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2 
 
INTRODUÇÃO 
A gordura localizada, lipodistrofia ginóide (celulite), estrias e flacidez 
representam importante problema social. A exigência de silhueta corporal dentro dos 
padrões de beleza vigentes vem aumentando com o passar dos anos. Homens e 
mulheres, ao desejar um corpo livre de imperfeições, frequentemente cometem 
excessos, cabendo ao profissional da área da estética a correta e sensata elucidação 
das reais possibilidades terapêuticas e a elaboração de programas de tratamento com 
os diversos métodos disponíveis na atualidade. 
O sucesso do tratamento de qualquer patologia depende essencialmente do 
seu pleno conhecimento. Quando não se consegue estabelecer com clareza suas 
características, conceitos amplos sempre serão usados para defini-las. 
A pele é o manto de revestimento do organismo, isola os componentes 
orgânicos do meio exterior. Constitui-se em uma complexa estrutura de tecidos inter-
relacionados. A pele é como um todo e faz parte do sistema neuro-sensorial, pois 
deriva, como este, do folheto germinativo e é portadora de extensas percepções 
sensoriais. A pele é composta de epiderme, derme e hipoderme, sendo que esta não 
faz parte da pele, mas serve de apoio e permite a mobilidade da pele em relação aos 
órgãos subjacentes. As principais funções da pele são a proteção, termorregulação, 
percepção e secreção. 
A fisioterapia estética, recentemente renomeada como fisioterapia dermato-
funcional, está cada vez mais em evidência. O fisioterapeuta pode atuar com o 
fibroedema gelóide (celulite), estrias, linfedema, no pré e pós-operatório de cirurgia 
plástica, queimaduras, cicatrizes hipertróficas e quelóides, flacidez, obesidade e 
lipodistrofia localizada. Apresentam-se também os recursos que podem ser utilizados 
para tratamento e prevenção dessas patologias, sendo muitos deles já de uso rotineiro 
na fisioterapia. Sendo esse campo recente, ainda há muito a ser explorado e novas 
pesquisas devem ser realizadas na busca de evidências científicas para o melhor 
embasamento dos recursos e técnicas disponíveis ao fisioterapeuta, possibilitando 
assim a articulação dessa área com as demais da fisioterapia, como a ortopedia, 
respiratória, entre outras. 
3 
 
Recentemente a especialidade fisioterapia estética teve a denominação 
substituída por fisioterapia dermatofuncional, em uma tentativa de ampliar a área, 
conferindo-lhe a conotação de restauração de função, além da anteriormente 
sugerida, que era apenas de melhorar ou restaurar a aparência. No Guide to physical 
therapist practice, publicado pela Associação Norte-americana de Fisioterapia (APTA) 
em 2014, essa área é referida como responsável pela manutenção da integridade do 
sistema tegumentar como um todo, incluindo as alterações superficiais da pele. Para a 
APTA, a responsabilidade do fisioterapeuta está não somente em manter e promover a 
ótima função física, mas também o bem estar e a qualidade de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. SISTEMA TEGUMENTAR 
 
O sistema tegumentar é constituído pela pele e tela subcutânea, unidos com os 
anexos subcutâneos. A pele representa 12% do peso seco total corporal, com peso de 
aproximadamente 4,5 quilos, sendo considerado o maior sistema de órgãos expostos 
externamente (GUIRRO; GUIRRO, 2002). A pele exerce um componente de 
identificação de um indivíduo (MOFFAT; HARRIS, 2007). 
Anexos epidérmicos provêm funções sensoriais especiais e de proteção. Além 
disso, os contornos do corpo, a aparência de idade e os distúrbios actínicos são 
influenciados pela derme, epiderme e hipoderme (WOLFF et al., 2011). 
Segundo Wolff et al. (2011), a pele é considerada um órgão, de estrutura 
complexa, que tem por funções a proteção do corpo do ambiente em que ele vive, ao 
mesmo tempo em que permite a interação entre eles. É um conjunto completo e 
integrado de células, tecidos e elemento matriz que possuem diversas funções, que 
são mediadas por suas subunidades, interdependentes entre si: Epiderme, Derme e 
Hipoderme esta deixou de ser classificada como camada da pele. É hoje considerada 
um tecido adjacente à pele, também chamada de tecido celular subcutâneo ou tela 
subcutânea ou panículo adiposo. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1.1 EPIDERME 
 
A epiderme é a camada mais superficial e externa da pele, possui os chamados 
anexos derivados da epiderme (unidades pilocebáceas, unhas e glândulas sudoríparas). 
Promove a maior parte da barreira física contra ameaças externas, como bactérias. 
Nela encontram-se os melanócitos e as células de Langerhans, componentes 
microscópicos. Os melanócitos sintetizam e liberam melanina, pigmento encontrado 
na pele. As células de Langerhans são células imunológicas, encontradas em toda a 
epiderme, que entram em ação caso a pele sofra uma ruptura, atuando como 
instrumento de defesa contra o meio externo (MOFFAT; HARRIS, 2007, WOLFF et al., 
2011). 
É avascular, ou seja, não possui vasos. As células mais importantes desta 
camada vivem em constante renovação e são chamadas queratinócitos, responsáveis 
inclusive pela impermeabilização da pele. Os queratinócitos estão justapostos ao longo 
da epiderme, com pouca substância intercelular, unidas entre si pelo cimento 
intercelular (ou gicocálice) que permite passagem de substâncias hidrossolúveis e 
pelos desmossomos (placas de proteínas). 
Os queratinócitos variam de forma de acordo com a sua localização na 
epiderme. Eles migram da porção mais profunda da epiderme (camada basal) até a 
superfície (camada córnea), onde serão eliminadas após sofrerem processo de 
queratinização (acúmulo de queratina no interior da célula e morte). Este processo 
permite uma constante renovação celular da epiderme. As camadas por onde as 
células sofrem processo de queratinização e formam a epiderme são: 
 
a. Camada basal: É a porção mais profunda da epiderme; apresenta uma única 
camada de células. É formada por células jovens, colunares (em formato de 
colunas verticais), dispostas lado a lado. São células germinativas, ou seja, 
células que sofrem intensa divisão celular multiplicam-se para formar todos os 
queratinócitos da epiderme. Estas células formadas vão se orientando no 
sentido da exteriorização sofrendo modificações morfológicas para formar as 
outras camadas da epiderme. Nesta camada encontram-se ainda, os 
6 
 
melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, que é o 
pigmento que dá cor à pele. 
b. Camada espinhosa ou de Malpighi: Localizada acima da camada basal, 
apresenta várias camadas de queratinócitos, que agora estão modificando seu 
formato e se tornando poliédricos, semelhantes a espinhos, que migram em 
direção ao exterior da epiderme. À medida que ficam mais superficiais, as 
células desta camada achatam-se e iniciam o armazenamento de queratina no 
seu interior. 
c. Camada granulosa: Localizada logo acima da camada espinhosa, esta camada 
possui células achatadas, contendo grande número de grânulos de queratina 
no seu interior. Esta camada tem importante função de barreira, impedindo a 
perda de água da pele e impede a entrada de substâncias exógenas. 
d. Camada Lúcida: Constituída de várias camadas de células achatadas, com ou 
sem núcleo. É encontrada apenas na região da palma das mãos e planta dos 
pés. Não é observada com facilidade. Quando visível, tem o aspecto de uma 
linha clara, brilhante e homogênea. 
e. Camada córnea: É a camada mais externa da epiderme, constituída de células 
mortas, cheias de queratina, formando verdadeiras lâminas de queratina. A sua 
espessura varia de acordo com a regiãodo corpo, sendo mais espessas nas 
plantas dos pés e palma das mãos. É hidrófila (ajuda a reter água), e exerce 
função protetora contra as agressões físicas, químicas e biológicas. 
 
