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APOSTILA LEI 8112 PROF EVANDRO ZILLMER

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PROF. EVANDRO ZILLMER 
1/2018 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 2 
 
1 AGENTES PÚBLICOS 
Há vários conceitos espalhados por diversas legislações, um desses conceitos 
é encontrado na Lei 8.429/1992, que trata da Improbidade Administrativa. O 
art. 2º da lei assim define agente público: 
 
Reputa-se agente público, para efeitos dessa lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por 
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades mencionadas no artigo anterior. 
 
OBS: Perceba que não será necessário, para ser considerado um agente 
público, possuir qualquer tipo de remuneração ou exercer uma função em 
caráter permanente. 
 
OBS: A CF-88 não adota mais o conceito de "funcionário público", previsto 
no art. 327 do Código Penal. Então, quando nos depararmos com a expressão 
funcionário público, lembremos que podemos considerá-la sinônima de 
agentes públicos. 
 
1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS 
Existem várias classificações para as espécies de agentes públicos, veremos 
apenas duas, que consideramos as mais importantes para as diversas provas 
de concursos. 
 
1.1.1 SEGUNDO HELY LOPES MEIRELLES 
Essa classificação é a adotada pela maioria das bancas examinadoras, como 
exemplo o CESPE. O STF também segue essa classificação. Para o citado 
autor, os agentes públicos se agrupam em 5 categorias distintas a saber: 
agentes políticos, administrativos, honoríficos, delegados e credenciados. 
 
a)Agentes Políticos 
São os componentes do governo nos seus primeiros escalões, para o exercício 
de atribuições constitucionais. Pertencem a essa categoria os Chefes do 
Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares (ministros, 
secretários estaduais e municipais), os Membros do Legislativo (Deputados 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 3 
 
Federais e Estaduais, Senadores e Vereadores), os Membros do Judiciário 
(magistrados), os Membros do Ministério Público e os Membros dos Tribunais 
de Contas. 
 
A maioria da doutrina concorda com a classificação acima, incluindo no rol dos 
agentes políticos os Magistrados, Membros do MP e os Membros dos TCs. 
Porém, o STF, na reclamação 6.702, afirmou que os Membros dos Tribunais 
de Contas não deveriam ser considerados agentes políticos, vejamos uma 
parte do teor: 
 
A doutrina, de um modo geral, repele o enquadramento dos 
Conselheiros dos Tribunais de Contas na categoria de agentes 
políticos, os quais, como regra, estão fora do alcance da Súmula 
Vinculante nº 13, salvo nas exceções acima assinaladas, quais 
sejam, as hipóteses de nepotismo cruzado ou de fraude à lei. 
Resumindo: 
São considerados Agentes Políticos: 
1) Chefes do Executivo e seus auxiliares (Presidente, Governadores, 
Prefeitos, Ministros de Estado e Secretários Estaduais, Distritais e Municipais 
2) Membros do Legislativo (Senadores, Deputados federais, distritais e 
estaduais e Vereadores) 
3) Membros da Magistratura e do Ministério Público 
4) Membros dos Tribunais de Contas (para o STF não são agentes 
políticos) 
 
Características dos Agentes Políticos: 
a) sua competência é haurida da própria Constituição; 
b) não se sujeitam às regras comuns aplicáveis aos servidores públicos em 
geral; 
c) normalmente são investidos em seus cargos por meio de eleição, 
nomeação ou designação; e 
d) não são hierarquizados (com exceção dos auxiliares imediatos dos chefes 
dos Executivos), sujeitando-se, tão somente, às regras constitucionais. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 4 
 
b) Agentes Administrativos 
São os que exercem atividades profissionais e remuneradas, estão sujeitos à 
hierarquia funcional. Constituem a imensa maioria dos prestadores de 
serviços à Administração. Subdividem-se em três categorias: 
 
b.1)Servidores Públicos: servidores estatutários, titulares de cargo 
público, submetem-se ao regime estatutário. Os cargos ocupados por 
esses agentes podem ser de provimento efetivo ou de provimento em 
comissão. 
 
b.2)Empregados Públicos: são os empregados públicos, ocupantes de 
emprego público e sujeitos a regime jurídico contratual trabalhista. 
Possuem contrato de trabalho e são regidos pelas normas da CLT. 
 
b.3)Empregados Temporários: contratados com base no art. 37, IX, 
da CF, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse 
público. Exercem uma função pública remunerada temporária e o seu 
vínculo com a Administração também é contratual. A contratação 
temporária está regulada na Lei 8.745/93. 
 
c) Agentes Honoríficos 
São os cidadãos requisitados ou designados para , transitoriamente, 
colaborarem com o Estado mediante a prestação de serviços específicos, em 
razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória 
capacidade profissional. Normalmente não recebem remuneração. São 
considerados funcionários públicos para fins penais. Tais serviços constituem 
o chamado múnus público, ou serviços públicos relevantes. Exercem uma 
função pública. Ex.: jurados e mesários eleitorais. 
 
d) Agentes Delegados 
São os particulares que recebem a incumbência da execução de determinada 
atividade, obra ou serviço público. Não são servidores públicos, nem 
representantes do Estado, apenas colaboram com o Estado. Enquadram-se 
como funcionários públicos para fins penais. Sujeitam-se a responsabilidade 
civil objetiva. São os concessionários e permissionários de serviços públicos, 
os leiloeiros, os tradutores públicos, etc. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 5 
 
 
e) Agentes Credenciados 
Representam a Administração em determinados atos ou atividades, mediante 
remuneração do Poder Público credenciante. São considerados funcionários 
públicos para fins penais. 
 
 
 
 
1.1.2 SEGUNDO CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELO 
Segundo o citado professor, os agentes públicos são divididos em 3 categorias 
a saber: 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 6 
 
a) Agentes Políticos 
Para o autor, serão considerados agentes políticos somente o Presidente da 
República, os Governadores, os Prefeitos e seus respectivos auxiliares 
imediatos (ministros e secretários), os Senadores, os Deputados e os 
Vereadores. 
Ficaram de fora dessa classificação os membros da magistratura, membros do 
MP e os membros dos tribunais de contas, que segundo o autor não exercem 
funções tipicamente políticas e não são investidos por meio de eleição. 
 
b) Servidores Estatais 
São os que mantêm relação de trabalho de natureza profissional e caráter não 
eventual com o Poder Público, podem ainda ser regidos pelo direito público ou 
privado. São os servidores estatutários, os empregados públicos e os 
servidores temporários. 
 
c)Particulares em colaboração com o poder público 
São os particulares que exercem função pública, ainda que às vezes apenas 
em caráter episódico. Ex. delegatários, jurados, mesários eleitorais, 
voluntários, etc. 
OBS: o terceirizado, o militar e o estagiário são agentes públicos, 
porém sem uma classificação específica. 
 
1.2 AGENTES DE FATO: 
São aqueles que se investem da função pública de forma emergencial ou 
irregular. A doutrina costuma distingui-los em necessários ou putativos. 
Necessários: também chamados de agentes públicos voluntários,exercem a 
função em razão de situações excepcionais. 
Putativos: são os que têm apenas a aparência de agente público, sem o ser 
de direito. 
OBS: Não confundir com o usurpador de função, que não é agente público 
de direito nem de fato. Para a maioria da doutrina os atos praticados pelo 
usurpador de função são inexistentes, ou seja, esses atos sequer entraram 
no mundo jurídico, por falta de um elemento essencial para a formação do 
ato. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 7 
 
2 LEI N. 8.112/1990 
Institui o regime jurídico único 
 - da união (administração direta) 
 - das autarquias (inclusive as em regime especial) 
 - das fundações públicas federais 
 
 É uma lei de caráter federal (não é nacional) 
 Suas disposições alcançam os servidores estatutários (efetivos ou 
comissionados) 
 Aplicada aos servidores da administração direta, autárquica e 
fundacional da UNIÃO 
 NÃO aplicada aos empregados públicos (CLT) 
 NÃO aplicada às empresas públicas e sociedades de economia 
mista 
 
OBS: a competência para enviar ao Congresso Nacional o projeto de lei para 
se estabelecer o Regime Jurídico dos servidores federais é do Presidente da 
República. Essa competência deve ser obedecida também nos casos de 
mudanças na lei após ser aprovada. Por fim, vale ressaltar que nas outras 
esferas (estados, DF e municípios), por simetria, cabe aos chefes do 
Executivo as propostas acima mencionadas. 
 
