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CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO Unidade I Álvaro Daniel Teles Pinheiro 1. Por que controlar o crescimento? - Controlar o crescimento de micro- organismos patogênicos é de suma importância na área de saúde, agricultura, meio ambiente e indústria de alimentos. Controle da população microbiana Destruir, inibir ou remover os micro-organismos 2. Como controlar o crescimento? Agentes químicosAgentes físicos Método de escolha Natureza do agente Tipo de material em que o M.O. está 2. Como controlar o crescimento? Agentes químicosAgentes físicos Temperatura Radiação Filtração Dessecação Remoção de O2 Vibração ultra-sônica Desinfetantes Antissépticos Detergentes Inibição do crescimento microbiano Ex: BacterioSTÁTICO Morte do organismo Ex: BacteriCIDA FungiCIDA 2. Como controlar o crescimento? O Controle microbiológico pode ser realizado por: Bloqueio da multiplicação celular. (Ação microbiostática – sufixo “STÁTICO”) Perda irreversível da capacidade de reprodução. (Ação microbiocida – sufixo “CIDA”) Morte lenta Morte rápida 3. Definições Esterilização: Destruição ou remoção de todas as formas de vida microbiana com seus vírus de um objeto ou habitat. Desinfecção: Redução do número de micro-organismos em superfícies inanimadas e consequente eliminação de sua potencialidade infecciosa. Antissepsia: Semelhante à desinfecção, porém relacionada a tecidos vivos. Antissépticos: menos tóxicos que os desinfetantes. Degerminação: É a remoção dos micróbios de uma área limitada. Ex. quando a pele é esfregada com álcool antes de receber a injeção. Sanitização: É o tratamento destinado a reduzir as contagens microbianas nos utensílios alimentares até níveis seguros. Elimina formas vegetativas. Exemplo: lavagem de copos, talheres e louças com alta temperatura ou aplicando desinfetante químico. 4. Taxa de morte microbiana Quando as populações bacterianas são aquecidas ou tratadas com substâncias químicas antimicrobianas, elas normalmente morrem em taxa constante. A morte microbiana ocorre a uma taxa exponencial! Para cada 1 min. – 90 % da pop. morre 4. Taxa de morte microbiana 1. Tamanho da população; 2. Concentração do agente microbicida; 3. Tempo de exposição ao agente; 4. Temperatura de exposição; 5. Natureza do material que contém os micro-organismos; 6. Características microbianas. Vários fatores influenciam a efetividade do tratamento antimicrobiano: 4. Taxa de morte microbiana 1. Tamanho da população: Vários fatores influenciam a efetividade do tratamento antimicrobiano: População microbiana Tempo de tratamento 2. Concentração do agente microbicida: Concentração do agente Tempo de tratamento * Exceção: álcool etílico. 4. Taxa de morte microbiana 3. Tempo de exposição ao agente microbicida: Vários fatores influenciam a efetividade do tratamento antimicrobiano: Tempo de exposição N° de células mortas 4. Temperatura de exposição: Temperatura Eficiência no tratamento * De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) o tempo mínimo de exposição = 30 min 1º C aumenta 10x a eficiência 4. Taxa de morte microbiana 5. Natureza do material: Vários fatores influenciam a efetividade do tratamento antimicrobiano: - Presença de material orgânico: inibe a ação dos antimicrobianos químicos - pH do meio e calor: ácido (potencializa o resultado) 6. Características microbianas: Relacionado a forma e ao tipo de micro-organismos presente. 5. Ação dos agentes de controle microbiano 1. Alteração na permeabilidade da membrana: Membrana plasmática: - Localizada no interior da parede celular. Função: Regular a passagem de nutrientes para dentro da célula e eliminar os dejetos da mesma. Mantém a integridade da célula. Ação dos agentes: Lesionam a membrana causando vazamento do conteúdo celular no meio (agentes. químicos e antibióticos). 5. Ação dos agentes de controle microbiano 2. Danos às proteínas e aos ácidos nucleicos: Proteínas: - As enzimas (compostas principalmente por proteínas) se ligam a um substrato específico, permitindo a ocorrência de reações metabólicas essenciais à célula. DNA, RNA: - Transportadores da informação genética celular. 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR FILTRAÇÃO BAIXAS TEMPERATURAS PRESSÃO OSMÓTICA RADIAÇÃO Seco Úmido Fervura Autoclave Pasteurização Incineração Flambagem Em ar quente Ionizante Não-Ionizante 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR Mata os micro-organismos desnaturando suas enzimas. - A resistência ao calor varia entre diferentes micro-organismos. Ponto de morte térmica (PMT): menor temperatura em que todos os micro-organismos presentes em uma suspensão líquida serão mortos por calor em 10 minutos. Tempo de morte térmica (TMT): tempo mínimo requerido para o material se tornar estéril. Tempo de redução decimal (TRD): tempo (minutos) em que 90% de uma população microbiana em uma determinada temperatura serão mortas. 