A epiderme está separada da derme pela lâmina basal, constituída à base de 
colágeno. Localizadas entre os queratinócitos estão às células de Langerhans, 
responsáveis pela defesa da epiderme. 
 
7 
 
 
1.2 DERME 
 
 A derme é uma espessa camada do tecido conjuntivo abaixo da epiderme, que 
possui comunicação com a hipoderme. Composta de elementos fibrosos e celulares 
que acomodam nervos e vasos sanguíneos e linfáticos, anexos derivados da epiderme 
e contêm muitos tipos de células residentes, que inclui: macrófagos, linfócitos, 
mastócitos e células circulantes do sistema imune. Compõe a maior parte da pele, 
sendo que sua espessura média é de aproximadamente de 2 mm, e caracteriza sua 
flexibilidade, elasticidade e força de tensão. Oferece proteção contra ferimentos 
mecânicos, é uma barreira para água, auxilia na termorregulação e possui receptores 
sensitivos. (WOLF, et al., 2011, GUIRRO; GUIRRO, 2002) 
Terminações nervosas sensitivas e motoras: são as terminações nervosas responsáveis 
pela dor, tato, temperatura e a inervação do músculo eretor do pêlo. 
 
 
8 
 
 Constituída de substância fundamental, fibras elásticas, fibras colágenas, fibras 
reticulares, vasos e nervos. Possuem ainda no seu interior os anexos cutâneos: 
glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, pelos e unhas. 
 A derme é constituída em 75 a 95% de fibras colágenas e de substância 
fundamental, um gel rico em mucopolissacarídeos (por ex: ácido hialurônico). A função 
da substância fundamental é de fornecer resistência mecânica às compressões e 
estiramentos da pele. As fibras elásticas existem em menor número que as colágenas, 
são mais finas do que elas e menos resistentes ao estiramento. 
Os fibroblastos são células presentes na derme, na qual a função é a produção 
das fibras. 
 
1.3 HIPODERME 
 
A hipoderme, também conhecida como tecido subcutâneo sustenta as outras 
duas estruturas. Consiste no tecido adiposo, tecido conectivo e tecido elástico. Tem 
função de amortecedor e isolante para as outras estruturas do corpo, além de modelar 
a superfície corporal. Seu tamanho dependerá do grau de nutrição do organismo, ou 
seja, em pessoas obesas será maior que em pessoas delgadas. A síntese e o 
armazenamento de gordura vão ocorrendo ao longo da vida através do acúmulo de 
lipídios dentro das células de gordura, proliferação de adipócitos existentes ou 
recrutamento de novas células (MOFFAT; HARRIS, 2007, WOLFF et al., 2011, GUIRRO; 
GUIRRO, 2002). 
O tecido adiposo é o principal reservatório energético do organismo. Os 
adipócitos são células exclusivas para o armazenamento de lipídios na forma de 
triacilglicerol (TAG) em seu interior, sem que isto seja prejudicial para sua 
funcionalidade. Essas células possuem enzimas e proteínas reguladoras necessárias 
para sintetizar ácidos graxos (lipogênese) e estocar TAG em períodos em que a oferta 
de energia é abundante, e para colocá-los em ação, através da lipólise, quando há 
restrição calórica. Estes processos ocorrem por meio de nutrientes e sinais aferentes 
dos sistemas nervosos e hormonais, e depende das necessidades energéticas de cada 
indivíduo. Leptina é o hormônio que age na regulação do armazenamento, equilíbrio e 
9 
 
uso de energia pelo organismo (WOLFF et al., 2011, FONSECA-ALANIZ et al., 2006, 
NEGRAO; LICINIO, 2000). 
O sistema nervoso autônomo (SNA) controla diretamente o tecido adiposo 
através de seus componentes simpático e parassimpático. A inervação simpática 
participa nas ações catabólicas, tais como a lipólise. Já o sistema nervoso 
parassimpático tem ação na execução de efeitos anabólicos sobre os depósitos 
adiposos, como a absorção de glicose e de ácidos graxos incitados pela insulina 
(FONSECA-ALANIZ et al., 2006). 
 
2. FISIOLOGIA DOS TECIDOS ACOMETIDOS NA FISIOTERAPIA DERMATO 
FUNCIONAL 
 
Morfologicamente, o tecido conjuntivo caracteriza-se por apresentar diversos 
tipos celulares separados por abundante material intercelular (SFA – substância 
fundamental amorfa). Os vários tipos de tecido conjuntivo desempenham funções 
como sustentação, preenchimento, defesa, nutrição e reserva energética. 
 Classificação do tecido conjuntivo: 
• Tecido conjuntivo propriamente dito 
• Tecido adiposo 
• Tecido muscular 
• Tecido cartilaginoso 
• Tecido ósseo 
• Tecido nervoso 
• Tecidos especiais 
 Neste estudo serão abordados apenas os três primeiros tecidos, já que 
estes são acometidos nas disfunções estéticas. 
2.1 TECIDO CONJUNTIVO PRÓPRIO 
É constituído por vários tipos de células que se encontram imersas em uma 
substância intercelular, também chamada de matriz extracelular. 
10 
 
2.1.1 Matriz Extracelular 
A matriz extracelular é produzida pela maioria das células, sendo constituída 
pelos seguintes elementos: 
- glicosaminoglicanas (consistência em gel) 
- proteínas fibrilares (rede de sustentação das células e preenchimento – 
colágeno, elastina e reticulina) 
- íons 
- água 
 Os elementos fibrosos do tecido conjuntivo são representados pelas fibras 
colágenas, fibras reticulares e fibras elásticas. 
2.1.2 Células 
 A divisão de trabalho entre as células do conjuntivo determina o aparecimento 
de vários tipos celulares com características morfológicas e funcionais próprias. 
Algumas destas células estão constantemente presentes em número padrão 
relativamente fixo em certos tipos de tecido conjuntivo maduro, sendo denominadas 
como células residentes: 
- fibroblastos (síntese de colágeno e elastina) 
- macrófagos 
- mastócitos 
- plasmócitos 
- célula adiposa (reserva energética) 
Em contraste com as células residentes, encontram-se as células migratórias 
que, em geral, aparecem transitoriamente nos tecidos conjuntivos como parte da 
reação inflamatória à lesão celular: 
- neutrófilos 
- eosinófilos 
- basófilos 
- linfócitos 
11 
 