CARGO PÚBLICO – é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas 
na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor (art. 3°). 
O cargo pode ser de provimento efetivo ou em comissão. 
 
EMPREGO PÚBLICO – é o lugar a ser ocupado pelo empregado público que 
possui um vínculo contratual, regido pela CLT. 
 
FUNÇÃO PÚBLICA – é um conjunto de atribuições às quais, não 
necessariamente corresponde a um cargo ou emprego. É um conceito 
residual. 
 
 
2.1 INVESTIDURA EM CARGO PÚBLICO 
Requisitos básicos para investidura em cargo público (art. 5°) 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 8 
 
I – nacionalidade brasileira 
II – o gozo dos direitos políticos 
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais 
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo 
V – a idade mínima de dezoito anos 
VI – aptidão física e mental 
 
Segundo o § 2º do art. 5º, aos portadores de deficiência serão reservadas até 
20% das vagas oferecidas no concurso. 
A investidura em cargo público ocorrerá com a posse 
OBSERVAÇÕES: 
 só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de 
candidato a cargo público (SV 44) 
 
 não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da 
idade, inscrição em concurso para cargo público (S. 14/STF) 
 
 o limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima em 
face do art. 7°, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela 
natureza das atribuições do carto a ser preenchido (S. 683/STF) 
 
 o portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com 
deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos 
públicos (S. 552/STJ) 
 
 O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em 
concurso público, às vagas reservadas aos deficientes (S. 377/STJ) 
 
 
2.2 POSSE (ARTS. 7º AO 14) 
A investidura em cargo público ocorre com a posse (art. 7). 
Só haverá posse nos casos de provimento originário (nomeação), tanto 
em caráter efetivo ou em comissão. 
A posse ocorrerá 30 dias, improrrogáveis, após o ato de nomeação. 
Se não tomar posse no prazo de 30 dias, o ato de provimento será 
tornado sem efeito. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 9 
 
Se já for servidor público e esteja afastado do cargo ou em licença, o prazo 
contará do término do impedimento. 
A posse poderá ser mediante procuração específica 
No ato de posse o servidor apresentará a declaração de bens e a 
declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou 
função pública. 
Na posse é que o nomeado torna-se efetivamente servidor público. 
A posse dependerá de prévia inspeção médica oficial. 
 
 
2.3 EXERCÍCIO (ARTS. 15 AO 19) 
É o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de 
confiança. 
É de 15 dias, improrrogáveis, o prazo para entrar em exercício após a 
posse. 
O exercício da função de confiança coincidirá com a data de publicação do 
ato de designação, salvo se em licença ou afastado do cargo. 
O servidor será exonerado se não entrar em exercício no prazo legal. 
O designado para ocupar função de confiança e não entrar em 
exercício terá o ato de sua designação tornado sem efeito. 
A data do exercício é o marco para o início da contagem dos prazos para 
todos os direitos relacionados ao tempo de serviço, férias, estabilidade, 
remuneração, etc. 
 
 
2.4 ESTÁGIO PROBATÓRIO (ART. 20) 
24 meses de acordo com a lei 8.112/90 
Três anos de acordo com a CF, doutrina e jurisprudência 
Durante o estágio probatório serão examinadas a produtividade, a 
assiduidade, a disciplina, a responsabilidade do servidor e a 
capacidade de iniciativa. O servidor deverá agir como se fosse um 
“PADRI”. 
A aprovação no estágio probatório não se confunde com a aquisição da 
estabilidade. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 10 
 
Sempre que o servidor tomar posse em outro cargo efetivo, terá que ser 
submetido a um novo estágio probatório, ainda que já seja estável no serviço 
público. 
4 meses antes do término do estágio probatório o servidor terá o seu 
desempenho avaliado por uma comissão instituída com essa finalidade. 
O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de 
provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no 
órgão ou entidade de lotação. 
O servidor em estágio probatório não poderá tirar licença capacitação, 
licença para tratar de assuntos particulares e licença para o 
desempenho de mandato classista, nem afastamento para 
participação em programa de pós-graduação. 
A exoneração decorrente de reprovação em estágio probatório não constitui 
sanção disciplinar, ela apenas indica que o servidor não é apto para exercer 
aquele cargo. 
Deve ser dado ao servidor o direito à ampla defesa e ao contraditório, caso 
seja reprovado no estágio probatório. 
Súmula 22/STF: o estágio probatório não protege o funcionário contra a 
extinção do cargo. (assim, se o cargo for extinto, o servidor não estável que 
esteja em estágio probatório será exonerado). 
 
 
2.5 ESTABILIDADE (ARTS. 21 E 22) 
Segundo o art. 41 da CF/88, o prazo para a estabilidade é de 3 anos. 
Só poderão adquirir a estabilidade os servidores efetivos (os 
exclusivamente comissionados não estabilizam). 
São requisitos para obter a estabilidade no serviço público: 
1 – aprovação em concurso público 
2 – cargo deve ser de provimento efetivo 
3 – três anos de efetivo exercício 
4 – aprovação em avaliação especial de desempenho por comissão 
instituída para essa finalidade 
A estabilidade é adquirida no serviço público de um determinado ente 
federado. Assim, se um servidor estável na esfera federal prestar concurso 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 11 
 
para outra esfera (estadual, distrital ou municipal), terá que cumprir 
novamente os requisitos para aquisição da estabilidade. 
 
Hipóteses de perda do cargo mesmo sendoestável: 
1 – sentença transitado em julgado 
2 – processo administrativo com ampla defesa 
3 – insuficiência de desempenho, verificada mediante avaliação 
periódica, na forma de lei complementar, assegurada a ampla defesa (a 
lei ainda não foi editada) 
4 – excesso de despesa de pessoal, nos termos do art. 169, § 4° 
 
 
2.6 CONCURSO PÚBLICO (ARTS. 11 E 12) 
O concurso será de provas ou de provas e de títulos. 
Terá validade de até dois anos, podendo ser prorrogado uma única vez, 
por igual período. 
O prazo de validade e as condições de sua realização serão fixados em edital, 
que será publicado no DOU e em jornal de grande circulação. 
Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em 
concurso anterior com prazo de validade não expirado. 
OBS: essa regra da lei é mais restrita que a regra da CF/88, porquanto a 
constituição dispõe que haverá prioridade de convocação do aprovado em 
concurso anterior, sobre os novos concursados, dentro do prazo de validade 
daquele, a lei determina que não haverá novo concurso enquanto houver 
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não 
expirado. A administração pública federal deve obedecer à regra da lei, 
ou seja, a regra mais restrita. 
Os requisitos do cargo devem estar previstos em lei. 
A vedação para mulheres deve ser justificada, proporcional e prevista em lei. 
Não pode restringir tatuagem, salvo situações excepcionais em razão 
de conteúdo que viole valores constitucionais (STF). 
O limite de idade, quando regularmente fixado em lei e no edital de 
determinado concurso público, há de ser comprovado no momento da 
inscrição do certame. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 12 
 
Não compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir 
banca examinadora. 
Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão 
judicial, o servidor não faz jus à indenização, sob fundamento de que 
deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação de 
arbitrariedade flagrante. 
Súmula 684/STF: é inconstitucional o veto não motivado à participação de 
candidato a concurso público 
Os candidatos em concurso público não tem direito à prova de segunda 
chamada nos testes de aptidão física em razão de circunstâncias 
pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo se houver 
previsão no edital permitindo essa possibilidade 
SV 44/STF – só por lei pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de 
candidato a cargo público 
Exceções ao concurso público: 
 Nomeação para cargos em comissão 
 Contratação de pessoal por tempo determinado (temporários) 
 Contratação dos agentes comunitários de saúde e agentes de 
combate às endemias 
 Cargos eletivos 
 Ex-combatentes 
 
 
2.7 PROVIMENTO DE CARGO PÚBLICO 
Provimento é o ato administrativo por meio do qual o cargo público é 
preenchido, com a designação de seu titular. 
De acordo com o art. 6º, o provimento se faz por ato da autoridade 
competente de cada Poder. 
O provimento pode ser de duas espécies: originário e derivado 
 
Formas de Provimento: 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 13 
 
 
 
OBS: a ascensão e a transferência não são consideradas formas de 
provimento de cargo público. 
OBS: a promoção e a readaptação, além de serem formas de provimento, 
também são formas de vacância de cargo público. 
 
