
colocado ao lado de, no mínimo, três pessoas que tenham com ele 
grande semelhança física. 
ERRADO. 
19.(CESPE/2009/ADAPTADA) 83. Acerca da prova criminal, julgue o 
item. 
4. No procedimento de reconhecimento de indiciado, este deve ser 
colocado ao lado de, no mínimo, três pessoas que tenham com ele 
grande semelhança física. 
ERRADO. 
20.Assinale a opção correta pertinente à citação. 
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A A citação do acusado no estrangeiro, por carta rogatória, não 
suspende o curso do prazo prescricional. 
B A intimação do Ministério Público deve ser feita pessoalmente ou por 
publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos da comarca. 
C Se o réu citado pessoalmente não comparecer na data marcada para o 
interrogatório e não constituir defensor, o juiz suspenderá o processo e, 
conseqüentemente, o curso do prazo prescricional. 
D Certificando-se o oficial de justiça de que o réu se oculta para não ser 
citado, deve-se proceder à citação por hora certa. 
E Será sanada a falta ou nulidade da citação caso o interessado 
compareça antes de o ato consumar-se, ainda que o faça com o único 
fim de argüi-la. 
GGAABBAARRIITTOO: : ““EE”” 
21. Devem ser intimados pessoalmente o 
(A) advogado do assistente e o defensor público. 
(B) defensor nomeado e o Ministério Público. 
(C) advogado do querelante e o defensor público. 
(D) Ministério Público e o advogado do assistente. 
(E) defensor nomeado e o advogado do querelante. 
GGAABBAARRIITTOO: : ““BB”” 
RREESSOOLLUUÇÇÃÃO O DDAAS S QQUUEESSTTÕÕEES S 220 0 E E 2211 
20.Assinale a opção correta pertinente à citação. 
A A citação do acusado no estrangeiro, por carta rogatória, não 
suspende o curso do prazo prescricional. 
B A intimação do Ministério Público deve ser feita pessoalmente ou por 
publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos da comarca. 
C Se o réu citado pessoalmente não comparecer na data marcada para o 
interrogatório e não constituir defensor, o juiz suspenderá o processo e, 
conseqüentemente, o curso do prazo prescricional. 
D Certificando-se o oficial de justiça de que o réu se oculta para não ser 
citado, deve-se proceder à citação por hora certa. 
E Será sanada a falta ou nulidade da citação caso o interessado 
compareça antes de o ato consumar-se, ainda que o faça com o único 
fim de argüi-la. 
GGAABBAARRIITTOO: : ““EE””.. 
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RREESSOOLLUUÇÇÃÃOO 
A A citação do acusado no estrangeiro, por carta rogatória, não 
suspende o curso do prazo prescricional. 
AALLTTEERRNNAATTIIVVAA ““AA” ” – – IINNCCOORRRREETTAA. 
De acordo com o artigo 368 do CPP, estando o acusado no estrangeiro, em lugar 
sabido, será citado mediante carta rogatória, SSUUSSPPEENNDDEENNDDOO--SSE E O O CCUURRSSOO DDOO PPRRAAZZOO 
DDE E PPRREESSCCRRIIÇÇÃÃO O AATTÉ É O O SSEEU U CCUUMMPPRRIIMMEENNTTOO.. 
B A intimação do Ministério Público deve ser feita pessoalmente ou por 
publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos da comarca. 
AALLTTEERRNNAATTIIVVA A ““BB” ” – – IINNCCOORRRREETTAA. 
A intimação do Ministério Público será feita sempre pessoalmente. Não há que se 
falar em sua intimação por publicação. 
C Se o réu citado pessoalmente não comparecer na data marcada para o 
interrogatório e não constituir defensor, o juiz suspenderá o processo e, 
conseqüentemente, o curso do prazo prescricional. 
AALLTTEERRNNAATTIIVVA A ““CC” ” – – IINNCCOORRRREETTAA. 
De acordo com o artigo 366 do CPP, a suspensão do processo e do prazo 
prescricional só ocorrerá se o acusado CCIITTAADDOO PPOORR EEDDIITTAALL – e não pessoalmente 
– não comparecer e não constituir advogado. 
D Certificando-se o oficial de justiça de que o réu se oculta para não ser 
citado, deve-se proceder à citação por edital. 
AALLTTEERRNNAATTIIVVA A ““DD” ” – – IINNCCOORRRREETTAA.. 
Atualmente, com a nova redação do artigo 362 do CPP, se o acusado se oculta 
para não ser citado deverá o oficial de justiça proceder a sua CCIITTAAÇÇÃÃOO PPOORR 
HHOORRA A CCEERRTTAA e não por edital. Assim, atualmente admite-se a CCIITTAAÇÇÃÃO O PPOOR R HHOORRAA 
CCEERRTTAA quando o acusado se oculta para não ser citado. A citação por hora certa é 
uma citação por mando, não se esqueça. 
E Será sanada a falta ou nulidade da citação caso o interessado 
compareça antes de o ato consumar-se, ainda que o faça com o único 
fim de argüi-la. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA ANALISTA PROCESSUAL - MPE/RJ 
PROFESSOR: JULIO MARQUETI 
42 
Prof. Julio Marqueti www.pontodosconcursos.com.br 
AALLTTEERRNNAATTIIVVAA ““EE” ” – – CCOORRRREETTAA. 
De acordo com o disposto no artigo 570 do CPP, a falta ou a nulidade da citação, 
da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, 
antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argüi-
la. 
21. Devem ser intimados pessoalmente o 
(A) advogado do assistente e o defensor público. 
(B) defensor nomeado e o Ministério Público. 
(C) advogado do querelante e o defensor público. 
(D) Ministério Público e o advogado do assistente. 
(E) defensor nomeado e o advogado do querelante. 
GGAABBAARRIITTOO:: ““BB””.. 
RREESSOOLLUUÇÇÃÃOO: : 
(A) advogado do assistente e o defensor público. 
AALLTTEERRNNAATTIIVVA A ““AA” ” – – IINNCCOORRRREETTAA.. 
O advogado do Assistente de Acusação deverá ser nomeado nos moldes do artigo 
370, parágrafo 1º, do CPP, ou seja, por meio de publicação no órgão de imprensa 
oficial. 
Artigo 370 do CPP. 
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-
á por publicação

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