- monócitos 
 
2.2 TECIDO ADIPOSO 
 
Constitui a tela subcutânea ou hipoderme. O tecido adiposo é um tipo especial 
de tecido conjuntivo que se caracteriza pela presença de células especializadas em 
armazenar lipídios, conhecidas como adipócitos. Os lipídios funcionam como reservas 
energéticas e calóricas sendo utilizadas paulatinamente entre as refeições. Além desta 
importante função, os adipócitos auxiliam na manutenção da temperatura corpórea, 
na formação dos coxins adiposos, além de apresentarem distribuição diferenciadas no 
corpo do homem e no corpo da mulher, ligadas as características sexuais secundárias 
(hormônios). 
O tecido adiposo é uma forma especializada de tecido conjuntivo frouxo, 
formado por células chamadas adipócitos. Podem ser encontrados de forma isolada ou 
em pequenos grupos no tecido conjuntivo ou ainda em grandes áreas do corpo, como 
no tecido subcutâneo. 
Porém, os adipócitos se diferem em dois tipos: tecido adiposo branco, amarelo 
ou unilocular e tecido adiposo pardo, marrom ou multilocular, os quais se diferenciam 
pela cor, quantidade, vascularização, atividade metabólica, número de organelas e 
distribuição no organismo. (CURI, 2002). 
Os adipócitos uniloculares (branco) e maduros têm em sua principal função o 
armazenamento e balanço energético do indivíduo (armazena a energia produzida em 
forma de ATP), pois esses desempenham funções em resposta imunitária, em doenças 
vasculares e na regulação do apetite. (CURI, 2002). O adipócito branco maduro 
armazena triglicerídeos em uma única e grande gota lipídica,que ocupa a porção 
central da célula, correspondendo 85 – 90% da massa celular, e desloca citoplasma, 
núcleo e demais organelas para a periferia, onde se acomodam dentro de uma fina 
camada de citosol. Embora tenham volume variável, os adipócitos brancos e maduros 
são células grandes e podem alterar acentuadamente seu tamanho conforme 
quantidade de triglicerídeos acumulada. 
12 
 
O tecido adiposo multilocular (marrom) tem como função especial regular a 
temperatura em recém-nascidos, pois este tecido é rico em mitocôndrias e dissipa a 
energia produzida em forma de calor. Este tecido está presente durante o 
desenvolvimento fetal, mas na sua quantidade diminui a partir do nascimento, 
permanecendo, em adultos, apenas em torno dos rins, aorta e regiões do pescoço e 
mediastino. 
O corpo humano possui capacidade limitada para armazenar carboidratos e 
proteínas, e a gordura contida no interior dos adipócitos representa o armazenamento 
de calorias nutricionais que excedem a utilização. Desta forma, o tecido adiposo 
representa um reservatório de energia, principalmente em períodos de jejum 
prolongado, proteção contra o frio ou quando o organismo está sujeito à atividade 
física intensa. 
A gordura branca é amplamente distribuída no tecido subcutâneo, mas quanto 
à quantidade, apresenta diferenças regionais influenciadas pelo sexo, e pela idade. 
As mulheres são as que mais procuram tratamentos estéticos, provavelmente 
porque as alterações hormonais e ponderais podem provocar aumento de peso, volu-
me e alterações do contorno corporal. 
A hereditariedade e o biotipo tornam as mulheres propensas ao depósito de 
células adiposas nas regiões fêmuro-glúteas, porque os adipócitos dessas regiões 
respondem melhor ao estrógeno, sendo menos sensíveis aos hormônios lipolíticos, 
além de deterem mais receptores α-adrenérgicos, responsáveis pela inibição da 
lipólise. Esses fatores induzem ao aumento do tamanho das células e, como 
consequência aumenta a espessura da tela subcutânea, favorecendo a infiltração 
edematosa. 
Os adipócitos são as únicas células especializadas e perfeitamente adaptadas 
para armazenar lipídeos sem que isso comprometa a sua integridade funcional. 
Possuem a maquinaria enzimática necessária para sintetizar ácidos graxos (processo 
denominado de lipogênese) e estocar TAG em períodos de oferta abundante de 
energia e para mobilizá-los pela lipólise quando há déficit calórico (lipólise). O sistema 
nervoso central participa da regulação desses dois processos mediante ações neurais 
13 
 
diretas ou indiretas (por exemplo, emitindo comportamentos de busca e ingestão 
alimentar). Outros sistemas reguladores (digestório e endócrino) participam mediante 
os nutrientes e hormônios de acordo com as necessidades do momento. 
Através das suas divisões, simpático e parassimpático, o sistema nervoso 
autônomo atua diretamente sobre o tecido adiposo. O simpático promove ações 
catabólicas (lipólise), via estimulação β-adrenérgica que ativa a enzima lipase 
hormôniosensível (LHS). O parassimpático organiza as ações anabólicas por 
incrementar a secreção de insulina, aumentando a captação de glicose e de ácidos 
graxos. 
A lipogênese inicia-se antes do nascimento. A cronologia do aparecimento do 
tecido adiposo depende da espécie e do depósito adiposo sob consideração. Após o 
nascimento, ocorre rápida expansão do tecido adiposo, como resultado do aumento 
do tamanho e do número celular. O potencial de gerar novos adipócitos persiste 
mesmo na fase adulta. Fatores dietéticos influenciam este processo, pois ratos 
alimentados com dieta rica em carboidratos ou lipídeos exibem hiperplasia de 
adipócitos. 
 
2.3 TECIDO MUSCULAR 
 
O tecido muscular tem origem mesodérmica, é geralmente dividido em três 
tipos: esquelético, cardíaco e liso. O músculo esquelético constitui a grande massa da 
musculatura somática, geralmente ele não se contrai na ausência de estimulação 
nervosa e, em geral, está sob o controle voluntário. O músculo cardíaco é 
funcionalmente sincicial e contrai-se ritmicamente, na ausência de estimulação 
nervosa. E o músculo liso é involuntário e o estímulo para a contração do mesmo é 
controlado pelo sistema nervoso vegetativo. 
A maioria dos músculos esqueléticos se inicia e termina em tendões e as fibras 
musculares estão dispostas em paralelo entre as terminações tendinosas, de modo 
que a força de contração das unidades é aditiva. As fibras musculares se diferenciam 
estruturalmente, histoquimicamente e metabolicamente, e assim podem ser 
classificados em duas categorias principais: as fibras tipo I (fibras de contração lenta) e 
as fibras tipo II (fibras de contração rápida). A maioria dos grupos musculares dispõe 
14 
 
de uma combinação igual de fibras tipo I e tipo II, embora alguns grupos predominem 
as fibras de contração lenta ou fibras de contração rápida. Vários fatores podem 
influenciar a quantidade do tipo de fibra existente, dentre eles a genética, níveis 
hormonais no sangue e prática de exercícios. 
O sistema muscular é o principal responsável pelos movimentos do corpo 
humano. Este é constituído por células alongadas que contêm grande quantidade de 
falimentos citoplasmáticos, responsáveis pela contração. As células musculares têm 
origem mesodérmica e sua diferenciação ocorre principalmente devido a um 
alongamento gradativo, com simultânea síntese de proteínas filamentosas. O corpo 
humano contém mais de quatrocentos músculos esqueléticos voluntários, os quais 
representam entre 40 a 50% do peso corporal total. O músculo esquelético tem três 
funções principais: produção de força para a locomoção e respiração; produção de 
força para a sustentação postural; e produção de calor durante a exposição ao frio. 
Um músculo individual possui uma região central mais espessa denominada 
ventre muscular e, revestindo a parte externa do músculo, responsável pela 
transferência de tensão muscular para o osso, existe um tecido fibroso chamado 
epimísio. Cada músculo pode conter de milhares de fibras musculares, organizadas em 
compartimentos dentro do próprio músculo. Os feixes de fibras são chamados 
fascículos e cada um pode conter até 200 fibras musculares. 
 