Provimento Originário – Nomeação (art. 9°) 
 
É o preenchimento do cargo público pelo indivíduo pela primeira vez. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 14 
 
A única forma de provimento originário existente é a nomeação. 
A nomeação é ato administrativo unilateral e pode-se dar em caráter 
efetivo ou em comissão. 
A nomeação em caráter efetivo exige obrigatoriamente a realização prévia 
de concurso público, já a nomeação para cargo em comissão é de livre 
escolha da autoridade competente. 
OBS: o servidor efetivo quando for ocupar uma função de confiança, não 
será nomeado, mas sim, designado. E quando ele sair dela, será 
dispensado e não exonerado. 
OBS: a função de confiança não é cargo público, assim, não se trata de 
forma de provimento. 
 
Provimento Derivado 
No provimento derivado, o indivíduo já possui vínculo com a administração 
pública. 
 
 
Promoção 
É a única forma de provimento derivado vertical. 
A promoção é típica dos cargos organizados em carreira. 
Dá-se por merecimento ou antiguidade (tempo de serviço) 
Provimento 
Derivado
Vertical Promoção
Horizontal Readaptação
Reingresso
Reversão
Reintegração
Recondução
Aproveitamento
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 15 
 
A promoção não interrompe o tempo de serviço, que é contado no novo 
posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que 
promover o servidor (art. 17) 
A promoção também é considerada forma de vacância. 
 
Readaptação (art. 24) 
Para servidor que sofreu limitação física ou mental e que terá que ser 
adaptado em outro cargo. 
O novo cargo deve possuir atribuições e responsabilidades compatíveis 
com a limitação física ou mental sofrida e atribuições afins. 
Verificada em inspeção médica. 
Se julgado incapaz, o readaptando será aposentado. 
Equivalência de vencimentos e escolaridade. 
Se não houver vaga, trabalhará como excedente (veja que não será posto 
em disponibilidade) 
Só pode readaptar o servidor ocupante de cargo efetivo (comissionado 
não) 
A readaptação é forma de vacância também 
OBS: para a doutrina a readaptação é um ato vinculado, ou seja, se 
possível, o servidor DEVE ser readaptado. Caso não seja possível, o servidor 
deve ser aposentado por invalidez. 
 
Reversão (art. 25 ao 27) 
É o retorno à atividade do servidor aposentado. 
Há duas modalidades de reversão: 
I – reversão de ofício (compulsória): quando junta médica declarar 
insubsistentes os motivos da aposentadoria por invalidez. 
II – reversão a pedido (voluntária): aplicável ao servidor estável 
que se aposentou voluntariamente, que tenha solicitado a reversão, que 
a aposentadoria tenha ocorrido nos últimos 5 anos e que haja cargo 
vago. 
A reversão será no mesmo cargo que ocupava ou no cargo resultante de 
sua transformação. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 16 
 
Não pode reverter o aposentado que já tiver completado 70 anos de 
idade, consoante o art. 27 (ainda que a aposentadoria compulsória tenha 
passados dos 70 para os 75 anos, a reversão continua impossibilitada para 
quem tiver completado 70 anos de idade) 
É uma dos formas de provimento por reingresso. 
 
 
Reintegração (art. 28) 
É a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado 
quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial. 
Será com o ressarcimento de todas as vantagens. 
Caso o cargo tenha sido extinto, ficará em disponibilidade. 
Se o cargo tiver sido provido, o seu ocupante sendo estável, será 
reconduzido ao cargo de origem, aproveitado em outro cargo ou posto 
em disponibilidade. Se o ocupante não for estável, será exonerado. 
OBS: o servidor não estável que tiver a sua demissão anulada também terá o 
direito de retornar ao cargo anteriormente ocupado. De acordo com a 
doutrina, os efeitos serão os mesmos da reintegração, apenas o nome 
“reintegração” não será usado, pois esse termo é somente para os servidores 
estáveis. 
Reversão Compulsória
• aplica-se aosaposentados por 
invalidez
• não importa se o servidor era ou 
não estável quando se aposentou 
por invalidez
• é ato vinculado
• se o cargo estiver ocupado, 
exercerá suas atribuições como 
excedente até a ocorrência da 
vaga
• poderá ocorrer a qualquer tempo
• não pode se já tiver completado 
70 anos de idade
Reversão a pedido
• aplica-se aos aposentados 
voluntariamente
• só para servidores estáveis 
quando da aposentadoria
• é ato discricionário
• só pode reverter se houver cargo 
vago
• o tempo de contribuição só será 
considerado para concessão da 
nova aposentadoria se o servidor 
permanecer pelo menos 5 anos 
no cargo após a reversão
• não pode se ja tiver completado 
70 anos de idade
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 17 
 
 
Recondução (art. 29) 
É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá 
de: 
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo 
II – reintegração do anterior ocupante 
Se o cargo tiver sido provido, o seu ocupante sendo estável, será 
reconduzido ao cargo de origem, aproveitado em outro cargo ou posto 
em disponibilidade. Se o ocupante não for estável, será exonerado. 
OBS: o servidor estável, durante o estágio probatório, pode pedir a sua 
recondução para o cargo anteriormente ocupado, ainda que não seja 
reprovado. Isso porque a estabilidade é no serviço público e não no cargo 
que esteja ocupando. 
OBS: para a doutrina, a recondução é forma de provimento e vacância 
simultaneamente. Vale ressaltar que esse é um entendimento doutrinário, 
porquanto o art. 33 da lei não traz expressamente a recondução como uma 
forma de vacância. 
 
Aproveitamento e Disponibilidade (art. 30 ao 32) 
Aproveitamento é o retorno do servidor que havia sido posto em 
disponibilidade e ocorrerá obrigatoriamente em cargo de atribuições e 
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. 
Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade 
se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença 
comprovada por junta médica oficial. 
OBS: a cassação da disponibilidade é sanção disciplinar, portanto, deverá 
haver previamente um PAD com direito a contraditório e ampla defesa. 
OBS: a lei não define o “prazo legal”. 
OBS: segundo a lei, apenas os servidores já estáveis podem ser postos em 
disponibilidade e, assim, serem aproveitados. Para boa parte da doutrina, o 
servidor não estável será exonerado nos casos em que os estáveis são postos 
em disponibilidade. 
OBS: o aproveitamento é um ato vinculado, assim, o servidor em 
disponibilidade que for aproveitado DEVE retornar ao cargo. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 18 
 
 
2.8 VACÂNCIA (ART. 33) 
A vacância do cargo público decorrerá de: 
I – exoneração 
II – demissão (tem caráter punitivo) 
III – promoção (forma de provimento também) 
IV – readaptação (forma de provimento também) 
V – aposentadoria 
VI – posse em outro cargo inacumulável (forma de provimento 
também) 
VII – falecimento (é um fato administrativo) 
OBS: em alguns casos a vacância implicará, necessariamente, o provimento 
de outro (promoção, readaptação e posse em outro cargo inacumulável). 
 
 
Exoneração (arts. 34 e 35) 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 19 
 
A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício 
A exoneração de ofício, dar-se-á: 
I – quando não satisfeitas as condições do estágio probatório 
II – quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em 
exercício no prazo estabelecido. 
OBS: a exoneração de servidor ocupante de cargo em comissão poderá 
ocorrer a pedido ou a juízo da autoridade competente (exoneração ad nutum) 
OBS: o servidor ocupante de função de confiança não será exonerado, mas 
sim, dispensado da sua função. 
Ainda, haverá exoneração nos seguintes casos: 
I – quando for extinto o cargo ocupado por servidor não estável. 
II – quando servidor não estável estiver ocupando cargo que deve ser 
provido mediante reintegração de outro servidor anteriormente demitido de 
forma ilegal. 
III – por insuficiência de desempenho (hipótese de exoneração de 
servidor estável – CF, art. 41, III). 
IV – por excesso de despesa de pessoal (hipótese de exoneração de 
servidor estável – CF, art. 169, § 4º). 
 