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR Mata os micro-organismos pela coagulação (desnaturação) das proteínas (Causa ruptura de ligações de hidrogênio, responsáveis pela estrutura tridimensional). úmido 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR Mata as formas vegetativas dos patógenos bacterianos, quase todos os vírus e os fungos e seus esporos (~10 minutos). úmido a) Fervura Vapor de fluxo livre (não pressurizado): equivalente em temperatura à água fervente. Procedimento pouco confiável de esterilização. Não mata endósporos bacterianos e alguns vírus. Contudo, matará a maioria dos patógenos. 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR Método mais confiável de sanitização. - Utiliza vapor sob pressão. úmido b) Autoclave 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR úmido b) Autoclave “Suficiente para matar todos os organismos” T = 121°C t = 15 min Uso para esterilização de materiais (meio de cultura, instrumentos cirúrgicos, vidrarias). 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR Método desenvolvido por Luis Pasteur para prevenir a deterioração da cerveja e do vinho. úmido c) Pasteurização Mecanismo: aquecimento leve (suficiente para matar os organismos que causavam a deterioração, sem alterar o sabor do produto). - Princípio utilizado na indústria de laticínios (leite pasteurizado). - Teste de eficiência: atividade da fosfatase. Enzima presente no leite – Deve ser inativada após a pasteurização. 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR úmido c) Pasteurização Produtos: - Leite; - Suco; - Sorvete; - Iogurte; - Cerveja. 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR • Pasteurização de alta temperatura e curto tempo (HTST – high – temperature short-time): úmido c) Pasteurização Condições: T = 72°C t = 15 seg - Mata patógenos e diminui a contagem bacteriana total (boa conservação sob refrigeração). 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR • Tratamento de temperatura ultraelevada (UHT – ultra – high temperature): úmido c) Pasteurização Condições: T = 74 – 140°C - Realiza a esterilização do leite. - Leite pode ser armazenado sem refrigeração por vários meses. 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR a) Flambagem (Chama direta) Material é levado diretamente ao fogo, seja seco ou embebido em álcool. Seco Mata por efeito de oxidação. 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR b) Incineração Processo drástico de eliminação dos micro-organismos. Efeito de oxidação, queimando os contaminantes até se tornarem cinzas. Seco 6. Métodos de controle: Agentes físicos CALOR c) Em ar quente Utilizado para esterilizar vidrarias e outros materiais. Seco Estufa esterilizante Esterilizador de alça de inoculação T = 170°C t = 2 hrs 6. Métodos de controle: Agentes físicos Passagem de um líquido ou gás através de um material semelhante a uma tela, com poros pequenos o suficiente para reter os micro-organismos. FILTRAÇÃO Eficiência: Depende da malha do filtro (≤ 1µm) 6. Métodos de controle: Agentes físicos FILTRAÇÃO Filtro de partículas de ar de alta eficiência (HEPA – Hight-efficiency particulate air): Remoção de quase todos os micro-organismos maiores que cerca de 0,3 µm de diâmetro. 6. Métodos de controle: Agentes físicos FILTRAÇÃO Filtro de membrana: Composto por ésteres de celulose ou polímeros plásticos. Remoção de micro-organismos com até 0,2 µm de diâmetro 6. Métodos de controle: Agentes físicos Depende do tipo de micro-organismo. Ação: Redução das reações químicas (metabólicas) e possíveis alterações nas proteínas. BAIXAS TEMPERATURAS - Efeito bacteriostático (afeta a reprodução e o metabolismo celular). T = 0 – 7°C T = -196°C 6. Métodos de controle: Agentes físicos Uso de altas concentrações de sais e açúcares na conservação de alimentos. Ação: Plasmólise. PRESSÃO OSMÓTICA Pressão osmótica elevada têm o efeito de remover água da célula Conservação de alimentos. 6. Métodos de controle: Agentes físicos Apresenta vários efeitos sobre a célula, dependendo de seu comprimento de onda, intensidade e duração. RADIAÇÃO Pequeno comprimento de onda (elevada energia e poder de penetração). a) Ionizante (raio X, Gama e Beta) Ação: Ioniza macromoléculas, alterando a composição química da célula. - Mutação; - Morte do micro-organismo 6. Métodos de controle: Agentes físicos RADIAÇÃO Comprimento de onda maior que o da radiação ionizante (>1nm). b) Não-ionizante Exemplo: Luz ultravioleta (UV): Danifica o DNA das células expostas. λ = 260 nm – Comprimento de onda UV mais efetivo para matar os micro- organismos. 