2.3.1 Estrutura E Função Das Fibras Musculares 
 
Propriedades fundamentais dos músculos: 
- excitabilidade – capacidade de responder a um estímulo; 
- condutibilidade – capacidade de transmitir o estado de excitação; 
- contratilidade – capacidade de se encurtar em certa dimensão; 
- elasticidade – capacidade de recuperar a forma. 
Fibras vermelhas: são as fibras fásicas, com função postural (estática), são menores e 
localizam-se na região profunda do sistema esquelético. Permanecem em contração 
involuntária por várias horas para o controle da postura e refinamento dos 
movimentos. Tendem ao encurtamento e hipertonia na presença de doenças 
neuromusculares, envelhecimento e sedentarismo. Assim, os vícios posturais e tensões 
15 
 
musculares exacerbadas podem alterar o limiar de excitação e acrescentar ao sistema 
muscular as nodosidades (trigger points), encurtamentos e dor. 
 
Fibras brancas: são as fibras dinâmicas ou tônicas, de contração rápida, menos ativada 
na maioria dos movimentos das situações diárias, fadigam-se mais rapidamente num 
esforço de longa duração. 
Os músculos da dinâmica, com função de controle dos movimentos, tendem à 
hipotonia e à fraqueza (flacidez) com o envelhecimento, com o sedentarismo e quando 
acometidos por doenças neuromusculares. Recomenda-se o treino de força para esses 
músculos. 
O equilíbrio entre a força e a flexibilidade do sistema muscular postural e 
dinâmico proporciona estabilidade aos segmentoscorporais e harmonia nos 
movimentos. É uma das metas a ser alcançada em qualquer programa de exercício 
físico. 
 
3. ELETROTERMOTERAPIA 
 
A associação de tecnologias numa mesma aplicação é um novo tratamento não 
invasivo, moderno e seguro para o tratamento das afecções estéticas. 
 
3.1 ULTRASSOM 
 
De acordo com Borges (2006), o ultrassom é gerado por um transdutor, que 
corresponde a um dispositivo que transforma a energia elétrica em energia mecânica, 
devido ao cristal piezoelétrico que se encontra no transdutor. 
Guirro e Guirro (2002) ressaltam que as ondas ultrassônicas dependem de uma 
variedade de fatores para atingir a região determinada, tais como: intensidade, 
frequência, regime de pulso, área do transdutor, tempo de aplicação, técnica de 
aplicação e agente de acoplamento. 
De acordo com Fuirini e Longo (1996), os fatores que envolvem a física do US 
apresentam-se como: 
16 
 
a) Ondas: o US é uma forma de energia mecânica que consiste de vibrações de alta 
frequência. As ondas ultrassônicas são ondas longitudinais e provocam oscilações nas 
partículas do meio onde se propagam. 
b) Produção de ondas: na produção do US, hoje, são utilizados cristais cerâmicos 
sintéticos. A liga entre chumbo, zircônio e titânio são um excelente sintético pela sua 
durabilidade e eficiência em converter corrente elétrica em vibrações mecânicas. A 
vibração aciona as partículas do meio, produzindo ondas por compressão e 
descompressão. 
A frequência é medida em Hertz - HZ e é determinada pelas dimensões físicas 
do cristal. No sistema de unidades observamos que 1Hz equivale a 1 ciclo/s; 1KHz a 
1000 ciclos/s e 1MHz a 1000000 ciclos/s (FUIRINI e LONGO, 1996). 
O US pode ser contínuo ou pulsado, cujas características no modo contínuo 
apresentam ondas sônicas contínuas, não apresentam modulação, tem efeito térmico, 
alteração da pressão e micro massagem (diatermia). Já no modo pulsado encontramos 
ondas sônicas pulsadas, modulação de amplitude com frequências de 16Hz a 100Hz, os 
efeitos térmicos são minimizados, há alteração da pressão e efeitos não térmicos. 
O US pulsado é mais bem indicado quando o calor produzir dores; houver 
necessidade de redução de velocidade da condução em fibras nervosas, raízes 
nervosas ou gânglios; houver necessidade de regeneração do tecido; a aplicação for 
feita em processos inflamatórios e houver necessidade de efeitos não térmicos. Já o US 
contínuo será necessário quando ambos efeitos térmicos e não térmicos forem 
necessários. O grau dos efeitos térmicos é determinado pelos controles de intensidade 
do aparelho (FUIRINI e LONGO, 1996). 
 
3.1.1 Efeitos do US 
 
 De acordo com Young (2003), quando o US entra no corpo, pode ocorrer um 
efeito nas células e tecidos por dois mecanismos físicos: térmico e não-térmico. 
a) Efeitos térmicos: quando o US percorre o tecido, uma porcentagem dele é 
absorvida, e isso leva à geração de calor dentro daquele tecido. A quantidade de 
absorção depende da natureza do tecido, seu grau de vascularização e a frequência do 
17 
 
US. O efeito térmico do US é considerado de grande importância. O US atenua-se a 
medida que atravessa um meio ou diminui sua intensidade durante este trajeto. 
b) Efeitos não térmicos: existem muitas situações em que o US produz efeitos 
biológicos sem, contudo envolver mudanças significativas na temperatura. Os 
mecanismos físicos que parecem estar envolvidos na produção desses efeitos não 
térmicos são um ou mais dentre estes: cavitação, correntes acústicas e ondas 
estacionárias. 
 Em virtude dos efeitos mecânicos, térmicos e químicos, o ultrassom produz 
uma série de efeitos terapêuticos: 
• Acelera processo de reparação – cavitação é a propriedade pelo qual o 
ultrassom forma cavidades ou bolhas no meio líquido, contendo variáveis de 
gás ou vapor. Pode ser visualizada nas intensidades a partir de 0,1 w/cm², no 
modo contínuo; 
• Efeito fibrolítico – diminuem a esclerose tecidual com as fricções moleculares. 
Produz-se uma despolimerização ou fragmentação das moléculas grandes, de 
modo a diminuir a viscosidade do meio; 
• Efeito tixotrópico – capacidade de transformar colóide gel em sol. Ultrassom 
capaz de “amolecer” (transformar em “estado gelatinoso”) substâncias em 
estado de maior consistência. Esse efeito permite o aumento da elasticidade 
tecidual e diminuição da consistência tecidual fibrótica, principalmente nos 
casos de FEG, fibrose pós-lipoaspiração, cicatrizes aderentes, dentre outros. 
(BORGES, 2006) 
• Neovascularização pelo aumento da circulação; 
• Rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras colágenas; 
• Fonoforese emprego de produtos cosméticos e não precisa ser polarizado, pois 
o ultrassom não precisa de corrente elétrica para permeação. 
 
3.1.2 Indicações 
 
� pós-operatório imediato (modo pulsado); 
� fibroses pós-operatórias; 
18 
 
� transtornos circulatórios (edema); 
� tecidos em cicatrização; 
� celulite; 
� gordura localizada; 
� fonoforese corporal. 
 
 
3.1.3 Contra indicações 
 
� Áreas com insuficiência vascular (tromboflebites / varizes); 
� Aplicação facial, exceto ATM; 
� Área cardíaca; 
� História de tumores; 
� Epífises de crescimento; 
� Testículos e gônadas; 
� Inflamação séptica; 
� Diabetes mellitus; 
� Marca-passo; 
� Próteses metálicas. 
 