Demissão 
A demissão é uma sanção disciplinar aos ocupantes de cargos de 
provimento efetivo. 
Caso se trate de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo 
efetivo, aplica-se a destituição. 
Caso seja servidor na inatividade (aposentado ou em disponibilidade) 
que, quando na ativa, tenha praticado infração punível com a demissão, ele 
terá a sua aposentadoria ou disponibilidade cassada. 
 
 
2.9 REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO (arts. 36 e 37) 
Nesses casos, o servidor não muda de cargo, assim, não haverá 
provimento ou vacância na remoção ou redistribuição. 
Remoção: é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, para 
outra unidade, com ou sem mudança de sede, da seguinte forma: 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 20 
 
I – de ofício, no interesse da administração 
II – a pedido, a critério da administração (discricionário) 
III – a pedido, independente do interesse da administração 
(vinculado): 
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi 
deslocado no interesse da administração 
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou 
dependente, mediante comprovação por junta médica oficial 
c) em virtude de processo seletivo (concurso de remoção) 
OBS: a remoção não poderá ser usada como forma de punição do 
servidor, eis que não é penalidade disciplinar. 
OBS: o servidor removido de ofício, desde que haja mudança de sede, fará 
jus a ajuda de custo destinada a compensar as despesas de instalação, 
transporte, passagens, etc. 
OBS: não existe possibilidade de remoção a pedido independente do 
interesse da administração para mudanças dentro da mesma localidade. 
OBS: não há direito a ajuda de custo nas duas hipóteses de remoção a 
pedido. 
STF: havendo a transferência, de ofício, do cônjuge da impetrante, 
empregado da CEF, para a cidade de Fortaleza/CE, tem ela, servidora 
ocupante de cargo no TCU, direito líquido e certo de também ser removida, 
independente da existência de vaga. Fundamento no art. 226 da CF/88. 
OBS: a Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/06) dispõe que o juiz assegurará 
à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar 
sua integridade física e psicológica, acesso prioritário à remoção quando 
servidora pública, integrante da Administração direta ou indireta. 
 
Redistribuição: deslocamento do cargo efetivo, ocupado ou vago, 
sempre de ofício, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder 
Caso o cargo redistribuído esteja ocupado, logicamente o servidor também 
será deslocado 
Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, o 
servidor estável que tenha seu cargo extinto ou declarado desnecessário 
naquele órgão ou entidade, não sendo redistribuído, será colocado em 
disponibilidade até o seu aproveitamento. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 21 
 
OBS: a remoção e a redistribuição não são formas de provimento ou 
de vacância de cargo público. 
OBS: na redistribuição devem ser observados a equivalência de 
vencimentos, a manutenção da essência das atribuições e a 
vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidadedas 
atividades. 
 
 
2.10 SUBSTITUIÇÃO (arts. 38 e 39) 
Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os 
ocupantes de cargo de natureza especial terão substitutos indicados no 
regimento interno. 
O substituto assumirá automática e cumulativamente o exercício do 
cargo nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e 
na vacância do cargo. 
Se o afastamento ou impedimento for maior que 30 dias, o substituto 
passará a exercer exclusivamente o cargo ou função de chefia, 
percebendo a retribuição correspondente. 
 
2.11 DOS DIREITOS E VANTAGENS (ARTS. 40 AO 76) 
 
 
 
DAS VANTAGENS 
IGA
INDENIZAÇÕES
I - AJUDA DE CUSTO - ART. 53
II - DIÁRIAS - ART.58
III - INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE – ART 60 
IV - AUXÍLIO MORADIA – ART 60-A
GRATIFICAÇÕES
E
ADICIONAIS
I - RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE DIREÇÃO, 
CHEFIA E ASSESSORAMENTO – ART 62
II – GRATIFICAÇÃO NATALINA – ART 63
III – ADICIONAL PELO EXERCÍCIO DE 
ATIVIDADES INSALUBRES, PERIGOSAS OU 
PENOSAS – ART 68
IV – ADICIONAL PELA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
EXTRAORDINÁRIO – ART 73
V – ADICIONAL NOTURNO – ART 75
VII – OUTROS, RELATIVOS AO LOCAL OU A 
NATUREZA DO TRABALHO 
VIII – GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO 
OU CONCURSO – ART 76-A
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 22 
 
Vencimento e Remuneração 
Vencimento – é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, 
com valor fixado em lei. 
Remuneração – é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das 
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. 
O vencimento do cargo, acrescido das vantagens de caráter permanente do 
servidor, é irredutível 
A remuneração não pode ser inferior ao salário mínimo. 
O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que 
tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de 60 dias 
para quitar o débito. 
O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, 
seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos 
resultante de decisão judicial. 
 
Indenizações 
 
 
As indenizações não se incorporam ao vencimento para qualquer efeito. 
Visam ressarcir gastos efetuados pelo servidor em razão do regular 
exercício de suas funções. 
Sobre elas não podem incidir imposto de renda nem contribuição 
previdenciária. 
De acordo com a CF, as parcelas indenizatórias não serão computadas 
para efeito do teto remuneratório. 
São indenizações: ajuda de custo, diárias, indenização de transporte e 
auxílio-moradia. 
 
Ajuda de Custo 
INDENIZAÇÕES
I - AJUDA DE CUSTO - ART. 53 ao 57
II - DIÁRIAS - ART.58
III - INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE – ART 60 
IV - AUXÍLIO MORADIA – ART 60-A
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 23 
 
Destina-se a compensar despesas de instalação do servidor que, no 
interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com mudança 
de domicílio em caráter permanente (remoção de ofício). 
Também será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor da 
União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de 
domicílio. 
O cônjuge do servidor (que for servidora) também removido para a mesma 
sede não terá direito. 
Se o servidor falecer na nova sede, a família terá direito a ajuda de custo e 
transporte para que retorne a sede de origem, dentro do prazo de um ano, 
contado do óbito. 
É calculada sobre a remuneração e corresponderá ao valor de 1 mês da 
remuneração do servidor na origem (art. 54). 
Caso não se apresente na nova sede no prazo de 30 dias, o servidor 
deverá restituir o valor da ajuda de custo recebida. 
Não faz jus a ajuda de custo servidor removido a pedido, em qualquer 
das duas formas. 
 
Diárias 
Destinam-se a indenizar despesas extraordinárias com pousada, 
alimentação e locomoção urbana que, a serviço, afastar-se da sede em 
caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional 
ou para o exterior. 
Não fará jus se o deslocamento da sede constituir exigência permanente 
do cargo. 
Não fará jus se for dentro da mesma região metropolitana, aglomeração 
urbana ou microrregião. 
Será concedida por dia de afastamento. Se exigir pernoite fora de sede, 
será inteira, caso contrário, será paga pela metade. Também será paga 
pela metade se a União custear, por meio diverso, as despesas 
extraordinárias cobertas por diárias. 
Se receber a diária e não se afastar da sede ou retornar em prazo menor do 
que o originalmente previsto, deve restituir o valor recebido a mais no prazo 
de 5 dias. 
 
Indenização de Transporte 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 24 
 
É devida ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio 
de locomoção para a execução de serviços externos, por força das 
atribuições próprias do cargo que ocupa, efetivo ou comissionado. 
É o caso do auxílio recebido pelos oficiais de justiça avaliadores, que utilizam 
o seu próprio veículo para a realização das diligências. 
OBS: a indenização de transporte ou auxílio-transporte não deve ser 
confundido com o “vale-transporte”, que é usada para custear meios de 
transportes urbanos ou rurais. 
 