7. Métodos de controle: Agentes químicos Utilizados para controlar o crescimento microbiano em tecidos vivos e objetos inanimados. Detergentes Reduz a população microbiana a níveis seguros (dificilmente proporcionam a esterilidade). São classificados em duas categorias: Antisséptico Desinfetantes 1ª) Produtos antimicrobianos utilizados no controle de micro-organismos em ambientes industriais e comerciais. 2ª) Produtos desenvolvidos para impedir o crescimento de patógenos humanos em ambientes inanimados e na superfície corporal. 7. Métodos de controle: Agentes químicos 1. Desinfetantes: agentes químicos que matam micro-organismos, mas não necessariamente os endósporos. São utilizados em objetos inanimados. Descontaminação de pisos, bancadas e mesas 7. Métodos de controle: Agentes químicos 2. Sanitizantes: agentes que reduzem, porém não eliminam, o número de micro-organismos a níveis considerados seguros. Limpeza de verduras Limpeza de piscina 7. Métodos de controle: Agentes químicos 3. Antissépticos e germicidas: agentes químicos que matam ou inibem o crescimento de micro-organismos, sendo atóxicos o suficiente para serem utilizados em tecidos vivos. Limpeza das mãos Tratamento de ferimentos superficiais Antisséptico e desinfetante 7. Métodos de controle: Agentes químicos Tipos de Desinfetantes e Antissépticos Fenol (ácido carbólico) e compostos fenólicos: agentes químicos que matam ou inibem o crescimento de micro-organismos. Ação: Lesionam a membrana plasmática, inativam as enzimas e desnaturam as proteínas. Atualmente, ele raramente é utilizado como antisséptico ou desinfetante, pois irrita a pele e tem odor desagradável. Os derivados de fenol, denominados de compostos fenólicos, contêm uma molécula de fenol que foi quimicamente alterada para reduzir suas propriedades irritantes ou aumentar sua atividade antibacteriana. 7. Métodos de controle: Agentes químicos Tipos de Desinfetantes e Antissépticos Fenol (ácido carbólico) e compostos fenólicos: Pomada para queimadura (2,4,6-trinitrofenol) Desinfetante utilizado na agropecuária (mistura dos cresóis ) Tratamento de manchas na pele e peeling 7. Métodos de controle: Agentes químicos Tipos de Desinfetantes e Antissépticos Álcoois: Muito utilizados, efetivos, confiáveis e baratos. Atua como bactericida, fungicida e contra vírus não envelopados. Ação: desnaturação das proteínas, podendo romper membranas e dissolver muitos lipídeos. Mais comuns: Etanol e isopropanol (70 a 80%). 7. Métodos de controle: Agentes químicos Tipos de Desinfetantes e Antissépticos Agentes de superfície: podem reduzir a tensão superficial entre as moléculas de um líquido. Sabões e detergentes aniônicos Ação = Remoção mecânica dos micro-organismos (esfregação). - Pouco valor antisséptico. Detergentes catiônicos Ação = Desnaturam proteínas - Principal: quaternários de amônio (quats). 7. Métodos de controle: Agentes químicos Tipos de Desinfetantes e Antissépticos Halogênios: componentes de muitos agentes químicos antimicrobianos. Iodo Antisséptico para a pele a 2%, ou em solução com iodeto de potássio. • Eficaz contra bactérias, fungos, vírus e protozoários parasitas. • Oxida componentes celulares e proteínas; • Em concentrações elevadas elimina esporos. • Desvantagens: danos à pele, manchas e alergias; 7. Métodos de controle: Agentes químicos Tipos de Desinfetantes e Antissépticos Halogênios: componentes de muitos agentes químicos antimicrobianos. Cloro Muito utilizado no tratamento de águas e nas indústrias de laticínios e alimentos. • Pode ser aplicado na forma de gás, hipoclorito de Na+ ou de Ca++, que gera ácido hipocloroso provocando a oxidação de materiais celulares; • Eficaz contra fungos, bactérias e vírus; • É eficiente, barato, de fácil uso, mas altamente reativo com a matéria orgânica. 7. Métodos de controle: Agentes químicos Tipos de Desinfetantes e Antissépticos Metais pesados: • Foram muito usados como germicidas, sendo atualmente substituídos por compostos menos tóxicos. • Os mais usados são compostos orgânicos de prata, cobre e zinco. • Desnaturação de proteínas; Gases esterilizantes: • Desnaturação das proteínas; • Ex: Óxido de etileno – Ótimo agente esterilizante, especialmente para objetos que seriam danificados pelo calor. 7. Métodos de controle: Agentes químicos Preservativos de alimentos Ácidos orgânicos: • Ácidos acético, cítrico, lático, propiônico, benzóico. Sal e açúcar: • Salga a seco ou em salmoura= - Utilizado em bacalhau, sardinha e outros pescados; • Açúcar = - Utilizado em geleias, doces em massas, frutas cristalizadas, leite condensado, melaço e mel.
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