4 ELETROLIPÓLISE 
 
 
A eletrolipólise consiste na aplicação de vários pares de agulhas finas (0,25mm) e 
longas (15 a 65 cm), ligadas a correntes de baixa intensidade, criando um campo 
elétrico entre elas. Atribui-se ao tratamento uma modificação do meio intersticial, que 
19 
 
favorece trocas metabólicas, e ainda “lipólise”. A indústria de equipamentos estéticos 
criou a Eletrolipoforese com placas, na tentativa de aumentar o mercado de vendas. 
A eletrolipólise terapêutica atua sobre o tecido adiposo destruindo-o e 
eliminando-o. O campo elétrico que se origina entre os eletrodos ou agulhas provoca 
no local, uma série de modificações fisiológicas que são responsáveis pelo fenômeno 
da eletrolipólise. 
O fluxo da corrente elétrica através do tecido conjuntivo desenvolve uma 
diferença de potencial de ação entre os eletrodos que são proporcionais à resistência 
elétrica do tecido. Esta diferença de potencial altera a permeabilidade da membrana 
celular, por meio da alteração da sua polarização. A passagem da corrente elétrica 
entre os tecidos provoca calor localizado (hiperemia), o que causa uma reação anti-
inflamatória e vasodilatadora; com o incremento da circulação, são intensificadas as 
trocas celulares, a nutrição, a eliminação de toxinas e produtos da degradação de 
gordura. O estímulo elétrico da corrente de baixa frequência promove o estímulo de 
fibrilas do tecido conjuntivo, o que resulta na melhora da tonicidade da pele 
(AZEVEDO, 2008). 
Os principais efeitos fisiológicos são o efeito de vasodilatação, a ação 
hidrolipolítica caracterizada pelo estímulo elétrico das terminações do sistema 
neurovegetativo simpático, desencadeando a liberação de adenosina monofosfato 
cíclico (AMP) intra-adipocitário que estimulam a degradação dos triglicerídeos em 
ácidos graxos e glicerol e a ação eletrolítica através do campo elétrico gerado pela 
corrente que induz a uma modificação na polaridade da membrana celular, e a célula 
ao tentar manter seu potencial de membrana normal, consome energia. 
 
4.1 INDICAÇÕES 
 
• Lipodistrofia localizada; 
• Pós-lipoaspiração, como complemento da cirurgia; 
• Complicações de “placas onduladas” após a lipoaspiração; 
• Ptose abdominal e de nádegas. 
 
20 
 
4.2 CONTRAINDICAÇÕES:• Transtornos cardíacos; 
• Próteses metálicas; 
• Marca-passo; 
• Gestação; 
• Insuficiência renal; 
• Trombose venosa profunda; 
• Patologias ginecológicas; 
• Utilização de corticoides, anticoagulantes e progesterona; 
• Neoplasias; 
• Alterações dermatológicas na área a tratar; 
• Epilepsia. 
 
5 CORRENTE GALVÂNICA / POLARIZADA 
 
É uma corrente unidirecional, ou seja, aquela em que os elétrons se 
movimentam sempre no mesmo sentido e permanece constante. Em fisioterapia 
estética essa corrente é aplicada em desincrustação, iontoforese / ionização, 
eletrolifting e eletrólise. 
A aplicação das correntes polarizadas para tratamento de diversas patologias é 
utilizada desde a descoberta da eletricidade. Sabe-se que a polaridade fixa nas 
correntes pode trazer inúmeros benefícios como hidratação, aumento do aporte 
circulatório no polo negativo, bem como vasoconstrição e analgesia no polo positivo. 
Já a iontoforese aproveita as correntes polarizadas para a penetração de cosméticos 
que possuem substâncias polares. As correntes galvânicas e diadinâmicas são 
utilizadas para realizar a iontoforese. 
Já existem vários estudos comprovando que a corrente polarizada pode auxiliar 
na penetração de produtos ionizados. Isso traz inúmeros benefícios ao paciente como 
aplicação localizada, diminuição da ação sistêmica do medicamento e diminuição de 
problemas gastrointestinais. 
21 
 
Na área da fisioterapia dermatofuncional, a iontoforese com cosméticos é 
usada como coadjuvante no tratamento da gordura localizada, lipodistrofia ginóide, 
cicatrizes hipertróficas e queloides. 
 
5.1 INDICAÇÕES: 
• Hidratação profunda da pele; 
• Penetração de substâncias com propriedades específicas (iontos ou séruns); 
• Redução do tecido adiposo; 
• Ativação da circulação venosa e linfática; 
• Aumento da eliminação de líquidos. 
5.2 CONTRAINDICAÇÕES: 
• Sobre feridas; 
• Próteses metálicas; 
• Marca-passo; 
• Gravidez; 
• Cardiopatias; 
• Epilepsia; 
• Câncer; 
• Infecções dermatológicas. 
 
Desincrustação – é o procedimento de emulsionar e retirar superficialmente o excesso 
de sebo incrustado na pele, através de corrente galvânica, transformando-o em sabão 
através do produto. É usada em limpeza de pele e preparação para introdução por 
iontoforese de substâncias ativas. 
Iontoforese / Ionização – é o processo pelo qual fazemos penetrar rapidamente 
substâncias hidrossolúveis, ativas e eletricamente carregadas, através da pele, 
formando um circuito que se fecha: cliente e produtos de tratamento. 
Eletrolifting – designa um tratamento que tem como finalidade produzir um 
levantamento da pele e estruturas adjacentes para prevenir rugas, flacidez e 
envelhecimento cutâneo. Também chamado de galvanopuntura ou microgalvânica. 
22 
 
Eletrólise – (dissociação) fenômeno pelo qual as moléculas se dividem em seus 
diferentes componentes químicos, pelo fato de que cada um deles leva consigo uma 
carga elétrica diferente. 
 
6 ELETROESTIMULAÇÃO/CORRENTE RUSSA 
 
A flacidez propriamente dita é provocada pela perda de elementos do tecido 
conjuntivo, como fibroblastos, elastina e colágeno. Esta perda faz com que a rede de 
elementos se torne menos densa, tirando a firmeza entre as células. O problema da 
flacidez muscular e dos tecidos gera pontos antissimétricos. Os tecidos se afrouxam, 
caem e sofrem envelhecimento precoce. 
Além dos exercícios físicos, outro recurso utilizado para o aumento da massa 
muscular é a eletroestimulação neuromuscular, através da corrente russa que vem 
ampliando seus estudos em relação à fisioterapia dermatofuncional, mostrando 
resultados favoráveis no tratamento da flacidez muscular. 
Existem vários relatos na literatura, que incluem resultados satisfatórios do uso 
da eletroestimulação para melhora da qualidade da função muscular. Os objetivos da 
técnica incluem: manter a qualidade e quantidade do tecido muscular, recuperar a 
sensação de tensão muscular, aumentar ou manter força muscular, e estimular o fluxo 
de sangue no músculo. O aumento da força muscular com eletroestimulação pode ser 
alcançado em pouco tempo e este fortalecimento se dá artificialmente (Camargo et al, 
1998; Hoogland, 1988) 
 Segundo Robinson & Snyder-Mackler (2001), atualmente a corrente russa pode 
ser definida com uma corrente alternada de média frequência, que pode ser modulada 
por “rajadas” (bursts) e é utilizada com fins excitomotores. 
 Correntes alternadas com frequências entre 2000 e 4000 Hz, onde está 
enquadrada a corrente russa, são utilizadas por serem relativamente agradáveis, 
dificilmente ferem a pele, e causam uma tensão máxima no músculo quando usadas 
com intensidade suficiente. 
 Segundo Sivini & Lucena (1999), a estimulação elétrica constitui um método 
eficaz no fortalecimento muscular tanto em pacientes saudáveis como em pacientes 
no pós-operatório. Produz melhores resultados do que um trabalho constituído apenas 
23 
 
por exercícios. Combinada com a contração muscular ativa, o uso da eletroestimulação 
provê resultados muito superiores aos exercícios isolados. 
 