Auxílio-moradia 
Ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor 
com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por 
empresa hoteleira. 
Prazo de dois meses após a comprovação da despesa pelo servidor (art. 
60-A). 
Não é devido aos servidores efetivos em geral. 
Devido apenas aos que tenham se mudado do local de residência para 
ocupar cargo em comissão ou função de confiança do grupo DAS 4, 5 e 
6, de natureza especial, de ministro de Estado ou equivalentes. 
Se existir imóvel funcional disponível, não fará jus ao auxílio-moradia. 
Não terá direito o servidor que possuir imóvel no município em que for 
exercer o cargo. 
O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a vinte e cinco por cento do 
valor do cargo em comissão, da função de confiança ou do cargo de Ministro 
de Estado ocupado, não podendo, em qualquer caso, superar 25% da 
remuneração de Ministro de Estado. 
O valor do auxílio-moradia será reduzido em vinte e cinco pontos percentuais 
a cada ano, a partir do segundo ano de recebimento, e deixará de ser devido 
após o quarto ano de recebimento. 
O prazo de que trata o § 2o não terá sua contagem suspensa ou interrompida 
na hipótese de exoneração ou mudança de cargo ou função. Transcorrido o 
prazo de quatro anos após encerrado o pagamento do auxílio-moradia, o 
pagamento poderá ser retomado se novamente vierem a ser atendidos os 
requisitos do art. 60-B. 
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel 
funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 25 
 
moradia poderá ser mantido por um mês, limitado ao valor pago no mês 
anterior. 
 
Gratificações e Adicionais 
 
 
Incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições 
indicados em lei. 
É lista exemplificativa (não é taxativa), podendo existir outras gratificações 
e adicionais previstos nas leis que tratam das diversas carreiras do 
funcionalismo público federal. 
 
Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e 
assessoramento. 
Devida ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, 
chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de natureza 
especial. É devida a retribuição pelo esforço maior, decorrente da atribuição. 
Lei específicaestabelecerá a remuneração dos cargos em comissão. 
Não é possível a incorporação da retribuição pelo exercício da função de 
confiança ou cargo em comissão. 
 
Gratificação Natalina 
É equivalente ao 13° dos trabalhadores regidos pela CLT e corresponde a 
1/12 da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês 
de exercício do respectivo ano. 
A fração igual ou superior a 15 dias será considerada mês integral. 
GRATIFICAÇÕES
E
ADICIONAIS
I - RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE DIREÇÃO, CHEFIA E 
ASSESSORAMENTO – ART 62
II – GRATIFICAÇÃO NATALINA – ART 63
III – ADICIONAL PELO EXERCÍCIO DE ATIVIDADES 
INSALUBRES, PERIGOSAS OU PENOSAS – ART 68
IV – ADICIONAL PELA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
EXTRAORDINÁRIO – ART 73
V – ADICIONAL NOTURNO – ART 75
VII – OUTROS, RELATIVOS AO LOCAL OU A NATUREZA DO 
TRABALHO 
VIII – GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU 
CONCURSO – ART 76-A
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 26 
 
Será paga até o dia 20 de dezembro de cada ano. 
O servidor exonerado receberá proporcionalmente ao trabalhado no ano, 
calculada sobre a remuneração do mês da exoneração. 
Não será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária. 
 
Adicional de insalubridade (risco à saúde), periculosidade (risco à 
vida) ou atividades penosas (decorre da lotação do servidor) 
Para os servidores que trabalham com habitualidade em locais insalubres ou 
em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de 
vida. 
Se fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá 
optar por um deles. 
A servidora gestante ou lactante será afastada enquanto durar a gestação 
e a lactação. 
O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em 
zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem. 
Os servidores que operam com raios X ou substâncias radioativas serão 
submetidos a exames médicos a cada 6 meses 
 
Adicional por serviço extraordinário 
A hora extra terá acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho. 
Somente para situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite de 2 
horas por jornada. 
 
Adicional Noturno 
Compreendido entre 22h e 5h do dia seguinte. 
Acréscimo de 25% no valor da hora. 
Cada hora terá 52 min e 30 segundos. 
OBS: se o servidor fizer hora extra no período noturno os adicionais serão 
cumulativos. Assim, os 25% do adicional noturno será calculado sobre a hora 
já aumentada dos 50% relativas a hora extra. Assim, a hora extra trabalhada 
em período noturno será aumentada de 87,5%. 
 
Adicional de Férias 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 27 
 
Será paga ao servidor por ocasião das suas férias, independente de 
solicitação. 
Corresponde a 1/3 da remuneração do período das férias. 
Se estiver exercendo função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar 
cargo em comissão, o cálculo será considerado no adicional de férias. 
 
Gratificação por encargo de curso ou concurso 
Devida ao servidor que, em caráter eventual: 
I. Atuar como instrutor em curso de formação – 2,2% 
II. Participar de banca examinadora – 2,2% 
III. Participar de logística de preparação e realização de concurso 
público – 1,2% 
IV. Participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame 
vestibular ou de concurso público – 1,2% 
Será calculado em horas. 
A retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 horas de 
trabalho anual. Excepcionalmente a autoridade máxima do órgão poderá 
autorizar mais 120 horas anuais. 
Não se incorpora ao vencimento para qualquer efeito e não poderá ser 
utilizada como base de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões. 
Essa gratificação será devida quando forem exercidas sem prejuízo do cargo. 
Quando forem exercidas durante a jornada de trabalho a carga horária deverá 
ser compensada. 
O valor da hora trabalhada corresponderá aos percentuais de 1,2% ou de 
2,2%, dependendo da atividade desempenhada, incidentes sobre o maior 
vencimento básico da Administração Pública Federal 
 
2.12 DAS FÉRIAS 
O servidor fará jus a 30 dias de férias anuais remuneradas. 
Poderão ser acumuladas até o máximo de dois períodos, no caso de 
necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação 
específica. 
Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 meses de 
exercício. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 28 
 
É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço. 
Poderão ser parceladas em até 3 vezes. 
O pagamento da remuneração das férias será efetuado até dois dias antes 
do início do respectivo período. 
Ser for exonerado do cargo receberá indenização na proporção de um 
doze avos por mês de efetivo exercício ou fração superior a 14 dias. 
A indenização será calculada no mês em que for publicado a exoneração. 
Se parcelar as férias, receberá o adicional de férias no primeiro período. 
O operador de Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 dias 
consecutivos por semestre, não podendo acumular. 
As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade 
pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou 
por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou 
entidade. O restante do período interrompido será gozado de uma só 
vez. 
STJ: o servidor público tem direito ao recebimento de auxílio-alimentação 
referente ao período de férias. 
 
 
2.13 DAS LICENÇAS 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 29 
 
 
 
Licença por motivo de doença em pessoa da família 
Será concedida por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, 
dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a 
suas expensas e conste do seu assentamento funcional. 
Por até 60 dias com remuneração. 
Por até 90 dias sem remuneração. 
Em um período de 12 meses. 
Se a licença for inferior a 15 dias (dentro de um ano) a perícia médica oficial 
poderá ser dispensada. 
A licença que exceder 30 dias remunerados em um período de 12 meses é 
contado apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade. 
O tempo de licença não remunerada não é contado par nenhum efeito. 
Veda-se o exercício de atividade remunerada durante a licença. 
 
Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro 
Para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro 
ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de 
mandato eletivo dos Poderes Executivo ou Legislativo. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 30 
 
Será por prazo indeterminado e sem remuneração. 
Não é computado como tempo de serviço para nenhum efeito. 
Se o acompanhante também for servidor, poderá exercer provisoriamente o 
cargo em entidade da administração federal direta, autárquica ou fundacional, 
desde que compatível com o seu cargo. Nesse caso haverá remuneração. 
OBS: é ato discricionário para a Administração, porquanto a lei fala que 
“poderá”ser concedida a licença. 
 
Licença para o serviço militar 
Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na 
forma e condições previstas na legislação específica. 
Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 dias sem remuneração 
para reassumir o exercício do cargo. 
O período de licença é considerado como tempo de efetivo exercício. 
É por tempo indeterminado(enquanto durar o serviço militar). 
 