6.1 INDICAÇÕES: 
 
• Fortalecimento de músculos flácidos (hipotônicos), visando seu enrijecimento; 
• Relaxamento de músculos tensos (hipertônicos); 
• Modelagem do volume muscular; 
• Manutenção da normalidade da pele e músculos (trofismo e tônus); 
• Tratamentos para rejuvenescimento e prevenção de flacidez epicutânea; 
• Recuperação pós-operatória tardia. 
 
6.2 CONTRAINDICAÇÕES 
 
• Extremos de idade; 
• Estados febris; 
• Peles com inflamação; 
• Peles hipersensíveis; 
• Problemas circulatórios; 
• Cardiopatias; 
• Hipertensão arterial; 
• Epilépticos; 
• Gestantes; 
• Prótese metálica; 
• Região glandular e precordial; 
• Adjacente a feridas. 
 
7 MICROCORRENTE 
 
 A microcorrente é uma corrente polarizada que utiliza baixíssima amperagem, 
acelerando em até 500% a produção do trifosfato de adenosina (ATP), sendo essa 
24 
 
molécula a grande responsável pela síntese protéica e regeneração tecidual devido a sua 
participação em todos os processos energéticos da célula. Em teoria, o tecido saudável é o 
resultado do fluxo direto de correntes elétricas pelo organismo. Quando o tecido é 
lesionado, esse fluxo é alterado no local, sendo assim a corrente elétrica pode estimular a 
reparação tecidual. O uso da terapia com microcorrentes, sobre lesões cutâneas, tem o 
objetivo de normalizar o fluxo de correntes, objetivando o reparo e minimizando a dor. 
A estimulação de células vivas, por correntes elétricas de baixa intensidade 
(Estimulação Neuromuscular por Microcorrente Elétrica, MENS da sigla inglesa) afeta 
diretamente os potenciais de membranas que estão associados ao gradiente de 
concentração de íons na membrana celular. Verificou-se ainda que a aplicação de 
microcorrentes possui um efeito biológico similar às mudanças no gradiente de 
concentração de íons que levam ao aumento da síntese de ATP num primeiro momento, 
seguido do aumento na síntese de proteínas (CHENG et al., 1982; SANTOS et al., 2004). Na 
literatura, evidências clínicas mostram que a restauração de tecidos conectivos dérmicos e 
subdérmicos podem ser aceleradas por intermédio da aplicação externa de uma corrente 
elétrica de baixa intensidade (NELSON et al., 2003). 
 
8 RADIOFREQUÊNCIA 
 
 
 Figuras 2 e 3: Desenho esquemático mostrando a modalidade multipolar 
 da radiofrequência: três ou mais eletrodos trabalhando centrados entre si 
 com alternância de polaridade entre eles, resultados num aquecimento 
homogêneo em diferentes camadas da pele.A radiofrequência é um tipo de corrente de alta frequência que gera calor por 
conversão, atingindo profundamente as camadas tissulares promovendo a oxigenação, 
nutrição e vasodilatação dos tecidos. A conversão se refere à passagem da 
radiofrequência com comprimento de onda métrica e centimétrica pelo tecido do 
25 
 
indivíduo que se converte em outra radiação, calor, cujo comprimento de onda está na 
ordem nanômetro. 
A radiofrequência é um radiação no espectro eletromagnético que gera calor 
compreendida entre 30 KHz e 300 MHz. Esse tipo de calor alcança os tecidos mais 
profundos gerando energia e forte calor sobre as camadas mais profundas da pele, 
mantendo a superfície resfriada e protegida, ocasionando a contração das fibras 
colágenas existentes e estimulando a formação de novas fibras, tornando-as mais 
eficientes na sustentação da pele. 
A radiofrequência é indicada em todos os processos degenerativos que 
impliquem na diminuição ou retardo do metabolismo, irrigação e nutrição, sendo em 
geral em patologias crônicas. Também é indicado por provocar aumento da 
vasodilatação e irrigação abaixo da zona tratada, além da oxigenação e nutrição dos 
tecidos. 
Os efeitos térmicos da radiofrequência provocam a desnaturação do colágeno 
promovendo imediata e efetiva contração de suas fibras, ativando fibroblastos 
ocorrendo a neocolagenização alterada em diâmetro, espessura e periodicidade, 
levando a reorganização das fibras colágenas e subsequente remodelamento do 
tecido. 
Segundo Low e Reed (2001) e Ronzio (2009), a passagem de uma 
radiofrequência pelo tecido pode produzir uma série de fenômenos que derivam do 
aumento de temperatura, estes são três: vibração iônica: os íons estão presentes em 
todos os tecidos, ao serem submetidos a uma radiofrequência vibram à frequência da 
mesma gerando fricção e colisão entre os tecidos adjacentes produzindo um aumento 
de temperatura, esta é a forma mais eficiente de transformar energia elétrica em calor 
rotação das moléculas dipolares. 
 A energia penetra em nível celular em epiderme, derme e hipoderme e alcança 
inclusive as células musculares. Quando passa pelos tecidos, a corrente gera uma 
ligeira fricção ou resistência dos tecidos com passagem da radiofrequência, produzindo 
uma elevação térmica da temperatura tissular. No momento que o organismo detecta 
uma maior temperatura que o fisiológico, aumenta a vasodilatação com abertura dos 
capilares, o que melhora o trofismo tissular, a reabsorção dos líquidos intercelulares 
excessivos e o aumento da circulação. Com isso, ocorre um ganho nutricional de 
26 
 
oxigênio, nutrientes e oligoelementos para o tecido, influenciado pela radiofrequência, 
com uma melhora no sistema de drenagem dos resíduos celulares (toxinas e radicais 
livres). Estes efeitos proporcionam a possibilidade de fortalecer a qualidade dos 
adipócitos, provocando lipólise homeostática e produção de fibras elásticas de melhor 
qualidade, atuando nos fibroblastos e em outras células. 
O efeito Joule é o principal efeito térmico da radiofrequência ao atravessar o 
organismo efetuando a produção de calor. Do efeito térmico ocorre outro efeito que é 
a vasodilatação periférica local. Devido ao calor gerado, consegue-se um aumento do 
fluxo sanguíneo e, portanto se produz uma melhora do trofismo, da oxigenação e do 
metabolismo celular. 
É contraindicado o uso da radiofrequência em indivíduos com transtorno de 
sensibilidade, com o uso de metais intraorgânicos, osteossínteses, implantes elétricos, 
marcapasso, sobre glândulas que provoquem aumento de hormônio, grávidas, em 
focos infecciosos, pacientes que estejam ingerindo vasodilatadores ou anticoagulante, 
hemofílicos e em indivíduos com processos febris. É recomendado não aplicar 
simultaneamente com outros aparelhos de eletroterapia e também retirar correntes, 
aparelhos eletrônicos e elementos metálicos de perto do aparelho. 
A radiofrequência de forma não ablativa, promove o aumento da elasticidade 
de tecidos ricos em colágeno, pois aumentos leves de temperatura, a partir de 5º a 6ºC 
da temperatura da pele, aumenta a extensibilidade e reduz a densidade do colágeno, 
melhorando patologias como o fibroedema geloide e fibroses pós-cirurgia plástica, 
entretanto, aumentos maiores de temperatura e manutenção em 40ºC durante todo o 
período de aplicação diminuem a extensibilidade e aumenta a densidade do colágeno, 
conseguindo assim melhorar a flacidez da pele, promovendo a diminuição da 
elasticidade em tecidos ricos em colágeno. Este efeito é denominado lifting pela 
radiofrequência. 
 