Licença para atividade política 
Sem remuneração – entre a sua escolha em convenção partidária e a 
véspera de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral 
Com remuneração – a partir do registro da candidatura e até o décimo dia 
seguinte ao da eleição (pelo período máximo de 3 meses) 
OBS: o servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha 
suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, 
arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do 
registro de sua candidatura perante a justiça eleitoral, até o décimo dia 
seguinte ao do pleito. Nesse caso, o período todo será com a remuneração. 
 
Licença para capacitação 
Após cada 5 anos de efetivo exercício 
No interesse da Administração (discricionário) 
Por até 3 meses 
Com remuneração 
Para participar de curso de capacitação profissional 
Não pode o servidor em estágio probatório 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 31 
 
É considerado como tempo de efetivo exercício 
 
Licença para tratar de interesses particulares 
Ao ocupante de cargo efetivo 
No interesse da administração (ato discricionário) 
Prazo de até 3 anos consecutivos 
Sem remuneração 
Não pode no estágio probatório 
Não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito 
Poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no 
interesse do serviço, nesse último caso, a critério da administração 
 
Licença para o desempenho de mandato classista 
Desempenho em confederação, federação, associação de classe de âmbito 
nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da 
profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em 
sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar 
serviços a seus membros. 
Sem remuneração. 
Terá duração igual ao do mandado, podendo ser renovada, no caso de 
reeleição. 
Não pode no estágio probatório. 
Será considerado para todos os efeitos, exceto para promoção por 
merecimento. 
 
Licença para tratamento de saúde 
A pedido ou de ofício. 
Com base em perícia médica (dispensada se menor que 15 dias dentro de 
um ano). 
Com remuneração. 
Se exceder 120 dias dentro de um ano, ela será concedida mediante 
avaliação médica oficial. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 32 
 
Prazo máximo de 24 meses. Se não estiver em condições de voltar ou ser 
readaptado, o servidor será aposentado por invalidez. 
É computado como tempo de efetivo exercício, até o limite de 24 meses, se 
exceder 24 meses será computado apenas para aposentadoria e 
disponibilidade. 
 
Licença à gestante, à adotante e paternidade 
GESTANTE: 
120 dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração, prorrogável por mais 
60 dias. 
Poderá ter início no nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição 
médica. 
Se nascer prematuro, inicia no dia do parto. 
No caso de natimorto, decorridos 30 dias do evento, a servidora será 
submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício. 
No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 
dias de repouso remunerado. 
 
ADOTANTE: 
Para o STF, os prazos são os mesmos da licença gestante, inclusive 
para as prorrogações. 
Também não é possível adotar prazos diversos em função da idade da criança 
adotada. 
 
PATERNIDADE 
5 dias prorrogáveis por mais 15 dias. 
O servidor que adotar ou obtiver a guarda judicial, considera-se criança até os 
12 anos de idade incompletos. 
OBS: é considerado como de efetivo exercício para efeito de contagem de 
tempo de serviço, para os 3 tipos de licença. 
 
Licença por acidente em serviço 
Considerado o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, 
mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 33 
 
Equipara-se o acidente sofrido no percurso da residência para o trabalho 
e vice-versa. 
Com remuneração integral. 
Contado como de efetivo exercício para todos os efeitos legais. 
 
 
2.14 DOS AFASTAMENTOS 
 
 
 
Do afastamento para servir a outro órgão ou entidade (art. 93) 
Para exercer cargo em comissão ou função de confiança. 
Para o exercício de cargo de direção ou de gerência em serviço social 
autônomo instituído pela União. 
Remuneração: 
i) Se for cedido para Estados, DF ou Municípios, o ônus será do 
cessionário (quem recebeu). 
ii) Se for para outro órgão ou Poder da União, o ônus é do cedente 
(quem emprestou) 
iii) Se for cedido para EP ou SEM federais, o cedente paga o servidor e 
depois obtém o ressarcimento da cessionária. 
 
Pode no estágio probatório, desde que para o exercício de cargos DAS no 
mínimo 4, ou cargos equivalentes. 
 
Do afastamento para exercício de mandato eletivo (art. 94) 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 34 
 
Se o mandato for federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo. 
Se o mandato for de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado 
optar pela sua remuneração. 
Se o mandato for de vereador, havendo compatibilidade de horário, perceberá 
a remuneração dos dois cargos. Se não houver compatibilidade de horário, 
segue a regra do prefeito. 
Não há limite de tempo, podendo ficar enquanto durar o mandato do eleito ou 
reeleito. 
OBS: o servidor aposentado poderá acumular proventos com subsídios do 
mandado eletivo. 
OBS: vedam-se a remoção e a redistribuição do eleito para localidade diversa 
daquela onde exerce o mandato. 
 
Do afastamento para estudo ou missão no exterior (arts. 95 e 96) 
A autorização para se ausentar do País para estudo ou missão oficial será do 
Presidente da República, Presidente dos órgãos do Poder Legislativo e 
Presidente do STF. 
A ausência não excederá 4 anos. 
Novo afastamento somente após decorrido o mesmo período do primeiro 
afastamento. 
Esse afastamento não se aplica aos servidores da carreira diplomática. 
O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o 
Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da 
remuneração. 
Não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular 
antes de decorrer prazo igual ao do afastamento, salvo se o servidor ressarcir 
a despesa ocorrida. 
 
Do afastamento para participação em programa de pós-graduação 
stricto sensu no país (art. 96-A) 
É no interesse da administração (discricionário). 
Sem prejuízo da remuneração. 
O beneficiados com esse afastamento deverão permanecer no exercício de 
suas funções após o retorno por período igual ao do afastamento concedido, 
sob pena de ressarcimento. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 35 
 
 
mestrado e 4 anos para doutorado e pós-doutorado. 
Se não obtiver o título, deverá ressarcir o órgão ou entidade, salvo na 
hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do 
dirigente máximo do órgão. 
 
 
2.15 DAS CONCESSÕES 
Direito de ausentar-se do serviço: 
 - um dia para doação de sangue. 
 - pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou 
recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a dois dias. 
 - oito dias consecutivos em razão de casamento ou falecimento do 
cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, 
menor sob a sua guarda oututela e irmãos. 
 
Direito a horário especial: 
 - estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar 
e o da repartição, sendo exigida a compensação de horário. 
 - portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta 
médica oficial, independente de compensação de horário. 
 - que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência, não sendo 
exigida a compensação de horário. 
 - que atue como instrutor ou participe de banca examinadora, sendo exigida 
a compensação de horário que, nesse caso, deve ser efetivada no prazo de 
até um ano. 
 - direito do servidor estudante que mudar de sede no interesse da 
administração, de matricular-se, na localidade da nova residência ou na mais 
próxima, em instituição de ensino congênere, em qualquer época, 
independente de vaga, direito extensivo ao cônjuge ou companheiro, aos 
filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos 
menores sob sua guarda, com autorização judicial. 
 
 
2.16 DIREITO DE PETIÇÃO (arts. 104 a 115) 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 36 
 
O direito de petição está fundamentado basicamente nos incisos XXXIV e LV 
do art. 5° da Constituição Federal. 
Segundo a lei n. 8.112/90, é assegurado ao servidor o direito de requerer aos 
Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. 
O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e 
encaminhado por intermédio daquela a que estiver subordinado o requerente. 
O direito de petição prescreve: 
 - em 5 anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria 
ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes 
das relações de trabalho. 
 - em 120 dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado pela 
lei. 
O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso 
é de 30 dias. 
Será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da 
ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. 
O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a 
prescrição (começa do zero novamente). 
A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela 
administração. 
Segundo o art. 106 da lei, caberá pedido de reconsideração à autoridade que 
houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser 
renovado. O requerimento e o pedido de reconsideração deverão ser 
despachados no prazo de 5 dias e decididos dentro de 30 dias. 
 