8.1 CLASSIFICAÇÃO 
 A radiofrequência pode ser classificada quanto à quantidade de eletrodos e 
quanto à forma de radiação transmitida. 
 
27 
 
 
 
 
8.1.1 Quantidade de eletrodo 
a) Mono ou unipolares: somente um eletrodo se insere no circuito com o 
equipamento e com o paciente funcionando como terra. São menos frequentes 
no mercado. 
 
 Unipolar Monopolar 
b) Bipolares: são usados 2 eletrodos, um como dispersivo (maior) e outro como 
ativo (menor). Estes podem estar separados ou contidos numa única manopla. 
 
 
 * modelo com eletrodo dispersivo: a manopla bipolar é acompanhada de uma placa 
representando o eletrodo dispersivo. 
* Debaixo do eletrodo dispersivo não há aumento de temperatura, mas esse fato não 
implica ausência de efeitos biológicos atérmicos. 
c) Tri-tetra-hexa-multipolar: varia a quantidade de eletrodos no cabeçote, os 
quais estão dispostos coplanarmente. 
28 
 
 
 
8.1.2 Quanto A Forma De Radiação Transmitida 
 
a) Indutiva: é considerada bastante ultrapassada e não é usada nos aparelhos 
atuais de radiofrequência em dermato-funcional. 
b) Capacitiva: maioria dos equipamentos com aplicadores bipolar sendo o 
eletrodo ativo isolado mediante um dielétrico, formando um capacitor. O 
capacitor tem a função de armazenar cargas para liberá-las quando o 
acúmulo de voltagem superar a capacidade do isolante utilizado. 
c) Resistiva: o eletrodo ativo é um condutor metálico, formando assim uma 
resistência e não um capacitor. Consegue-se um aumento da temperatura 
com facilidade mesmo em tecidos com baixa hidratação por causa do 
condutor presente 
 
8.2 MECANISMOS DE AÇÃO DA RF NOS TECIDOS HUMANOS 
 
O modelo de ação da radiofrequência é de um condensador: 2 placas 
condutoras e entre estas 2 placas existe um isolante elétrico, formando um 
dielétrico entre as placas pela passagem da corrente elétrica alternada de alta 
frequência. 
O corpo humano é um condutor de segunda classe, aquele em que o 
transporte da corrente em duplo sentido se produz pelo deslocamento físico 
dos íons através de um líquido intra e extracelular. E o corpo humano também 
funciona como um condensador, cada célula é o exemplo mais comum de 
condensador, pois é constituída por um isolante elétrico (membrana plasmática 
29 
 
fosfolipídica) e dois meios condutores (citoplasma e líquido extracelular), sendo 
os dois condutivos ricos em líquidos e íons. 
Então a radiofrequência funciona pela aplicação de um condensador 
externo (cabeçote aplicador/manopla do equipamento) que emite corrente 
elétrica alternada de alta frequência formando um campo eletromagnético que 
gera calor em contato com os condensadores internos (células e meio 
extracelular). A conversão da corrente em calor se dá pelo movimento de 
atração e repulsão entre os íons ou cargas, com a vantagem de conseguirmaior 
penetração nos tecidos, com efeitos mais profundos e respostas fisiológicas 
mais eficazes do que outras formas de calor – condução e convecção. 
 
 
As oscilações criadas agitam as moléculas e exercem efeitos sobre os 
componentes alterados do tecido – microcirculação arterial, venosa e linfática, 
membrana celular e colágeno específico – por que reequilibram eletricamente o meio 
intra e extracelular. A atividade biológica da corrente alterna elétrica de alta 
frequência e seu campo eletromagnético se manifesta pelo efeito energético e efeito 
térmico. O efeito de implemento de energia nas células facilita as reações químicas, 
aumenta a troca de íons e transforma ADP em ATP (energia disponível). O efeito 
térmico pelo choque de íons no meio dielétrico que se forma gera a hipertermia local 
com aumento na microcirculação arterial, aumento no aporte de oxigênio e nutrientes, 
aumento na reabsorção de catabólitos pela drenagem venosa e linfática e 
reorganização estrutural das fibras conjuntivas, principalmente o colágeno. 
30 
 
A radiofrequência aquece a derme e o tecido adiposo sem aquecer a epiderme. 
O efeito térmico varia em relação à superfície do eletrodo ativo, tempo de exposição à 
radiofrequência, concentração de eletrólitos, grau de hidratação (lembrar que a água é 
o melhor meio de condução), pH e impedância do tecido a ser tratado. As 
propriedades térmicas e elétricas do tecido podem variar de um indivíduo a outro e de 
uma região para outra, dependendo da espécie, da idade, pH, concentração de 
eletrólitos endógena e atmosférica, concentração e orientação das fibras conjuntivas e 
grau de hidratação. Consequentemente vai variar a temperatura máxima atingida no 
tecido e o tempo para alcançar esta temperatura, assim como também vai variar a 
quantidade de contração do tecido pela combinação dos efeitos fisiológicos, do calor 
local e do estresse mecânico da manopla durante a aplicação (deslizamento com 
pressão). 
A aplicação da radiofrequência, levando em conta as propriedades 
termoelétricas dos tecidos e o aquecimento, gera maior ou menor agitação molecular 
entre os dipolos, com deslocamento de partículas carregadas, oscilação em alta 
velocidade de moléculas, desequilíbrio elétrico das membranas plasmáticas, rotação 
das moléculas de água e uma onda de condutividade da energia térmica que se 
espalha pelos tecidos adjacentes. Neste nível de reações é produzida uma lesão 
térmica controlada, também chamada termólise seletiva que pode levar a uma 
retração do tecido pela quebra de estrutura terciária do colágeno, quebra da fibrose 
ou septos fibrosos e liberação de triglicérides. Seguidamente, há uma resposta 
inflamatória com hiperemia (aumento da microcirculação arterial), migração de 
fibroblastos para a área para a neocolagênese (formação de novo colágeno), reforço 
do colágeno pré-existente, captação de catabólitos e estímulo à drenagem linfática 
para reabsorção do edema reflexo à vasodilatação pelo calor. 
A desnaturação da fibrose e a lise de adipócitos, somadas ao estresse mecânico 
do deslizamento da manopla e ação de drenagem linfática, melhoram as protusões, 
retrações e ptoses subdermais que caracterizam a gordura localizada, a flacidez e a 
celulite porque descomprimem os tecidos. A área tratada recupera a sua integridade 
estrutural e normalização do relevo pelo depósito de um tecido conjuntivo ou novo 
31 
 
colágeno mais alinhado, elástico, denso e mais hidratado. Esta é a etapa de reparação 
e cicatrização seguidas à inflamação terapeuticamente induzida pelo calor. 
 
Posteriormente, advém o período de maturação do novo colágeno, provocando 
uma contração e alinhamento dos novos tecidos cada vez mais duradoura e eficaz. O 
resultado torna-se de imediato (efeito “Cinderela”) para duradouro e mais 
permanente (efeito lifting, rejuvenescimento). Isso justifica os efeitos na celulite, 
fibroses, aderências teciduais, cicatrizes e flacidez de pele. Essa nova matriz de tecido 
conjuntivo reforça a camada fibrosa natural entre a porção profunda da derme e o 
tecido subcutâneo, oferecendo sustentação e firmeza aos tecidos flácidos. Há 
liberação de triglicérides pelos adipócitos com diminuição volumétrica nestes, 
favorecendo o contorno corporal pela diminuição de medidas localizadas. A ruptura 
dos septos fibrosos da PEFE (“celulite”) favorece o nivelamento do relevo e melhora a 
textura da pele. Os adipócitos são altamente termolábeis e o superaquecimento 
favorece a liberação de triglicérides. 
8.3 EFEITOS BIOFÍSICOS / FISIOLÓGICOS 
TERMICAMENTE INDUZIDOS PELA RADIOFREQUÊNCIA 
São 2 tipos de efeitos sobre o colágeno: 
a) Efeito primário: termocontração do colágeno 
- uma contração imediata pela modificação na conformação da estrutura terciária 
(tridimensional) para estrutura secundária (linear) – realinha o colágeno. 
32 
 
 
A capacidade de retração do colágeno com a energia térmica não é um 
conceito novo na área médica. As fibras de colágeno são constituídas por uma tripla 
hélice de proteína com pontes de hidrogênio entre as cadeias. 
Estudos indicam que as fibrilas de colágeno, quando aquecidas a uma 
temperatura correta por um determinado tempo, quebram as pontes de hidrogênio 
intramolecular, o que induz a uma imediata contração do tecido e seu espessamento. 
A temperatura profunda entre 57-61°C é frequentemente citada como a 
temperatura de retração do colágeno. Este conceito é extremamente atraente se 
puder ocorrer com mínimo ou mesmo sem nenhum dano epidérmico. A contração 
imediata do colágeno pode ser induzida por razões estéticas como rejuvenescimento, 
tratamento de flacidez de pele ou outros sinais de envelhecimento no rosto ou corpo. 
O sucesso do tratamento ocorre quando a temperatura na superfície da pele é 
uniforme e em torno de 40 a 42°C, reproduzindo por concentração de energia uma 
temperatura mais alta na profundidade onde está o colágeno na derme. 
b) Efeito secundário: síntese de colágeno e remodelagem tecidual 
(“termolesão” mediada e controlada e lipólise por indução térmica) 
- remodelação e renovação pela neocolagênese progressiva e em médio prazo – 
produção de novo colágena pela migração de fibroblastos e reação inflamatória 
induzida e controlada. 
33 
 
Uma lesão térmica controlada pode resultar numa retração tecidual seguida 
por uma resposta inflamatória acompanhada pela migração de macrófagos e 
fibroblastos para o local tratado com consequente remodelagem tecidual. O 
tratamento com a radiofrequência promove o disparo de uma cascata de sinalização 
envolvendo mediadores do processo de reparo e regeneração tecidual que envolve a 
produção de fatores de crescimento e outras proteínas estruturais. A ativação de 
fibroblastos induz a síntese natural de novas fibras de colágeno (neocolanogênese) e 
de fibras elásticas (neoelastogênese). Esse processo de cicatrização secundária envolve 
a deposição e remodelação do colágeno assim como da elastina e pode perdurar por 
meses. 
A neocolagênese é consequência da indução, pelo calor, da liberação das Heat 
Shock Proteins (HSP) – proteínas de choque térmico. A função das HSPs, proteínas 
comuns às células, é preservar ou degradar as proteínas que são desnaturadas pelo 
efeito de uma situação de estresse ao tecido, como o calor. As HSPs são agregadas às 
proteínas alteradas pelo calor para evitar a reorganização anômala dos aminoácidos 
que se desprenderam e desta forma dá manutenção às cadeias peptídicas para que, 
cessado o estresse, esses aminoácidos possam retornar à sua integridade normal e 
recuperar suas propriedades, reorganizando-se nas cadeias peptídicas originais e 
realinhadas. As HSPs também podemmarcar os aminoácidos degenerados para 
posterior destruição. 
São as HSPs que iniciam, então, o processo de reparação do tecido conjuntivo, 
pois a HSP-47 é uma proteína precursora para formação do colágeno. Pelo calor na 
aplicação da radiofrequência, é induzida a liberação da HSP-47 pelo retículo 
endoplasmático e desta proteína depende a formação da tripla hélice do colágeno. Ao 
ser liberada a HSP-47 pelo calor os fibroblastos a reconhecem como um acelerador da 
produção de matriz extracelular e inicia a síntese do novo colágeno. 
8.4 CARACTERÍSTICAS DOS EQUIPAMENTOS DE RADIOFREQUÊNCIA 
Independente do modelo da manopla do equipamento, existem sempre 2 
eletrodos ou 2 pólos (positivo e negativo) fechando o circuito elétrico para permitir a 
34 
 
passagem da corrente, transferindo tensões elétricas na área do corpo onde a 
manopla é deslizada. 
� Com eletrodos metálicos: acoplamento direto do metal ao corpo do cliente – 
radiofreqüência tipo resistiva = Hertix (KLD), Limine (HTM) 
� Com eletrodos metálicos isolados: o metal está isolado por camada de silicone 
não ocorrendo acoplamento direto do metal ao corpo do cliente – 
radiofrequência tipo capacitiva e/ou indutiva = Hooke (IBRAMED) 
O uso do TERMÔMETRO é o principal referencial se a potência selecionada é a 
ideal ou não, além, é claro, das informações sensoriais do paciente e da hiperemia 
estimulada (visível). A aferição constantemente repetida da temperatura superficial da 
pele é essencial para a aplicação com segurança da terapia por radiofrequência. A 
distância ideal de leitura varia entre 5 e 10 cm de distância da pele no modo “surface”. 
 
 
 
8.5 INDICAÇÕES CLÍNICAS: 
 
• Rejuvenescimento e tensionamento da pele flácida 
• Redução da celulite 
• Redução de gordura localizada 
• Melhora na aparência das cicatrizes e aderências 
• Tratamento da flacidez de pele e flacidez pós-lipoaspiração 
• Tratamento de cicatrizes de acne 
35 
 
• Tratamento de estrias 
• Tratamento de fibroses pós-operatórias 
8.6 CONTRA INDICAÇÕES ABSOLUTAS 
• Tumores malignos (neoplasias / cânceres ou metástases) 
• Dispositivo eletrônico implantado 
• Aparelhos auditivos 
• Gravidez 
* Nota: As pessoas portadoras de marcapasso, aparelhos auditivos, implantes 
eletrônicos em geral e gestantes, portanto, não devem permanecer nas vizinhanças do 
equipamento de radiofrequência quando ligado. 
• Tuberculose 
• Febre 
• Artrite reumatoide 
• Uso recente de isotretinoína (inferior a um ano) 
• Sobre materiais preenchedores da derme ou aplicação de toxina botulínica 
• Pele irritada por acne, fístula ou outra condição adversa e doenças 
dermatológicas / dermatites 
• Pacientes Imunodepressivos 
• Menores de 18 anos 
• Sobre área cardíaca 
• Procedimentos cirúrgicos sem completa cicatrização ou queloides 
8.7 CONTRA INDICAÇÕES RELATIVAS 
• Metais implantados (próteses metálicas / endopróteses / inclusive dentários) 
• Doenças crônicas sistêmicas 
• Alterações de sensibilidade/ neuropatias 
• Remoção de lentes de contato 
• Tecidos isquêmicos 
• Distúrbios circulatórios ou doenças vasculares 
36 
 
• Sobre glândulas 
• Osteossíntese ( implantes metálicos) 
• Menstruação 
• Pálpebra superior 
• Infecções, inflamações e alterações de imunidade 
• Pacientes que fazem uso de vasodilatadores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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