 
2.17 DO REGIME DISCIPLINAR (ARTS. 116 À 182) 
 
DOS DEVERES (ART. 116) 
São deveres do servidor (art. 116): 
I. Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
II. Ser leal às instituições a que servir; 
III. Observar as normas legais e regulamentares; 
IV. Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 37 
 
V. Atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, 
ressalvadas as protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
VI. Levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao 
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de 
envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente 
para apuração; 
VII. Zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
VIII. Guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX. Manter a conduta compatível com a moralidade administrativa; 
X. Ser assíduo e pontual ao serviço; 
XI. Tratar com urbanidade as pessoas;e 
XII. Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder; 
 
OBS: essa representação será encaminhada pela via hierárquica e apreciada 
pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao 
representando ampla defesa. 
OBS: o descumprimento de deveres ensejará a pena de advertência ao 
servidor (art. 129). A sua reincidência implicará na pena de suspensão (art. 
130) 
 
DA ACUMULAÇÃO (ARTS. 118 A 120) 
Art. 37, XVI, CF – é vedada a acumulação de cargos públicos, exceto, 
quando houver compatibilidade de horário: 
a) A de dois cargos de professor 
b) A de um de professor com outro, técnico ou científico 
c) A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com 
profissões regulamentadas 
OBS: a proibição estende-se aos inativos, salvo se acumuláveis na atividade 
e estende-se a cargos, empregos e funções na administração direta e indireta 
(autarquias, FP, EP e SEM) 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 38 
 
OBS: o servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto 
interinamente. 
 
DAS RESPONSABILIDADES (ART. 121) 
 
 
 
Responsabilidade Civil 
É decorrente de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo que resulte 
em prejuízo ao erário ou a terceiros. 
A responsabilidade do servidor será sempre SUBJETIVA, isto é, deve ficar 
comprovado que o agente agiu com dolo ou culpa em sua atuação ou 
omissão. 
Nos casos em que o servidor causar dano a terceiros, ele responderá 
mediante ação regressiva perante a Fazenda Pública. 
Segundo a CF/88, as ações de ressarcimento ao erário são imprescritíveis. 
 
Responsabilidade Penal 
Abrange os crimes e as contravenções imputadas ao servidor, nessa 
qualidade. 
Para fins penais, o conceito de servidor público é mais amplo, abrangendo o 
conceito de funcionário público previsto no art. 327 do Código Penal. 
RESPONSABILIDADES
CIVIL
Prejuízos causados ao erário
ou a terceiros, por dolo ou
culpa
PENAL
Prática de infrações
funcionais definidas em lei 
como crimes ou
contravenções
ADMINISTRATIVA
Infrações funcionais
definidas em leis 
administrativas
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 39 
 
A responsabilidade criminal do servidor é apurada pelo Poder Judiciário. 
 
Responsabilidade Administrativa 
Apurada mediante processo administrativo e sancionada, quando for o caso, 
pela autoridade administrativa. 
 
COMUNICAÇÃO ENTRE AS INSTÂNCIAS 
Via de regra, as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, 
sendo independentes entre si. 
EXCEÇÕES: a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no 
caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. 
Se o servidor for absolvido na esfera penal por qualquer outro motivo 
(insuficiência de provas, por exemplo), poderá ser responsabilizado na esfera 
administrativa. 
Súmula 18/STF: pela falta residual não compreendida na absolvição 
pelo juízo criminal, é admissível a punição do servidor 
Se houver condenação na esfera criminal, o servidor também será condenado 
nas instâncias administrativa e ciivil. 
 
PENALIDADES DISCIPLINARES (ART.127) 
São penalidades disciplinares: 
I. Advertência 
II. Suspensão 
III. Demissão 
IV. Cassação da aposentadoria ou disponibilidade 
V. Destituição de cargo em comissão ou função de confiança 
 
O ato de aplicação da pena deve ser justificado, pois mencionará sempre o 
fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. Além disso, deverá levar 
em consideração: 
- a natureza e a gravidade da infração cometida 
- os danos de dela provierem para o serviço público 
- as circunstâncias agravantes e atenuantes 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90PROF. EVANDRO ZILLMER 40 
 
- os antecedentes funcionais 
 
Advertência 
Aplicada a servidores efetivos ou comissionados. 
O instrumento de apuração é a sindicância. 
A advertência será aplicada por escrito, nos seguintes casos: 
 violação dos deveres funcionais previstos em normas (entre eles 
os previstos no art. 116) 
 violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e 
XIX: 
I. Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do 
chefe imediato; 
II. Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
III. recusar fé a documentos públicos; 
IV. Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo 
ou execução de serviço; 
V. promover a manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição; 
VI. cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em 
lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de 
seu subordinado; 
VII. coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; 
VIII. manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, 
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
XIX recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado; 
 
Suspensão 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 41 
 
 
 
Cancelamento dos registros 
Advertência – após 3 anos de efetivo exercício 
Suspensão – após 5 anos de efetivo exercício 
OBS: desde que o servidor, nesse período não tenha praticado nova infração 
disciplinar. 
OBS: o cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos. 
 
DEMISSÃO (ART. 132) 
Infrações penalizadas com demissão (art.132): 
o crime contra a administração pública; 
o abandono de cargo (ausência intencional do serviço por mais de 30 
dias consecutivos); 
o inassiduidade habitual (falta ao serviço, sem causa justificada, por 
60 dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses); 
o improbidade administrativa; 
o incontinência pública e conduta escandalosa na repartição; 
o insubordinação grave em serviço; 
o ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima 
defesa própria ou de outrem; 
SUSPENSÃO
CASOS
1 – REINCIDÊNCIA DE FALTA PUNÍVEL COM ADVERTÊNCIA
2 – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que 
ocupa, exceto em situações de emergência ou transitória
3 – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o 
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho
PRAZOS
ATÉ 90 DIAS
OBS: será de 15 dias para o servidor que se recusar a ser
submetido a inspeção médica (os feitos cessam quando
cumprida a determinação)
PENA 
ALTERNATIVA
Poderá ser convertida em multa, na base de 50% por dia. 
Assim, a pena continua sendo a suspensão, no entanto, o 
servidor continua trabalhando normalmente.
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 42 
 
o aplicação irregular de dinheiros públicos; 
o revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
o lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
o Corrupção; 
o acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
 
Proibições penalizadas com demissão (art. 117, IX a XVI): 
o receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, 
em razão de suas atribuições; 
o aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
o praticar usura sob qualquer de suas formas; 
o proceder de forma desidiosa; 
o utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou 
atividades particulares; 
o participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto: 
- na qualidade de acionista, cotista ou comanditário 
- participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas 
ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, 
participação no capital social ou em sociedade cooperativa 
constituída para prestar serviços a seus membros 
- gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada 
a legislação sobre conflito de interesses 
 
Proibições penalizadas com demissão + incompatibilização para nova 
investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos: 
o valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública 
o atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, 
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de 
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro 
Proibições penalizadas com demissão + impedimento para nova 
investidura em cargo público federal: 
o crime contra a administração pública 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 43 
 
o improbidade administrativa 
o aplicação irregular de dinheiros públicos 
o lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional 
o corrupção 
 
CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE: 
- Aplicada ao servidor inativo 
- Que tenha praticado infração punível com demissão, quando na 
atividade (para o aposentado). 
- em relação à cassação da disponibilidade, não importa se o servidor 
praticou a infração antes ou depois de ser posto em disponibilidade. 
 
DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO: 
- Aplicada ao servidor não ocupante de cargo efetivo, nos casos de infração 
sujeita as penalidades de suspensão e demissão 
 
COMPETÊNCIA PARA APLICAR PENALIDADES 
PENALIDADE AUTORIDADE COMPETENTE 
DEMISSÃO 
 
 
CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA 
E DISPONIBILIDADE 
- Presidente da República (o Decreto 
3.035/99, delega aos Ministros de 
Estado, no ânbito do Poder Executivo 
Federal. 
- Presidente das Casas do Poder 
Legislativo 
- Presidentes dos Tribunais Federais 
- Procurador Geral da República 
 
SUSPENSÃO SUPERIOR A 30 
DIAS 
 
- Autoridades administrativas de 
hierarquia imediatamente inferior 
àquelas mencionadas acima 
ADVERTÊNCIA E SUSPENSÃO 
ATÉ 30 DIAS 
- Chefe da repartição e outras 
autoridades na forma dos respectivos 
regimentos ou regulamentos 
 
DESTITUIÇÃO DE CARGO EM 
COMISSÃO 
- Autoridade que houver feito a 
nomeação 
 
 
PRESCRIÇÃO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 44 
 
 5 ANOS: quanto as infrações puníveis com demissão, cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão 
 2 ANOS: quanto à suspensão 
 180 DIAS: quanto à advertência 
OBS: o prazo da prescrição começa a correr da data em que o fato se 
tornou conhecido. 
OBS: a abertura de sindicância ou a instauração do PAD, INTERROMPE A 
PRESCRIÇÃO até a decisão final proferida pela autoridade competente ou pelo 
prazo máximo de 140 dias, segundo a jurisprudência dominante (quando o 
prazo é interrompido, ele começa a contar do zero novamente) 
STF: reconhecida a extinção da punibilidade pela prescrição, NÃO se fará 
mais a anotação da ocorrência em ficha individual (art. 170). Entende a 
Suprema Corte que essa anotação violaria o princípio da presunção de 
inocência do servidor (MS 23.262/DF) 
STJ: se a infração disciplinar também for tipificada pela lei penal como crime 
ou contravenção, os prazos prescricionais aplicáveis são os da legislação 
penal, desde que os fatos imputados ao servidor também forem apurados na 
esfera criminal. 
 
 
2.18 DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINARA autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada 
a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou PAD, 
assegurada a ampla defesa. 
As denúncias serão apuradas desde que contenham: 
 - identificação do denunciante 
 - endereço do denunciante 
 - seja por escrito 
Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito 
penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto. 
OBS: É possível a instauração de processo administrativo com base em 
denúncia anônima. Segundo o STJ, não há ilegalidade na instauração de 
processo administrativo com fundamento em denúncia anônima, por conta do 
poder dever de autotutela imposto à Administração e, por via de 
consequência, ao administrador público. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 45 
 
CESPE/2017 - É possível a instauração de procedimento administrativo 
disciplinar com base em denúncia anônima. 
 
SINDICÂNCIA 
Indicada para apuração de infrações mais leves: 
- Advertência 
- Suspensão por até 30 dias 
Prazo: até 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias 
Resultados da sindicância: 
- Arquivamento do processo 
- Aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 dias 
- Instauração de PAD 
A sindicância NÃO é etapa do PAD, assim, o PAD poderá ser instaurado 
diretamente, quando a autoridade entenda que as irregularidades possuam 
natureza grave. 
Se a sindicância for instaurada para fins inquisitórios (investigativos), não 
será necessário o contraditório e a ampla defesa. 
Se o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como 
ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao 
Ministério Público, independente da imediata instauração do PAD. 
OBS: a Lei n. 8.112/90 não menciona a quantidade de membros que devem 
compor a comissão de sindicância. Para o executivo federal, vigora a Portaria 
CGU n. 335/2006, em que se previu que, no caso de sindicância 
acusatória ou punitiva, a comissão pode ser composta por dois ou mais 
servidores estáveis. 
 
PAD – PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
Comissão: 3 servidores estáveis. O presidente a comissão deve ser ocupante 
de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade 
igual ou superior ao do indiciado. 
A comissão terá um secretário, designado pelo presidente da comissão, que 
poderá ser um de seus membros. 
Não poderá participar da comissão de sindicância ou de inquérito, parente, 
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 46 
 
Não há restrição quanto à lotação dos membros da comissão. Segundo a lei, 
poderá ser promovida por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele 
em que tenha ocorrido a irregularidade. 
STJ: a comissão poderá ser composta por servidores lotados em unidades da 
Federação diversas daquela em que atua o servidor investigado. 
MEDIDA CAUTELAR: NÃO é punição. É a possibilidade de afastamento 
preventivo do servidor, por 60 dias, prorrogáveis por mais 60, sem prejuízo 
da remuneração. 
OBS: o servidor que estiver respondendo a PAD só poderá ser exonerado a 
pedido ou aposentado voluntariamente após a conclusão do processo e o 
cumprimento da penalidade, acaso aplicada. 
 
FASES E PRAZOS DO PAD 
INSTAURAÇÃO 
 
INQUÉRITO 
(INSTRUÇÃO-DEFESA-RELATÓRIO) 
 
JULGAMENTO 
 
PRAZO: 60 + 60 DIAS 
 
20 DIAS 
 
SEGUNDO STF: O PRAZO TOTAL DO PAD É DE 140 DIAS 
 
 
 
INSTAURAÇÃO: 
Ocorre com a publicação da portaria que constituir a comissão. 
 
INQUÉRITO 
Envolve as etapas de instrução, defesa e relatório. 
Nessa fase haverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e 
diligências cabíveis, objetivando a coleta de provas. 
O servidor possui o direito de acompanhar o PAD pessoalmente ou por 
intermédio de procurador. Segundo o STF, não há obrigatoriedade de que 
o procurador seja advogado. 
As testemunhas prestarão depoimento separadamente e de forma oral. Não 
poderão levar o seu depoimento por escrito. 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 47 
 
O servidor acusado será ouvido APÓS a inquirição das testemunhas. 
Tipificada a infração disciplinar, o servidor será indiciado. 
O servidor será citado para, no prazo de 10 dias, apresentar a sua defesa por 
escrito. Se houver mais de um indiciado, o prazo será comum para todos, de 
20 dias. 
O presidente da comissão poderá prorrogar o prazo de defesa pelo dobro, 
caso seja indispensável a realização de diligências para preparação da defesa. 
Se não apresentar defesa, será considerado revel. A revelia no PAD, não 
significa uma confissão do servidor. 
No caso de revelia, será designado um defensor dativo, que deverá ser 
ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de 
escolaridade igual ou superior ao do indiciado. 
Após a defesa, será elaborado o relatório, que sempre será conclusivo, ou 
seja, a comissão deverá sempre manifestar sua opinião quanto à inocência ou 
à responsabilidade do servidor. 
Reconhecida a responsabilidade, a comissão indicará o dispositivo legal ou 
regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes e 
atenuantes. 
 
JULGAMENTO: 
Pela autoridade que determinou a instauração do PAD. 
Prazo de 20 dias do recebimento do PAD. 
O julgamento fora do prazo não implica anulação do PAD, o prazo é chamado 
de prazo impróprio. 
Via de regra, a autoridade deve acatar as conclusões da comissão e aplicar as 
penalidades indicadas no relatório. A autoridade não acatará a conclusão do 
relatório somente se ele for contrária à prova dos autos. 
Se a infração também for capitulada como crime, deverá o PAD ser envidado 
ao MP para instauração da ação penal. 
STJ: o processo se encerra mediante o julgamento feito pela autoridade 
competente, assim, é impossível o agravamento da penalidade após o 
encerramento do PAD. 
 
REVISÃO DO PAD 
DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/90 
 
PROF. EVANDRO ZILLMER 48 
 
O PAD poderá ser revisto a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se 
aduzirem fatos novos que justifiquem a inocência do punido ou a inadequação 
da penalidade aplicada. 
A revisão é um novo PAD, que será apensado ao PAD originário. 
Não há prazo para a revisão. 
Se o servidor faleceu, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão. 
Se o servidor estiver com incapacidade mental, a revisão será requerida pelo 
seu curador. 
Na revisão, o ônus da prova é do requerente. 
Da revisão, não poderá resultar em agravamento da penalidade. 
A revisão não é segunda instância do PAD originário. 
O requerimento de revisão será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade 
equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente 
do órgão ou entidade onde se originou o PAD. 
A comissão de revisão será igual a do PAD originário. 
O prazo será de 60 dias, improrrogáveis + 20 dias para julgamento. 
Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade 
aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à 
destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração. 
 
PAD RITO SUMÁRIO 
Para apurar: 
- Acumulação ilícita de cargos públicos 
- Abandono de cargo 
- Inassiduidade habitual 
No caso da acumulação ilegal, antes da instauração do PAD sumário, o 
servidor será notificado para optar por um dos cargos, no prazo improrrogável 
de 10 dias. Caso ele permaneça omisso, será instaurado o PAD sumário. 
A opção pelo

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